quarta-feira, 30 de outubro de 2013

552 - A síndrome de Peter Pan

A Síndrome de Peter Pan teve a possibilidade da existência levantada pelo Dr. Dan Kiley em seu livro "The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up", de 1983. Para designar a síndrome, o autor inspirou-se em Peter Pan, personagem de uma peça de teatro e livro homônimo, que vivia na Terra do Nunca onde os garotos nunca envelhecem.
O portador desta síndrome, segundo Kiley, tende a apresentar rasgos de irresponsabilidade, rebeldia, cólera, narcisismo, dependência e negação ao envelhecimento.
No entanto, não há consenso de que esta síndrome seja uma doença psicológica real e, por isso, não está referenciada nos manuais de transtornos mentais. Não consta, por exemplo, no DSM IV.
A propósito 
Como se parecem atualmente (no plano físico) Lucy, Linus e Charles Brown?

domingo, 27 de outubro de 2013

551 - Não é a queda...

"É, naturalmente, óbvio que a velocidade ou a altura de uma queda não é em si mesma prejudicial. Nem uma alteração moderada da velocidade, tal como ocorre depois de uma queda de 10 andares dentro de uma rede ou sobre um toldo, cujo desfecho não deve necessariamente resultar em ferimentos. Mas, uma elevada taxa de mudança de velocidade, tal como ocorre depois de uma queda de 10 andares em uma superfície de concreto, é outra questão."
Haven HMechanical analysis of survival in falls from heights of fifty to one hundred and fifty feet Inj Prev 2000; 6:62-68
Trata-se de uma versão prolixa para o velho ditado: "Não é a queda que mata, é a parada brusca no final."
Slideshow EM QUEDA LIVRE

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

550 - Testes de sobriedade

Muito mais comuns nos EUA, os testes de sobriedade podem parecer uma grande piada, mas produzem resultados que podem indicar (antes do bafômetro e de outros exames) que a pessoa andou bebendo mais do que deveria.
Confira alguns dos principais testes de sobriedade. Todos são homologados pela NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration, a Administração Nacional de Segurança e Tráfego nas Autoestradas).
1. Nistagmo horizontal dos olhos Para quem não sabe, o nistagmo é um movimento involuntário que os olhos fazem por diversas razões, incluindo-se o excesso de álcool no sangue. Segundo dados da NHTSA, em 88 por cento dos casos de nistagmo, a quantidade de álcool está acima da legalmente permitida.
2. Andar e girar
3. Parar em uma perna
4. Teste de equilíbrio de Rhomberg
5. Pôr o dedo no nariz
 Leia mais em: www.tecmundo.com.br/mega-curioso

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

549 - Organização Mundial da Saúde classifica poluição do ar como cancerígena

Genebra – A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a poluição do ar como cancerígena para os seres humanos, anunciou hoje (17) o Centro Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc, da sigla em inglês), uma agência especializada da organização.
“O ar que respiramos se tornou poluído com uma mistura de substâncias causadoras de câncer. Sabemos hoje que a poluição é, não só um risco importante para a saúde em geral, como também uma das principais causas das mortes por câncer”, afirmou Kurt Straif, da Iarc, em uma conferência de imprensa em Genebra.
Os pesquisadores da Iarc concluíram que “há provas suficientes” de que “a exposição à poluição do ar provoca câncer de pulmão” e aumenta “o risco de câncer da bexiga”, depois de analisarem estudos envolvendo milhares de pessoas acompanhadas durante várias décadas.
Embora a composição da poluição e os níveis de exposição variem acentuadamente entre diferentes locais, a agência afirma que esta classificação se aplica “a todas as regiões do mundo”. A poluição do ar já era cientificamente considerada como causa de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Em comunicado, a agência afirma que os níveis de exposição à poluição aumentaram significativamente em algumas zonas do mundo, principalmente aquelas que se estão se industrializando rapidamente e são muito populosas.
Segundo a Iarc, dados de 2010 indicam que 223.000 mortes por câncer de pulmão foram causadas pela poluição do ar. A agência mediu a presença de poluentes específicos e misturas de químicos no ar e as conclusões apresentadas hoje se baseiam na qualidade do ar em geral.
“A nossa tarefa era avaliar o ar que todas as pessoas respiram e não focarmos em poluentes específicos”, explicou Dana Loomis, da agência. “Os resultados dos estudos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta significativamente para as pessoas expostas à poluição do ar”, acrescentou.
A Iarc vai publicar as conclusões do estudo, de forma pormenorizada, na semana que vem, na revista médica britânica The Lancet.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

548 - Hipócrates de Cós, o pai da medicina

Ele é ainda lembrado, 2500 anos depois, por causa do juramento hipocrático (uma forma alterada desse juramento ainda é repetida, em alguns lugares, pelos estudantes de medicina no momento de sua formatura). Mas ele é celebrado sobretudo por seus esforços para arrancar a medicina do terreno da superstição e trazê-la à luz da ciência.
Em uma passagem típica, Hipócrates escreveu:
"Os homens acham a epilepsia divina, simplesmente porque não a compreendem. Mas se chamassem de divino tudo o que não compreendem, ora, as coisas divinas não teriam fim."
Hipócrates introduziu elementos do método científico no diagnóstico da doença. Ele recomendava com insistência a observação cuidadosa e meticulosa: 
"Não deixem nada ao acaso. Não percam nenhum detalhe. Combinem as observações contraditórias. Não tenham pressa."
Carl Sagan. In: "O Mundo Assombrado pelos Demônios"

terça-feira, 15 de outubro de 2013

547 - O tumor mais antigo do mundo

Resumo
Nós descrevemos o primeiro caso de uma neoplasia (displasia fibrosa) em uma costela do homem de Neandertal. A costela, recuperada de um sítio em Krapina, Croácia, indica que ele, apesar de viver em um ambiente diverso do atual, era suscetível a pelo menos um tipo de tumor frequente no homem moderno.
Os efeitos dessa neoplasia (benigna) nos seres humanos consistem de um largo espectro de sintomas, indo de assintomática a debilitante.
Dada a natureza incompleta da costela e a falta de elementos esqueléticos associados, evitamos comentar sobre os efeitos do tumor na saúde do indivíduo.
No entanto, a ocorrência desta neoplasia indica que os neandertais podiam sofrer de um tumor ósseo comum em seres humanos modernos.
Fibrous Dysplasia in a 120,000+ Year Old Neandertal from Krapina, Croatia Um fragmento de osso de neandertal mostra um tumor. Imagem: J. Monge, Kricun M., Radovcic J., Radovcic D., Mann A., et al, PLoS ONE
Displasia fibrosa, OrthoInfo

sábado, 12 de outubro de 2013

546 - Anemia por deficiência de ferro

A anemia por deficiência de ferro representa um problema nutricional importante em termos de saúde coletiva, afetando, principalmente, crianças e mulheres no ciclo reprodutivo. A deficiência de ferro é progressiva e pode levar à redução do estoque de ferro a ponto de a quantidade de hemoglobina presente no sangue ficar anormalmente baixa. Existem três causas que provocam a anemia: fatores fisiológicos (gravidez, lactação); fatores nutricionais; e fatores patológicos (vermes e outras doenças que alteram a absorção de ferro). 
Tratamento
Após detecção da doença por avaliação médica e exames de sangue, o tratamento da anemia consiste em orientação nutricional e administração por via oral (pela boca) ou parenteral (injetável) de compostos com ferro e, eventualmente, transfusão de hemácias. A melhor via para a reposição de ferro é a oral, sendo a maneira mais eficaz no tratamento da maioria dos pacientes com anemia por deficiência de ferro. Para essa classe, de acordo com a literatura científica, não há superioridade em termos de eficácia para normalização das taxas de hemoglobina, havendo, no entanto, grandes diferenças nos custos de tratamento. Essa diferença, segundo o Boletim Saúde e Economia n.º 9, pode chegar até a 1329%.
Foram estudados pela Anvisa 26 medicamentos disponíveis no mercado com três diferentes princípios ativos: Sulfato Ferroso, Ferripolimaltose e Ferro Aminoácido Quelato. Para a realização dos cálculos do custo de tratamento, foi considerado o custo de uma dose de 120 mg/dia de ferro elementar, durante três meses de tratamento, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde. O Boletim também se baseou nos Preços Máximos de Venda ao Consumidor determinados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos .
O tratamento da anemia deve ser sempre orientado e acompanhado por um médico, que deve discutir com o paciente as alternativas de medicamentos disponíveis para suprir a carência de ferro.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

