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quinta-feira, 22 de junho de 2017

993 - O teste de Marsh

Arsênico é talvez o veneno mais prolífico da história, e por várias razões: tem sido historicamente fácil de obter, é inodoro e insípido, pode ser introduzido calmamente, ao longo do tempo, em pequenas doses despretensiosas e, no final, os sintomas do envenenamento por ele imitam aqueles de algumas doenças comuns. Durante a maior parte da história, não havia maneira confiável de detectá-lo, e assim o arsênico era uma ameaça à espreita, com mortes comuns e sub-relatadas.
Sabia-se, a partir de processos químicos documentados do século XVIII, que o ácido arsênico reagia com o zinco para produzir o gás arsino e, em 1836, descobriu-se que o gás, quando aquecido a uma determinada faixa de temperatura, deixava uma película estável de arsênico metálico em um pedaço vidro ou porcelana - um indicador que veio a ser chamado de "espelho de arsênico". Era este o princípio do teste de James Marsh (1794 - 1846), que podia detectar com precisão pequenas quantidades de veneno no corpo humano e, para deleite dos promotores, era aplicável em cadáveres antigos.
Além disso, o "espelho revelador" fazia uma apresentação convenientemente clara e dramática na sala do tribunal.
Talvez o uso mais famoso do teste de Marsh tenha sido no julgamento de Marie Lafarge, em 1840, no qual esta foi acusada de envenenar seu marido. A jovem Marie tinha entrado em um casamento arranjado com Charles Lafarge acreditando que ele era um rico e culto empresário, mas, quando ela descobriu que ele, na verdade, era um "lascado", com hábitos sexuais ásperos e dívida substancial, passou a colocar arsênico na comida dele.
Os amigos mencionaram que a ouviram perguntar, casualmente, sobre as obrigações com o luto (Quanto tempo você teve que se vestir de preto?). Daí, quando Charles percebeu que a devoção de sua esposa para cozinhar em casa não era um gesto de amor, já era tarde demais.
A análise preliminar do estômago de Charles, com o procedimento de Marsh, não encontrou qualquer sinal de arsênico, mas agora era a vez da promotoria chamar Mateu Orfila, reitor da Faculdade de Medicina de Paris e principal toxicólogo da época, para o seu lado. Citando uma pesquisa do cientista que afirmava que o estômago podia ser capaz de expelir o veneno, eles disseram que os testes teriam de ser feitos em outros órgãos e tecidos de Lafarge para somente então se obter um resultado verdadeiramente definitivo.
A acusação levantou também o espectro de erro do usuário: era a primeira vez que os cientistas locais haviam realizado o notoriamente difícil teste de Marsh, em que precisavam de muita habilidade e familiaridade para acertar.
Neste ponto, nada mais restava do pobre Charles Lafarge, cujo corpo quando exumado se dizia semelhante a uma "espécie de pasta, em vez de carne". E, para superar o ônus da prova, foi o próprio Orfila que fez a análise final. Ele detectou com facilidade arsênico naquela pasta de órgãos, e Marie Lafarge foi condenada a trabalhos forçados.
Extraído de The Dramatic Courtroom Demo Designed to Expose Arsenic Murders, in Atlas Obscura.
Ilustração: Dois cientistas fazendo o teste de Marsh, 1856.SCIENCE HISTORY IMAGES/ALAMY
Ver também: 495 - O trono do conhecimento

sábado, 5 de novembro de 2016

917 - Carbono, a base da vida

Em estado puro e dependendo de como estão dispostos seus átomos, este elemento pode formar tanto o mineral mais duro que ocorre na natureza, o diamante, como um dos mais brandos, o grafite. Organizados em hexágonos e formando lâminas, os átomos de carbono dão lugar ao grafeno, um material do qual vocês certamente ouviram falar, nestes últimos anos, por causa de suas "incríveis" propriedades mecânicas e elétricas.
Mas, como se fosse pouco, o carbono é o elemento fundamental para a vida.
As propriedades químicas do carbono permitem a este elemento unir-se a uma grande quantidade de átomos distintos para formar moléculas enormes e complexas. De fato, a química do carbono é tão variada que é capaz de formar mais compostos químicos do que o resto dos elementos da tabela periódica juntos. Por isso não é de estranhar que exista a química orgânica, um ramo da química dedicado ao estudo dos compostos formados pelo carbono
Não há dúvida de que o carbono quaternário com a sua sociabilidade levou as coisas longe demais. PGCS
Na gravura acima - Não são moléculas curtindo o período da pagodeira. Elas pertencem à classe dos nanoputians, moléculas orgânicas cujas fórmulas estruturais lembram seres humanos. Elas são especialmente sintetizadas para que apresentem essas características antropomórficas.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

517 - Um elemento químico de grande beleza

Até o século 18 foi muitas vezes confundido com estanho ou chumbo. No entanto, uma vez refinado em sua forma mais pura, torna-se algo de grande beleza. É cerca de duas vezes mais abundante do que o ouro.
Sim, há chance de você ter entrado em contato com ele - se você já teve distúrbios em seu aparelho digestivo! Sob a forma de óxido de bismuto e com íons de salicilato à superfície, você provavelmente o conhece pelo nome comercial de Pepto-Bismol.
Mas o que você vê aqui é o bismuto, elemento químico, em sua forma cristalina.
Kuriositas
Leitura complementar
Zaterka, Sclioma. Os sais de bismuto em gastroenterologia: uma medicação antiga, mas atual, LILACS

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

442 - A química do amor

Afinal, o amor tem algo a ver com a Química? Na verdade o amor é Química! Todos os sintomas relacionados com o amor e a paixão - respiração ofegante, palpitações cardíacas, mãos úmidas etc. - têm uma explicação científica: são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, serotonina e as endorfinas.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

233 - Como engarrafar uma molécula de água

Nos últimos dias, um grupo de químicos conseguiu criar um frasco bem pequeno e nele engarrafar uma única molécula de água.
Saiba como você também pode fazer isso em casa.
Inicialmente, você vai precisar de um fulereno. Mas não é um fulereno qualquer, é um da classe dos esféricos, conhecidos pelo nome de buckminsterfulerenos. Pode ser, por exemplo, o fulereno C60 que tem 60 átomos de carbono. A molécula dele é bem redonda e oca.
O passo seguinte é abrir um orifício no C60 com tamanho suficiente para permitir a entrada de uma molécula de água. A seguir, colocar essa molécula de água - com todo cuidado para evitar o transbordamento - no interior do frasco de fulereno.
E, para finalizar, você deve fechar o oríficio que criou em seu frasco antes de introduzir a água. O ânion fosfato se presta muito bem a esse tipo de vedação. E pode ser tirado e reposto quantas vezes você desejar.

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Agora é sério
"Muito bem, para que esta experiência?", alguns podem perguntar. A resposta é: para o transporte e a liberação de moléculas em locais escolhidos do corpo humano, uma propriedade que poderá ser aproveitada em tratamentos médicos.
Pode se interessar em ver
A dureza e a beleza, Moléculas divertidas e o Doodle que o Google dedicou aos fulerenos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

164 - Moléculas divertidas


Não são moléculas curtindo o período da pagodeira. Elas pertencem à classe dos Nanoputians, moléculas orgânicas cujas fórmulas estruturais lembram seres humanos. E são especialmente sintetizadas para que apresentam essas características antropomórficas.

Publicado em EntreMentes