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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

1430 - Como o ouvido funciona



Todos os sons fazem o ar vibrar, criando ondas sonoras.
Essas ondas fazem o nosso tímpano vibrar. O tímpano transmite as vibrações para os ossículos: primeiro, para o martelo; o martelo atinge a bigorna, que atinge o estribo.
Isso amplifica a vibração em 20 vezes.
O estribo, por sua vez, atinge a janela oval para o ouvido interno.
Isso provoca a vibração do fluido que preenche a cóclea. E o fluido movimenta as células sensoriais auditivas.
Só agora a pessoa sabe o que está ouvindo!
Este equipamento por mim fotografado se encontra no Laboratório dos Sentidos do Museu da Imagem e do Som, MIS. (Paulo Gurgel)
Endereço: Avenida Barão de Studart, 410, Meireles, Fortaleza - CE

quinta-feira, 11 de abril de 2024

1356 - Por que a urina é amarela?

É uma pergunta que as crianças fazem assim quando perguntam por que o céu é azul. Então, por que o xixi é amarelo? Qualquer resposta além de "não sei" é provavelmente mais divertida do que a verdade que os cientistas nos revelaram. Uma enzima até então desconhecida chamada bilirrubina redutase está por trás disso. A bilirrubina redutase não é amarela, mas comanda o processo.
Nosso corpo está sempre produzindo novos glóbulos vermelhos e eliminando os antigos. Os glóbulos vermelhos velhos liberam um pigmento laranja chamado bilirrubina à medida que morrem. Várias espécies de micróbios intestinais em nosso corpo usam a enzima bilirrubina redutase para decompor a bilirrubina em urobilinogênio, o qual fica amarelo à medida que se degrada. Os bioquímicos que estudam a questão há mais de um século (não os mesmos cientistas o tempo todo) sabiam sobre a bilirrubina e o urobilinogênio, mas a relação entre eles é a descoberta que faz tudo funcionar. Esses micróbios que produzem a bilirrubina redutase estão nos fazendo um grande favor, porque o excesso de bilirrubina causa icterícia. Você pode ler sobre os experimentos que revelaram a nova enzima na Ars Technica.
Mas e se a sua urina não for amarela? Talvez você precise consultar um médico.
Fontes:
https://www.neatorama.com/2024/01/30/Scientists-Finally-Know-Why-Urine-is-Yellow/
https://www.healthline.com/health/urine-color-chart
https://arstechnica.com/science/2024/01/gotta-go-weve-finally-found-out-what-makes-urine-yellow/
https://doi.org/10.5281/zenodo.10058858

domingo, 5 de abril de 2015

725 - Como os pulmões funcionam?

Muitos de nós temos centenas de coisas em mente a cada momento. É um grande esforço lembrarmo-nos de tudo que temos de fazer. Mas, felizmente, há uma coisa importante que não temos de nos preocupar em lembrar: respirar.
Quando respiramos, transportamos oxigênio para as células do corpo para mantê-las ativas e precisamos limpar do nosso corpo o dióxido de carbono que essa atividade gera. Respirar, em outras palavras, mantém o corpo vivo.
Como é que cumprimos esta crucial e complexa tarefa sem ao menos pensarmos nisso?
A resposta está em nosso sistema respiratório. Como qualquer máquina, este sistema consiste de componentes especializados e requer um gatilho para funcionar. Aqui, os componentes são as estruturas e tecidos que compõem os pulmões, assim como o são os outros órgãos ligados a eles. E para pôr esta máquina em movimento, precisamos do sistema nervoso autônomo, o centro cerebral de controle inconsciente para as nossas funções vitais.
Comandando os pulmões para inspirar o ar rico em oxigênio, este sistema envia um sinal aos músculos em volta dos pulmões, abaixando o diafragma e contraindo os músculos intercostais (entre as costelas) de modo a criar mais espaço para os pulmões se expandirem. O ar então entra pelo nariz e pela boca, através da traqueia, para os brônquios que partem da base da traqueia entram em cada pulmão. Como ramos, estes tubinhos dividem-se em milhares de passagens menores chamadas bronquíolos. É tentador pensar nos pulmões como enormes balões, mas em vez de serem ocos, são na verdade esponjosos no interior, com os bronquíolos a correr ao longo do parênquima. No fim de cada bronquíolo está um pequeno saco de ar chamado alvéolo, cercado por capilares cheios de glóbulos vermelhos que contêm uma proteína especial chamada hemoglobina.
O ar que inspiramos preenche esses sacos, causando o enchimento dos pulmões. É aqui que ocorrem as trocas gasosas. Neste ponto, os capilares estão cheios de dióxido de carbono, e os sacos de ar estão cheios de oxigênio. Mas, devido a um processo básico de difusão, as moléculas de cada gás movem-se para os locais onde estão em menor concentração. Então, quando o oxigênio atravessa para os capilares, a hemoglobina capta-o, enquanto o dióxido de carbono é descarregado para os alvéolos. A hemoglobina rica em oxigênio é em seguida transportada por todo o corpo através da corrente sanguínea.
Mas, o que fazem os nossos pulmões com todo aquele dióxido de carbono? Expiram-no, claro. O sistema nervoso autônomo atua novamente, ocasionando a subida do diafragma e o relaxamento dos músculos intercostais, tornando menor a cavidade torácica e forçando a compressão dos pulmões. O ar rico em dióxido de carbono é expelido, e o ciclo começa novamente.
É assim que estes órgãos esponjosos mantêm o nosso corpo eficientemente abastecido de ar. Os pulmões inspiram e expiram entre 15 e 25 vezes por minuto, o que acumula uns incríveis 10 000 litros de ar por dia. É muito trabalho, mas não se preocupe. Os seus pulmões e sistema nervoso autônomo tomam conta do assunto.
(transcrito e revisado por Paulo Gurgel)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

