Mostrando postagens com marcador DPOC. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador DPOC. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

1393 - Avaliação da mobilidade diafragmática em pacientes com DPOC

Um estudo observacional avaliou a mobilidade diafragmática (MD) por meio de ultrassonografia em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) estável. Os resultados mostraram correlações significativas com fatores de pior prognóstico, sugerindo que a avaliação da MD possa ser uma ferramenta útil na monitorização desses pacientes.
Métodos; principais informações; na prática; limitações e conflitos de interesses ==> http://portugues.medscape.com/verartigo/6511857
Fonte
O estudo foi publicado on-line em 20 de setembro de 2024 no periódico Medicine. A primeira autora do estudo, Bianca Carmo Figueira Silva, é afiliada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O estudo pode ser encontrado pelo doi: 10.1097/MD.0000000000039795.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

1371 - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Revisão

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por um declínio persistente da função pulmonar que está associado a sintomas progressivos, comprometimento funcional e propensão a infecções e exacerbações respiratórias. Estima-se que entre 300 e 400 milhões de pessoas vivam atualmente com DPOC em todo o mundo, e esta já é a terceira principal causa de morte em todo o mundo. Dispneia, tosse e/ou produção de expectoração são os sintomas mais comuns. A maioria dos pacientes com DPOC apresenta comorbidades significativas, o que aumenta ainda mais a morbimortalidade. O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para retardar a progressão da doença e maximizar os resultados.

A principal causa da DPOC é a exposição à fumaça do tabaco. No geral, o tabagismo é responsável por até 90% do risco de DPOC. No entanto, a DPOC ocorre em indivíduos que nunca fumaram. A síndrome de Marfan, bem como outras doenças hereditárias do tecido conjuntivo, como a síndrome de Ehlers-Danlos e Cutis laxa, têm sido associadas ao desenvolvimento da DPOC. Além disso, certos fatores ambientais (por exemplo, poluição, produtos químicos, poeira ou gases de escapamento), deficiência de alfa1-antitripsina, uso de drogas intravenosas, síndromes de imunodeficiência (por exemplo, HIV) e síndromes de vasculite também têm sido associados à DPOC.

No geral, a prevalência da DPOC é maior nos homens do que nas mulheres. No entanto, a doença grave e de início precoce representa um fenótipo clínico distinto e é mais comum em mulheres do que em homens. Aqueles com histórico familiar de DPOC, assim como os negros, também apresentam risco aumentado para esse tipo específico de DPOC.

De acordo com as diretrizes atuais da Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, a tosse crônica que piora pela manhã e produz uma pequena quantidade de expectoração incolor é frequentemente o primeiro sinal de DPOC e é frequentemente descartada pelos pacientes como resultado do tabagismo ou de exposições ambientais. Os indivíduos podem inicialmente sentir uma tosse intermitente, mas eventualmente esta progride para uma tosse diária, muitas vezes ao longo do dia. A tosse associada à DPOC pode ser produtiva ou improdutiva. Fadiga e inchaço no tornozelo são sintomas típicos de DPOC grave e avançada.

A DPOC está associada à hipoxemia progressiva . Medicamentos orais e inalados são usados ​​para reduzir a dispneia e melhorar a tolerância ao exercício em pacientes com doença estável, mas não têm como alvo a hipoxemia progressiva. A administração de oxigênio tem efeitos favoráveis ​​na hemodinâmica pulmonar e, como resultado, reduz as taxas de mortalidade em pacientes com DPOC avançada. A oxigenoterapia de longo prazo melhora a sobrevida em duas ou mais vezes em pacientes hipoxêmicos com DPOC. Portanto, os especialistas recomendam oxigenoterapia de longo prazo para pacientes com PaO 2 < 55 mm Hg, PaO 2 < 59 mm Hg com evidência de policitemia ou cor pulmonale.