545 - Os vencedores do Nobel de Medicina e Fisiologia em 2013

A Real Academia de Ciências da Suécia anunciou, nesta semana (dia 7), os nomes dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2013.
Foram os americanos James E. Rothman, Randy W. Schekman e o alemão Thomas C. Südhof, por suas descobertas sobre a regulação do transporte de moléculas pelas vesículas, um importante subsistema celular.
Distúrbios neste subsistema podem causar doenças neurológicas, distúrbios imunológicas e diabetes.
Lista dos ganhadores do Prêmio nos anos anteriores
2012: John B. Gurdon (Inglaterra) e Shinya Yamanaka (Japão)
2011: Bruce A. Beutler (Estados Unidos), Jules A. Hoffmann (Luxemburgo) e Ralph M. Steinman (Canadá)
2010: Robert Edwards (Grã-Bretanha)
2009: Elizabeth Blackburn (Austrália-Estados Unidos), Carol Greider e Jack Szostak (Estados Unidos)
2008: Harald zur Hausen (Alemanha), Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (França)
2007: Mario Capecchi (Estados Unidos), Oliver Smithies (Estados Unidos) e Martin Evans (Grã-Bretanha)
2006: Andrew Z. Fire (Estados Unidos) e Craig C. Mello (Estados Unidos)
2005: Barry J. Marshall (Austrália) e J. Robin Warren (Austrália)
2004: Richard Axel (Estados Unidos) e Linda B. Buck (Estados Unidos)
2003: Paul C. Lauterbur (Estados Unidos) e Peter Mansfield (Grã-Bretanha)
2002: Sydney Brenner (Grã-Bretanha), John E. Sulston (Grã-Bretanha) e Robert Horvitz (Estados Unidos)
2001: Leland H. Hartwell (Estados Unidos), R. Timothy Hunt (Grã-Bretanha) e Paul M. Nurse (Grã-Bretanha).

domingo, 6 de outubro de 2013

544 - Avaliação de atopia em portadores de DPOC

RESUMO DE ARTIGO
OBJETIVO: Determinar a prevalência de atopia e avaliar o perfil clínico, laboratorial e radiológico de pacientes com DPOC.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal com pacientes ambulatoriais portadores de DPOC estável (definida pela história clínica e relação VEF1/CVF inferior a 70% do previsto após broncodilatador). Os pacientes responderam um questionário clínico e de atopia e foram submetidos a citologia de lavado nasal, teste cutâneo de alergia, radiografia de tórax, hemogasometria arterial e dosagem de IgE total.
RESULTADOS: Dos 149 indivíduos avaliados, 53 (35,6%), 49 (32,8%) e 88 (59,1%), respectivamente, apresentavam eosinofilia no lavado nasal, teste cutâneo positivo e sintomas de rinite alérgica. A análise de correspondência confirmou esses achados, evidenciando dois perfis distintos de doença: a presença de atopia em pacientes com estágios mais leves de DPOC, e a ausência de características de atopia em pacientes com aspectos de doença mais grave (VEF1 reduzido e hiperinsuflação). Houve uma associação estatisticamente significante entre eosinofilia no lavado nasal e prova farmacodinâmica positiva.
CONCLUSÕES: Este estudo identificou uma alta frequência de atopia em pacientes com DPOC, utilizando ferramentas simples e reprodutíveis. A monitorização inflamatória de vias aéreas parece ser uma ferramenta útil para avaliar as doenças respiratórias em idosos, assim como em pacientes com sobreposição de asma e DPOC, entidade clínica ainda pouco compreendida.
REFERÊNCIA: Neves, Margarida Celia Lima Costa et al. Avaliação de atopia em portadores de DPOC. J. bras. pneumol. vol.39 no.3 São Paulo maio/jun. 2013
Trabalho realizado no Serviço de Pneumologia, Complexo Hospital Professor Edgard Santos, e no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Publica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia – UFBA – Salvador (BA) Brasil.
Siglas utilizadas neste resumo: DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); VEF1 (volume expiratório forçado do primeiro segundo); CVF (capacidade vital forçada); IgE (imunoglobulina E).

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

543 - Seus antepassados não dormiam como você


Seus avós provavelmente dormiam como você. E talvez seus bisavós. Mas uma vez que você volte a antes de 1800, o sono começa a ser descrito de uma forma diferente. Seus antepassados ​​dormiam de uma maneira que você acharia bizarro: dormiam à noite em dois períodos.
A existência desse tipo de sono foi descoberta por Roger Ekirch, professor de História da Universidade de Virginia. Sua pesquisa mostrou que não se dormia ao longo de oito horas corridas, como estamos habituados a dormir. Dormia-se em cerca de doze horas: iniciando-se com um sono de três a quatro horas, a seguir, uma vigília de duas a três horas, e, finalmente, voltando-se a dormir até a manhã seguinte.
As referências estão espalhadas por toda a literatura, documentos judiciais, papéis pessoais, e outras fontes antigas. O que é surpreendente não é que as pessoas dormissem em duas sessões, mas que o conceito fosse tão incrivelmente aceito.
"Não é apenas o número de referências - é a forma como eles se referem a ele, como se fosse de aceitação comum", diz Ekirch.
Um médico inglês escreveu, por exemplo, que o tempo ideal para o estudo e a contemplação situava-se entre "o primeiro sono" e "o segundo sono". Em "Contos de Canterbury", Chaucer fala de um personagem que vai deitar-se para o seu primeiro sono.
O livro de Ekirch, At Day’s Close: Night in Times Past, está repleto de exemplos.
Mas o que as pessoas faziam durante essas horas intermediárias?
A maioria delas ficava em suas camas e quartos, às vezes, lendo, e, outras vezes, usando o tempo para orar. Manuais religiosos incluíam orações especiais para serem rezadas nessas horas. Também fumavam, conversavam ou tinham relações sexuais. Um médico do século 16 relatou que essas relações sexuais após o primeiro sono era a explicação por que a classe operária tinha muitos filhos.
Como sabemos, essa forma de dormir praticamente desapareceu. Ekirch atribui o desaparecimento à iluminação nas ruas e no interior das casas com o advento da eletricidade, bem como à popularidade das casas de café. A partir dessas mudanças, gastar o tempo dormindo em duas sessões passou a ser considerada uma forma de desperdício.
Your Ancestors Didn't Sleep Like You, Slumber Wise

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

542 - Número de mortes por poluição é superior ao de mortes por acidentes no Estado de São Paulo

Foi a conclusão de uma pesquisa intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo”, realizada com informações de 2006 a 2011, tendo como base a análise dos níveis do poluente PM 2,5 (material particulado), comparados aos níveis considerados seguros pela OMS, para levantar dados de adoecimento, mortalidade e gastos públicos atribuídos à poluição.
“São números atualizados e de extrema importância para a sociedade”, explica a responsável pelo estudo, Evangelina Vormittage, presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade. “No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadoras de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão”, ressalta Evangelina.
A análise avalia a situação ambiental da poluição no Estado de São Paulo e de seus efeitos sobre a saúde de duas maneiras: pela mortalidade atribuível e pelo DALY (Disability Adjusted Life Years, que possui dois componentes: o número de anos perdidos por morte precoce e o número de anos de vida vividos com incapacidade), um parâmetro criado pela OMS para indicar a carga de dano de doenças no mundo. Essa medida não mostra apenas a mortalidade, mas também a perda de qualidade de vida por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão, atribuíveis à poluição atmosférica – especificamente o poluente material particulado, objeto do estudo. A pesquisa ainda contempla a valoração do DALY e os gastos públicos em saúde.
O estudo teve apoio dos pesquisadores Prof. Dr. Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e sua equipe, e da Dra. Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

541 - Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com os governos dos Estados do Amapá e do Pará, lançaram no fim de agosto uma Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento. O objetivo é orientar os moradores ribeirinhos e os donos de embarcações que cruzam a região a adotarem medidas preventivas para evitar acidentes.
208 - Escalpelamentos na Amazônia

terça-feira, 24 de setembro de 2013

540 - O caso Benveniste

Em 30 de junho de 1988, foi publicado na revista científica Nature um artigo assinado pela equipe de Jacques Benveniste, expondo uma série de experimentos com a degranulação de basófilos desencadeada por anticorpos muito diluídos.
O caso ainda é hoje citado na literatura médica como uma tentativa de justificar teoricamente a homeopatia. Seus argumentos, porém, não foram aceitos pela maioria dos membros da comunidade científica, e a oferta de um milhão de francos feita pela revista Science et Vie, para a reprodução controlada dos experimentos não foi aceita pela equipe de Benveniste.
El caso Benveniste. In: www.escepticos.es

sábado, 21 de setembro de 2013

539 - Letra de médico

"Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo, de coisa indecifrável." -  Moacir Scliar


Impagáveis do PG
Se você consegue ler isto, agradeça a um médico calígrafo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

538 - A revolução do leite

O momento mais estranho sucedeu ao homem que descobriu o leite. Quando ele teve que explicar a vaca o que estava fazendo. PGCS

