quinta-feira, 27 de abril de 2023

1305 - Esteatopigia




É a hipertrofia das nádegas ocasionada pelo acúmulo exagerado de gordura nessas regiões, o que acontece notadamente entre os nativos da África meridional como os bosquímanos e o povo Khoisan. O fenômeno ocorre em ambos os sexos, porém é mais observável em mulheres.
Imagem: Wiki
As causas dessa esteatopatia são genéticas, embora alguns estudos tenham demonstrado que possuem um componente hormonal - pelos estrogênios, que favorecem o acúmulo de gordura nas áreas descritas.
Na esteatopigia está presente uma hiperlordose lombar devido ao deslocamento do centro de gravidade, que faz com que a coluna seja puxada para frente para manter o equilíbrio corporal. E que que  os joelhos geralmente se posicionem para dentro e para trás como uma forma de compensação.
Na Inglaterra vitoriana, em espetáculos de aberrações eram apresentadas mulheres com esta condição. O exemplo mais emblemático foi a sul-africana Saartjie Baartman.
Ver no Blog EM: A Vênus Hotentote

quinta-feira, 20 de abril de 2023

1304 - Abreviaturas em prescrições

a.c. (ante cibum) – antes das refeições
ad lib. (ad libitum) – use o quanto quiser; livremente
alt. h. (alternis horis) - a cada duas horas
e.m.p. (ex modo prescripto) - conforme indicado
ex. aq. - em água
h.s. (hora somni) – na hora de dormir
noct. (nocte) – à noite
n.p.o. (non per os) – nada por via oral
p.c. (post cibum) – após as refeições
p.o. (per os) - por via oral
s.a. (secundum artum) – use seu julgamento
s.o.s. (si opus sit) - se houver necessidade
+ abreviaturas AQUI
Napoleão Bonaparte descreveu a medicina como "uma coleção de prescrições incertas cujos resultados, tomados coletivamente, são mais fatais do que úteis para a humanidade".

sexta-feira, 14 de abril de 2023

1303 - O caráter translacional da pesquisa de Carlos Chagas

(Bom para o dia 14 de abril, no qual é celebrado o Dia Mundial da Doença de Chagas.)
Nascido em 9 de julho de 1878 no município de Oliveira (Minas Gerais), Carlos Justiniano Ribeiro Chagas (1878-1934) se tornaria um dos nomes mais proeminentes da história da medicina não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Com uma trajetória brilhante e dedicada à Saúde Pública, ele foi o primeiro cientista no mundo a descrever completamente uma doença infecciosa (patógeno, vetor, hospedeiros, modo de transmissão, manifestações clínicas etc.), a Doença de Chagas. Um feito que, no dizer da Dra. Simone Petraglia (Fiocruz), reforça o caráter translacional do trabalho desenvolvido por este grande vulto da medicina brasileira.
A pesquisa translacional envolve um processo conhecido por translação do conhecimento, no qual o foco da investigação científica na área da saúde adquire um fluxo de informação bidirecional entre as pesquisas básica e clínica, resultando em uma aplicabilidade real do conhecimento e de novas tecnologias, melhorando a aplicação clínica de novos conceitos terapêuticos, e, finalmente, proporcionando benefícios diretos aos principais interessados neste processo: os pacientes. 
Carlos Chagas chegou a ter o nome indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia, como confirma Nils Ringertz, secretário da Comissão para o Nobel de Medicina ou Fisiologia, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia.
Dizem que o Nobel de 1921 seria dele, mas não o deram (nem a ninguém, ficou vago) por oposição de brasileiros influentes, dentre os quais, a de um médico.
À época, o maior crítico de Carlos Chagas era o médico Júlio Afrânio Peixoto.
Deu na seção "Há 100 anos" da Folha de SP:
[imagem não disponível] 
Controvérsias
Abordando a vida e a obra de Carlos Chagas, em "Doença de Chagas: a Polêmica na ANM e as Especulações sobre o Prêmio Nobel" (subtema de um simpósio ocorrido na Academia Nacional de Medicina, em 2019), o Dr. Paulo Gadelha (Fiocruz), ao analisar as discussões ocorridas na Academia Nacional de Medicina, destacou como principais personagens o próprio Dr. Carlos Chagas, Miguel Couto, Júlio Afrânio Peixoto, Clementino Fraga e Paulo de Figueiredo Parreiras. Segundo o Dr. Paulo Gadelha, essas discussões estiveram centradas em três eixos: do saber (paternidade da descoberta, contribuições de outros pesquisadores etc.); do poder (Instituto de Manguinhos e a Saúde Pública) e da ética (apropriação da descoberta, ocultação de trabalhos de colaboradores e criação de uma "epidemia imaginária"). Além desses fatos, também esteve em discussão a imagem do Brasil que, despontando como uma nação receptora de imigração, poderia sofrer com a associação a "um país de doentes".
Também foram abordadas as especulações sobre o Prêmio Nobel, que ganharam força após o grande destaque recebido por Carlos Chagas na Exposição de Dresden (1911) e da concessão do Prêmio Schaudinn em 1912. No entanto, após análise dos registros históricos, apresentados, o Dr. Paulo Gadelha ressaltou que não existem evidências que suportem a hipótese de que a oposição enfrentada por Carlos Chagas na Academia Nacional de Medicina tenha sido um dos motivos para ele não ter recebido a premiação. Destacou, ainda, a não existência de documentos que comprovem a especulação de que o Comitê Nobel tenha se dirigido a instituições brasileiras e que essas tenham desaconselhado a premiação.
Fonte: https://www.anm.org.br/vida-e-obra-de-carlos-chagas-sao-celebradas-em-simposio-na-academia-nacional-de-medicina/

quinta-feira, 6 de abril de 2023

1302 - O oxigênio que respiramos

Simplesmente ter átomos de oxigênio nos pulmões não é suficiente para respirar. Precisamos especificamente de O2 - oxigênio gasoso e molecular, que representa 21% da atmosfera.

Em massa, a H2O é 88,8% de oxigênio. Mas não podemos respirar água, que é a "cinza" da queima do hidrogênio. 

Se qualquer outra forma de oxigênio estiver presente, pode ser inútil ou pior que inútil.

Por exemplo, o CO2 é dióxido de carbono - um gás levemente tóxico que produzimos como subproduto do consumo de oxigênio e que exalamos a cada respiração. Mas se tentarmos respirar CO2 (sem O2 adequado disponível), sufocaremos.

O CO é monóxido de carbono - um gás consideravelmente mais tóxico que na verdade desloca O2 em nossa corrente sanguínea, causando novamente asfixia.

N2O é o óxido nitroso - "gás do riso". É um anestésico geral comum e o deixará tonto, mas em grandes quantidades, isso também o matará.

H2SO4 é ácido sulfúrico... não tente respirar isso (mesmo ou especialmente na forma gasosa), a menos que você goste de seus pulmões derretendo.

Até o O- (um único átomo de oxigênio não ligado) é chamado de "radical livre" e é realmente incrivelmente destrutivo para as células. É disso que estamos tentando nos livrar quando comemos ou bebemos "antioxidantes" para a saúde.

Anthony Zarrela, Quora