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quinta-feira, 12 de junho de 2025

1417 - Conceitos-chave da tuberculose

Natalia Martinez Medina, Medscape

A tuberculose é um problema de saúde pública devido à sua alta morbidade e mortalidade. De acordo com o Relatório Mundial da Tuberculose de 2024 publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023 foram relatados 8,2 milhões de novos casos, com 1,25 milhão de mortes pela doença.

A OMS salienta que, sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose pode atingir 50%. No entanto, com o uso de terapias atualmente aprovadas e recomendadas pela entidade (um ciclo de medicamentos antituberculose por 4 a 6 meses), cerca de 85% dos doentes alcançam a cura.

Existem cinco fatores de risco principais associados ao desenvolvimento da tuberculose: subnutrição, infecção por vírus da imunodeficiência humana, distúrbios relacionados ao consumo de álcool, doenças decorrentes do tabagismo e diabetes. Além disso, fatores como mudanças climáticas, migração, deslocamento forçado, escassez de financiamento e resistência antimicrobiana também afetam a disseminação e o controle da doença.

Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos têm diretrizes de diagnóstico e tratamento da doença, das quais quatro definições principais devem ser consideradas:

  1. Tuberculose latente: o paciente tem Mycobacterium tuberculosis no corpo, mas não apresenta sinais ou sintomas de doença ativa.
  2. Tuberculose ativa: a infecção progride e o paciente desenvolve sintomas da doença, representando risco de transmissão.
  3. Tuberculose multirresistente: o bacilo não responde à isoniazida nem à rifampicina, os dois fármacos antituberculose de primeira linha mais eficazes. Atenção: existem tratamentos de segunda linha.
  4. Tuberculose extremamente multirresistente: os bacilos responsáveis pela doença não são suscetíveis aos medicamentos mais eficazes contra a tuberculose multirresistente.

Existem várias opções disponíveis para o tratamento da tuberculose:

  • Tuberculose latente: isoniazida mais rifampicina. Alternativa: isoniazida mais rifapentina (uma vez por semana por 12 semanas, seja autoadministrada ou sob terapia diretamente observada-duração da resposta). Esses tratamentos não são recomendados para crianças com menos de 2 anos de idade, grávidas ou pacientes com uma cepa resistente a esses medicamentos.
  • Tuberculose ativa: isoniazida, rifampina, pirazinamida, etambutol ou estreptomicina (não utilizada na gravidez). Atenção a casos especiais: gestantes, crianças e portadores do vírus da imunodeficiência humana que necessitem de tratamento especial.
  • Tuberculose extrapulmonar: aplica-se o mesmo regime de tratamento de seis meses que para tuberculose pulmonar, exceto na meníngea e na osteoarticular, onde o tratamento pode se estender para 9 a 12 meses. Casos com complicações graves podem exigir terapia cirúrgica.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

1215 - Elisabeth Bik, uma especialista em integridade científica

A holandesa Elisabeth Bik (foto) tem se dedicado a uma tarefa peculiar no meio científico: ela passa horas diante de seu computador, analisando centenas de estudos, atenta a falhas (intencionais ou acidentais) como duplicações ou adulterações de imagens, plágio, conflitos de interesse nos dados apresentados ou incongruências nas evidências científicas.
A microbiologista virou uma especialista em "integridade científica": na prática, isso consiste na análise (não remunerada) de milhares de estudos biomédicos, em busca de erros que possam comprometer seus resultados. Bik também tem um trabalho pago, de consultoria e palestras para universidades e centros de pesquisa, sobre como melhorar seus processos.
Faz pouco mais de um ano que Bik foi uma das cientistas a levantar preocupações sobre um estudo que ganharia proporções não previstas na época: tratava-se da pesquisa do instituto médico francês IHU-Méditerranée Infection, em Marselha, publicada inicialmente em março de 2020 com a afirmação de que "a cloroquina e a hidroxicloroquina eram eficientes contra o SARS-CoV-2", o vírus da covid-19.
Bik levantou questionamentos sobre a metodologia usada pelo estudo, que segundo ela prejudicam as conclusões, como:
  • Lapsos no cronograma: os dados apresentados no estudo não deixam claro qual foi o resultado do teste PCR dos pacientes na metade do estudo, como havia sido originalmente planejado. Isso despertou preocupações quanto a se dados potencialmente negativos poderiam ter sido omitidos.
  • Havia muitas diferenças entre os grupos de controle (ou seja, pessoas que não foram tratadas com hidroxicloroquina) e o grupo de pacientes do estudo, o que dificulta a comparação entre ambos e, portanto, os resultados da pesquisa.
  • Embora o estudo tenha começado com 26 pacientes, termina apresentando dados de apenas 20 deles. Dos seis faltantes, três haviam sido transferidos para a UTI, um morreu e dois abandonaram a medicação. "É como dizer 'meus resultados são incríveis se eu tiro as pessoas em que eles se saíram muito mal'. É claro que (o estudo) parece ótimo (se você tira os pacientes que morreram), mas não é honesto fazer isso", diz Bik à BBC News Brasil.
  • Um dos autores é também editor-chefe do periódico onde o estudo foi publicado, o International Journal of Antimicrobial Agents. "Isso pode ser percebido como um enorme conflito de interesses, em particular ao lado de um processo de revisão de pares (quando cientistas revisam o estudo de seus colegas) que durou menos de 24 horas", escreveu Bik na época. "É o equivalente a permitir que um estudante dê a nota de seu próprio trabalho escolar."
A principal lição tirada por Bik de 2020, ano em que tanta pesquisa foi feita, é de que "normalmente, estudos médicos levam muito tempo. Um bom projeto costuma levar ao menos um ano ou vários anos para ser concluído, então qualquer coisa pesquisada em poucas semanas em uma pandemia não vai ter a melhor qualidade, embora seja necessária - em uma emergência, você quebrar as regras, porque todos estão esperando por respostas. Mas aprendemos que a ciência rápida não é necessariamente a melhor ciência".
Extraído de: Covid-19: a cientista 'detetive' que acendeu alerta sobre hidroxicloroquina, BBC News