Se você consegue digerir leite confortavelmente após a infância, isso se deve a um acaso genético. Para muitas pessoas, a capacidade de produzir lactase - enzima que permite o corpo quebrar a lactose, o açúcar do leite - desaparece após a infância, quando elas já não precisam mais do leite materno para sobreviver.
A persistência da lactase - por conta do gene que permite que cerca de um terço dos adultos bebam leite sem transtornos digestivos - tende a distribuir-se geograficamente, como você pode ver neste infográfico da Nature sobre a história de tolerância ao leite. É em grande parte um fenômeno europeu, evoluído de uma única mutação genética que ocorreu há menos de 10 mil anos.
Como a Nature explica:
Durante a última era glacial, o leite era essencialmente uma toxina para os adultos, porque - ao contrário de crianças - os adultos não produziam lactase, a enzima necessária para quebrar a lactose, o principal açúcar do leite. Mas, quando a agropecuária começou a substituir a caça e a coleta, no Oriente Médio, em torno de 11 mil anos atrás, os criadores de gado aprenderam a reduzir a lactose em produtos lácteos, a níveis toleráveis, ​​pela fermentação do leite para fazer queijo e iogurte. Vários milhares de anos mais tarde, uma mutação genética se espalhou pela Europa, dando às pessoas a capacidade de produzir lactase - e beber leite - ao longo de suas vidas. Esta adaptação abriu uma nova e rica fonte de nutrição que fez surgir comunidades sustentáveis ​​quando as colheitas falhavam.

sábado, 14 de setembro de 2013

537 - Seguindo os passos de Penfield

Você provavelmente já viu mapas sensoriais (homúnculos) que mostram o quanto o cérebro se dedica aos sentidos nas diferentes partes do corpo humano. Foram desenhados de forma pioneira pelo neurocirurgião Wilder Penfield, a partir dos resultados de experimentos que ele realizou nos cérebros de seus pacientes.
A imagem ao lado (►) mostra uma espécie de mapa sensorial de um rato em que as partes do corpo são redimensionadas de acordo com seus tamanhos no cérebro do animal. Os grandes pontos no rosto, por exemplo, representam os bigodes.
Parece a versão de um rato dos desenhos animados para crianças, não é? Mas é o mouseunculus (que traduzo como "ratúnculo") de O'Leary.
 Leia mais sobre o assunto neste artigo de Carl Zimmer, publicado na National Geographic.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

536 - Fumante passivo





NÃO TENTE
FAZER ISSO
EM CASA

sábado, 7 de setembro de 2013

535 - Sugestões do Google para "pulmão"

Quando você faz uma pesquisa no Google, após digitar algumas letras, aparecem sugestões de pesquisa, com o intuito de agilizar as buscas. Estas sugestões são geradas por um algoritmo do Google, o qual é influenciado por pesquisas anteriores feitas por visitantes do site. E são muito curiosas.
Digitando (21/07/2013, 7:05) no Google Brasil a palavra “pulmão”, as sugestões que apareceram foram estas:
pulmão de sara
pulmão esquerdo
pulmão de aço
pulmão do mundo
Por que não pulmão direito?

Pergunta - O Google é um rapaz ou uma moça?
Resposta - Obviamente, é uma moça. Porque não deixa você completar uma frase sem sugerir outras.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

534 - A doença do beijo salgado

Vídeo sobre a fibrose cística (= mucoviscidose):

domingo, 1 de setembro de 2013

533 - O Paradoxo da Saúde Mental

para Nelson Cunha


Entre todas as condições de saúde no mundo, a saúde mental ocupa um lugar singular e paradoxal.
A revista PLoS Medicine publicou, em 28 de maio de 2013, este editorial:
"O Paradoxo da Saúde Mental: Supertratamento e Sub-reconhecimento".

Trecho:
"Por um lado, há o excesso de tratamento e de medicalização dos problemas de saúde mental, muitas vezes alimentado por uma indústria farmacêutica interessada na ampliação dos limites da doença e na criação de mais categorias diagnósticas e, assim, dos mercados de venda para as doenças. Por outro, existe um grande sub-reconhecimento do sofrimento e da dimensão dos problemas de saúde mental que afetam milhões de pessoas em todas os países, fazendo da questão um problema global."

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

532 - O barbeiro-cirurgião

Era uma profissão relativamente comum na Idade Média. O barbeiro-cirurgião costumava ser incumbido do tratamento dos soldados durante ou após as batalhas.
Naquela época, as cirurgias em geral não eram realizadas por médicos, mas por barbeiros, os quais, além das pequenas cirurgias nos ferimentos dos camponeses, faziam sangrias.
Comumente, os barbeiros-cirurgiões fixavam residência perto de castelos, onde também prestavam serviços para os senhores feudais.
Nas Ilhas Britânicas
O reconhecimento formal das habilidades do barbeiro-cirurgião (na Inglaterra, pelo menos) data de 1540, quando a Sociedade dos Cirurgiões se fundiu à Companhia dos Barbeiros para formar a Companhia dos Barbeiros-Cirurgiões. Note-se que, à época, tais profissionais não eram reconhecidos como médicos. Assim, sob pressão crescente da classe médica, em 1745, os cirurgiões se separaram dos barbeiros para formar a Companhia dos Cirurgiões. Em 1800, por intermédio de um Decreto Real, foi criada a Escola Real de Cirurgiões da Inglaterra.
O último vestígio da tradição de barbeiros-cirurgiões com atuação médica é, provavelmente, o tradicional cilindro de barbearia (ao lado), que sinalizava o local de atuação desses profissionais. As cores do cilindro, costumeiramente em listras de branco e vermelho, representam respectivamente os curativos e o sangue próprios da profissão.
No Brasil colonial
No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar sanguessugas e ventosas, arrancar dentes e... cortar o cabelo e a barba. Negros e mestiços também começaram a atuar na profissão a partir da metade do século XVII. Enquanto os barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres amealhavam para sí próprios os rendimentos de suas atividades e, muitas vezes, mantinham em treinamento alguns escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos barbeiros-cirurgiões perduraram até o século XIX. WIKIPÉDIA (revisada)
Ilustração
O barbeiro-cirurgião. Do suíço Jost Amman (1533-1591), ilustrador de livros e um dos grandes artistas da xilogravura. Jost se propôs a criar um alfabeto de negócios, registrando com grande clareza, no pré-fotográfico século 16,  "instantâneos" das maneiras como as pessoas conduziam seus negócios e meios de subsistência. Esta ilustração pertence a seu trabalho com Hans Sachs, Eygentliche Beschreibung Aller Staende Auff Erden, o qual foi publicado em Frankfurt, em 1568.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

531 - Uma mesa de dissecação virtual

Esta é uma interessante palestra do TED para apresentar os inúmeros recursos de uma mesa de dissecação virtual. Assista a um corpo humano virtual ser dividido de várias maneiras de modo a conhecer sua anatomia interna.
A mesa foi desenvolvida para as escolas que não dispõem de um fornecimento regular de cadáveres humanos.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

530 - A caverna da tuberculose

Em 1839,o médico John Croghan abriu um tisiocômio (hospital para tuberculose) no interior da caverna Mamute de Kentucky, EUA.
Imaginando que a temperatura e a umidade constantes ajudariam a restaurar a saúde de seus pacientes, ele mandou fazer algumas pequenas construções na parte profunda da caverna (foto), e um certo número de pacientes foi morar lá por vários meses.
Mas o moral no ambiente mal iluminado era baixo, e o ar confinado tornava pior a situação dos tuberculosos.
Um de seus pacientes escreveu:
"Saí da caverna ontem com a impressão de que eu estaria melhor fora do que dentro, no qual os meus pulmões estavam sempre irritados pela fumaça e o meu nariz incomodado por eflúvios desagradáveis, consequências inevitáveis de um local sem ventilação." 
Croghan encerrou o experimento depois de cinco meses e, seis anos após, ele morreu de tuberculose.
Outras entradas
19 - Algumas implicações literárias da tuberculose no Brasil
70 - Ao ar livre
219 - O sanatório voador
452 - T.B. Harlem
476 - Quando se tratava a tuberculose com a respiração das vacas
514 - A guerra ao escarro na luta contra a tuberculose

terça-feira, 20 de agosto de 2013

529 - O efeito Forer

É a observação de que indivíduos darão alta aprovação a descrições de personalidade que, supostamente, foram feitas especificamente para eles, mas que, em verdade, são gerais e vagas suficientes para corresponderem às de um amplo espectro de pessoas.
O nome vem do psicólogo Bertram R. Forer, que demonstrou o efeito em 1948, ao aplicar um teste de personalidade em seus alunos e lhes fornecer os resultados supostamente baseados na análise de cada teste, individualmente.
Em seguida, ele convidou os alunos para que avaliassem as análises em uma escala de zero (muito ruim) a cinco (muito bem sucedido). A média foi de 4,26.
Forer deu a todos os alunos exatamente a mesma análise:
"Você tem a necessidade de que outras pessoas o apreciem e admirem e, ainda assim, é crítico sobre si mesmo. Mesmo que tenha alguns pontos fracos em sua personalidade, geralmente é capaz de compensá-los. Você tem uma considerável capacidade não utilizada e que não tem aproveitado. Disciplinado e controlado por fora, você tende a ser preocupado e inseguro por dentro. Às vezes, você tem sérias dúvidas sobre se tem agido bem ou tomado as decisões corretas. Prefere uma certa mudança e variedade e fica insatisfeito quando é cercado por restrições e limitações. Também é orgulhoso de ser um pensador independente e de não aceitar afirmações de outros sem provas satisfatórias. Mas acha pouco prudente ser sincero revelando-se para os outros. Às vezes, você é extrovertido, afável e sociável; outras vezes, mostra-se introvertido, cauteloso e reservado. Algumas de suas aspirações tendem a ser bastante irrealistas."