A maioria dos medicamentos orais e inalados usados para a DPOC são direcionados às seguintes causas de limitação do fluxo aéreo que podem ou não ser reversíveis:

  • Contração do músculo liso brônquico
  • Congestão e edema da mucosa brônquica
  • Inflamação das vias aéreas
  • Aumento das secreções das vias aéreas

Foi demonstrado que a reabilitação pulmonar melhora os níveis de atividade em pacientes com DPOC e pode melhorar as capacidades funcionais mais do que um inalador sozinho.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

1155 - Antecipando o papel da inteligência artificial na avaliação por imagem da DPOC

Para diagnosticar o enfisema (pulmonar) e classificar sua gravidade há mais arte que ciência.
"Todo mundo tem um limiar de gatilho diferente para o que eles chamariam de normal e o que chamariam de doença", diz o Dr. Joseph Schoepf, MD, diretor de imagens da MUSC Health e assistente de pesquisa clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Medicina da Carolina do Sul. "E, até recentemente, exames de pulmões danificados eram um ponto discutível".
No passado, se você perdia tecido pulmonar, era isso. O tecido pulmonar desaparecera e havia muito pouco que você poderia fazer em termos de terapia para ajudar os pacientes. "Mas, com os avanços no tratamento nos últimos anos, aumentou o interesse em classificar objetivamente a doença", afirma Schoepf. É aí que a inteligência artificial e a imagem podem entrar em cena.
Schoepf foi o principal pesquisador em um estudo que analisou os resultados do AI-Rad Companion da Siemens Healthineers em comparação com os testes tradicionais de função pulmonar.
O estudo, publicado on-line no American Journal of Roentgenology, em março, mostrou que o algoritmo do AI-Rad Companion, que examina a tomografia computadorizada do tórax, fornece resultados comparáveis ​​aos testes de função pulmonar, que medem com que força uma pessoa pode expirar. Mostrar que o software de inteligência artificial funciona é o primeiro passo para possivelmente usar exames de tórax para quantificar a gravidade da doença pulmonar e acompanhar os resultados do tratamento.
Philipp Hoelzer, gerente de engajamento de clientes da Siemens Healthineers, diz que uma medição objetiva pode ajudar a avaliar o valor de novos tratamentos ou medicamentos. A equipe da Siemens Healthineers vê o programa como uma maneira de a inteligência artificial trabalhar em conjunto com a experiência clínica dos radiologistas.
"Retirar tarefas manuais e repetitivas, como aquelas que exigem muita medição, é de grande benefício para um radiologista", diz ele. "Contudo, a interpretação das imagens e o pensamento abstrato que a acompanha permanecerão com o radiologista".
O programa também pode oferecer uma ajuda concreta aos médicos que tentam convencer os pacientes da necessidade de adotar mudanças. Ele pode criar um modelo 3D dos pulmões do paciente, mostrando os danos existentes. "Se você pudesse visualizá-lo e fornecer as informações em termos de imagem, poderia se comunicar melhor com o paciente e, com sorte, levar o paciente a parar de fumar ou mudar o estilo de vida", diz Hoelzer.
No estudo, os pesquisadores analisaram os exames de tórax e as funções pulmonares de 141 pessoas. Atualmente, os exames de tórax não fazem parte das diretrizes para o diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica, um termo genérico que inclui enfisema, bronquite crônica e outras doenças pulmonares, diz Schoepf, porque não havia um meio objetivo de avaliar os exames.
No entanto, ele antecipa um papel para as imagens, se for possível demonstrar que elas oferecem um benefício em termos de objetividade e quantificação.
Siga lendo:
http://www.news-medical.net/news/20200427/Artificial-intelligence-A-backup-and-excellent-benefit-for-radiologists.aspx
http://twitter.com/SwissCognitive

