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quinta-feira, 21 de março de 2024

1353 - Más notícias

Em "Três Homens em um Barco" (1889), o narrador lê um livro de medicina e fica impressionado com a certeza de que tem todas as condições ali descritas:
Cheguei à febre tifóide - li os sintomas - descobri que estava com febre tifóide, devo tê-la há meses sem saber - e me perguntei o que mais eu tinha contraído; procurei a Dança de São Vito - descobri, como eu esperava, que eu também tinha isso... Procurei conscientemente nas vinte e seis letras do alfabeto, e a única doença que pude concluir que não contraí foi o joelho da empregada doméstica (bursite pré-patelar).

Este é um fenômeno reconhecido. Em 1908, o neurologista de Boston George Lincoln Walton relatou:
Os instrutores médicos são continuamente consultados por estudantes que temem ter as doenças que estudam. O conhecimento de que a pneumonia produz dor num determinado local leva a uma concentração de atenção naquela região, o que faz com que qualquer sensação ali dê alarme. O mero conhecimento da localização do apêndice transforma as sensações mais inofensivas daquela região em sintomas de uma grave ameaça.
Em 2004, o psiquiatra da Universidade de Toronto, Brian Hodges, observou que se diz que a "doença dos estudantes de medicina" afeta 70 a 80 por cento dos estudantes, muitas vezes invadindo os seus sonhos. Walton escreveu: "O estudante sensato aprende a acalmar esses medos, mas a vítima de 'hipos' (hipocondria) retorna repetidamente para exame, e talvez finalmente chegue ao ponto de transmitir, em vez de obter, informações".

Um homem que mudava constantemente de médico finalmente chamou um jovem médico que estava apenas começando sua prática.
"Perco o fôlego quando subo uma colina ou um lance de escadas íngremes", disse o paciente. "Se eu me apresso, muitas vezes sinto uma dor aguda na lateral do corpo. Esses são os sintomas de um grave problema cardíaco."
"Não necessariamente, senhor", começou o médico, mas foi interrompido.
"Perdão!" disse o paciente irritado."Não cabe a um jovem médico como o senhor discordar de um inválido velho e experiente como eu, senhor!"
(https://www.futilitycloset.com/2023/12/30/bad-news-2/)

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

1125 - Vírus Ebola: de 90% de mortalidade a 90% de cura

Recentemente, tive a oportunidade de visitar o Micropia, o único museu do mundo - pelo menos, segundo eles - dedicado a micróbios. Uma de suas seções é dedicada a algumas das doenças que eles causam. E um dos microorganismos incluídos nesta seção é o vírus Ebola, que causa uma terrível febre hemorrágica.
O texto, que acompanha a escultura em vidro de Luke Jerram que o representa, diz (os negritos são meus):
O Ebola é uma doença viral aterrorizante para a qual ainda não há cura. Em cerca de 90% dos casos, o Ebola tem um resultado fatal. Embora a doença seja muito contagiosa, as vítimas morrem tão rapidamente que, geralmente, há pouco tempo para infectar muitas outras. É por isso que a propagação do vírus é limitada. 
A Micropia foi inaugurada em 30 de setembro de 2014, tendo sido o texto preparado um pouco antes. Mas, quando visitei o museu - menos de cinco anos após sua inauguração - o texto havia se tornado obsoleto. Porque novos tratamentos com anticorpos monoclonais já obtêm até 90% de cura se forem aplicados a tempo.
Extraído de: Virus del ébola: de un 90% de mortalidad a un 90% de curaciones, por @Wicho. In: Microsiervos

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

1027 - Alguém já pegou o resfriado comum no espaço?