sábado, 17 de agosto de 2013

528 - As dez cidades mais poluídas do mundo

A organização não governamental (ONG) Instituto Blacksmith, em parceria com a revista Time e a rede australiana ABC Environment, divulgou sua segunda lista anual das dez cidades mais poluídas do mundo. Entre os dez municípios mais poluídos, dois se localizam na China, dois na Índia, dois na Rússia, um no Azerbaijão, um na Ucrânia, um no Zâmbia (única cidade na África) e um no Peru (único município latino-americano).
No total, cerca de 12 milhões de habitantes são afetados pelas más condições ambientais que possuem essas cidades, tais como poluição atmosférica, água contaminada, exposição a metais pesados etc.
“Essas cidades não estão no circuito turístico, então não há muita atividade global, mas precisamos fazer algo a respeito disso”, comentou Richard Fuller, presidente do Instituto Blacksmith, à Time.
Aqui, a classificação dos dez municípios, com os problemas que possuem e o número de habitantes afetados.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
Linfen, China - 1ª cidade da lista

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

527 - Células

Nem todas as células estão orgulhosas de sua função.

domingo, 11 de agosto de 2013

526 - O odor de aspargos na urina

Relacionados a comer aspargos, foram observados os seguintes efeitos na urina:
"[Aspargos] causam um cheiro imundo e desagradável na urina, como todo mundo sabe." ("Tratado de todos os tipos de alimentos", Louis Lemery , 1702)
"Alimento ... afeta a urina com um cheiro fétido (especialmente se cortado quando eles são brancos) e, por isso, alguns médicos tenham suspeitado de que não são bons para os rins. Quando os aspargos são mais velhos, e começam a se ramificar, eles perdem essa qualidade, mas então eles não são mais agradáveis."("Ensaio sobre a natureza do alimentos", John Arbuthnot , 1735)
"Algumas hastes de aspargos comidas, devem dar a nossa urina um odor desagradável ..." ("Carta para a Academia Real de Bruxelas",  Benjamin Franklin , c. 1.781)
"Aspargos "... transformam meu penico em um frasco de perfume." Marcel Proust (1871-1922)
Alguns compostos orgânicos voláteis são responsáveis por esse odor, a saber:
methanethiol
sulfureto de dimetilo
dissulfureto de dimetilo
bis (metiltio) metano
dimetilsulfóxido
dimetil sulfona
Há debates sobre: 1) se todas as pessoas ou apenas algumas produzem o cheiro e (2) se todas as pessoas ou apenas algumas identificam o cheiro.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

525 - Diamantes e espermatozoides

Espermatozoides são bons nadadores em seu, hum, "habitat natural", mas tornam-se notoriamente lentos quando você lhes pede para fazer as mesmas coisas em uma placa de Petri. Esse "fraco desempenho" dos espermatozoides é considerado um problema comum na fertilização in vitro (FIV), mas um novo estudo sugere que isso pode não ser culpa dos pequeninos. Relaciona-se basicamente com a toxicidade celular do poliestireno das placas de Petri.
A mudança dos espermatozoides das placas de Petri de poliestireno para as placas de Petri revestidas por uma nanocamada de diamante pode lhes dar o impulso que eles precisam para cumprir o seu destino. E, desse modo, elevar-lhes uma taxa de sucesso notoriamente baixa na FIV.
Tempo entre a ejaculação e a chegada dos espermatozoides na trompa de Falópio
(Em outras palavras, a quantidade de tempo que o espermatozoide leva para chegar aonde precisa ir em várias espécies animais.)
Vaca: 2-3 minutos
Cobaia: 15 minutos
Porco: 15 minutos
Rato: 15-30 minutos
Hamster: 2-60 minutos
Ovelha: 6-300 minutos
Mulher: 5-68 minutos

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

524 - Associação entre rinite alérgica e enxaqueca

Enxaqueca e rinite alérgica (RA) são duas causas comuns de cefaleia e dor facial, em que mediadores inflamatórios, com função vasoativa, desempenham importantes papéis. Um trabalho, publicado recentemente no Journal of Research in Medical Sciences, teve por objetivo determinar a prevalência de enxaqueca em pacientes com RA.
Em um estudo transversal comparativo, realizado de junho a dezembro de 2010, em pacientes com sinais e sintomas de RA, encaminhados à Otorrinolaringologia (ORL) de um hospital universitário em Rasht, Irã, 46 pacientes com teste alérgico cutâneo positivo para RA foram comparados com 60 pessoas sem sinais e sintomas de RA e com teste cutâneo negativo. Em ambos os grupos, foi investigada uma história de enxaqueca segundo os critérios da IHS (Sociedade Internacional de Cefaleia). A análise dos dados foi realizada pelo teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher usando SPSS16. Foram estimados odds ratio para determinar a probabilidade de enxaqueca na RA.
No grupo de casos (14 homens, 37 mulheres, com média de idade de 31,17 ± 8,31 anos) e no grupo controle (23 homens, 32 mulheres, com média de idade de 37,58 ± 12,63 anos), a prevalência de enxaqueca foi de 37% e 5%, respectivamente. As diferenças na prevalência de enxaqueca e enxaqueca sem aura entre os casos e controles foram significativas (P = 0,001). A probabilidade de enxaqueca na RA foi de 8,227 vezes (IC 95%: 2,38-28,42). Em indivíduos com mais de 40 anos, a diferença de prevalência de enxaqueca foi significativa, ao contrário de indivíduos com menos de 30 anos e entre 30 e 39 anos de idade.
Os autores concluíram que existe uma correlação entre enxaqueca, principalmente sem aura, e RA e esta correlação é mais forte com o aumento da idade. 
Autores: Saberi A; Nemati S; Shakib RJ; Kazemnejad E; Maleki M.
Uma resenha de Association between allergic rhinitis and migraine - Journal of Research in Medical Sciences; 2012 Jun;17(6):508-12. Tradução: Medical services

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

523 - Vacinas na vida adulta

Manter a carteira de vacinação em dia não é apenas coisa de criança. Mesmo quem recebeu toda a série de imunizações que devem ser tomadas na primeira infância precisa repetir algumas doses na vida adulta.
A proteção proporcionada pelas vacinas, em alguns casos, não dura a vida toda. Além disso, novas vacinas surgiram nas últimas décadas e muita gente deixou de recebê-las justamente por acreditar que as doses devem ser tomadas apenas na infância.
"Foi com amplos programas de vacinação que o mundo se viu livre da varíola, está prestes a erradicar a poliomielite e eliminou o sarampo de nosso país, entre tantas outras enormes conquistas. Os calendários vacinais são feitos para que se obtenha o melhor resultado nas estratégias de prevenção e controle de doenças”, reforça o pediatra e neonatologista Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
O especialista explica que as vacinas são produzidas com componentes mortos (fragmentos) ou vivos atenuados (enfraquecidos). Ao serem injetados no organismo, são capazes de gerar proteção (produção de anticorpos) sem causar doença em quem foi vacinado. Os falsos conceitos de que as vacinas “injetam a doenças” na pessoa e de que são destinadas apenas a crianças ainda são obstáculos por vezes intransponíveis no caminho da imunização sistemática da população no País.
Recomenda Kfouri:
“Hoje dispomos de vacinas para adultos contra diversas enfermidades: hepatite A e B, tétano, coqueluche, difteria, sarampo, caxumba, rubéola, gripe, pneumonias, infecções pelo HPV, entre outras. As vacinações específicas para adultos são exemplos de oportunidades para reduzir o impacto de muitas doenças na população. Por conseguinte, adultos e idosos, além das vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, difteria, tétano e influenza, deveriam também receber as vacinas contra hepatite B, hepatite A, HPV, doença pneumocócica e coqueluche.”
73 - Vacinação em idosos
232 - Guia de Vacinas Complementares
256 - Vacinas intranasais
340 - Novas vacinas para crianças no Brasil
487 - Histórico da estratégia de vacinação contra a gripe no Brasil

terça-feira, 30 de julho de 2013

522 - Reação em cadeia da polimerase

Em ocasiões, as companhias utilizam-se de estratégias rebuscadas para promover seus produtos. O mesmo sucede com a ciência. Neste caso, Bio-Rad, uma conhecida empresa que vende, entre outras coisas, kits e ferramentas para exames usou a estratégia de uma paródia musical para divulgar um de seus produtos na rede:


Siglas
DNA (em inglês) - Ácido desoxirribonucleico
GTCA - Acrônimo dos nucleotídios guanina, timina, citosina e adenina, as unidades do DNA
PCR (em inglês) - Reação em cadeia da polimerase, uma técnica de amplificação do DNA para a identificação de agentes infecciosos (como o bacilo da tuberculose)

sábado, 27 de julho de 2013

521 - Higiene da mãos. Espionagem hospitalar

No North Shore University Hospital, em Long Island, EUA, sensores de movimento, como aqueles que são usados em alarmes, detectam cada vez que alguém entra em uma sala de cuidados intensivos. O sensor dispara uma câmera de vídeo, que transmite as imagens para outro lado do mundo - para a Índia, onde funcionários verificam se os médicos e enfermeiros estão realizando um procedimento crítico: lavar as mãos.
Esta abordagem estilo Big Brother integra uma panóplia de esforços para promover um princípio básico de prevenção de infecção, a higiene das mãos. Com as superbactérias resistentes a drogas em ascensão, de acordo com um relatório recente do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, o CDC, e com as infecções hospitalares custando US$ 30 bilhões por ano e causando a morte de cerca de 100.000 pacientes por ano, os hospitais estão dispostos a tentar quase qualquer coisa para reduzir o risco de transmissão dessas infecções.
Vídeo: Clean Hands Save Lives

quarta-feira, 24 de julho de 2013

520 - O surfactante pulmonar

É uma mistura de moléculas lipoproteicas, produzidas pelas células secretoras do epitélio alveolar denominadas pneumócitos II. Também conhecida como agente tensoativo, essa substância reduz a tensão superficial do líquido presente nos alvéolos. A produção do surfactante pulmonar (alveolar) começa na 30ª. semana de gestação e é essencial que esteja sendo produzido em quantidade suficiente ao nascimento do feto. Caso contrário, haverá o colabamento dos alvéolos quando o recém-nascido entrar em contato com o ar.
Três vídeos do Prof. Joaquim Procopio que explicam o mecanismo de ação do surfactante e a sua importância para a estabilidade alveolar.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Microfotografia
Este padrão preto-e-branco retrata as surpreendentes formas de organização das moléculas do surfactante pulmonar.

CRÉDITO: Prajna Dhar, Universidade de Kansas

domingo, 21 de julho de 2013

519 - Vacina contra o VRS

por Ricardo Schinaider de Aguiar
Com Ciência, 03/07/2013
Vacina pretende utilizar nanopartículas de ouro para imunização
Cientistas da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, pretendem inovar o método de vacinação contra o Vírus Respiratório Sincicial (VRS). Em vez de utilizarem uma forma “enfraquecida” do vírus sem poder de infecção como forma de alerta ao sistema imune, os pesquisadores desenvolveram estruturas de ouro microscópicas. O método foi testado in vitro e obteve resultados expressivos.
O VRS é o principal vírus responsável por infecções do trato respiratório inferior no mundo, sendo responsável por 65 milhões de infecções e 1 milhão de mortes todos os anos. Apesar disso, não há atualmente nenhuma vacina licenciada contra ele. O alvo da pesquisa foi uma proteína específica, chamada proteína F, que reveste o vírus e é capaz de se ligar às células do corpo humano, permitindo sua entrada. A ideia dos cientistas, coordenados por James Crowe, foi revestir uma nanopartícula de ouro com a proteína F. Desse modo, o sistema imune é apresentado à proteína e, quando atacado pelo VRS, o reconheceria de modo mais eficiente, mesmo fenômeno observado após uma vacina tradicional.
“Uma vacina para o VRS é extremamente necessária”, afirma Crowe. “Nosso estudo mostrou que proteínas virais, ligadas a nanopartículas de ouro, induzem proliferação de células de defesa do organismo, evidência de estimulação do sistema imune”. Além de simularem com sucesso o vírus, essas estruturas também se mostraram não tóxicas ao organismo humano. Devido à sua versatilidade, as nanopartículas de ouro demonstraram que podem ser utilizadas não apenas para a criação de uma vacina contra o VRS, mas também contra outras doenças.
“Esse estudo pode servir como base para o desenvolvimento de vacinas experimentais para qualquer vírus e até mesmo para bactérias e fungos”, diz Crowe. “O próximo passo é testar a eficácia da vacina in vivo”.
N. do E.
Retificação no DOU nº. 90, de 13 de maio de 2013, da Portaria n°. 53, de 30 de novembro de 2012, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, publicada no DOU n°. 232, de 3 de dezembro de 2012:
"Art. 1º Fica incorporado no SUS o medicamento palivizumabe para a prevenção da infecção pelo vírus sincicial respiratório em crianças do subgrupo de mais alto risco para internações ou complicações, ou seja, prematuros com Idade Gestacional menor ou igual a 28 semanas e crianças até 2 anos com doença pulmonar crônica ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada, com as seguintes condições: elaboração de orientação de uso pelo Ministério da Saúde e redução significativa de preço do medicamento palivizumabe."
O palivizumabe é um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado. V. Relatório 16 da CONITEC

quinta-feira, 18 de julho de 2013

518 - A riqueza fúngica do corpo humano

No primeiro estudo deste tipo, uma equipe dos EUA catalogou os diferentes grupos de fungos que vivem sobre o corpo humano.
Uma equipe liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, em Bethesda, Maryland, sequenciou o DNA dos fungos que vivem sobre a pele em 14 diferentes áreas do corpo de 10 adultos saudáveis.
As amostras foram retiradas do canal auditivo, entre as sobrancelhas, da parte traseira da cabeça, de trás da orelha, do calcanhar, unhas, entre os dedos, do antebraço, costas, virilha, nariz, peito, palma, e da curva do cotovelo. (*)
Os resultados revelaram 200 tipos de fungos, com a riqueza fúngica variando ao longo do corpo. O habitat fúngico mais complexo foi o calcanhar, que abriga cerca de 80 tipos de fungos.
Helen Briggs, BBC News
N. do E.
(*) excluíram o umbigo?!
Notas relacionadas
183 - A doença dos caçadores de tatus222 - Pinturas microbianas433 - Corpo humano. A temperatura ideal e 444 - Páginas populares em livros medievais

segunda-feira, 15 de julho de 2013

517 - Um elemento químico de grande beleza

Até o século 18 foi muitas vezes confundido com estanho ou chumbo. No entanto, uma vez refinado em sua forma mais pura, torna-se algo de grande beleza. É cerca de duas vezes mais abundante do que o ouro.
Sim, há chance de você ter entrado em contato com ele - se você já teve distúrbios em seu aparelho digestivo! Sob a forma de óxido de bismuto e com íons de salicilato à superfície, você provavelmente o conhece pelo nome comercial de Pepto-Bismol.
Mas o que você vê aqui é o bismuto, elemento químico, em sua forma cristalina.
Kuriositas
Leitura complementar
Zaterka, Sclioma. Os sais de bismuto em gastroenterologia: uma medicação antiga, mas atual, LILACS

sexta-feira, 12 de julho de 2013

516 - Uma epidemia de risos e prantos

Uma epidemia pode ser definida como algo que "predomina em uma comunidade, em um momento especial, e que é produzida por causas especiais, geralmente não presentes na comunidade afetada (MacNaulty, 1961)".
Como as epidemias mais comuns são causadas pela disseminação de vírus, bactérias ou outros parasitas, há uma tendência a esquecer que o comportamento emocional anormal pode se espalhar de uma pessoa para outra e, assim, assumir uma forma de epidemia.
A exemplo, o que constou da conclusão deste relatório sobre uma epidemia de risos, prantos e inquietação, que perturbou por seis meses a vida normal das pessoas no distrito de Bukoba (mapa), ao Noroeste de Tanganica, em  1962.
A doença começou em uma escola para meninas, espalhando-se em seguida para outras escolas e aldeias da região. Adolescentes escolares constituíram a maioria dos casos, embora adultos (não alfabetizados) também tenham sido afetados pela doença. Não foram encontrados sinais físicos anormais significativos e todos os exames laboratoriais foram normais nas pessoas acometidas. Não houve mortes. Nenhum fator tóxico nos alimentos consumidos foi detectado. Sugeriu-se que o problema tenha sido uma epidemia de histeria em comunidades culturalmente suscetíveis.

terça-feira, 9 de julho de 2013

515 - Adeus, tosse?