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

1116 - Ouvido de tuberculoso

Ter ouvido de tuberculoso é um ditado popular muito comum no Brasil, (1) usado para se referir a alguém que escuta muito bem, ou seja, que tem uma audição bastante apurada.
Ao contrário do que muitos pensam, a tuberculose não aumenta a audição dos doentes, mas pode fazer o contrário. Em alguns casos, como a meningite tuberculosa, a pessoa corre o risco de perder a capacidade de ouvir. (2)
Origem da expressão "ouvido de tuberculoso"
Existem duas prováveis origens para a expressão ouvido de tuberculoso, sendo que ambas datam da primeira metade do século XX (por volta da década de 1940). Pelo fato de a tuberculose ser uma doença letal e muito contagiosa, por vários anos os seus portadores buscavam o sigilo absoluto sobre o assunto. (3) Por receio de ouvir comentários suspeitos de pessoas próximas, criou-se a ideia de que os tuberculosos estão sempre atentos aos cochichos e conversas alheias.
Por este motivo é comum falar que os fofoqueiros - pessoas intrometidas e que ficam constantemente atentas às conversas das outras pessoas - têm ouvido de tuberculoso.
Outra explicação para a origem desta expressão popular é que antigamente, devido a pouca eficácia dos tratamentos para a doença, os tuberculosos eram isolados, seja em casa ou nos sanatórios. Por este motivo, acabavam por estar em locais mais silenciosos e sossegados, ou seja, sem muito barulho. Assim, estavam sempre atentos aos mais ínfimos ruídos.
N. do E.
(1) Estranho. Atuando como tisiopneumologista há 48 anos eu nunca testemunhei alguém utilizar-se desta expressão ou ditado.
(2) Além de ser uma das sequelas da meningite tuberculosa, a perda ou diminuição da audição poderia ser causada pelo uso prolongado da estreptomicina. Injeções diárias deste antibiótico (que pode ocasionar a surdez por seus efeitos ototóxicos) eram aplicadas por três meses em pacientes tuberculosos que seguiam o esquema SM+INH+PAS.
(3) A propósito, ler: O CHIQUINHO DA CADEIA NA VIDA DO COMPOSITOR LAURO MAIA.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

1092 - Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado

Uma nova técnica desenvolvida por Talissa Altes, MD, usa imagens de ressonância magnética com gás hiperpolarizado (hélio-3) para avaliar os resultados de um tratamento da fibrose cística.
Uma doença letal
A fibrose cística [1] [2] [3] [4] é uma doença respiratória que causa densos acúmulos de muco nos espaços aéreos dos pulmões. Isso dificulta a respiração e leva a uma infecção potencialmente fatal, matando muitos pacientes antes que eles atinjam os 50 anos de idade.
Não há cura, mas há tratamento.
O problema com o tratamento é não haver uma maneira consistente de determinar se o medicamento está efetivamente funcionando de pessoa para pessoa.
Até agora.
A descoberta da imagem com hélio
Altes, do Departamento de Radiologia da Universidade de Virgínia, EUA, foi o principal autor do novo estudo que desenvolveu a ideia de usar imagens com hélio para testar a eficácia de uma droga na fibrose cística.
A técnica foi cunhada de Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado e é essencialmente isto: hélio (especificamente hélio-3) sendo usado como um agente de contraste dentro dos pulmões na ressonância magnética. Um pulmão saudável aparecerá completamente branco quando o hélio estiver presente e livre para vaguear, de acordo com Altes.
Em um pulmão doentio, onde a ventilação sofre bloqueios, o hélio não poderá circular livremente. Essas áreas bloqueadas aparecerão escuras na imagem.
Basicamente, é um teste com corante. Ao comparar as áreas brancas com as escuras das imagens por hélio, o radiologista poderá dizer se e quão bem a droga para a fibrose cística está funcionando de paciente para paciente.
Mais branco = tratamento mais eficaz. Menos branco = tratamento menos eficaz.
Helium imaging used to measure cystic fibrosis treatment, Zephyr

