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domingo, 27 de julho de 2014

641 - Como montar o quarto da criança alérgica

Alergia, principalmente a respiratória, é uma das doenças crônicas mais comuns entre as crianças. Atualmente, 20% dos pequenos sofrem de rinite ou asma logo nos primeiros anos de vida. A chance de desenvolver o problema duplica se um dos pais é alérgico e quase quadruplica se ambos são.
“O que acontece é que, normalmente, diante dos sintomas e até do diagnóstico, os pais se preocupam somente com os medicamentos, quando deveriam atentar também para o ambiente em que os filhos vivem e reduzir a exposição da criança aos alérgenos”, destaca Magda Carneiro-Sampaio, imuno-alergologista e presidente do Conselho Diretor do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
E é no quarto, onde as crianças passam grande parte do tempo, que mora o problema. “Especialmente na cama há calor e umidade, condição propícia para a proliferação e convívio de ácaros, responsáveis por 90% dos casos de alergias respiratórias. Tecidos grossos, poltronas, pelúcias e carpetes também facilitam a deposição desse alérgeno”, explica doutor Antonio Carlos Pastorino, pediatra, imunologista e alergista.
Para as famílias cujos filhos já foram diagnosticados alérgicos e até mesmo para as grávidas que estão montando o quarto do futuro bebê, os especialistas relacionam os itens da receita para um quarto clean e sem contraindicações, tanto para crianças saudáveis como para as alérgicas.
- Antes da chegada do pequeno, analise os cômodos e elimine focos de infiltração e umidade para evitar o mofo, outro alérgeno em potencial.
- O quarto mais ensolarado deve ser o quarto do bebê. Posicione a cama de modo que receba luz solar. Ácaros vivem muito bem em temperaturas próximas a 36ºC, mas quando ultrapassa os 50ºC, eles morrem. Então, expor colchão e travesseiro ao sol é recomendado para eliminar pelo menos os que estiverem na superfície. Quando isso não for possível, utilize capas antialérgicas para colchão e travesseiro. Elas são feitas de um tecido especial, com poros milimétricos, que impedem que os ácaros escapem.
- O ideal é que o travesseiro seja trocado uma vez ao ano. Evite os de pena, pois ela é alérgena.
- Magda recomenda que os lençóis sejam trocados duas vezes por semana, o cobertor ideal é o tipo japonês, ou futton, e os felpudos estão proibidos. Escolha o travesseiro de espuma e troque-o anualmente para evitar acúmulo de microrganismos que a fronha não barra. Os de pena devem ser evitados, pois o pelo também é um alérgeno perigoso. “A cama é quente e abafada, características que propiciam a proliferação de ácaros e fungos, por isso deve receber atenção especial. Se a criança dorme com muita frequência no quarto dos pais esse cuidado deve ser extensivo à cama do casal”, salienta Magda.
- Um quarto arejado diariamente por, no mínimo, duas horas diárias, é imprescindível para a saúde das vias aéreas. “Famílias adeptas ao ar condicionado devem deixar o ar circular abrindo as janelas. Também é importante limpar os filtros periodicamente”, afirma Magda;
- Diariamente, descamamos cerca de 1g de pele por dia. Por terem a pele mais seca, alérgicos podem descamar até dez vezes mais. Ácaros, por sua vez, se alimentam de restos de pele, portanto, doutor Pastorino não recomenda bater o lençol no quarto. Além disso, hidrate bem a pele da criança.
- Ao se movimentar na cama, os ácaros recirculam para o ar. O mesmo ocorre ao varrer os cômodos. Por isso, o ideal é usar rodo e pano úmido para higienização dos ambientes domésticos.
- Não use produtos de limpeza muito perfumados. Eles favorecem a irritação das vias aéreas das crianças com rinite.
- Evite acumular livros e outros objetos que acumulem pó e mofo.
- Para aparar o sol da janela, prefira persianas inteiriças às cortinas e as persianas modulares. As inteiriças são mais fáceis de limpar;
- Evite prateleiras acima do berço. Normalmente, seu uso inclui bichos de pelúcia e outros objetos que atraem poeira. Para guardar esses objetos, de preferência aqueles de plástico ou material de fácil limpeza, doutor Pastorino recomenda um baú de plástico, que seja fácil de higienizar.
- Carpetes devem ser evitados do contato com a criança alérgica. A melhor opção, neste caso, são os pisos lisos de madeira ou de vinil.
- “Em relação às tarefas domésticas, é preferível que os pequenos alérgicos auxiliam apenas na arrumação da cama e evitem participar da limpeza. O contato com produtos químicos pode agravar o quadro”, conclui doutora Magda.