O nome comercial deste xarope para tosse era... UMA NOITE.
O tempo de vida que restava a quem o consumisse, suponho eu.

46 - Rhuminando...270 - ♪Daisy Bell♪, 379 - Reunião com a Rainha Charlotte e 412 - Dr. Miles NERVINE

sábado, 6 de julho de 2013

514 - A guerra ao escarro na luta contra a tuberculose

Quando, em 1882, Robert Koch descobriu o bacilo da tuberculose, a doença era responsável por um sétimo da mortalidade no mundo e um só tuberculoso era capaz de expelir, por dia, sete milhões de bacilos.
O escarro, visto como o grande veículo do bacilo, passou a ser combatido. As pessoas expectoravam abundantemente atapetando o solo, as paredes, os móveis e impregnando os lenços e as roupas.
Era preciso conscientizar a população a mudar esse hábito. Leis foram criadas para combater o hábito de escarrar no chão e nas paredes. Surgiram grandes campanhas em diversos países do mundo em favor do uso das escarradeiras públicas (imagem) e de bolso contendo líquidos antissépticos.
Siga lendo este artigo da médica pneumologista e historiadora Ana Margarida Rosemberg no BLOG DA SOBRAMES- CE.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

513 - Higienização das mãos

As recomendações da OMS para a higienização das mãos englobam cinco indicações, sendo justificadas pelos riscos de transmissão de microrganismos.
O cumprimento dessas cinco etapas pode prevenir as infecções hospitalares e também auxiliar na racionalização do tempo do profissional de saúde quanto a essa prática.
Veja os cinco momentos indicados para higienização das mãos, segundo as recomendações da OMS:
1- Antes de contato com o paciente.
2- Antes da realização de procedimento de assepsia.
3- Após risco de exposição a fluidos corporais.
4- Após contato com o paciente.
5- Após contato com àreas próximas ao paciente.



Informações importantes sobre as infecções hospitalares
• Em todo o mundo, 5% a 10% dos indivíduos hospitalizados adquiriram infecções hospitalares, com taxas de prevalência de 20% a 30% em unidade de terapia intensiva.
• No Brasil, cerca de 100.000 mortes por ano são relacionadas a infecções hospitalares.
• A Lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997, dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecção hospitalar nos hospitais de todo o Brasil.
Fonte: MSD Brasil

quinta-feira, 27 de junho de 2013

511 - Nós somos realmente nós?

1 De acordo com o último censo realizado, há mais células bacterianas do que células humanas no corpo humano. Até dez vezes mais, segundo alguns estudos. Apesar de seu vasto número, essas bactérias só não ocupam um espaço proporcionalmente maior porque elas são menores do que as células humanas. No entanto, ainda que pareça algo assustador, a participação delas na economia humana deve ser vista como um fato salutar. LINK
2 O genoma humano contém cerca de 100.000 fragmentos de retrovírus endógenos, que compõem cerca de oito por cento de todo o nosso DNA. A evolução, que é um processo infinitamente criativo, pode transformar o que parece totalmente inútil em algo valioso. Desse modo, os detritos virais espalhados em nossos genomas acabam sendo matéria-prima para novos genes. E, de tempos em tempos, o DNA de origem retroviral tem sido aproveitado para nossos próprios fins. LINK

17/01/2016 - Atualizando ...
Por muito tempo, pensou-se que os corpos humanos contivessem 10 vezes mais bactérias do que células humanas. Masnovos cálculos sugerem que isso não é verdade. Um "homem normal" tem mais ou menos o mesmo número de bactérias e de células humanas em seu corpo. Ele seria formado por cerca de 40 trilhões de bactérias e 30 trilhões de células humanas. Isto é uma proporção de 1,3 bactérias para cada célula humana. LINK

segunda-feira, 24 de junho de 2013

510 - Respondedores excepcionais

O que acontece quando uma droga funciona - mas apenas para uma pessoa?
Realmente, é muito intrigante este artigo de Heidi Ledford, publicado em Nature News. É sobre uma classe de pacientes conhecidos por "respondedores excepcionais" (exceptional responders). Aqueles pacientes que recebem o benefício de um medicamento ou tratamento, que, de forma diversa, não acontece com os demais que participam de um ensaio clínico.
Quando se faz um ensaio clínico, observam-se os resultados nas médias dos grupos. Pretende-se saber, com isso, se uma droga apresenta um desempenho melhor do que o placebo, quando ela é administrada a muita gente. Às vezes, porém, as drogas, que não funcionam na maioria dos pacientes, parecem ter um efeito positivo sobre alguns felizardos.
Agora, os cientistas estão tentando descobrir por que isso acontece. O que torna essas pessoas especiais? E como isso pode mudar a forma de fazer pesquisas?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

terça-feira, 18 de junho de 2013

508 - Hérnias estranguladas

Comunicado original
CINCO CASOS DE HÉRNIA ESTRANGULADA
TRATADA POR DISTENSÃO AÉREA DOS INTESTINOS
COM O PACIENTE SENDO SACUDIDO
NA POSIÇÃO INVERTIDA
por Richard Griffin
In: British Medical Journal, 22 de outubro de 1864

O bocal de um fole foi introduzido no ânus do paciente para inflar os intestinos, enquanto um assistente segurava bem o conjunto, de modo a evitar, tanto quanto possível, o escape do ar das entranhas. [...]

Alice Deger

sábado, 15 de junho de 2013

507 - Aviões de guerra e lentes intraoculares

Muitas descobertas e invenções científicas já ocorreram por obra do acaso ou por terem sido ajudadas por erro ou acidente.
O caso mais conhecido é o da descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, quando um fungo (Penicillium notatum) contaminou acidentalmente placas de cultura de bactérias. Outro caso, em que o acidente aliou-se novamente ao estudo e ao conhecimento, foi o da invenção das lentes intraoculares.
A pessoa certa : o oftalmologista britânico Harold Lloyd Nicholas Ridley.
O timing: a Segunda Guerra Mundial.
O resultado: a concepção e o desenvolvimento das lentes intraoculares para a substituição do cristalino nas modernas operações de catarata.
Hoje, cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo recebem anualmente os implantes dessas lentes intraoculares.
Ler este fascinante artigo de Guillermo - La curiosa relación entre el avión de guerra “Spitfire” y las lentes intraoculares - no NAUKAS, um site de ciência, ceticismo e humor.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

506 - O Índio Cor-de-Rosa

Este ano comemora-se o centenário de nascimento do médico sanitarista e sertanista Noel Nutels (no centro da foto).
Judeu, nascido na distante Ucrânia, Noel Nutels (1913-1973) se definia, acima de tudo, como brasileiro. Não era à toa. Criado no Nordeste, ele dedicou grande parte de sua vida ao combate das doenças que assolavam o Brasil como a tuberculose, a malária e a varíola. Ele não poupou esforços ao sair do conforto do atendimento em consultório para o trabalho de campo. Foi assim que teve o primeiro contato com os índios, aderindo de forma pioneira à defesa destas populações, e consagrando-se, segundo Assunção Paiva, como um dos maiores indigenistas do país.
A história de sua vida foi contada em "Noel Nutels", publicação de sua autoria com diversos colaboradores, editada em 1975. Em 1978, Orígenes Lessa lançou "O Índio Cor-de-Rosa - Evocação de Noel Nutels". Sua biografia romanceada foi publicada em 1997, "A Majestade do Xingu", de Moacir Scliar.
Noel Nutels faleceu aos 60 anos, em 10 de fevereiro de 1973.

domingo, 9 de junho de 2013

505 - Um alfabeto epidemiológico

Vídeo (em inglês) escrito por Jennifer Gardy e animado por Tom Scott:


De repente, aquela vontade de lavar as mãos.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

