Mostrando postagens com marcador poluição. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poluição. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 13 de março de 2025

1404 - Alquil SP2, um passo esperançoso na luta contra a poluição plástica

A poluição plástica é um dos mais importantes desafios ambientais do nosso tempo. Apesar dos esforços para reciclar ou descartar o plástico de forma responsável, vastas manchas de lixo nos oceanos continuam a crescer, e os microplásticos se infiltram em nossos alimentos, água engarrafada e até mesmo no ar. Felizmente, os pesquisadores desenvolveram um plástico biodegradável sem microplásticos que não é apenas durável, mas também totalmente reciclável.
Este material inovador, alquil SP2, é o resultado de uma química inteligente. Pesquisadores do RIKEN Center for Emergent Matter Science o fizeram unindo dois monômeros com pontes salinas reversíveis.
Ao contrário de muitos outros plásticos “biodegradáveis” que não se decompõem em ambientes salgados, o alquil SP2 se decompõe completamente em poucas horas na água do mar. No solo, ele se biodegrada em apenas dez dias, deixando para trás nutrientes valiosos como nitrogênio e fósforo. Além disso, por ser um plástico biodegradável sem microplásticos, ele não deixa para trás nenhum componente tóxico.
O que realmente diferencia o alquil SP2 é sua versatilidade e segurança ambiental. Como os termoplásticos tradicionais, ele pode ser remodelado em temperaturas acima de 120°C para atender a diferentes necessidades. Seus componentes não são tóxicos e são derivados de outras fontes além do petróleo bruto, tornando-o uma alternativa mais ecológica aos plásticos convencionais. A dureza do material pode até ser personalizada ajustando a estrutura química, tornando suas opções de aplicação ainda mais versáteis.
Além disso, ele não gera microplásticos, abordando uma desvantagem significativa dos plásticos atuais. Até agora, os primeiros testes de plástico biodegradável sem microplásticos mostraram que ele pode ser reciclado de forma eficiente, com mais de 80% de seus ingredientes recuperados usando processos simples envolvendo álcool e água salgada.
Apesar de sua promessa, os desafios permanecem. O custo desempenhará um papel fundamental na determinação se o alquil SP2 pode competir com os plásticos tradicionais. Além disso, sua adequação para equipamentos de pesca — uma grande fonte de plástico oceânico — ainda é incerta, pois um material projetado para se decompor na água do mar pode não ser atraente para essa indústria.
É muito cedo para declarar vitória na luta contra a poluição plástica. No entanto, o alquil SP2 representa um passo esperançoso à frente. Ao combinar resistência, reciclabilidade e respeito ao meio ambiente, esse material pode abrir caminho para um futuro mais sustentável.
Joshua Hawkins, in: http://bgr.com/science/this-new-biodegradable-plastic-leaves-no-microplastics-behind/

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

1401 - Problemas associados às emissões de gás carbônico

Vítor M. - PPLWARE

Hoje sabe-se, e está documentado, que as emissões de dióxido de carbono (CO₂) representam um dos principais desafios ambientais da atualidade devido a seus efeitos adversos no clima, na saúde humana e nos ecossistemas.

E existem vários problemas associados. Entre eles:

1. Alterações Climáticas
– Efeito estufa: O CO₂ é um gás com capacidade de reter calor na atmosfera. O aumento das emissões intensifica o efeito estufa, aquecendo o planeta.
– Aquecimento global: O aumento das temperaturas médias globais resulta em fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e secas. – Derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar: O aquecimento provoca o degelo dos polos e glaciares, levando à subida do nível do mar e ameaçando comunidades costeiras.

2. Impactos nos Ecossistemas
– Acidificação dos oceanos: Parte do CO₂ emitido é absorvido pelos oceanos, onde forma ácido carbônico. Isso reduz o pH da água, prejudicando organismos marinhos como corais e moluscos.
– Perda de biodiversidade: As mudanças climáticas alteram habitats, forçando espécies a migrarem ou enfrentarem extinção.