As agências espaciais, como a NASA, são extremamente cautelosas com qualquer doença antes de enviar os astronautas para o espaço. Qualquer problema de saúde - da gripe suína para a gripe comum - pode ser desastroso para todos os membros da tripulação, pois a microgravidade enfraquece o sistema imunológico, tornando a doença muito mais proeminente. O resfriado comum, por exemplo, com o congestionamento que causa nas vias aéreas, pode fazer com que os ouvidos fiquem bloqueados, especialmente durante as mudanças de pressão que ocorrem numa caminhada espacial.
Como prevenção, os astronautas são mantidos em quarentena antes de se deslocarem para o espaço. Além disso, para verificar se há problemas pré-existentes, os astronautas devem ser submetidos a um exame físico completo. Isso inclui swabs e outros testes de laboratório na semana que antecede o lançamento. Após o exame inicial e sete dias antes da decolagem, o contato dos astronautas com outras pessoas é limitado. Esta etapa do processo de quarentena é rigorosa e até mesmo o médico da equipe que acompanha os testes permanece isolado com a equipe. E qualquer pessoa que adoeça durante este período é proibida de trabalhar com os membros da tripulação.
No entanto, apesar de testes tão rigorosos, houve astronautas que ficaram doentes no espaço. Wally Schirra (foto acima), da Apollo 7, teve um resfriado no meio de sua missão. Outros astronautas, como Frank Borman, da missão Apollo 8, Hans Schlegel e outros astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, também ficaram doentes, mas isso se deveu principalmente a seus corpos tentando se adaptar à microgravidade.
Has anyone ever caught the common cold in space?, Space Answers

quinta-feira, 9 de março de 2017

958 - Cálculo/calcular

A origem dessas duas palavras está na palavra grega kalyx para seixos ou pedras pequenas. As manipulações de pedras pequenas em tábuas de contagem para fazer operações aritméticas conduziram aos significados matemáticos atuais de cálculo e calcular.
A raiz de cascalho ainda está presente no uso médico da palavra cálculo, o termo utilizado para designar formações pétreas de composições diversas (cálcio, colesterol, urato etc.) no organismo humano, em especial nas vias urinárias e biliares, e também nos animais, podendo causar enfermidades.
O nome para o elemento cálcio vem da mesma raiz. O prefixo "calci" geralmente está relacionado ao cálcio ou ao calcário de alguma forma.
VÍDEO
PEDRA NOS RINS c/ o Dr. Drauzio Varella
Ao contrário do que se pensa, não faz bem beber água em grande quantidade quando se tem uma crise de cólica renal por cálculo.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

713 - Duas razões para estudar as enfermidades raras

"Un ser humano está construido en base a la información contenida en aproximadamente 20.000 genes. Cada uno de esos genes es una pieza que desde el mismo momento de la unión entre óvulo y espermatozoide comienza a funcionar para conformar lo que poco a poco irá creciendo y completándose hasta ser un ser adulto e independiente. Durante toda la vida de dicho ser, esas 20.000 instrucciones seguirán presentes: algunas estarán constantemente siendo utilizadas, otras permanecen latentes, otras se silenciarán en determinado momento; pero el ser adulto no necesitará nueva información para seguir viviendo hasta el fin de sus días. En un caso ideal, las 20.000 dosis de información contendrán un número de errores o imperfecciones lo bastante pequeño como para que el individuo lleve una vida relativamente cómoda, consiga reproducirse (si lo desea) y viva tantos años como físicamente sea posible (obviando muerte por causas accidentales). No hace falta ser matemático para imaginar que este caso ideal es altamente improbable: todos, absolutamente todos y cada uno de nosotros portamos tal cantidad de errores en nuestros genes que es más probable que ninguno encajásemos en lo que se pudiese definir como un “ser humano estándar”; como se suele decir, todos tenemos “nuestras teclas” y en cierto modo es reconfortante pensar que en realidad no existe una norma a la que nos acercamos en mayor o menor medida, sino que la especie humana conformamos un conglomerado de variedades genéticas en cuya diversidad reside un gran potencial, así como una gran belleza. Pero hay algunas de estas variedades genéticas que traen acarreados graves problemas para la salud, y su proporción en un grupo humano de gran tamaño es tan baja, que constituyen una rareza. Esto es, a grandes rasgos, lo que define a las enfermedades raras. Es fácil entender que esta “rareza” se debe, pues, a una mínima presencia comparada con otras enfermedades debidas a causas más comunes, y por eso se llaman también enfermedades minoritarias."
jindtres.blogspot.com.br

terça-feira, 16 de setembro de 2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

