quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

1034 - Óculos de inversão

O filme documenta um experimento clássico realizado em 1950 por Ivo Kohler e Theodor Erismann na Universidade de Innsbruck, na Áustria. Erismann é a pessoa mais velha do filme, e Kohler, seu assistente de pesquisa, neste filme, é a pessoa que usa os óculos de inversão (inversion goggles).
(As legendas são todas em alemão.)
Experiments show we quickly adjust to seeing everything upside-down, The Guardian
Ver também:
A bicicleta invertida

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

1033 - Quanto álcool o corpo humano consegue suportar?

Não existe um preciso limite letal para a presença de álcool no organismo humano. A tolerância é muito variável de indivíduo para indivíduo. O recorde francês de alcoolemia nas estradas foi medido em 2005 pela polícia da região do Ain: um homem de 37 anos que apresentava uma taxa de álcool no sangue de 10 gramas por litro. Na Europa, o recorde pertence a um polonês, de 30 anos, com uma taxa de alcoolemia de 13,74 gramas por litro de sangue.
Em entrevista, o médico francês Philip Batel, especialista em adicções, falou para Cécile Thibert, do Le Figaro Santé, sobre essas desigualdades da embriaguez.
Figaro Santé – Existe um limite que não pode ser superado, ou o corpo humano pode se adaptar a alcoolemias muito elevadas?
Philip Batel – “Não existe um limite letal de álcool, a tolerância é muito variável segundo os indivíduos. Essa desigualdade da embriaguez é devida a vários fatores. O sexo da pessoa, para começar. As mulheres são muito mais sensíveis que os homens aos efeitos tóxicos, principalmente porque elas são, em geral, menores e mais leves, e possuem mais tecidos gordurosos do que os homens. O álcool se difunde mais facilmente através desse tipo de tecidos.
Existe igualmente o fator genético. Certas pessoas são capazes de tolerar, de modo provisório, alcoolemias muito elevadas. O hábito também é um fator importante. Uma pessoa dependente do álcool habituada a beber todos os dias irá tolerar mais uma importante quantidade de álcool do que uma pessoa que bebe apenas ocasionalmente. O fato de a pessoa consumir também outros produto tóxicos além do álcool – penso sobretudo à cocaína e as anfetaminas – engendra também um aumento considerável da tolerância. Mais a pessoa possui uma tolerância elevada, mais o seu cérebro será capaz de produzir modificações neuronais que lhe permitem resistir ao álcool.
FS – Mas uma boa tolerância significa que os efeitos deletérios do álcool no organismo serão menores?
Não, ao contrário. A tolerância é o reflexo de um sofrimento cerebral. Mais uma pessoa possui uma tolerância elevada, mais o seu cérebro sofre modificações neuronais que lhe permitem resistir ao álcool. Quando o cérebro esgota suas forças e não consegue mais resistir à intoxicação alcoólica aguda, todo o corpo entra no estado de coma. Isso corresponde a uma perda de consciência provocada pelo efeito do álcool no sistema nervoso. Isso se manifesta de diferentes formas, indo desde uma grande sonolência a um coma profundo no qual o reflexo de deglutição desaparece. Estimamos que com 1,5 grama de álcool no sangue, cerca de 30% da população entrará em coma etílico. O risco de coma etílico é particularmente importante quando uma quantidade de álcool situada entre 2 e 4 gramas por litro de sangue é consumida rapidamente.
FS – A embriaguez pode ser mortal?
Sim, indiretamente. A morte mais frequentemente acontece por causa de um sufocamento provocado por vômitos ou pela posição da língua no interior da boca. Tomar grandes quantidades de álcool em pouco tempo pode igualmente provocar complicações metabólicas graves, tais como a hipoglicemia ou uma hepatite aguda, embora isso aconteça mais raramente.
Na França, o álcool é responsável pela morte de 28% das pessoas que perecem em acidentes estradais. Isso faz dele a primeira causa de acidentes, mais que a velocidade excessiva e o uso do telefone celular ao volante.
Le Figaro / brasil247

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

1032 - O tardio reconhecimento a Mendel

Mendel, 1862


Em 1865, o monge austríaco e botânico Gregor Mendel, que descobriu as leis da genética, aos 42 anos, leu o seu primeiro artigo científico à Sociedade Brünn para o estudo das Ciências Naturais, na Morávia. Publicado em 1866, nele Mendel descrevia suas investigações com plantas de ervilha. Embora tenha enviado 40 reimpressões de seu artigo a biólogos proeminentes em toda a Europa, incluindo Darwin, apenas um interessou-se o suficiente para responder. A maioria das reimpressões, incluindo a de Darwin, foram descobertas mais tarde com as páginas sem cortes, o que significa que nunca foram lidas. Felizmente, 18 anos após a morte de Mendel, três botânicos em três países diferentes pesquisando as leis da hereditariedade, na primavera de 1900, perceberam que Mendel os tinha encontrado primeiro. E Mendel foi finalmente reconhecido como o pioneiro no campo que ficou conhecido como genética.
Mendel's first scientific paper, TIS - Science Events in February, 8

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

1031 - A interconectividade da vida

"A capacidade de errar ligeiramente é a verdadeira maravilha do DNA. Sem esse atributo especial, seríamos ainda bactérias anaeróbias e a música não existiria..." ~ Lewis Thomas, "The Medusa and the Snail: More Notes of a Biology Watcher" (*)
O estadunidense Lewis Thomas (25 de novembro de 1913 - 3 de dezembro de 1993) era médico, poeta, etimologista, ensaísta, administrador, educador, conselheiro de política e pesquisador. Tornou-se também conhecido por seus ensaios reflexivos sobre uma ampla gama de tópicos em biologia.
 Em seu livro para leigos "Lives of a Cell", ele divulgou que o que se vê no microscópio é semelhante a como os seres humanos vivem, e deu ênfase à interconectividade da vida. Thomas causou impacto ao sugerir que um mecanismo de vigilância imunológica nos protege contra os possíveis estragos causados por células mutantes, uma ideia mais tarde desenvolvida por MacFarlane Burnett. Ele também propôs que os vírus tenham desempenhado um papel importante na evolução das espécies por sua capacidade de mover partes de DNA de um indivíduo para outro / de uma espécie para outra.
(*) Em 950 - A capacidade de errar do DNA, Nova Acta, esta citação foi atribuída a Antoine-Thomson d 'Abbadie. A esclarecer a autoria.