3. Impactos na Saúde Humana
– Aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares: Embora o CO₂ não seja diretamente tóxico, a sua relação com a queima de combustíveis fósseis aumenta a poluição do ar, contribuindo para problemas de saúde.
– Agravação de fenômenos extremos: Tempestades, ondas de calor e outros eventos climáticos intensificados pelo aquecimento global podem causar danos à saúde humana, falta de alimentos e deslocamentos populacionais.

4. Impactos na Economia e Segurança Alimentar
– Redução da produtividade agrícola: O aumento das temperaturas e as alterações nos padrões de precipitação afetam negativamente a agricultura, levando a crises alimentares.
– Custos econômicos elevados: Os danos causados por desastres climáticos, a necessidade de adaptar infraestruturas e a perda de produtividade têm impactos financeiros significativos.

Isto não é inventado, é real, e a cada ano vemos que o problema está se agravando.

Os plástico são outro enorme problema. Mas não viremos as costas a um para acolher outro. É um erro. E a intervenção humana tem mostrado que consegue alterar o que é chamado de "capacidade de se autorregularção do planeta".

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

1395 - Pneus e poluição por microplásticos

A cada ano, bilhões de veículos no mundo todo perdem cerca de 6 milhões de toneladas de fragmentos de pneus. Esses pequenos flocos de plástico, gerados pelo desgaste normal dos pneus, acabam se acumulando no solo, em rios e lagos, e até mesmo em nossos alimentos. Pesquisadores no sul da China encontraram recentemente produtos químicos derivados de pneus na maioria das amostras de urina humana.

Essas partículas de pneu são um contribuinte significativo, mas frequentemente ignorado, para a poluição por microplásticos. Elas são responsáveis por 28% dos microplásticos que entram no ambiente globalmente.

As partículas de pneus tendem a ser feitas de uma mistura complexa de borrachas sintéticas e naturais, junto com centenas de aditivos químicos. Isso significa que as consequências da poluição dos pneus podem ser inesperadas e de longo alcance.

Veículos mais pesados, incluindo carros elétricos (que têm baterias muito pesadas), desgastam seus pneus mais rapidamente e geram mais partículas de microplástico. Com mais de 2 bilhões de pneus produzidos a cada ano, para se adaptarem a carros cada vez mais pesados e numerosos, o problema tende a aumentar.

Extraído de: https://phys.org/news/2024-11-car-quarter-microplastics-environment-urgent.html, PHYS.ORG

quinta-feira, 5 de março de 2020

1139 - COVID-19 faz diminuir a poluição atmosférica na China

De acordo com o Observatório da Terra da NASA e a Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), os níveis de dióxido de nitrogênio (NO₂) diminuíram drasticamente nas últimas semanas, coincidindo com o fechamento de fábricas devido ao coronavírus (COVID-19). Além das fábricas que geralmente operam com combustíveis fósseis, em muitas cidades como Wuhan o tráfego também foi suspenso.
Apenas um efeito semelhante a este é conhecido: quando a crise econômica de 2008 começou, embora nesse caso tenha sido mais gradual e não tão repentina quanto agora.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

1085 - Nuvens marrons e CFC

Veerabhadran Ramanathan (24 de novembro de 1944), cientista atmosférico indiano que, em 1999, descobriu a"Asian Brown Cloud" (foto WIKI) - camadas errantes de poluição do ar tão amplas quanto um continente e mais profunda que o Grand Canyon. As partículas escuras nessas nuvens marrons podem reduzir a chuva, secar a superfície do planeta, resfriar os trópicos e reduzir a luz solar - escurecimento global.
Em 1975, Ramanathan foi o primeiro a demonstrar que os CFCs são os principais gases do efeito estufa. Seus cálculos mostraram que cada molécula de CFC na atmosfera contribui mais para o efeito estufa do que 10.000 moléculas de dióxido de carbono.
Arquivo
76 - "Bombinhas" sem CFC
922 - "O homem que matou um bilhão de pessoas"