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

1016 - O uso do espaçador

 O spray, popularmente conhecido como "bombinha", é um dispositivo que fornece sob a forma de aerossol medicações usadas no tratamento de doenças respiratórias como a asma. Ele pode ser acoplado a espaçadores, dispositivos plásticos que tornam mais fácil a inalação e aumentam a quantidade de medicação que chega aos pulmões.
Veja, passo a passo, como utilizar o espaçador em crianças pequenas:
E veja como utilizá-lo em crianças maiores:
https://youtu.be/ENG_CwsOMLw
O pneumologista Renato Abi-Ramia, de Nova Friburgo, gravou este vídeo (mais completo) para ensinar os pacientes a utilizarem corretamente os inaladores, dando mais eficácia ao tratamento da asma e da DPOC.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

897 - Broncodilatadores

Os broncodilatadores são a pedra angular da terapia medicamentosa na DPOC. De acordo com a duração do efeito são classificados como broncodilatadores de curta ou longa duração de ação e quanto ao mecanismo de ação, em antimuscarínicos eβ2-agonistas. O tratamento regular com broncodilatadores de longa duração é mais eficaz e conveniente do que com os de curta duração de ação.
1. Broncodilatadores de curta duração de ação [6-8 horas]
1.1 β2-agonistas
- - - salbutamol
- - - fenoterol
- - - terbutalina
1.2 antimuscarínicos
- - - ipratrópio
2. Broncodilatadores de longa duração de ação
2.1  β2-agonistas (long-acting β2-agonists, LABA)
de 12 horas
- - - salmeterol
- - - formoterol
de 24 horas
- - - vilanterol
- - - olodaterol
- - - indacaterol
2.2 antimuscarínicos (long-acting muscarinic antagonists, LAMA)
de 24 horas:
- - - tiotrópio
3. metilxantinas
- - - teofilina
- - - roflumilaste

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

891 - Palestra. Asma e DPOC

Esteve em Fortaleza para proferir uma conferência sobre Asma e DPOC o Dr. Oliver Nascimento, médico assistente da Disciplina de Pneumologia Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O evento aconteceu na noite de quarta-feira (17 de agosto), no Hotel Gran Marquise, contando com o comparecimento de pneumologistas, pediatras e alergologistas que atuam em nossa cidade.
Diretrizes brasileiras para o manejo da DPOC
Tópicos
Asma e DPOC: doenças inflamatórias. ► Estimativas para o Brasil: 20 milhões de casos de asma e 7 milhões de casos de DPOC. ► Subdiagnóstico da DPOC relacionada a vários fatores, principalmente à baixa utilização da espirometria. ► LABA + LAMA vs LABA + CI ► Relvar (GSK): fluticasona 200 mg (p/ asma) e 100 mg (p/DPOC) + vilanterol 25mg ► Ellipta: inalador de pó seco c/ contador e de baixa resistência interna (fluxo inspiratório: a partir de 40 L/min) ► Internações por asma no Brasil: redução de 400 mil em 2002 para 200 mil em 2011.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

804 - A relação entre DPOC e câncer de pulmão

Destaques
• A DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) é um fator de risco para câncer de pulmão além de sua etiologia compartilhada.
• Ambos são accionados por estresse oxidativo.
• Ambos estão ligados ao envelhecimento celular, senescência e encurtamento dos telômeros.
• Ambos têm sido associados a predisposição genética.
• Ambos mostram regulação epigenética da expressão do gene alterado.
The relationship between COPD and lung cancer, Lung Cancer Journal
http://dx.doi.org/10.1016/j.lungcan.2015.08.017

terça-feira, 3 de março de 2015

714 - Leonard Nimoy (1931-2015)


