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quinta-feira, 3 de abril de 2025

1407 - A 1.ª edição do livro "Epidemiologia & Saúde" da Prof.ª M. Zélia Rouquayrol

Autor:
MARIA ZÉLIA ROUQUAYROL
Colaboradores:
Atenção Primária em Saúde FÁTIMA MARIA FERNANDES VERAS
Saúde Mental JOSÉ JACKSON COELHO SAMPAIO
Saneamento Básico SUETÔNIO MOTA
Políticas de Saúde HERVAL PINA RIBEIRO
Saúde Ocupacional PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA
Editado com o auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Impresso na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Fundação Educacional Edson Queiroz
Fortaleza, 1983. 327p.
Capa e ilustrações: Mário Kaúla
Adotado como livro-texto em Epidemiologia e Medicina Preventiva por diversas universidades do Brasil, "Epidemiologia & Saúde" encontra-se na 8.ª edição.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

1266 - A varíola dos macacos

A varíola dos macacos é causada por um vírus chamado Monkeypox (na imagem de microscopia / National Institute of Allergy and Infectious Diseases) que pertence ao gênero Ortopoxvírus da família Poxviridae.
O vírus é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados como roupas de cama. A doença também pode ser transmitida pelo contato com a pele durante o sexo, incluindo beijos, toques e sexo oral com alguém que tenha sintomas.
A transmissão, portanto, é basicamente através de lesões na pele, as quais são altamente infectantes. "Não precisa alguém pegar na lesão especificamente, o cumprimento de mãos, por exemplo, pode transmitir a doença", explica o médico infectologista Antônio Bandeira, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
A OMS afirma que, embora o contato físico seja um fator de risco bem conhecido para a transmissão, não está elucidado - até o momento - como a varíola símia pode ser transmitida especificamente por via sexual.
Desde o início do surto, médicos e cientistas de diversos países buscam respostas para explicar por que o vírus tem conseguido, pela primeira vez, se espalhar de forma significativa fora da África e por quais os motivos ele tem afetado principalmente os homens que fazem sexo com homens.
Redes conectadas 
Entre as hipóteses discutidas pela comunidade científica está a possibilidade de o vírus ter entrado em circulação em redes sexuais interconectadas na comunidade HSH ("homens que fazem sexo com homens"), de onde está se espalhando de maneira mais eficiente.
Muitos – mas não todos os casos – relatam parceiros sexuais casuais ou múltiplos, às vezes associados a grandes eventos ou festas. 
O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. Os sintomas incluem vesículas (pústulas) no rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais, febre, linfonodos inchados, dores de cabeça e musculares e falta de energia.
Como medidas de proteção, a OMS recomenda evitar contato próximo com qualquer pessoa que tenha sintomas.
Estigma e desinformação
É fundamental entendermos que a doença acomete qualquer pessoa.
No início da epidemia de HIV, na década de 1980, os casos de Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foram associados aos homossexuais e a outros quatro grupos populacionais: hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína injetável) e profissionais do sexo (hoockers), recebendo à época o nome de "Doença dos 5 H".
"Nós temos que ter todo o cuidado, toda a ponderação, para não criarmos fantasmas e preconceitos inaceitáveis depois que o mundo todo vem lutando, há décadas, para superar preconceitos que foram cristalizados, em determinados períodos, sobretudo em relação ao HIV", afirma o infectologista Rivaldo Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: Lucas Rocha, da CNN (26/07/2022)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

1076 - John Snow, pioneiro da epidemiologia





Em 1854, o Dr. John Snow (15 de março de 1813 - 16 de junho de 1858) removeu a alça da bomba de água pública no cruzamento da Broad Street (agora Broadwick Street) com a Cambridge Street (agora Lexington Street), no Soho, Londres, impedindo assim a propagação da cólera.
Ele havia mapeado os focos e, como conclusão de seu estudo, suspeitou da contaminação dessa fonte comunitária de água. Ele estava certo neste que foi um dos gestos mais simbólicos da história da saúde pública. Poucos dias depois da remoção da alça da bomba, novos casos de doença haviam cessado. A investigação do local mostrou que o esgoto de uma fossa com vazamento havia contaminado a água do poço.
Assim Snow, que já era um célebre anestesista, tornou-se um pioneiro da epidemiologia.