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

1009 - Semente mágica: a transformação de água contaminada em potável

Em 2016, os jovens cientistas Letícia Pereira de Souza, 18, e João Gabriel Stefani Antunes, 15, naturais de São Paulo e estudantes em Fortaleza, ganharam o "Prêmio Impacto na Comunidade" da Google Science Fair.
Os estudantes concorreram com projetos de 107 países. A escolha do seu tema, Semente Mágica - Transformando água contaminada em água potável, foi motivada pelo desastre ecológico de Mariana (MG), no qual lama de rejeitos de mineração contaminaram 500 quilômetros do rio Doce. Um dos destaques revelados na pesquisa que eles realizaram foi o seu baixo custo: menos de 1 centavo para limpar um litro de água.
Resumo
O projeto Semente Mágica utilizou extratos da semente de Moringa oleífera para despoluir a água. Essa semente tem propriedades coagulantes que facilitam a purificação de diversos materiais orgânicos presentes na água poluída. Ela também reduz a quantidade de microrganismos presentes na solução, tornando a água potável. Pretendemos usar o projeto para levar água potável para comunidades que não têm acesso a ela, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo a ONU, a água poluída mata mais pessoas do que todas as formas de violência, incluindo as guerras. Queremos, portanto, usar uma alternativa simples e barata para resolver esse problema.
A Moringa oleífera é uma alternativa viável e efetiva para o tratamento de água?
Sim. Após realizados todos os testes, pudemos perceber que a semente é uma alternativa viável para o tratamento de água, especialmente para populações de baixa renda que não têm acesso a um tratamento especializado de água, pois a Moringa oleífera tem baixo custo e alta eficiência, sem trazer consigo os riscos dos coagulantes inorgânicos.
Devido ao fato de a semente ser utilizada triturada, uma alternativa eficaz para a distribuição para a população seria em pequenos sachês contendo a concentração ideal para um litro de água. Eles poderiam ser distribuídos para comunidades sem acesso à água tratada ou vítimas de desastres, as quais perderam momentaneamente o acesso a água de qualidade.
N. do E.
A ação da Moringa na limpeza de águas sujas já era do conhecimento de moradores da Região da Ibiapaba (CE), como pude constatar ao entrevistá-los localmente, na época em que eu lidava com o controle da silicose no Estado do Ceará.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

1007 - A poluição do ar mata 40 mil pessoas por ano no Reino Unido?

Os riscos para a saúde pública decorrentes da má qualidade do ar são considerados semelhantes aos da obesidade no Reino Unido, mas aumentar a conscientização pública sobre esse problema invisível tem sido difícil. Ninguém tem "morte por poluição do ar" registrada na declaração de óbito, dificultando a previsão do número de mortes por ano atribuíveis ao NO2 (dióxido de nitrogênio). Um relatório do Royal College of Physicians sugere que poderia ser em torno de 40 mil óbitos, uma estimativa sujeita a grandes margens de erro (discutidas com mais detalhes pelo estatístico Sir David Spiegelhalter, do WinstonCentre). O cálculo de um número exato não é essencial, pois esses casos extremos provavelmente serão a ponta do iceberg em termos de impactos na saúde e grupos vulneráveis, como crianças ou asmáticos, estão em maior risco.
Os efeitos da exposição a longo prazo a uma má qualidade do ar são notoriamente difíceis de provar e os impactos da exposição cumulativa ou a co-exposição a poluentes múltiplos do ar são amplamente desconhecidos. Os danos de quantificação com base em medidas de exposição podem ser problemáticos, com complicações adicionais decorrentes de diferentes exposições entre regiões, e até mesmo entre indivíduos na mesma rua. No entanto, um workshop realizado na Royal Society reuniu especialistas no campo da qualidade do ar, onde o consenso apoiou que, apesar da incerteza, a evidência existente era suficiente para tomar medidas para reduzir os efeitos negativos da má qualidade do ar.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