603 - O ciclo nasal

Suas narinas dividem a carga de trabalho
Durante todo o dia, elas se alternam em períodos de congestionamento e descongestionamento em um processo chamado de ciclo nasal. Assim, em um dado momento, a "parte de leão" do ar está entrando e saindo por uma narina, enquanto uma quantidade menor de ar está passando pela outra. Periodicamente, o sistema nervoso autônomo, que cuida de sua frequência cardíaca, digestão e outras coisas que você não controla conscientemente, comanda essa alternância do "serviço pesado" entre as narinas.
A abertura e o fechamento das duas passagens são feitos desinflando e inflando o tecido erétil do nariz, respectivamente. (O tecido erétil do nariz é análogo ao tecido erétil do órgão sexual.) O ciclo nasal, portanto, acontece o tempo todo. Mas, quando você está resfriado, gripado ou com rinite alérgica, o processo fica ainda mais evidente.
Há, pelo menos, duas boas razões para que o ciclo nasal exista:
Uma delas é a que faz com que nosso sentido de olfato se torne mais completo. Diferentes moléculas odoríferas degradam em velocidades diferentes, e os receptores de odor trabalham de acordo com essa variabilidade. Alguns odores são mais fáceis de detectar e processar em uma corrente de ar em movimento rápido (narina descongestionada), enquanto outros são mais bem detectados em uma corrente de ar mais lenta (narina congestionada).
O ciclo nasal também preserva o nariz em suas funções de filtrar e umidificar o ar, sendo estas a segunda razão. Pois o congestionamento alternado, propiciando um alívio temporário do fluxo de ar em cada narina, evita que a mucosa nasal resseque e sangre.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

545 - Os vencedores do Nobel de Medicina e Fisiologia em 2013

A Real Academia de Ciências da Suécia anunciou, nesta semana (dia 7), os nomes dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2013.
Foram os americanos James E. Rothman, Randy W. Schekman e o alemão Thomas C. Südhof, por suas descobertas sobre a regulação do transporte de moléculas pelas vesículas, um importante subsistema celular.
Distúrbios neste subsistema podem causar doenças neurológicas, distúrbios imunológicas e diabetes.
Lista dos ganhadores do Prêmio nos anos anteriores
2012: John B. Gurdon (Inglaterra) e Shinya Yamanaka (Japão)
2011: Bruce A. Beutler (Estados Unidos), Jules A. Hoffmann (Luxemburgo) e Ralph M. Steinman (Canadá)
2010: Robert Edwards (Grã-Bretanha)
2009: Elizabeth Blackburn (Austrália-Estados Unidos), Carol Greider e Jack Szostak (Estados Unidos)
2008: Harald zur Hausen (Alemanha), Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (França)
2007: Mario Capecchi (Estados Unidos), Oliver Smithies (Estados Unidos) e Martin Evans (Grã-Bretanha)
2006: Andrew Z. Fire (Estados Unidos) e Craig C. Mello (Estados Unidos)
2005: Barry J. Marshall (Austrália) e J. Robin Warren (Austrália)
2004: Richard Axel (Estados Unidos) e Linda B. Buck (Estados Unidos)
2003: Paul C. Lauterbur (Estados Unidos) e Peter Mansfield (Grã-Bretanha)
2002: Sydney Brenner (Grã-Bretanha), John E. Sulston (Grã-Bretanha) e Robert Horvitz (Estados Unidos)
2001: Leland H. Hartwell (Estados Unidos), R. Timothy Hunt (Grã-Bretanha) e Paul M. Nurse (Grã-Bretanha).

quarta-feira, 24 de julho de 2013

520 - O surfactante pulmonar

É uma mistura de moléculas lipoproteicas, produzidas pelas células secretoras do epitélio alveolar denominadas pneumócitos II. Também conhecida como agente tensoativo, essa substância reduz a tensão superficial do líquido presente nos alvéolos. A produção do surfactante pulmonar (alveolar) começa na 30ª. semana de gestação e é essencial que esteja sendo produzido em quantidade suficiente ao nascimento do feto. Caso contrário, haverá o colabamento dos alvéolos quando o recém-nascido entrar em contato com o ar.
Três vídeos do Prof. Joaquim Procopio que explicam o mecanismo de ação do surfactante e a sua importância para a estabilidade alveolar.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Microfotografia
Este padrão preto-e-branco retrata as surpreendentes formas de organização das moléculas do surfactante pulmonar.