653 - Doenças na criança por contato com animais

Conheça algumas doenças que eventualmente podem ocorrer em contato com os animais, sobretudo, se a criança estiver com baixa imunidade.
Arranhadura de gato
É causada por uma bactéria que vive normalmente na boca de animais, principalmente de felinos, e que podem ser transmitidas por arranhadura ou lambida sobre uma pele machucada. ► Caracteriza-se por um aumento de gânglio (íngua) perto da região por onde entrou a bactéria, com ou sem febre. Em crianças o gânglio acometido pode ser aquele que fica perto da orelha (pré-auricular), ou do pescoço.
Toxoplasmose
Doença transmitida pelas fezes de felinos ou pela ingestão de carnes mal passadas. “As grávidas podem passar o agente para o feto causando a doença, que é congênita. Por isso, é importante fazer o teste de sorologia durante a gravidez para que, diante de um resultado positivo, o médico possa agir e proteger o feto”, alerta doutor Takanori. ► Pode evoluir com febre, mal estar, dores musculares, com evolução, às vezes prolongada, de muitos dias. A febre pode vir acompanhada do aumento de gânglios no pescoço. Mas, pode acontecer de o paciente não apresentar nenhum sintoma, por isso, muita gente se surpreende com o resultado positivo ao fazer o exame.
Psitacose
A bactéria é transmitida por pássaros, por meio das fezes ou das secreções, sobretudo, durante a higienização de gaiolas. ► Caracteriza-se por apresentar tosse seca e irritante, de longa duração, às vezes, por mais de mês, acompanhada ou não de febre e que pode evoluir para pneumonia.
Doenças causadas por giárdia e salmonela
A Giardia é um protozoário (parente de ameba) e a Salmonela é uma bactéria. Ambos vivem no intestino de praticamente todos os animais e são eliminadas pelas fezes. Ao entrarem em contato com estes animais e levarem a mão à boca, as pessoas podem se contaminar. ► Trata-se das principais causas de diarreia causada pelo contato com animais.
Toxacaríase
É causada por um verme (o toxocara) que a criança pode contrair também em contato com as fezes dos gatos ou cachorros. Existem dois tipos: a chamada Larva Migrans Cutânea (bicho geográfico) e a Larva Migrans Visceral. ► Na forma cutânea, a larva causa sintomas locais: túneis na pele que coçam bastante. A forma visceral é mais grave, pois a larva penetra no organismo e causa tosse, chiado, febre e danos oculares.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

583 - A bradicardia na família Brady

The Brady Bunch? New evidence for nominative determinism in patients’ health: retrospective, population based cohort study
(citar este artigo como BMJ 2013;347:f6627)
RESUMO
Objetivo
Determinar se um nome pode influenciar a saúde de uma pessoa, avaliando se as pessoas com o sobrenome "Brady" têm uma maior prevalência de bradicardia.
Projeto
Retrospectivo, com estudo de coorte de base populacional.
Local
Um hospital universitário em Dublin, Irlanda.
Participantes
As pessoas com o sobrenome "Brady" em Dublin, localizadas através da utilização de uma lista telefônica online.
Principal medida de desfecho
A prevalência de participantes que tiveram marcapassos inseridos para bradicardia entre 1º. de janeiro de 2007 e 28 de fevereiro de 2013.
Resultados
579 (0,36%) de 161 967 pessoas que constavam da lista telefônica de Dublin tinha o sobrenome "Brady". A proporção de pacientes portadores de marcapasso foi significativamente maior entre os Brady (n = 8, 1,38%) do que entre os não-Brady (n = 991, 0,61%, P = 0,03). O odds ratio não ajustado (intervalo de confiança de 95%) para o implante de marcapasso entre os indivíduos com o sobrenome "Brady" em comparação com indivíduos com outros sobrenomes foi de 2,27 (1,13-4,57).
Conclusões
Os pacientes chamados "Brady" estão em maior risco de necessitar de implante de marcapasso em comparação com a população geral. Esta constatação mostra um papel potencial para o determinismo nominativo (pôr link) em saúde.
N. do A. (Acta)
Outros exemplos de sobrenomes em trabalhos publicados sobre o determinismo nominativo: Fear (saúde mental), Ache (atividade muscular), Bone (osteoporose), Flood (incontinência), Harte (arritmias cardíacas), Byrne (queimaduras), Loone (distúrbio bipolar) e Paine (dor pélvica). 11/02/2015 - Atualizando...
Outro caso de determinismo nominativo: Charles E. Speaks escreveu o livro "Introduction to Sound".