504 - Corpo humano e nucleossíntese estelar

De que o corpo humano é feito?
Noventa e nove por cento é feito por átomos de apenas seis elementos químicos: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e fósforo, com o restante um por cento consistindo de elementos vestigiais como magnésio, enxofre e ferro.
Mas, de onde vêm esses elementos?
Esta pergunta representou, no início, um enigma para os cientistas. Pelo menos, até a publicação de um artigo científico, na metade do século XX, conforme explica o astrofísico Neil deGrasse Tyson:
"Houve um artigo seminal - um dos trabalhos de pesquisa mais importantes já publicados - que nos deu a descrição da origem dos elementos," responde Tyson num vídeo. "Esse documento é intitulado Synthesis of the Elements in Stars (Síntese dos Elementos nas Estrelas), mas é por vezes referido como o B2FH, após as iniciais dos autores. Foi publicado em Reviews of Modern Physics, em 1957. Antes de sua publicação, a teoria prevalente considerava que todos os elementos eram produtos do Big Bang, de 15 bilhões de anos atrás. Mas esta teoria explicava apenas a origem dos elementos leves, como hidrogênio e o hélio."
Então, de onde vêm os elementos pesados ​​encontrados na natureza?
O B2FH apontou que todos os elementos pesados ​​foram criados nas estrelas, através da fusão nuclear, em um processo conhecido como nucleossíntese estelar. Quando as estrelas "morrem", elas liberam os elementos pesados ​​para o espaço. Uma parte desse material é incorporado pelos planetas e, posteriormente, por nossos corpos.
Se este trabalho científico foi tão importante, por que tão poucos não-cientistas sabem sobre ele?
De acordo com Tyson, é porque o trabalho em sua origem não se encaixou nas noções convencionais de uma descoberta científica.
"Nós somos feitos da poeira das estrelas." Carl Sagan

domingo, 2 de junho de 2013

503 - Uma homenagem a Petri

Em 31/05/13, o Google fez uma homenagem ao bacteriologista Julius Richard Petri, criando uma animação (doodle) que faz referência à placa de Petri.
A invenção, usada até hoje em laboratórios do mundo inteiro, consiste no cultivo de microrganismos em recipientes de vidro ou plástico.
O doodle traz seis placas, representando as seis letras da palavra Google, cada uma correspondendo a uma cultura diferente de bactérias.
Petri nasceu no ano de 1853 em Barmen, na Alemanha e se formou em medicina em 1876. O bacteriologista desenvolveu a placa que recebe o seu nome, entre 1877 e 1879. enquanto trabalhava com Robert Koch, o cientista alemão que identificou o bacilo da tuberculose.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

502 - Buck Duke

O homem que inventou a arma mais letal do século
por Edivaldo Dias de Oliveira, Portal Luis Nassif
Ele parece pequeno e inofensivo - branco e com apenas oito centímetros de tamanho. Mas o cigarro é visto como um dos grandes males da saúde pública e repudiado como poucos produtos.
Mas quem o inventou e como essa pessoa pode ser responsabilizada pelas inúmeras mortes provocadas pelo cigarro?
O cirurgião americano Alton Ochsner lembra que, quando ainda era estudante de medicina em 1919, sua turma foi chamada para assistir a uma autópsia de uma vítima de câncer de pulmão. Na época, a doença era tão rara que os estudantes acharam que não teriam outra chance de testemunhar algo parecido.
Quase um século depois, estima-se que 1,1 milhão de pessoas morram por ano da doença. Cerca de 85% dos casos são relacionados a apenas um fator: tabaco.
 "O cigarro é o artefato mais mortal da história da civilização humana", diz Robert Proctor, da Universidade de Stanford. "Ele matou cerca de 100 milhões de pessoas no século 20."
Fenômeno 
Jordan Goodman, autor do livro "Tabaco na História" disse que, como historiador, ele teve o cuidado de não apontar o dedo a nenhum indivíduo, "mas na história do tabaco eu me sinto confiante em dizer que James Buchanan Duke - conhecido como Buck Duke (foto)- foi responsável pelo fenômeno do século 20 conhecido como cigarro".
Em 1880, aos 24 anos, Duke entrou em um nicho da indústria do tabaco - os cigarros já enrolados. Uma equipe pequena de Durham, no Estado da Carolina do Norte, enrolava a mão os cigarros Duke of Durham.
Dois anos depois, Duke percebeu uma chance de ganhar dinheiro. Ele começou a trabalhar com um jovem mecânico chamado James Bonsack, que disse que poderia construir uma máquina para fabricar cigarros.
Duke estava convencido que as pessoas estariam dispostas a fumar os cigarros perfeitamente simétricos produzidos pela máquina.
O equipamento revolucionou a indústria do tabaco.
"Trata-se, essencialmente, de um cigarro de tamanho enorme, cortado em comprimentos apropriados, por lâminas rotativas", diz Robert Proctor. Mas, como as pontas ficavam abertas, o tabaco precisava ser umedecido, para ficar rígido, e não cair do cigarro. Isso era feito com ajuda de aditivos químicos, como glicerina, açúcar e melaço.
Mas esse não era o único desafio. Antigamente, as funcionárias enrolavam cerca de 200 cigarros por turno. A nova máquina produzia 120 mil cigarros por dia - um quinto do consumo de todos os Estados Unidos, na época. "O problema é que ele era capaz de produzir muito mais cigarros do que conseguia vender", diz Goodman. "Ele precisava entender como conquistar esse mercado."
Marketing e publicidade
A resposta estava na publicidade e no marketing. Duke patrocinou corridas, distribuiu cigarros gratuitamente em concursos de beleza e colocou anúncios nas revistas da época. Ele também percebeu que a inclusão de figurinhas colecionáveis nas carteiras de cigarro era tão importante quanto trabalhar na qualidade do produto. Em 1889, ele gastou US$ 800 mil em marketing (ou US$ 25 milhões, em valores de hoje em dia).
Bonsack ficou com a patente da máquina, mas, em gratidão ao apoio de Duke, deu 30% de desconto no seu aluguel ao industrial. A vantagem competitiva - aliada à promoção vigorosa - foi fundamental para o sucesso de Duke.
Como suspeitava, as pessoas gostavam dos cigarros feitos pela máquina. Eles tinham aparência mais moderna e higiênica. Uma das campanhas enfatizava o fato de que cigarros manuais eram feitos com contato da mão e da saliva de outras pessoas. Mas, apesar de o número de fumantes ter quadruplicado nos 15 anos até 1900, o mercado ainda era um nicho, já que a maioria das pessoas mascava tabaco ou fumava usando cachimbos ou charutos. Duke - que também era fumante - viu o potencial competitivo dos cigarros em relação aos demais produtos. Uma das vantagens era a facilidade para acendê-los, ao contrário dos cachimbos. "O cigarro, realmente, era usado de forma diferente", diz Proctor. "E uma das grandes ironias é que os cigarros eram considerados mais seguros do que os charutos porque eram vistos como apenas 'pequenos charutinhos'." 
Mas um elo direto com câncer de pulmão não foi encontrado até 1957 na Grã-Bretanha e 1964 nos Estados Unidos. Os cigarros chegaram a ser promovidos como benéficos à saúde. Eles eram listados nas enciclopédias farmacêuticas até 1906 e indicados por médicos para casos de tosse, resfriado e tuberculose - uma doença que é agravada pelo fumo.
Moralidade 
No começo dos anos 1900, houve um movimento antitabagismo, mas ele estava mais relacionado à moralidade do que à saúde. O crescimento no número de crianças e mulheres fumantes era parte de um debate sobre o declínio moral da sociedade. Os cigarros foram proibidos em 16 Estados americanos entre 1890 e 1927. A atenção de Duke voltou-se para o exterior. Em 1902, ele formou a empresa britânica British American Tobacco. As embalagens e o marketing foram ajustados para mercados consumidores diferentes, mas o produto era basicamente o mesmo. "Para ele, todos os cigarros eram iguais. Toda a globalização que hoje nos é familiar, com marcas como McDonalds e Starbucks - tudo isso foi antecipado por Duke e seus cigarros."
A indústria do cigarro continua em expansão até hoje. Apesar de ela estar em queda em determinados países desenvolvidos, no mundo emergente, a demanda por cigarros cresce 3,4% por ano. Em números globais, a indústria ainda está crescendo. A Organização Mundial da Saúde alerta que, caso não sejam adotadas medidas preventivas, 100 milhões de pessoas morrerão de doenças relacionadas ao tabaco nos próximos 30 anos - um número superior à soma de vítimas da Aids, tuberculose, acidentes de carros e suicídios.
Mas Buck Duke pode ser responsabilizado por isso? Afinal de contas, ninguém é obrigado a fumar. Em um ensaio recente para a revista Tobacco Control, Robert Proctor argumenta que todos na indústria tabagista têm sua parcela de culpa. "Nós temos que perceber que anúncios podem ser cancerígenos, junto com as lojas de conveniência e até farmácias que vendem cigarros. Os executivos que trabalham na indústria tabagista causam câncer, assim como os artistas que desenham as carteiras e as empresas de relações públicas e marketing que lidam com essas contas", diz Proctor.
Buck Duke morreu em 1925, antes da era dos grandes processos e da responsabilização do tabaco por doenças como câncer de pulmão. "Eu não o culparia pelo [crescimento do] consumo de cigarros", diz Bob Durden, que é biógrafo do industrial. Ele aponta que Duke também foi responsável por ações positivas, como doações de mais de US$ 100 milhões para o Trinity College, na Carolina do Norte, que foi rebatizado de Duke University, em sua homenagem. "Ele foi tanto um herói quanto um vilão ", diz Goodman. "Buck Duke é um herói em termos de sua compreensão do mercado e da psicologia humana, da formação de preço, da publicidade. Nesse sentido, ele não é vilão. Mas ele fez o mundo fumar cigarros. E os cigarros são o grande problema do século 20."
31 DE MAIO: DIA MUNDIAL SEM TABACO

terça-feira, 28 de maio de 2013

501 - O Museu das Possibilidades

Um museu é algo que as pessoas logo associam com a preservação e a exposição de coisas antigas. No entanto, o Museum of Possibilities, de Steven M. Johnson, destina-se ao porvir. Reúne ideias que os colaboradores lhe enviam, algumas delas até muito esquisitas, sobre objetos que (ainda) não existem. Mas um dia, quem sabe, poderão existir.
Como o "projeto" deste equipamento que pretende tornar mais confortáveis os momentos de um paciente no consultório de seu dentista.