Imagem - Uma réplica da bomba, com uma placa memorial e sem a alça (para significar a ação de Snow para deter o surto) foi erguida em 1992, perto da localização da bomba de água original.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

1029 - Cresce a incidência de câncer no mundo

Estima-se que, somente entre os anos de 2016 e 2017, 600 mil novos casos de câncer afetarão a população brasileira. Os tumores pediátricos respondem por, aproximadamente, 3% desses casos – o que atinge crianças e adolescentes até os 19 anos. Dos 600 mil novos casos, entre a população masculina é esperada a incidência de 295.200 novos casos e, entre a feminina, 300.800.
Os dados são da publicação bienal do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Estimativa 2016, que aponta que 60% dos pacientes no Brasil são diagnosticados em estágio avançado da doença.
Com tratamento de alta complexidade, o câncer de pele não-melanoma é o mais frequente na população brasileira, sendo seguido, entre os homens, pelos cânceres de próstata, pulmão, intestino, estômago e cavidade oral. Entre as mulheres, os tipos de cânceres mais frequentes são de mama, intestino, colo de útero, pulmão e estômago. De acordo com o World Cancer Research Fund International (WCRF), a incidência de câncer no mundo cresceu em 20% na última década.
O rol de especialidades e áreas de atuação médica foi ampliado: oncologia clínica e cirurgia oncológica são as duas novas especialidades, enquanto oncologia pediátrica tornou-se área de atuação reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). É o que estabelece a Resolução CFM nº 2.162/2017, já em vigor.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

1003 - Richard Doll: um estudo de 50 anos

Sir William Richard Shaboe Doll (Londres, 28 de outubro de 1912 — Oxford, 24 de julho de 2005), epidemiologista inglês.
Nunca saberemos com certeza que nomes serão lembrados no futuro como referências no campo das ideias e da produção de conhecimento nas esferas da Epidemiologia e da Saúde Pública, mas além de John Snow, seguramente Richard Doll estará entre eles. Seus trabalhos sobre a associação entre tabagismo e câncer de pulmão são presença obrigatória nos livros texto de Epidemiologia e uma constante nas atividades de formação de profissionais de saúde e pesquisadores nestas áreas.
Finalizada a 2ª Guerra, ganhava força o debate entre trabalhadores e os dirigentes conservadores na Inglaterra para a criação do Sistema Nacional de Saúde a primeira experiência desta natureza no mundo capitalista. É no meio deste debate, que Doll é convidado por Bradford Hill – um dos grandes nomes da Bioestatística naquele período –, para ajudá-lo na análise da crescente elevação de casos de câncer de pulmão em homens que estavam sendo diagnosticados no país.
O que Doll, tanto como Hill, então acreditavam piamente que a causa daquele fenômeno era a crescente poluição urbana decorrente da ampliação da frota de automóveis circulando por Londres e demais grandes cidades inglesas. Esta convicção era tão marcada que seus estudos iniciais foram realizados analisando a distribuição do câncer de pulmão em guardas de trânsito, em comparação com aquela verificada entre os demais trabalhadores.
Para sua surpresa, a similitude de resultados em ambos grupos, levou-os a ampliar o espectro dos possíveis fatores de risco, o que acabou conduzindo aos clássicos resultados dos estudos revelando a associação daquela neoplasia com o hábito de fumar, hipótese então considerada inusitada e surpreendente. Na Inglaterra dos anos 40, cerca de 80% dos homens adultos eram fumantes, hábito de vida então considerado como sofisticado e de bom gosto. As contra-capas de importantes revistas médicas daquele período apresentavam propagandas da indústria do tabaco com pretensos diálogos, nas quais os personagens centrais eram profissionais de saúde, como médicos e enfermeiras, destacando suas preferências pelas diferentes marcas de cigarro, assim associadas à imagem de credibilidade e aceitabilidade social daqueles profissionais.
Com os trabalhos de Doll e a contundência de seus resultados, o tabagismo sofre um de seus primeiros grandes golpes e, em poucos anos, diminui a prevalência de fumantes nas camadas socais de maior escolaridade e renda na Inglaterra. Seu impacto geral para a saúde pública e nas atividades de promoção da saúde foi tão marcado que Doll recebe da realeza inglesa o grau de "Sir", sendo seu nome várias vezes sugerido posteriormente na indicação para Premio Nobel de Medicina, o que acabou nunca se materializando.
Extraído de "We Lost Richard Doll", por Sergio Koifman
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2005000300002
Ver também: Sir Richard Doll: A life's research, BBC News
No final da década de 1970, Richard Doll esteve em Fortaleza onde proferiu uma palestra para o corpo clínico do Hospital de Messejana.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

916 - Alerta contra a sífilis

Todos os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênita (em bebês) – são de notificação
obrigatória no país há cinco anos.
No Brasil, de 2014 para 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes, de 20,9%, e a congênita, de 19%.
A penicilina benzatina é o medicamento seguro e eficaz no combate à sífilis.
Este antibiótico (com problema de desabastecimento no mundo) é essencial para o controle da transmissão vertical da sífilis (para o bebê), como reconhece a Assembleia Mundial da Saúde.
Neste ano, a campanha de combate à doença no Brasil tem como foco as gestantes, sensibilizando-as para que, no início da gestação, realizem o teste diagnóstico para a sífilis (VDRL) e sejam imediatamente tratadas se a doença for confirmada.
Para evitar a reinfecção da mulher pelo parceiro sexual, este também deverá ser tratado.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