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

542 - Número de mortes por poluição é superior ao de mortes por acidentes no Estado de São Paulo

Foi a conclusão de uma pesquisa intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo”, realizada com informações de 2006 a 2011, tendo como base a análise dos níveis do poluente PM 2,5 (material particulado), comparados aos níveis considerados seguros pela OMS, para levantar dados de adoecimento, mortalidade e gastos públicos atribuídos à poluição.
“São números atualizados e de extrema importância para a sociedade”, explica a responsável pelo estudo, Evangelina Vormittage, presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade. “No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadoras de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão”, ressalta Evangelina.
A análise avalia a situação ambiental da poluição no Estado de São Paulo e de seus efeitos sobre a saúde de duas maneiras: pela mortalidade atribuível e pelo DALY (Disability Adjusted Life Years, que possui dois componentes: o número de anos perdidos por morte precoce e o número de anos de vida vividos com incapacidade), um parâmetro criado pela OMS para indicar a carga de dano de doenças no mundo. Essa medida não mostra apenas a mortalidade, mas também a perda de qualidade de vida por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão, atribuíveis à poluição atmosférica – especificamente o poluente material particulado, objeto do estudo. A pesquisa ainda contempla a valoração do DALY e os gastos públicos em saúde.
O estudo teve apoio dos pesquisadores Prof. Dr. Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e sua equipe, e da Dra. Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

472 - Sobre doenças raras

  • Uma doença é considerada rara quando afeta menos de 1 em 2 mil indivíduos. 
  • Há cerca de 7 mil doenças raras. 
  • Estima-se que 250 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de uma doença rara. 
  • São frequentemente crônicas, progressivas, degenerativas e com riscos à vida. 
  • São incapacitantes: a qualidade de vida dos pacientes é frequentemente comprometida pela perda de autonomia. 
  • Os pacientes e suas famílias são alvos de muita dor e sofrimento. 
  • 75 por cento das doenças raras afetam as crianças. 
  • 30 por cento dos pacientes com doenças raras morrem antes dos 5 anos. 
  • 80 por cento das doenças raras têm origem genética identificável. 
  • Não existe tratamento eficaz para a maioria das doenças raras.
29/02 (entre ontem, 28, e hoje, 1.º) - Dia das Doenças Raras

Postagem relacionada: 69 - Doenças raras

sexta-feira, 29 de junho de 2012

391 - Agrotóxicos

Utilizados no combate às pragas, doenças e plantas invasoras, os defensivos agrícolas (agrotóxicos) podem causar danos a saúde e ao meio ambiente.
Os especialistas recomendam uma série de cuidados com esses produtos, o que vai desde a compra, passando pela utilização, até o descarte das embalagens vazias.
Na hora da compra, por exemplo, é preciso levar um receituário agronômico e o produto deve ter registro na agência estadual de defesa sanitária animal e vegetal. O transporte deve ser feito em um compartimento separado do motorista, já o armazenamento precisa seguir as normas da ABNT. Produtos com vazamentos, vencidos ou com embalagens deterioradas, devem ser devolvidos ao fabricante. O uso de equipamento de proteção individual (EPI) é obrigatório para quem vai diluir ou aplicar os defensivos, o que inclui calças, jalecos, botas, respiradores, bonés e luvas. As embalagens vazias não podem ser reaproveitadas. O destino são as unidades de recolhimento ou, em alguns casos, a devolução para o fabricante.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