951 - Reinventando o fogo para salvar vidas

Em muitos países do mundo ainda é comum utilizar a lenha, o carvão e outros combustíveis sólidos (esterco e resíduos de colheitas) para cozinhar, o que prejudica a qualidade do ar interior e exterior. Um novo estudo analisou o impacto dessas emissões na saúde humana e do clima, e concluiu que a eliminação progressiva deste tipo de cozimento evitaria a morte de 22,5 milhões de pessoas até 2100 e ajudaria a reduzir as temperaturas globais.
Fogões de carvão e madeira são essenciais para aquecer e cozinhar em muitas partes do mundo, Três bilhões de pessoas no mundo têm quase somente a madeira e o carvão para estas necessidades. A maioria delas vive em áreas rurais da Ásia, como a Índia e a China, da Indonésia e América Latina. Em algumas regiões da África sub-saariana a dependência ao carvão e à lenha é quase total.
O banimento seria impensável na atualidade. Simplesmente, em grande parte do mundo, não há a opção do gás natural, por exemplo. Mas há a lenha. Uma alternativa seria incentivar o uso de fogões de combustível sólido, que são mais limpos e mais eficientes, e que apresentam menor consumo de combustível e de emissão de fumaça.
Um exemplo destes fogões é o HomeStove, da BioLite, um fogão que consome metade do combustível, diminui as emissões de fumaça em 90 por cento ou mais e, por extensão, reduz os efeitos ambientais adversos e as mortes associadas à poluição dentro das casas e no exterior.
A cozinha aproveita o calor para produzir eletricidade
Reinventar el fuego para salvar vidas, El País

domingo, 20 de novembro de 2016

922 - "O homem que matou um bilhão de pessoas"

Thomas Midgley Junior (18 de maio de 1889 — 2 de novembro de 1944), engenheiro mecânico e químico estadunidense.
Midgely foi uma figura chave na equipe de químicos, liderados por Charles Kettering, que desenvolveu o chumbo tetraetila, um aditivo à gasolina, bem como alguns dos clorofluorocarbonos (CFCs).
Ao longo de sua carreira, foi concedida a Midgely mais de uma centena de patentes. Apesar de elogiado por suas contribuições científicas (Priestley Medal, 1941), os impactos ambientais negativos de algumas das inovações de Midgley mancharam seu legado, a ponto de ser conhecido, na cultura popular, como "O homem que matou 1 bilhão de pessoas".
Midgley morreu três décadas antes dos efeitos do CFC na camada de ozônio da atmosfera se tornarem amplamente conhecidos.
Outro efeito negativo do trabalho Midgely foi a liberação de grandes quantidades de chumbo na atmosfera, como resultado da combustão em larga escala de gasolina com chumbo em todo o mundo. Altos níveis de chumbo na atmosfera tem sido associada com sérios problemas de saúde, uma vez que o chumbo se acumula no corpo humano (estima-se que um estadunidense tenha em seu sangue hoje 625 vezes mais chumbo do que uma pessoa que tenha vivido antes de 1923 - data do início da adição de chumbo à gasolina).
J.R McNeill, um historiador do ambiente, observou que Midgley "teve mais impacto na atmosfera do que qualquer outro organismo na história da Terra".
Em 1940, com a idade de 51, Midgley contraiu poliomielite, que o deixou gravemente incapacitado. Isso o levou a inventar um elaborado sistema de cordas e roldanas para ajudar os outros a levantá-lo da cama. Este sistema foi a provável causa de sua própria morte, ao enredá-lo em suas cordas e matá-lo por estrangulamento, com a idade de 55 anos. O chumbo tetraetila e os CFCs foram colocados na ilegalidade, mas não há nenhuma informação de que o invento que o matou foi depois banido.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

905 - Poluição do ar: emergência sanitária mundial

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulga dados alarmantes sobre a poluição do mundo.
Noventa e dois por cento de todas as pessoas da população do planeta vivem em lugares onde a poluição do ar está fora dos padrões de segurança. Seis milhões e meio de pessoas no mundo morrem a cada ano (12 por cento de todas as mortes)  por doenças relacionadas com a poluição do ar: infarto, AVC, câncer pulmonar e outras doenças respiratórias.
Um estudo patrocinado pela OMS recolheu amostras do ar em mais de três mil lugares pelo globo. Noventa por cento dessas mortes acontecem sobretudo nas regiões mais pobres. Quem lidera esse ranking é o Turcomenistão com 108 mortes por 100 mil habitantes. Depois vêm o Afeganistão, o Egito, a China e a Índia.
No Brasil, a média foi de 14 mortes por 100 mil habitantes.
A OMS fala em emergência sanitária e recomenda investir em formas de energias limpas e transportes ecológicos.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