Na última sexta-feira (27/02), faleceu em sua casa em Bel Air, Los Angeles, aos 83 anos, Leonard Nimoy, o Sr. Spock, o personagem meio humano, meio vulcano de "Star Trecks" (Jornada nas Estrelas).
Nimoy sofria de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e seu estado clínico era grave há algum tempo.
Esta doença está relacionada ao tabagismo. Ele foi fumante durante décadas, mas havia abandonado o vício há mais de 30 anos. Era crítico severo do cigarro e usava a si mesmo ("Don't smoke. I did. Wish I never had."), como exemplo, para tentar conscientizar outras pessoas a largarem o vício.
Seu último tweet, de 23/02:
"Uma vida é como um jardim. Podem ser vividos momentos perfeitos, mas não conservá-los eternamente, exceto na memória."
Descanse em paz, Leonard Nimoy. Spock vive. E nele o senhor viverá para sempre.
Leitura 
Leonard Nimoy, Spock of ‘Star Trek’, dies at 83, The NYT

domingo, 6 de outubro de 2013

544 - Avaliação de atopia em portadores de DPOC

RESUMO DE ARTIGO
OBJETIVO: Determinar a prevalência de atopia e avaliar o perfil clínico, laboratorial e radiológico de pacientes com DPOC.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal com pacientes ambulatoriais portadores de DPOC estável (definida pela história clínica e relação VEF1/CVF inferior a 70% do previsto após broncodilatador). Os pacientes responderam um questionário clínico e de atopia e foram submetidos a citologia de lavado nasal, teste cutâneo de alergia, radiografia de tórax, hemogasometria arterial e dosagem de IgE total.
RESULTADOS: Dos 149 indivíduos avaliados, 53 (35,6%), 49 (32,8%) e 88 (59,1%), respectivamente, apresentavam eosinofilia no lavado nasal, teste cutâneo positivo e sintomas de rinite alérgica. A análise de correspondência confirmou esses achados, evidenciando dois perfis distintos de doença: a presença de atopia em pacientes com estágios mais leves de DPOC, e a ausência de características de atopia em pacientes com aspectos de doença mais grave (VEF1 reduzido e hiperinsuflação). Houve uma associação estatisticamente significante entre eosinofilia no lavado nasal e prova farmacodinâmica positiva.
CONCLUSÕES: Este estudo identificou uma alta frequência de atopia em pacientes com DPOC, utilizando ferramentas simples e reprodutíveis. A monitorização inflamatória de vias aéreas parece ser uma ferramenta útil para avaliar as doenças respiratórias em idosos, assim como em pacientes com sobreposição de asma e DPOC, entidade clínica ainda pouco compreendida.
REFERÊNCIA: Neves, Margarida Celia Lima Costa et al. Avaliação de atopia em portadores de DPOC. J. bras. pneumol. vol.39 no.3 São Paulo maio/jun. 2013
Trabalho realizado no Serviço de Pneumologia, Complexo Hospital Professor Edgard Santos, e no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Publica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia – UFBA – Salvador (BA) Brasil.
Siglas utilizadas neste resumo: DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); VEF1 (volume expiratório forçado do primeiro segundo); CVF (capacidade vital forçada); IgE (imunoglobulina E).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