337 - Doenças causadas pelo uso do ar-condicionado

Saiba como evitar as doenças causadas por ar-condicionado em excesso
É muito comum no verão as pessoas usarem o ar-condicionado em casa, no carro e no trabalho. Mas, apesar de aliviar a sensação de calor, a máquina é um meio de disseminação de doenças.
Segundo alergistas, o ar-condicionado é um dos maiores causadores de doenças respiratórias.
O ar frio resseca a mucosa do nariz, a qual é responsável por defender o organismo da entrada de bactérias no pulmão.
Para o pneumologista Ricardo Millinavicius, diretor da SBPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia), ficar mais de três ou quatro horas em um ambiente com ar-condicionado aumenta as chances de contrair gripe, resfriado e outras infecções.
Dicas
Troca e limpeza do filtro: são fatores primordiais para evitar proliferação de germes no aparelho. É importante que a troca seja feita pelo menos uma vez por ano e os tubos precisam ser limpos a cada seis meses. No caso do carro, o filtro deve ser trocado a cada 10 mil quilômetros.
Mudanças bruscas de temperatura: outro problema nesta época do ano é a mudança brusca de temperatura de um ambiente muito frio para outro muito quente, o que também resseca a mucosa. Para evitar danos à saúde, o pneumologista da SBPT afirma que a temperatura ideal do ar-condicionado deve ser entre 20 e 22ºC. Antes de sair de um ambiente frio para outro quente, a pessoa deve colocar um agasalho para atenuar a mudança brusca. É necessário esperar até que a temperatura do corpo se equilibre.
Hidratação: com o ar-condicionado ligado muito tempo é comum a diminuição da umidade no ambiente provocada pelo aparelho. O especialista recomendam a ingestão de bastante água e o uso de soro fisiológico no nariz para umidificar a mucosa ressecada. Para quem tem o aparelho em casa e gosta de dormir com ele ligado é recomendável usar umidificadores ou manter tigelas com água no ambiente.
Fonte: Ribeirão Preto Online, com redação modificada.

domingo, 11 de setembro de 2011

296 - A toalha de mesa de Carlos Magno

Talvez o mais famoso usuário de amianto tenha sido o imperador Carlos Magno. Ele possuía uma toalha de mesa feita com esse material e gostava de usá-la quando recebia convidados para comes e bebes. Então, ao final da noite, quando a toalha precisava ser limpa, ele a jogava ao fogo. O que acontecia com a toalha deixava os seus convidados impressionados.
Diz-se que Carlos Magno usava do truque para convencê-los de que tinha poderes sobrenaturais.
Outras culturas chegaram a ter roupas feitas de amianto. Eram consideradas práticas, pois podiam ser limpas através do fogo. Colocando-as nas chamas, as pessoas conseguiam retirar suas manchas. Algumas dessas roupas à prova de fogo foram mostradas ao viajante Marco Polo (com a "revelação" de que eram feitas a partir da lã de uma salamandra).
Mas ele era menos crédulo do que os convidados de Carlos Magno.
Nota
Amianto é literalmente tão velho quanto as montanhas. Plínio, o Velho, descrevia-o como sendo um material inextinguível. Daí ter como sinônimo a palavra asbesto (de asbestinon, o que nunca se apaga). Devido a esta e a  outras propriedades físicas tornou-se um mineral muito utilizado em todo o mundo. No entanto, está na gênese de algumas doenças graves como a asbestose, o câncer de pulmão e o mesotelioma maligno. PGCS
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19/09/11 - Post Scriptum
Publicada em seguida no Luís Nassif Online, esta postagem recebeu lá 5 comentários. Dou destaque ao comentário do leitor Ivan Moraes:
"Minha casa tem amianto do teto às paredes. É um problema sério quando um pedacinho quebra e eu tenho que consertar. Devido às leis americanas, você tem que ter roupa de astronauta para lidar com o amianto. Aqui, porque está nas paredes está ótimo - minha casa é quentíssima no inverno - mas é canceroso quando está no ar. Portanto, não dá para trocar paredes de lugar nessas casas mais velhas, é caro demais e requer trabalhadores especializados.
O amianto em fibra (cujo nome não sei) era misturado ao reboco das casas, antigamente. Até o WTC tinha amianto como isolante - um dos melhores e mais conhecidos isolantes térmicos do mundo. Só não pode sair de lá. É tão 'grilante' que até para colocar um parafuso na parede eu tomo varias precauções, e limpo toda e qualquer sombra de pozinho, imediatamente.
Uma curiosidade: nunca conheci casos de ourives em BH que tiveram câncer de pulmão, embora eles (antigamente) trabalhassem com um pedaço de amianto, bem na frente do rosto, por anos a fio - usado igualmente como isolante térmico - quando soldavam peças em anel ou pulseira.
Leiam o artigo original em inglês: ele menciona ourivesaria e asbestos, com direito a foto de joia de Faberge, com um uso que eu não conhecia até hoje, e menciona também os freios de carros feitos de amianto." IM

quarta-feira, 16 de março de 2011

248 - Koro

Queixam-se alguns homens que seus pênis, quando flácidos, se apresentam retraídos para seus corpos. Isto pode ser uma consequência da obesidade. Devido à gordura púbica que, na referida situação, se for muito exuberante poderá ocultar o pênis flácido.