CRÉDITO: Prajna Dhar, Universidade de Kansas

sábado, 23 de março de 2013

479 - Agnotologia

É o estudo da ignorância ou da construção da ignorância.
Em 1927, o fisiologista húngaro Albert Szent-Györgyi isolou uma substância em limões e laranjas que parecia prevenir o escorbuto.
Ele não conseguia identificá-la quimicamente, então a chamou de "ignose", que significa "eu não sei".
Quando os editores do Biochemical Journal reivindicaram um nome diferente, Szent-Györgyi sugeriu "godnose". Finalmente, chegaram a um acordo sobre o nome da substância: "ácido hexurônico".
Acabou sendo ácido ascórbico, vulgo vitamina C.

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32 - Os bebedores de limão

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

460 - A principal função da circulação é a respiração

Há tempo venho me convencendo de que a grande função do aparelho circulatório é assegurar a respiração celular.
A ideia de que o aparelho circulatório serve, eminentemente, a uma função respiratória não é do agrado dos cardiologistas. Segundo tenho verificado, para eles, a função maior do aparelho circulatório é fazer o sangue circular. O que, em princípio, está certo. Mas dentro da hierarquia das coisas que circulam com o sangue, não me sobram dúvidas de que são as exigências do transporte das matérias primas da respiração que determinam a bioengenharia do aparelho circulatório.
A proposição de que o aparelho circulatório serve mesmo é para respirar, aumenta o meu débito para com os cardiologistas. Débito que se iniciou, há alguns anos, com uma outra proposição que lhes submeti à apreciação: a de que a sede anatômica do amor não é o coração mas, muito mais provavelmente, o pulmão.
Esta proposição inquietou duplamente os especialistas do coração: pelo fato em si e por suas repercussões econômicas. Uma das justificativas para a consulta dos cardiologistas ser um pouco mais cara do que as dos demais especialistas da Medicina Interna, deve-se ao fato de terem eles sob sua responsabilidade, além do centro da circulação, o centro do amor.
Os argumentos que apresentei, no entanto, abalaram os meus companheiros de especialidade:
"O que pode o amor fazer ao coração?" perguntava-lhes eu. "Acelerar a freqüência de seus batimentos?". " Vejam em contraste, a riqueza das manifestações afetivas do pulmão: é com o pulmão que rimos, é com o pulmão que choramos, é com o pulmão que suspiramos; é do pulmão que saem todas as interjeições afetivas; e todos os ais de amor". E, completava: "O que pode uma discreta taquicardia sinusal, quando comparada à respiração arfante de uma mulher apaixonada?". 
Não obstante o desassossego que causa, a proposição de que a circulação serve primariamente para respirar é, também, irretorquível.
Se nós pararmos o aparelho circulatório, morreremos em quatro minutos, por falta de oxigênio. Se por um passe de mágica, com o aparelho circulatório parado, conseguirmos oferecer oxigênio a todas as células do organismo, morreremos em onze minutos, por excesso de CO2. Falta de oxigênio e excesso de CO2 são marcas registradas de insuficiência respiratória. Se num segundo lance de mágica, com a circulação parada, removermos o CO2, em excesso, morreremos em três semanas, por acúmulo de catabolitos. Uma demonstração eloquente da primazia dada pelo aparelho circulatório às suas funções respiratórias.
[...]
Referência: Os seis corações do homem: Um ensaio, Publicações SBC

quarta-feira, 19 de maio de 2010

107 - A maior temperatura suportável

A busca pela maior temperatura suportável pelo corpo humano se iniciou no século XVIII, por meio do médico inglês Charles Blagden, e de uma forma não muito comum: Sr. Blagden resolveu entrar num cômodo aquecido a 105 °C, tendo conseguido permanecer no local por 15 minutos.
Testes mais recentes e menos perigosos foram capazes de descobrir a exata temperatura máxima que podemos aguentar: 127 °C por 20 minutos.
Em verdade, o suor é o grande responsável por suportarmos altas temperaturas. Nesse sentido, quando o ar está seco, conseguimos suportar maiores temperaturas, uma vez que o suor rouba calor do corpo ao evaporar. Já quando o ar está úmido, qualquer temperatura acima dos 40ºC pode se tornar insuportável, pois o mesmo não encontra condições de evaporar e assim amenizar a temperatura do corpo.

Publicado em EntreMentes