811 - China em alerta vermelho por causa da poluição

Esta foi a segunda vez em menos de um mês. Uma grande área, do centro até o leste da China, encontra-se em alerta vermelho por causa da grande poluição aérea.
Na capital chinesa, a densidade das partículas PM 2.5 – as mais finas e suscetíveis de se infiltrar nos pulmões – aproximou-se nos últimos dias dos 450 microgramas por metro cúbico. E a Organização Mundial da Saúde estabelece o máximo de 25 microgramas para que o ar seja considerado saudável.
A revista The Economist diz que respirar o ar de Pequim pode ser equivalente a fumar 40 cigarros por dia.

Por isso, tem gente vendendo ar. Como a empresa Vitality Air que vende garrafas de alumínio com ar puro comprimido das montanhas canadenses. Apesar do preço (custam até 200 reais a unidade). os chineses acabaram com o estoque dessa empresa e ainda fizeram uma lista de espera.
E não foi a primeira vez que alguém lucrou vendendo ar para eles. Em 2013, um empresário chinês ficou milionário vendendo ar em latinhas por 3 reais cada. Em apenas 10 dias, ele vendeu 10 milhões de latas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

672 - Carvão mineral aumentou emissões de gás carbônico no mundo

A relação entre o consumo de energia e as emissões de CO2 mundiais piorou nos últimos dez anos, de acordo com o boletim "Energia no Mundo".
Com o crescimento de 28% na demanda mundial de energia, entre 2003 e 2013, e maior uso relativo de carvão mineral em relação ao petróleo e gás, as emissões de gases do efeito estufa passaram de 2,33 tCO2/tep em 2003 para os atuais 2,37 tCO2/tep. (*)
Quanto ao consumo mundial de petróleo, o boletim aponta que em 2013 foram consumidos 91,3 milhões de barris por dia (Mbbl/d), equivalente a 31 vezes o consumo do Brasil no mesmo ano. Já o consumo de gás natural mundial foi de 3.348 bilhões de metros cúbicos (Gm³), volume 89 vezes maior que o consumido no Brasil.
No carvão mineral, o consumo mundial foi de 3.827 Mtep no ano passado, o que equivale a 232 vezes o consumo do Brasil.
 O boletim Energia no Mundo é produzido anualmente pelo Núcleo de Estudos Estratégicos de Energia do Ministério de Minas e Energia, e apresenta gráficos e dados sobre as matrizes energética e elétrica de 89 países. O documento também traz indicadores sobre a produção e o consumo de energia nesses países e suas relações com o PIB, população, emissões de CO2, entre outros.
N. do E.
(*) tep = tonelada equivalente de petróleo. Em 2013, o Brasil emitiu 1,55 tCO2/tep (este indicador é 37% menor do que o indicador mundial).
A extração e o transporte do carvão mineral, sem o cumprimento das medidas de controle recomendadas, causam o adoecimento pela pneumoconiose dos trabalhadores do carvão.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

