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sexta-feira, 16 de junho de 2017

991 - Luz, mais luz


"Licht, mehr Licht." ~ atribuída a Goethe
Em 1993, uma manchete no National Enquirer zombou da National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência) por financiar o professor Jonathon Copeland, da Geórgia do Sul, em seus estudos com os vagalumes (*) em Bornéu.
 - Não é uma ideia brilhante.
O tabloide atribuía a frase acima a um representante republicano de Wisconsin.
Ironicamente, na mesma semana em que este artigo foi publicado, apareceu outro artigo na revista Time relatando que os médicos estavam usando a luciferase, a enzima responsável pela bioluminescência dos insetos lampirídeos, em testes de resistência a drogas por cepas do bacilo da tuberculose.
Vagalume ou vaga-lume?
Ler: https://dicionarioegramatica.com.br/tag/vagalume-ou-vaga-lume/
Os vagalumes, pela beleza e pelos fachos de luz que carregam e proporcionam deslumbramento em locais mais escuros onde a natureza ainda impera, não deveriam ter hífen. Os vagalumes vagam acima da nova ortografia luso-brasileira. Comentário de um leitor do blog Nova Ortografia, de Gabriel Perissé.
(*) Numa edição revista e ampliada desta nota talvez eu escolha a opção "pirilampos". N. do E.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

616 - A roda de urina

Esta é a roda de urina. Era usada na Idade Média para diagnosticar as doenças com base na cor, cheiro e sabor da urina de uma pessoa.
Sim, eu disse sabor. Voltarei a esse ponto em um minuto.
Antes dos estetoscópios, exames de sangue e raios-x, um frasco de urina era uma importante ferramenta de diagnóstico. Devido à influência duradoura de Galeno (131-201 d.C.), os médicos acreditavam que a urina era fundamental para avaliar a saúde do fígado (onde achavam que o sangue era produzido) de uma pessoa.
Analisar a urina era a melhor maneira de determinar se os quatro humores (sangue, fleuma, biles amarela e preta) de um paciente estavam em equilíbrio. A imagem do médico segurando um frasco cheio de urina contra a luz ainda é um dos símbolos do período medieval.
A roda era composta por 20 cores, indo da urina branca, passando pelas tonalidades douradas, até as cores escuras. George III (1738-1820), o "Rei Louco", teria tido urina roxa. Esta cor poderia ter sido um sinal de uma condição rara conhecida como porfiria, que pode se manifestar com distúrbios neurológicos e mentais.
O cheiro e o gosto da urina de um paciente eram igualmente importantes para acompanhar um tratamento e, muitas vezes, correspondia a cores específicas. Em 1674, o médico Inglês Thomas Willis descreveu a urina de um diabético como sendo "maravilhosamente doce, como se estivesse com mel ou açúcar". Ele também observou que a urina diabética, muitas vezes, tinha a cor de mel, algo anteriormente observado por outros médicos que usavam a roda da urina.
Nos séculos 16 e 17, as rodas de urina tornaram-se tão populares que muitas pessoas as possuíam, inclusive os médicos não licenciados e os charlatães.
A prática de usar a urina para analisar a saúde de um paciente mais adiante daria origem à uromancia, algo completamente diferente.
Piss Prophets and The Wheel of Urine, Chirurgeon's Apprentice
Medieval Urine Wheels, YouTube

quinta-feira, 16 de maio de 2013

497 - Comparando estratégias de baciloscopias do escarro no diagnóstico da tuberculose pulmonar

Acurácia diagnóstica da baciloscopia no mesmo dia contra BAAR padrão para tuberculose pulmonar: uma revisão sistemática e meta-análise
A pesquisa de bactérias ácido-álcool resistentes no escarro (BAAR), é o exame mais amplamente disponível para tuberculose pulmonar em países com alta carga da doença. Melhorar a sua precisão é crucial para a realização das metas de detecção de casos estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Infelizmente, muitos pacientes são incapazes de apresentar todos os espécimes necessários para o exame ou de voltar para o tratamento devido a resultados negativos, e relatórios requerem várias visitas à clínica.
Para informar recomendações de política para um Grupo de Especialistas convocado pela OMS, pesquisadores publicaram, recentemente, no Lancet Infectious Diseases, um estudo que avaliou a acurácia do exame de escarro, comparando as estratégias para a obtenção de escarro em 1 dia com as estratégias para a obtenção de escarro em mais de 2 dias.
Os pesquisadores conduziram uma revisão sistemática e meta-análise de artigos de pesquisa comparando a acurácia da microscopia de amostra preparada anteriormente ou no mesmo dia e do exame de BAAR padrão para o diagnóstico da tuberculose pulmonar confirmada por cultura. Eles pesquisaram nas bases Medline, Embase, Biosis e Web of Science, para artigos publicados entre 1 de janeiro de 2005 e 14 de fevereiro, 2012. Dois investigadores identificaram artigos elegíveis e dados extraídos de locais de estudo individuais. Eles geraram estimativas de síntese de dados agrupados (intervalos de confiança de 95%) para a sensibilidade e especificidade, usando meta-análise de efeitos aleatórios, quando quatro ou mais estudos estavam disponíveis.
Foram identificados oito estudos relevantes a partir de cinco artigos registrando 7.771 pacientes com suspeita de tuberculose nos países de baixa renda. Comparado com o método padrão de análise de dois esfregaços com microscopia de luz de Ziehl-Neelsen em 2 dias, o exame de dois esfregaços tomadas no mesmo dia, tinham a mesma sensibilidade (64% [IC95% 60 a 69], para microscopia padrão contra 63 % [58-68] para microscopia no mesmo dia) e especificidade (98% [97 a 99] contra 98% [97 a 99]). Observaram-se resultados semelhantes para os estudos de microscopia de fluorescência empregando diodo emissor de luz e para estudos examinando três lâminas, se estes foram comparados com estratégias de 2 esfregaços ou um com o outro.
Os pesquisadores concluíram que a baciloscopia no mesmo dia é tão precisa quanto o exame de BAAR padrão. Mais dados são necessários para documentar as mudanças necessárias no sistema de saúde para implementar com sucesso a estratégia e avaliar seus efeitos.
Autores: J Lucian Davis MD; Adithya Cattamanchi MD; Prof Luis E Cuevas MD; Prof Philip C Hopewell MD; Karen R Steingart MD.
Uma resenha a cargo de Medical Services de:
Diagnostic accuracy of same-day microscopy versus standard microscopy for pulmonary tuberculosis: a systematic review and meta-analysis - The Lancet Infectious Diseases; Vol 13, Issue 2, Pags 147-154, Feb 2013

domingo, 21 de março de 2010

48 - A calculadora de Hutchon

Facilita a vida de quem faz pesquisas clínicas este programa criado pelo médico ginecologista DJR Hutchon.
A partir de quatro dados básicos (verdadeiros positivos, verdadeiros negativos, falsos positivos e falsos negativos), obtidos estes pela comparação de um teste com outro considerado padrão-ouro para o diagnóstico de uma doença, o usuário desse programa (cuja apresentação é sob a forma de uma calculadora) pode, instantaneamente, obter as seguintes informações relativas ao teste pesquisado:

- Sensibilidade
- Especificidade
- Valor preditivo positivo
- Valor preditivo negativo
- Acurácia
- Prevalência da doença
- Razão de probabilidade

Endereço da calculadora na internet: www.hutchon.net

Publicado em EntreMentes