Koro
É o transtorno psicológico causado pelo receio dessa retração do pênis para o corpo. Enraizado na cultura de alguns países asiáticos, está associado com a crença de que determinados atos sexuais (tais como sexo com prostitutas, masturbação ou mesmo poluções noturnas) possam afetar o suposto equilíbrio yin/yang. O transtorno provoca pânico e medo de morrer em seus portadores.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

220 - Doenças respiratórias no Brasil. Pesquisa por entrevistas

Com o objetivo de levantar junto à população brasileira mais informações sobre o seu conhecimento acerca da saúde respiratória e dos males que a atingem, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) encomendou uma pesquisa ao Instituto Datafolha. Na pesquisa realizada, foram entrevistados 2.242 brasileiros com 16 anos ou mais, em 143 municípios, sendo obedecidas as proporções de classes sociais, sexo, local de residência e escolaridade existentes hoje no país.
Logo no início, surgiram alguns dados alarmantes. Indagados sobre as doenças pulmonares que conheciam, 15 por cento não souberam citar uma única. E a média, entre os entrevistados, foi de 2,1 doenças conhecidas.
Depois, foi-lhes apresentado uma lista com os principais males que atingem o sistema respiratório: gripe e resfriado, asma, pneumonia, tuberculose, embolia pulmonar, câncer de pulmão, enfisema pulmonar, bronquite, rinite alérgica, hipertensão pulmonar, distúrbios do sono, DPOC e fibrose cística.
Eis, pelas frequências com que foram apontadas, as doenças mais conhecidas da população brasileira:
gripe e resfriado: 99%
asma: 96%
pneumonia: 96%
bronquite: 95%
tuberculose: 94%
câncer de pulmão: 90%
rinite alérgica: 72%
enfisema pulmonar: 58%
distúrbios do sono: 53%
Extraído do editorial do Boletim da SBPT (3º trimestre de 2010).

terça-feira, 3 de agosto de 2010

183 - A doença dos caçadores de tatus

Na sessão do Serviço de Pneumologia do Hospital de Messejana, realizada em 14/11/06, o colega Fabrício Costa apresentou 2 casos clínicos semelhantes com o mesmo diagnóstico. Em comum o fato de os portadores da doença, ambos procedentes do município de Aiuaba - CE, serem praticantes da caça de tatus. Procurados como fonte alimentar, os tatus são perseguidos em suas tocas pelos caçadores que, para capturar esses animais, também precisam de cavar. Nesse procedimento, poeiras que contêm grandes quantidades de fungos são levantadas do chão e inaladas pelos caçadores. Os fungos, que são da espécie Coccidioides immitis, o agente causal da coccidioidomicose - a doença que esses dois pacientes apresentavam - e que se mostram abundantes em certos tipos de solo. Notadamente naqueles que são encontrados nas regiões semi-áridas.
A coccidioidomicose, que é uma doença endêmica em regiões dos Estados Unidos, México e América Central, há cerca de 30 anos também começou a ser descrita no Brasil. Na Bahia, no Piauí e no Ceará, distribuída em casos isolados ou em pequenos surtos, e quase sempre relacionada com a atividade de caçar tatus. No Ceará, os casos foram registrados em Crato (1), Aiuaba (4) e Boa Viagem(1). O deste último município, que foi também acompanhado pelo Fabrício Costa no Hospital de Messejana, em que houve a evolução para o óbito, recebeu publicação em 2000, no Jornal de Pneumologia.
No XXXIII Congresso Nacional de Pneumologia e Tisiologia, acontecido recentemente em Fortaleza, tive a oportunidade de conversar com Antônio de Deus Filho, emérito pneumologista de Teresina - PI, responsável pela descoberta da relação da silicose com a ocupação de cavar poços. E ouvir dele a informação sobre a ocorrência no Piauí de dezenas de casos de coccidioidomicose em caçadores de tatus. Com a oportuna conclusão de que revolver terras, em perfuração de poços ou na captura de tatus, é um ato de duplo risco: para silicose e para coccidioidomicose. Por isso, o pneumologista nordestino esteja sempre preparado para lidar com as duas enfermidades, inclusive quando associadas.