763 - O papel da microbiota na prevenção de alergias

O corpo humano é habitado por bilhões de bactérias simbióticas, criando uma diversidade que é única para cada indivíduo. A microbiota está envolvida em muitos mecanismos importantes, incluindo a digestão, a síntese de vitaminas e a defesa do hospedeiro. Está bem estabelecido que uma perda de bactérias simbiontes promove o desenvolvimento de alergias. Os cientistas do Instituto Pasteur conseguiram explicar esse fenômeno e demonstrar como a microbiota age sobre o equilíbrio do sistema imunológico: a presença de microrganismos bloqueia especificamente as células do sistema imunológico responsáveis por desencadear alergias. Estes resultados são publicados na revista Science.
A hipótese da higiene sugere uma associação entre o declínio das doenças infecciosas e o aumento de doenças alérgicas em países industrializados. Melhorias nos níveis de higiene conduzem necessariamente a um reduzido contato com microrganismos o qual é acompanhado por um aumento da incidência de doenças alérgicas e autoimunes.
Estudos epidemiológicos comprovaram esta hipótese, mostrando que as crianças que vivem em contato com animais da fazenda – e, portanto, com mais agentes microbianos – desenvolvem menos alergias durante a sua vida. Por outro lado, estudos experimentais demonstram que administrar antibióticos aos ratos nos primeiros dias de vida resulta em perda de microbiota e, posteriormente, em um aumento da prevalência de alergia.
Referência
C. Ohnmacht, J.-H. Park, S. Cording, J. B. Wing, K. Atarashi, Y. Obata, V. Gaboriau-Routhiau, R. Marques, S. Dulauroy, M. Fedoseeva, M. Busslinger, N. Cerf-Bensussan, I. G. Boneca, D. Voehringer, K. Hase, K. Honda, S. Sakaguchi, G. Eberl. The microbiota regulates type 2 immunity through ROR t T cells. Science, 2015; DOI: 10.1126/science.aac4263

quarta-feira, 30 de julho de 2014

642 - O cigarro no mundo

Na desigual geografia do vício, onde se fuma mais hoje é nos países pobres.
O fumo mata 6,3 milhões de pessoas por ano. As estimativas são de que, durante o século XXI, ele causará 1 bilhão de mortes.
 Nesse panorama trágico, a situação brasileira não é das piores. A cada novo inquérito cai o número de fumantes em nosso país. Os mais recentes mostram que 15 a 17 por cento dos brasileiros com mais de 15 anos fumam. Fumamos menos do que os americanos, alemães, italianos, franceses, dinamarqueses ou holandeses. Na Europa, apenas os suecos fumam menos do que nós: 12 por cento.
Do artigo O cigarro no mundo, de Drauzio Varella, no CartaCapital

domingo, 9 de junho de 2013

505 - Um alfabeto epidemiológico

Vídeo (em inglês) escrito por Jennifer Gardy e animado por Tom Scott:


De repente, aquela vontade de lavar as mãos.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

371 - O "paradoxo hispânico"

Os pesquisadores chamam de "paradoxo hispânico".
Quando se trata de câncer de mama, câncer de próstata e doença cardíaca, os pacientes latinos nos EUA sobrevivem, após o diagnóstico da doença, por mais tempo do que os pacientes não-latinos brancos e negros, embora outros estudos mostrem que aqueles tendem a ter menos recursos e menos acesso a cuidados médicos do que estes.
O mesmo também acontece com o câncer de pulmão, afirmam cientistas da Escola Miller de Medicina da Universidade de Miami, num artigo publicado on-line na revista Cancer.
Os pesquisadores analisaram um vasto banco de dados de casos de câncer nos EUA, referente a 172.398 pacientes diagnosticados com câncer de não-pequenas células do pulmão, um subtipo do câncer pulmonar, no período de 1988-2007. Em geral, os pacientes latinos (n = 18.206) apresentaram, durante o estudo, um risco 15% menor de morrer do que os pacientes não-latinos brancos. E os pacientes negros eram ligeiramente mais propensos a morrer do que os não-latinos brancos.
Não houve diferenças significativas na mortalidade dos pacientes latinos que nasceram nos EUA com relação à mortalidade dos pacientes latinos que nasceram no estrangeiro, segundo o estudo. Pesquisadores da Universidade de Miami não sabem por que os pacientes latinos tendem a viver mais tempo, mas sugerem que seja porque eles fumam menos ou porque se beneficiam de algum fator genético.

Leitura recomendada
The 'hispanic paradox': latinos and lung cancer, Los Angeles Times
Lung Cancer, CDC