549 - Organização Mundial da Saúde classifica poluição do ar como cancerígena

Genebra – A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a poluição do ar como cancerígena para os seres humanos, anunciou hoje (17) o Centro Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc, da sigla em inglês), uma agência especializada da organização.
“O ar que respiramos se tornou poluído com uma mistura de substâncias causadoras de câncer. Sabemos hoje que a poluição é, não só um risco importante para a saúde em geral, como também uma das principais causas das mortes por câncer”, afirmou Kurt Straif, da Iarc, em uma conferência de imprensa em Genebra.
Os pesquisadores da Iarc concluíram que “há provas suficientes” de que “a exposição à poluição do ar provoca câncer de pulmão” e aumenta “o risco de câncer da bexiga”, depois de analisarem estudos envolvendo milhares de pessoas acompanhadas durante várias décadas.
Embora a composição da poluição e os níveis de exposição variem acentuadamente entre diferentes locais, a agência afirma que esta classificação se aplica “a todas as regiões do mundo”. A poluição do ar já era cientificamente considerada como causa de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Em comunicado, a agência afirma que os níveis de exposição à poluição aumentaram significativamente em algumas zonas do mundo, principalmente aquelas que se estão se industrializando rapidamente e são muito populosas.
Segundo a Iarc, dados de 2010 indicam que 223.000 mortes por câncer de pulmão foram causadas pela poluição do ar. A agência mediu a presença de poluentes específicos e misturas de químicos no ar e as conclusões apresentadas hoje se baseiam na qualidade do ar em geral.
“A nossa tarefa era avaliar o ar que todas as pessoas respiram e não focarmos em poluentes específicos”, explicou Dana Loomis, da agência. “Os resultados dos estudos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta significativamente para as pessoas expostas à poluição do ar”, acrescentou.
A Iarc vai publicar as conclusões do estudo, de forma pormenorizada, na semana que vem, na revista médica britânica The Lancet.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

542 - Número de mortes por poluição é superior ao de mortes por acidentes no Estado de São Paulo

Foi a conclusão de uma pesquisa intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo”, realizada com informações de 2006 a 2011, tendo como base a análise dos níveis do poluente PM 2,5 (material particulado), comparados aos níveis considerados seguros pela OMS, para levantar dados de adoecimento, mortalidade e gastos públicos atribuídos à poluição.
“São números atualizados e de extrema importância para a sociedade”, explica a responsável pelo estudo, Evangelina Vormittage, presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade. “No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadoras de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão”, ressalta Evangelina.
A análise avalia a situação ambiental da poluição no Estado de São Paulo e de seus efeitos sobre a saúde de duas maneiras: pela mortalidade atribuível e pelo DALY (Disability Adjusted Life Years, que possui dois componentes: o número de anos perdidos por morte precoce e o número de anos de vida vividos com incapacidade), um parâmetro criado pela OMS para indicar a carga de dano de doenças no mundo. Essa medida não mostra apenas a mortalidade, mas também a perda de qualidade de vida por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão, atribuíveis à poluição atmosférica – especificamente o poluente material particulado, objeto do estudo. A pesquisa ainda contempla a valoração do DALY e os gastos públicos em saúde.
O estudo teve apoio dos pesquisadores Prof. Dr. Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e sua equipe, e da Dra. Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP.

sábado, 17 de agosto de 2013

528 - As dez cidades mais poluídas do mundo

A organização não governamental (ONG) Instituto Blacksmith, em parceria com a revista Time e a rede australiana ABC Environment, divulgou sua segunda lista anual das dez cidades mais poluídas do mundo. Entre os dez municípios mais poluídos, dois se localizam na China, dois na Índia, dois na Rússia, um no Azerbaijão, um na Ucrânia, um no Zâmbia (única cidade na África) e um no Peru (único município latino-americano).
No total, cerca de 12 milhões de habitantes são afetados pelas más condições ambientais que possuem essas cidades, tais como poluição atmosférica, água contaminada, exposição a metais pesados etc.
“Essas cidades não estão no circuito turístico, então não há muita atividade global, mas precisamos fazer algo a respeito disso”, comentou Richard Fuller, presidente do Instituto Blacksmith, à Time.
Aqui, a classificação dos dez municípios, com os problemas que possuem e o número de habitantes afetados.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
Linfen, China - 1ª cidade da lista