domingo, 6 de outubro de 2013

544 - Avaliação de atopia em portadores de DPOC

RESUMO DE ARTIGO
OBJETIVO: Determinar a prevalência de atopia e avaliar o perfil clínico, laboratorial e radiológico de pacientes com DPOC.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal com pacientes ambulatoriais portadores de DPOC estável (definida pela história clínica e relação VEF1/CVF inferior a 70% do previsto após broncodilatador). Os pacientes responderam um questionário clínico e de atopia e foram submetidos a citologia de lavado nasal, teste cutâneo de alergia, radiografia de tórax, hemogasometria arterial e dosagem de IgE total.
RESULTADOS: Dos 149 indivíduos avaliados, 53 (35,6%), 49 (32,8%) e 88 (59,1%), respectivamente, apresentavam eosinofilia no lavado nasal, teste cutâneo positivo e sintomas de rinite alérgica. A análise de correspondência confirmou esses achados, evidenciando dois perfis distintos de doença: a presença de atopia em pacientes com estágios mais leves de DPOC, e a ausência de características de atopia em pacientes com aspectos de doença mais grave (VEF1 reduzido e hiperinsuflação). Houve uma associação estatisticamente significante entre eosinofilia no lavado nasal e prova farmacodinâmica positiva.
CONCLUSÕES: Este estudo identificou uma alta frequência de atopia em pacientes com DPOC, utilizando ferramentas simples e reprodutíveis. A monitorização inflamatória de vias aéreas parece ser uma ferramenta útil para avaliar as doenças respiratórias em idosos, assim como em pacientes com sobreposição de asma e DPOC, entidade clínica ainda pouco compreendida.
REFERÊNCIA: Neves, Margarida Celia Lima Costa et al. Avaliação de atopia em portadores de DPOC. J. bras. pneumol. vol.39 no.3 São Paulo maio/jun. 2013
Trabalho realizado no Serviço de Pneumologia, Complexo Hospital Professor Edgard Santos, e no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Publica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia – UFBA – Salvador (BA) Brasil.
Siglas utilizadas neste resumo: DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); VEF1 (volume expiratório forçado do primeiro segundo); CVF (capacidade vital forçada); IgE (imunoglobulina E).

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

524 - Associação entre rinite alérgica e enxaqueca

Enxaqueca e rinite alérgica (RA) são duas causas comuns de cefaleia e dor facial, em que mediadores inflamatórios, com função vasoativa, desempenham importantes papéis. Um trabalho, publicado recentemente no Journal of Research in Medical Sciences, teve por objetivo determinar a prevalência de enxaqueca em pacientes com RA.
Em um estudo transversal comparativo, realizado de junho a dezembro de 2010, em pacientes com sinais e sintomas de RA, encaminhados à Otorrinolaringologia (ORL) de um hospital universitário em Rasht, Irã, 46 pacientes com teste alérgico cutâneo positivo para RA foram comparados com 60 pessoas sem sinais e sintomas de RA e com teste cutâneo negativo. Em ambos os grupos, foi investigada uma história de enxaqueca segundo os critérios da IHS (Sociedade Internacional de Cefaleia). A análise dos dados foi realizada pelo teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher usando SPSS16. Foram estimados odds ratio para determinar a probabilidade de enxaqueca na RA.
No grupo de casos (14 homens, 37 mulheres, com média de idade de 31,17 ± 8,31 anos) e no grupo controle (23 homens, 32 mulheres, com média de idade de 37,58 ± 12,63 anos), a prevalência de enxaqueca foi de 37% e 5%, respectivamente. As diferenças na prevalência de enxaqueca e enxaqueca sem aura entre os casos e controles foram significativas (P = 0,001). A probabilidade de enxaqueca na RA foi de 8,227 vezes (IC 95%: 2,38-28,42). Em indivíduos com mais de 40 anos, a diferença de prevalência de enxaqueca foi significativa, ao contrário de indivíduos com menos de 30 anos e entre 30 e 39 anos de idade.
Os autores concluíram que existe uma correlação entre enxaqueca, principalmente sem aura, e RA e esta correlação é mais forte com o aumento da idade. 
Autores: Saberi A; Nemati S; Shakib RJ; Kazemnejad E; Maleki M.
Uma resenha de Association between allergic rhinitis and migraine - Journal of Research in Medical Sciences; 2012 Jun;17(6):508-12. Tradução: Medical services