Publicado em EntreMentes

domingo, 25 de julho de 2010

174 - Doenças respiratórias em números

As doenças respiratórias representam um grave problema de saúde pública no Brasil. Para enfatizar a importância delas, a Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBPT), em seu último boletim (janeiro / março de 2010), divulga os seguintes números:
  • O Brasil é o 8º país no mundo em prevalência de asma. Aproximadamente 20 por cento dos brasileiros têm ou já tiveram algum sintoma da doença. Registram-se, a cada ano, quase 400 mil internações hospitalares por asma.
  • As doenças respiratórias são a 2ª maior causa de internações hospitalares, atrás apenas das gestações e partos. Pneumonia, asma e DPOC somadas representam 12 por cento das autorizações de internações hospitalares (AIHs) do Sistema Único de Saúde (SUS).
  • A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que atinge cerca de 6 milhões de pessoas no Brasil, é a 5ª doença mais letal. Produz cerca de 30 mil mortes, anualmente.
  • Os distúrbios respiratórios são a maior causa de óbitos nas crianças menores de 1 ano e nos adultos com idade superior a 60 anos.
  • A cada ano, ainda surgem 80 mil casos novos de tuberculose no país. Esta doença é a 4ª causa de morte por doenças infecciosas em adultos e a 1ª em pacientes com AIDS.
Publicado em EntreMentes

segunda-feira, 31 de maio de 2010

119 - Dia Mundial Sem Tabaco

Parar de fumar é capaz de impedir a progressão da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), além de reduzir os riscos de desenvolver câncer de pulmão, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e outras doenças. Mesmo para aquelas pessoas que têm o hábito de fumar, há muitos anos, sempre haverá benefícios ao parar de fumar. Esses ganhos se darão em termos de uma vida mais saudável, com menos propensão a adoecer.
Após parar de fumar muitos benefícios são experimentados por quem toma essa decisão. Conheça alguns:
- 12 horas após: O nível de monóxido de carbono no sangue cai, ficando próximo ao normal.
- 1 mês após: Começa a melhorar a capacidade respiratória, com diminuição da falta de ar e da tosse.
- 1 ano após: O risco de ter um ataque cardíaco estará em torno da metade do que tinha quando fumava.
- 5 anos após: O risco de ter derrame diminui e fica próximo ao de uma pessoa que nunca fumou.
- 10 anos após: O risco de ter câncer de pulmão estará reduzido à metade.
- 15 anos após: O risco de sofrer doenças cardíacas igualará ao de uma pessoa que nunca fumou.


Mais informações: www.respireeviva.com.br

domingo, 11 de abril de 2010

69 - Doenças raras

Para a National Organization for Rare Disorders, a NORD, doença rara é a que afeta menos de 200 mil pessoas nos Estados Unidos da América. Como existem, segundo este critério da NORD, mais de 6 mil enfermidades raras nos Estados Unidos, elas afetam em conjunto aproximadamente 25 milhões de norte-americanos.
Visitando o site da NORD, o interessado pode encontrar informações a respeito de 1.150 dessas doenças consideradas incomuns. Como também clicar em links que o conduzirão a sites referenciados de organizações governamentais e não governamentais, sociedades médicas, centros de pesquisas, fundações, bancas de advocacia, associações de pacientes e/ou de seus familiares.

Referência: www.rarediseases.org

Publicado em EntreMentes

Vai, selenita

A atual postagem sobre o site da NORD serviu também para que eu pudesse desarquivar uma imagem que, há tempos, guardava em meu computador. Esta (ao lado) que reproduz o desenho de uma mulher desnuda, sentada nos cornos da lua, e cuja autoria não foi por mim identificada.
Isso porque a imagem traz algumas semelhanças pictóricas com o símbolo da NORD (comparem), o que é aliás um bom pretexto para publicá-la.