terça-feira, 7 de maio de 2013

494 - Uma vitória contra o amianto

Justiça decide a favor da vida e do meio ambiente
por Conceição Lemes
publicado em 1º. de maio de 2013, no site VIOMUNDO
A fazenda de São Félix, com 700 hectares, fica no município de Bom Jesus da Serra, no sudoeste da Bahia, a 410 km de Salvador.
O turista desavisado logo se encanta com este canyon com lago de águas esverdeadas, circundado por imensos paredões. Dá vontade de conhecê-lo melhor de barco, talvez até mergulhar; os apaixonados por pesca logo se perguntarão sobre os peixes que vivem aí.
Só que quem vê paisagem, não vê o seu coração.
Além de uma galeria subterrânea de 200 km de extensão, esse grande canyon é – acreditem! — o que restou da exploração da primeira mina de amianto no Brasil, a de São Felix, em Bom Jesus da Serra.
Até a década de 1930, o Brasil importava tudo o que consumia desse mineral. Em 1937, esse quadro começou a mudar com a fundação da Sama (Sociedade Anônima Mineração de Amianto) e a descoberta da mina de amianto de São Felix. Em 1939, começava aí a exploração do amianto no País. Em 1967, a mina foi fechada.
Durante esse período, a Sama, inicialmente explorada pelos franceses da Saint-Gobain/Brasilit, e mesmo depois (o sucessor em interesse atualmente é a empresa nacional Eternit S/A), não se preocupou com as condições de vida dos trabalhadores e habitantes do entorno da jazida. Tampouco adotou medidas para reduzir os prejuízos causados pela mineração e evitar a contaminação da água e do ar.
Em 2009, então, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado da Bahia entraram com uma ação civil pública contra a Sama (atualmente, chama-se S/A Minerações Associadas, que pertence ao grupo Eternit), por conta dos danos ambientais.
Em liminar, a Justiça Federal em Vitória da Conquista, Bahia, determinou à Sama a realização de uma série de medidas em defesa do meio ambiente e da segurança da população.
A Sama tentou anular a decisão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Porém, por unanimidade, o TRF-1 ( processo nº 0031223-88.2009.4.01.0000), manteve a decisão de primeira instância.
A mineradora terá de realizar estudos técnicos para a elaboração do Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD).
Para isso, informa o Portal Poções, a Sama terá de presentar projeto ambiental pormenorizado, firmado por profissional habilitado e aprovado por técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com cronograma de execução e implantação.
[...]
Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores (3º.) e exportadores (2º.) de amianto do mundo. A extração, antes feita em Poções foi transferida para Minaçu, interior de Goiás, na divisa com o Tocantins. Aí fica a mina de Cana Brava, a única em exploração no Brasil.
Postagens relacionadas
280 - Vítimas de amianto na Itália
296 - A toalha de mesa de Carlos Magno
355 - Amianto: a polêmica do óbvio

domingo, 21 de outubro de 2012

429 - Fontes de poluição atmosférica

Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia. Este valor varia em função da atividade física de cada um. Em geral, não é necessário, nem possível, corrigir a composição do ar que se respira, sendo esta a principal diferença entre o consumo de ar e o consumo de água. A água passa por um tratamento prévio, o que a torna um produto industrial para ser consumido. O ar, ao contrário, deve ser consumido exatamente como existe na natureza, “in natura”. Por este motivo, é muito importante que a sociedade entenda e respeite as medidas de preservação da qualidade do ar.
O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz resíduos que podem poluir o ar. A poluição atmosférica pode ser causada por fontes fixas ou móveis, dependendo dos processos que liberam os poluentes no ar.
Fontes fixas - As indústrias são as fontes mais significativas, ou de maior potencial poluidor. Também se destacam as usinas termoelétricas, que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, bem como os incineradores de resíduos, com elevado potencial poluidor. Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo, que também podem influenciar a composição do ar.
Fontes móveis - Os veículos automotores, juntamente com os trens, aviões e embarcações marítimas são as chamadas fontes móveis de poluentes atmosféricos. Os veículos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em: leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool como combustível); leves comerciais (utilizam gás natural veicular, o GNV, ou óleo diesel); e veículos pesados (somente de óleo diesel).
Os poluentes podem ser divididos, de acordo com sua origem, em duas categorias:
- Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes;
- Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

