Mostrando postagens com marcador perfil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador perfil. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de maio de 2014

614 - Hamilton Naki

Hamilton Naki
Hamilton Naki (26 de junho de 1926 – 29 de maio de 2005) foi um "cirurgião" sul-africano sem nenhuma formação acadêmica ou diploma. Citado em diversas publicações como assistente cirúrgico do doutor Christiaan Barnard, nas experiências que resultaram no primeiro transplante de coração realizado com êxito no mundo, no Groote Schuur Hospital, na África dos Sul, em 1967. Naki, em entrevista, disse que participou da intervenção que resultou no transplante histórico, embora não haja nenhum registro no hospital sobre a sua colaboração no feito.
"Olha, nós estamos permitindo que você faça isso, mas você deve saber que você é negro e isso é o sangue do branco. Ninguém deve saber o que você está fazendo."
Ele nasceu de uma família pobre em uma pequena aldeia do estado de Cabo do Leste, na África do Sul, de nome Ngcingane. Lá ele completou seu curso primário. Com 14 anos de idade, de carona, foi à procura de trabalho na Cidade do Cabo, arranjando emprego de jardineiro na Universidade da Cidade do Cabo. Selecionado por Robert Goetz, da Faculdade de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, para trabalhar nos laboratórios da clínica, ajudou inicialmente cuidando dos animais cobaias do laboratório. Em uma determinada ocasião, Goetz lhe pediu para segurar uma girafa enquanto ele a operava. Para surpresa de Goetz, além dessa simples tarefa, Naki foi se envolvendo com maestria em outros procedimentos cirúrgicos mais complexos, incluindo suturas, analgésias e cuidados pós-operatórios. Apesar da sua carência de estudos formais, sua técnica e capacidade foram reconhecidas, recebendo, assim, permissão especial para continuar suas pesquisas no laboratório, com animais, incluindo transplantes, embora nunca pudesse trabalhar como médico de humanos pelas leis do apartheid. Naki se converteu em um dos quatro técnicos de laboratório de pesquisa da Faculdade de Medicina. Dava assistência aos jovens cirurgiões em suas atividades com animais no laboratório, inclusive em pesquisas em transplantes de rins, coração e fígado. Mesmo registrado nos documentos do hospital como faxineiro e jardineiro, Naki recebia salário de técnico de laboratório, o mais alto do hospital para alguém sem diploma. Com o fim do apartheid, recebeu, em 2002, como reconhecimento pelo seu trabalho, a Ordem Nacional de Mapungubwe. Em 2003, recebeu um diploma honorário em medicina pela Universidade da Cidade do Cabo. Aposentado, Naki continuou trabalhando como cirurgião em um ônibus adaptado como clínica móvel. WIKIPÉDIA
Importante
Não tire conclusões do perfil acima traçado de Hamilton Naki sem ler a matéria que foi publicada no seguinte endereço eletrônico:
http://www.economist.com/node/4174683

quarta-feira, 12 de junho de 2013

506 - O Índio Cor-de-Rosa

Este ano comemora-se o centenário de nascimento do médico sanitarista e sertanista Noel Nutels (no centro da foto).
Judeu, nascido na distante Ucrânia, Noel Nutels (1913-1973) se definia, acima de tudo, como brasileiro. Não era à toa. Criado no Nordeste, ele dedicou grande parte de sua vida ao combate das doenças que assolavam o Brasil como a tuberculose, a malária e a varíola. Ele não poupou esforços ao sair do conforto do atendimento em consultório para o trabalho de campo. Foi assim que teve o primeiro contato com os índios, aderindo de forma pioneira à defesa destas populações, e consagrando-se, segundo Assunção Paiva, como um dos maiores indigenistas do país.
A história de sua vida foi contada em "Noel Nutels", publicação de sua autoria com diversos colaboradores, editada em 1975. Em 1978, Orígenes Lessa lançou "O Índio Cor-de-Rosa - Evocação de Noel Nutels". Sua biografia romanceada foi publicada em 1997, "A Majestade do Xingu", de Moacir Scliar.
Noel Nutels faleceu aos 60 anos, em 10 de fevereiro de 1973.