sábado, 25 de maio de 2013

500 - O romantismo na tuberculose

por Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg,
médica pneumologista e historiadora
A tuberculose povoou o imaginário social nos séculos XIX e XX. Por ser doença crônica, de evolução arrastada, cheia de episódios dramáticos de hemoptise e sombras de morte, inspirou a criatividade humana, sendo força criadora de obras consagradas na literatura, artes plásticas, música, teatro e cinema. A tuberculose foi integrada ao romantismo por ter ferido prostitutas, escritores, pintores, músicos, literatos e poetas das altas classes sociais. Byron, Musset, Henry Murger e Alexandre Dumas Filho exerceram influência no romantismo francês da tuberculose. Murger, escritor tuberculoso, apaixonou-se por Cristina Roux (Mimi), tuberculosa, e fez dela a personagem de seu livro “Cenas da vida boêmia”. Puccine o transformou na famosa ópera “La Bohème”. Alexandre Dumas Filho escreveu o celebérrimo livro “A Dama das Camélias” para contar a história da prostituta Alphonsine Duplessis, que morreu tuberculosa aos 23 anos. Verdi aproveitou o tema para a famosa ópera “La traviata”. A tísica, como era conhecida a tuberculose, reinou soberana nos hagiológios, nos palcos, entre os músicos, nos ateliês de pintura e escultura, nos laboratórios, nos tronos, entre os reformadores religiosos e no meio político. Entre os letrados a colheita foi farta e quase todos os poetas tísicos sofreram as agruras das febres vespertinas, suores noturnos, consunção, hemoptises, tosse e morte prematura. Na poesia lírica a febre foi cantada, a tosse versejada, a inapetência e o emagrecimento exaltados e a hemoptise poetizada. A tuberculose impregnou toda a poética no Brasil até o final de 1950. Passa de 40 o número dos poetas que acalentaram em seus pulmões o bacilo de Koch. Noel Rosa, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos foram consumidos pelo bacilo. Na literatura de ficção temos: “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, “Florada na Serra” de Dinah Silveira de Queiroz. Nas artes plásticas a tuberculose foi uma das doenças mais retratadas. Cristóbal Rojas (1858-1890), que morreu tuberculoso, pintou personagens lúgubres, melancólicos e tísicos. A tuberculose moldou a maneira de Edvard Munch (1863-1944) ver o mundo e influenciou sua arte. Sua irmã Sophie morreu tuberculosa, em 1877, com apenas 15 anos. Sua mãe foi vítima do bacilo, quando ele tinha 5 anos. Suas obras: "A Criança Doente", "Melancolia" e "O Leito da Morte" retratam a tuberculose. A tela "O Grito", evidencia toda a sua angustia diante de uma vida marcada pela doença. Fidélio Ponce de León (1895-1949) morreu tísico. Sua obra, "Tuberculose", reflete sua experiência de sofrimento diante da devastadora enfermidade. Alice Neel (1900-1984), ícone do feminismo, que se destacou por suas obras expressionistas de grande intensidade psicológica e emocional, foi tuberculosa. Sua pintura, "TB Harlem", retrata Carlos Negrom, um jovem com fácies típicas de um tísico crônico. Em “Alegoria à Primavera” de Botticelli, a tuberculose está retratada, pois Simoneta Vesputti, a modelo do artista, morreu tuberculosa aos 23 anos. Segundo Rosemberg, a primavera da erradicação da tuberculose um dia chegará, pois a humanidade já enfrentou e venceu outros terríveis invernos.
Publicado in:
Revista Jornal do Médico, Ano VIII / Edição nº48, Janeiro/Fevereiro, 2013
Blog MEMÓRIAS, 24 de março de 2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013

499 - Cursos Abertos Einstein

Os Cursos Abertos Einstein são cursos on-line gratuitos disponibilizados a todos aqueles quem têm acesso à internet.
Essa iniciativa faz parte de um movimento mundial, o open learning, conceito que está revolucionando o ensino: a qualquer hora, de qualquer lugar, uma pessoa pode saber mais sobre temas de seu interesse.
A proposta do Hospital Israelita Albert Einstein é compartilhar o conteúdo utilizado em seus treinamentos institucionais (31 cursos) com profissionais de saúde de todo o Brasil.


Dica do colaborador Nelson José Cunha

domingo, 19 de maio de 2013

498 - Influ-Venn-Za

Quem pode pegar gripe de quem?
Porcos, aves, cavalos, focas, morcegos e seres humanos relacionam-se-se entre si neste interessante Diagrama de Venn da Influenza.

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Clique AQUI para ampliar.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

497 - Comparando estratégias de baciloscopias do escarro no diagnóstico da tuberculose pulmonar

Acurácia diagnóstica da baciloscopia no mesmo dia contra BAAR padrão para tuberculose pulmonar: uma revisão sistemática e meta-análise
A pesquisa de bactérias ácido-álcool resistentes no escarro (BAAR), é o exame mais amplamente disponível para tuberculose pulmonar em países com alta carga da doença. Melhorar a sua precisão é crucial para a realização das metas de detecção de casos estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Infelizmente, muitos pacientes são incapazes de apresentar todos os espécimes necessários para o exame ou de voltar para o tratamento devido a resultados negativos, e relatórios requerem várias visitas à clínica.
Para informar recomendações de política para um Grupo de Especialistas convocado pela OMS, pesquisadores publicaram, recentemente, no Lancet Infectious Diseases, um estudo que avaliou a acurácia do exame de escarro, comparando as estratégias para a obtenção de escarro em 1 dia com as estratégias para a obtenção de escarro em mais de 2 dias.
Os pesquisadores conduziram uma revisão sistemática e meta-análise de artigos de pesquisa comparando a acurácia da microscopia de amostra preparada anteriormente ou no mesmo dia e do exame de BAAR padrão para o diagnóstico da tuberculose pulmonar confirmada por cultura. Eles pesquisaram nas bases Medline, Embase, Biosis e Web of Science, para artigos publicados entre 1 de janeiro de 2005 e 14 de fevereiro, 2012. Dois investigadores identificaram artigos elegíveis e dados extraídos de locais de estudo individuais. Eles geraram estimativas de síntese de dados agrupados (intervalos de confiança de 95%) para a sensibilidade e especificidade, usando meta-análise de efeitos aleatórios, quando quatro ou mais estudos estavam disponíveis.
Foram identificados oito estudos relevantes a partir de cinco artigos registrando 7.771 pacientes com suspeita de tuberculose nos países de baixa renda. Comparado com o método padrão de análise de dois esfregaços com microscopia de luz de Ziehl-Neelsen em 2 dias, o exame de dois esfregaços tomadas no mesmo dia, tinham a mesma sensibilidade (64% [IC95% 60 a 69], para microscopia padrão contra 63 % [58-68] para microscopia no mesmo dia) e especificidade (98% [97 a 99] contra 98% [97 a 99]). Observaram-se resultados semelhantes para os estudos de microscopia de fluorescência empregando diodo emissor de luz e para estudos examinando três lâminas, se estes foram comparados com estratégias de 2 esfregaços ou um com o outro.
Os pesquisadores concluíram que a baciloscopia no mesmo dia é tão precisa quanto o exame de BAAR padrão. Mais dados são necessários para documentar as mudanças necessárias no sistema de saúde para implementar com sucesso a estratégia e avaliar seus efeitos.
Autores: J Lucian Davis MD; Adithya Cattamanchi MD; Prof Luis E Cuevas MD; Prof Philip C Hopewell MD; Karen R Steingart MD.
Uma resenha a cargo de Medical Services de:
Diagnostic accuracy of same-day microscopy versus standard microscopy for pulmonary tuberculosis: a systematic review and meta-analysis - The Lancet Infectious Diseases; Vol 13, Issue 2, Pags 147-154, Feb 2013