297 - O relógio carbônico

Uma funcionalidade recém-instalada no Acta, o relógio carbônico tem o objetivo de mostrar o incremento do CO2 na atmosfera a cada instante, apresentando em tempo real uma estimativa da concentração desse gás na atmosfera. Para funcionar, o relógio carbônico utiliza os dados gerados pelo Laboratório de Monitoramento e Diagnóstico do Clima, localizado a 3500 metros de altitude no observatório de Mauna Loa, no Havaí.
O laboratório é considerado um dos mais confiáveis do mundo para esse tipo de avaliação, uma vez que o ar por ele coletado não sofre a influência de fontes evidentes de poluição industrial ou de absorção de CO2 como uma floresta. Além disso, o laboratório possui a maior série histórica de amostragens, com dados coletados desde 1955.
Os valores exibidos são uma projeção baseada nos últimos dois meses e descartam as variações sazonais causadas por alterações na taxa de absorção do poluente por plantas e oceanos.
Dióxido de carbono
Descoberto em 1754 pelo escocês Joseph Black, o dióxido de carbono é um gás fundamental para a manutenção da vida no planeta. Sem ele, plantas e outros organismos não realizariam o processo da fotossíntese, que transforma a energia solar em energia química. Este processo é uma das fases do chamado ciclo do carbono, vital para a manutenção dos seres vivos.
Entre os séculos 18 e 19, o nível do dióxido de carbono presente na atmosfera era de aproximadamente 280 ppm (partes por milhão), mas após a Revolução Industrial, no final do século 19, esse valor não parou mais de crescer e atualmente já atinge quase 390 ppm, um aumento de 39%.
Devido ao aumento da temperatura do planeta nos últimos 100 anos, diversos cientistas associaram o fenômeno ao incremento da concentração de CO2 e hoje o gás é considerado o maior responsável pelo aquecimento global.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

223 - Verde que não te quero verde

A cor verde é adotada pela Ecologia. São muitos os artigos e produtos a ela relacionados em que esta cor é ressaltada para lembrar a questão do meio ambiente. No entanto, num comunicado ao New York Times, o químico alemão Michael Braungart disse que tingir plástico de verde ou imprimir tinta verde sobre papel são atividades poluidoras.
O coautor do livro Cradle to Cradle, Braungart, explicou que o verde é uma cor difícil de ser obtida; muitas vezes, substâncias tóxicas têm de ser usadas para estabilizá-la. E que plástico e papéis verdes não podem ser reciclados de forma segura, pois poluem tudo com que estejam em contato.
O Pigmento Verde 7, o tipo de verde mais usado, é um pigmento orgânico, porém contém cloro; o Pigmento Verde 36 inclui átomos de cloro e bromo enquanto o Pigmento Verde 50 tem cobalto, titânio, níquel e zinco.
Muitas tintas, populares nos séculos 18 e 19, continham arsênio. Aparentemente, uma delas, o Verde de Scheele, criado na Suécia na década de 1770, é considerada por alguns historiadores como a causa da morte de Napoleão Bonaparte, em 1821. Um papel com o Verde de Scheele revestia sua úmida cela na ilha de Santa Helena. E outra das vítimas desta tinta foi o próprio Scheele, falecido aos 44 anos, sem suspeitar de que ela fosse tóxica.

terça-feira, 27 de julho de 2010

176 - Poluição em dobro?

Os cientistas neo-zelandeses Robert e Brenda Vale, em estudo publicado na revista "New Scientist" (outubro de 2009), chegaram à conclusão de que um cão pode poluir duas vezes mais do que um carro.
Memória do cálculo
Um cachorro de tamanho médio, que come 164 quilos de carne e 95 quilos de cereais por ano, o seu impacto no meio ambiente corresponde a uma superfície de 0,84 hectares.
Por outro lado, um veículo 4x4, que percorre 10.000 quilômetros anuais, levando-se em conta a energia necessária para sua fabricação e a utilizada para seus deslocamentos, tem um impacto ecológico de 0,41 hectares, duas vezes menos do que o cão.
Reação
Foi essa a reação apresentada por um dos defensores dos animais de estimação:
"Os cientistas, às vezes, gostam de se divertir, e aqui, visivelmente, se divertiram com os números..."
Comentário do blog
Polui em dobro, sim, quando o próprio cão pilota o carro (PG).

Publicado em Entrementes