217 - Dia Mundial da Espirometria

As enfermidades respiratórias
Pode-se predizer que, no ano de 2030, haverá 74 milhões de mortes no mundo e que, de acordo com essa estimativa, 12,5 milhões de pessoas (17%) morrerão por doenças respiratórias.
As enfermidades respiratórias, por conta das necessidades assistenciais e dos dias de afastamento do trabalho, apresentam um alto impacto socioeconômico e constituem um problema de Saúde Pública de primeira grandeza em todo o mundo. E esta situação é particularmente preocupante nas regiões mais pobres do planeta, nas quais as enfermidades respiratórias são muito mais frequentes. Por exemplo, em extensas zonas da América Latina, onde a exposição à fumaça de lenha em ambientes fechados, para cozinhar e para fazer a calefação, é uma das causas de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
No entanto, é o tabagismo a principal causa de enfermidades respiratórias, pois responde por 90% dos casos de DPOC e por 85% dos casos de câncer de pulmão.
Doença pulmonar obstrutiva crónica
Cerca de 210 milhões de pessoas no mundo apresentam DPOC. Na realidade, os portadores desta doença devem se encontrar em maior número porque há muitos casos não diagnosticados. As informações disponíveis sobre a DPOC na América Latina são provenientes de dois estudos: o PREPOCOL (na Colômbia) e o PLATINO (em cinco cidades: São Paulo, Cidade do México, Montevidéu, Caracas e Santiago do Chile).
Estes dois estudos mostraram que quase 90% dos indivíduos com DPOC ignoravam ter esse diagnóstico e que a enfermidade ocorria entre 7 e 19,7% em indivíduos acima dos 40 anos.
Por ano, a DPOC é responsável pela morte de 3 milhões de pessoas (é hoje a quarta causa de morte no mundo) e se prevê um crescimento de 30% em sua morbidade para 2030. A doença atualmente predomina nos homens, mas vem aumentando consideravelmente nas mulheres, nas quais ocorre após um menor consumo de tabaco.
Os portadores de DPOC têm com maior frequência enfermidades associadas. Ainda que todos os fumantes deixassem de fumar, a partir de agora, teríamos de aguardar décadas pela diminuição do número de casos de DPOC.
A espirometria é o padrão ouro para medir a função pulmonar
Assim como a medida da pressão arterial é útil no rastreamento (screening) das doenças cardiovasculares, a espirometria é de utilidade no diagnóstico das enfermidades respiratorias quando os sintomas são pouco reconhecidos e quando a doença ainda não se manifestou plenamente.
Recomenda-se realizar a espirometria nos fumantes e ex-fumantes com mais de 40 anos de idade. Um estudo recente demonstrou que os fumantes com espirometria anormal apresentam maiores riscos para o câncer de pulmão.
A medida da função pulmonar pela espirometria, em etapas precoces e de forma repetida ao longo do tempo, particularmente nas pessoas sob risco de desenvolver a enfermidade, permitirá realizar um diagnóstico adequado (antes que ocorram danos pulmonares importantes) e, com isso, retardar a progressão da doença.
Neste 14 de outubro de 2010, em todo o mundo, o pessoal de saúde realizará uma jornada dirigida à população, baseada na realização gratuita de ESPIROMETRIAS, para avaliar a saúde respiratoria e identificar riscos para a enfermidade.
O Día Mundial da Espirometria é um evento marcante do “2010 - Ano do Pulmão”. É patrocinado pelo Fórum das Sociedades Respiratórias, o qual integra a Associação Latinoamericana de Tórax (ALAT).
O seu objetivo é alertar, agir e educar sobre a importância das enfermidades respiratórias com os fins de melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das mesmas. PGCS

Versão feita por mim de um documento em espanhol divulgado pela ALAT. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

5 - DPOC e espirometria

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que apresenta uma prevalência de 10 por cento na população brasileira acima de 40 anos, é também responsável por cerca de 200 mil internações anuais em nosso Sistema Único de Saúde. No entanto, apesar destes números preocupantes e que dimensionam o problema, é uma enfermidade que pode ser prevenida. A partir do afastamento dos indivíduos sob risco para a DPOC (tabagismo, inalação de poeiras com sílica e de fumaças por queima de biomassa etc) dos respectivos fatores causais.
A conduta de aguardar o aparecimento dos sintomas e sinais da doença (tosse, catarro, falta de ar etc), ainda que acompanhada periodicamente por exames radiológicos dos pulmões, não constitui a estratégia ideal para o diagnóstico da DPOC. É preferível, na população de risco para a doença, a utilização de um recurso diagnóstico de maior acurácia – a espirometria. A qual também apresenta baixo custo e completa segurança para os examinados.
Sendo a DPOC, por definição, uma obstrução crônica ao fluxo aéreo apenas parcialmente reversível, indubitavelmente é a espirometria, como uma técnica que mede fluxos e volumes pulmonares, o padrão-ouro para o diagnóstico desta doença. Da sua fase mais precoce, quando os sintomas inexistem e as intervenções educativas e terapêuticas ainda poderão modificar favoravelmente o curso da DPOC, até o seu estágio mais avançado em que já ocorre a insuficiência respiratória crônica.
Portanto, é o emprego da espirometria que pode estabelecer, com alta precisão, o diagnóstico da DPOC. Além de fornecer, nos portadores da doença, valiosas informações sobre o grau da disfunção pulmonar, sobre as respostas aos tratamentos instituídos e, até mesmo, estimar prognósticos.
E, nos programas de controle do tabagismo, acrescente-se ainda o papel da espirometria nas estratégias de convencimento aos fumantes para que deixem de fumar.

Publicado em EntreMentes

domingo, 7 de fevereiro de 2010

3 - Tabagismo e pulmão

Os efeitos danosos do fumo sobre os pulmões, descritos de uma forma simplificada, são o resultado da quantidade de cigarros que é consumida ao longo da vida em interação com fatores individuais. O consumo de cigarros é melhor expresso em anos-maço. Explicando: 1 ano-maço representa o consumo diário de 1 maço (20 cigarros) durante 1 ano. Assim, maior o consumo de cigarros em anos-maço, maior se torna o risco do fumante para doenças pulmonares. É também comprovado que este risco se amplia, se o fumante já apresenta sintomas, como tosse, catarro e falta de ar. Quanto à influência dos fatores individuais, o exemplo mais ilustrativo encontra-se nos portadores de enfisema pulmonar por deficiência da enzima alfa-1 antitripsina, nos quais a doença (cuja base é genética) se manifesta precocemente.
Dentre as doenças pulmonares associadas ao hábito de fumar, as duas mais importantes são: DPOC e câncer. A DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), que reúne o enfisema pulmonar e a bronquite crônica, caracteriza-se por uma obstrução crônica do fluxo aéreo, de caráter progressivo e apenas parcialmente reversível. O câncer, chamado câncer brônquico pela sua origem no epitélio brônquico e que aparece sob várias formas, está entre os neoplasmas malignos mais comuns no ser humano.
Se o fumante apresenta algum sintoma (a sensação de asfixia relatada por um leitor), ele não deve retardar a consulta ao médico. Pois toda e qualquer investigação da ocorrência, ou não, de alguma moléstia associada ao tabagismo deverá ser acompanhada por este profissional. A quem caberá, além da realização da história clínica e do exame físico completos, a solicitação de exames complementares. E dois deles, durante o processo de investigação, mostram-se especialmente importantes:
Espirometria - Para verificar a situação funcional dos pulmões. O que inclusive significa poder detectar precocemente a DPOC.
Radiografia do tórax - Para surpreender lesões pulmonares suspeitas para o câncer, ainda na fase inicial, quando o tratamento costuma ser mais efetivo. E, caso exista alguma anormalidade na radiografia, o paciente certamente irá se submeter à tomografia computadorizada do tórax, a qual mostrará mais detalhes.
E, pensando na possibilidade de o fumante estar acometido por doença cardíaca, em que pode também referir falta de ar, a ergometria deverá ser lembrada. Como um exame diagnóstico para a isquemia crônica do miocárdio, outra doença que guarda relação com o tabagismo.

Publicado em EntreMentes

Cessação do tabagismo
Nesta nota em que eu abordei algumas patologias associadas com o tabagismo, lembrei também a necessidade de o fumante sempre consultar o médico. Além disso, citei alguns dos exames complementares, os quais, diante de quadros clínicos suspeitos, costumam ser utilizados por este profissional para confirmar diagnósticos.
A mais, desejo enfatizar o seguinte aspecto: cabe ao fumante a mais sensata das atitudes, que é abandonar o vício. Podendo fazer isso por decisão própria, apoiando-se em profissionais treinados ou associando-se em grupos de ajuda formados com esse objetivo.