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

1069 - Como tratar um ataque cardíaco no centauro

Dr. Wu e Dr. Funk discutiram no Twitter sobre o tratamento adequado de um centauro tendo um ataque cardíaco. Onde está o coração? Ele tem mais de um coração? Afinal, há animais que têm corações auxiliares (o polvo, por exemplo), e um centauro tem corpo sobrando...
E os pulmões?
Se você é um centauro que está tendo um ataque cardíaco, não se preocupe: Drs. Wu, Funk e amigos estão no caso.
Imagem: veio daqui
E a discussão foi levada ao MetaFilter. É confortante saber que existem muitos seres humanos que se interessam em resolver um problema como este.
16/03/2020 - Desatualizando ... 
De acordo com a mitologia grega, Quíron era metade cavalo, metade médico. Isso fez dele o "C" de CDC.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

1016 - O uso do espaçador

 O spray, popularmente conhecido como "bombinha", é um dispositivo que fornece sob a forma de aerossol medicações usadas no tratamento de doenças respiratórias como a asma. Ele pode ser acoplado a espaçadores, dispositivos plásticos que tornam mais fácil a inalação e aumentam a quantidade de medicação que chega aos pulmões.
Veja, passo a passo, como utilizar o espaçador em crianças pequenas:
E veja como utilizá-lo em crianças maiores:
https://youtu.be/ENG_CwsOMLw
O pneumologista Renato Abi-Ramia, de Nova Friburgo, gravou este vídeo (mais completo) para ensinar os pacientes a utilizarem corretamente os inaladores, dando mais eficácia ao tratamento da asma e da DPOC.

terça-feira, 11 de abril de 2017

969 - A terapia fotodinâmica, uma abordagem promissora no tratamento da pneumonia

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, descobriram que a luz infravermelha pode ajudar no tratamento da pneumonia, dispensando o uso de antibióticos.
Durante três anos, membros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), fizeram testes em animais doentes.
Os camundongos inalaram uma substância usada em exames de contraste (indocianina verde, ICG em inglês). Depois, foram expostos à luz infravermelha (laser na região infravermelha) por meia hora. O laser reagiu com a substância na região dos pulmões e matou as bactérias responsáveis pela pneumonia.
"As bactérias morreram e eles não tiveram dano algum no tecido dos pulmões. Já nos animais que não receberam tratamento essa infecção progrediu, levando a uma pneumonia que provavelmente não teria mais cura" (houve morte em 60% dos animais do grupo-controle), contou a pesquisadora Mariana Carreira Geralde.
Com os resultados, o grupo se prepara agora para a nova fase. "Nos próximos cinco meses nós vamos iniciar os estudos clínicos, então a gente vai começar o tratamento, de fato, de pacientes humanos portadores de pneumonia", afirmou a pesquisadora Natália Inada.
Mais de 70 mil brasileiros morrem com pneumonia todos os anos, segundo o Ministério da Saúde. A pneumonia está entre as doenças que mais causam internações: são mais de 620 mil por ano.
A descoberta foi publicada na revista científica da Sociedade Americana de Fisiologia (Physiological Reports) e representa uma nova forma de lidar com a pneumonia, já que, com os medicamentos convencionais, há o aumento da resistência das bactérias com o passar do tempo e com a luz isso não acontece.
"As bactérias não desenvolveram resistência a esse tipo de tratamento. É uma técnica simples de ser aplicada, com inalação e iluminação, e finalmente é uma técnica dentro da realidade econômica. A ciência tem esse dever de desenvolver coisas que são acessíveis à realidade econômica", comentou o pesquisador Vanderlei Salvador Bagnato.
Para o pneumologista Lennon Tiossi, a descoberta é uma esperança no sentido de evitar o uso exagerado de medicamentos. "Até os antibióticos que hoje são considerados 'top de linha' para tratamento de certo tipo de pneumonia estão fazendo efeito muito inferior e até perdendo o seu efeito devido ao uso indiscriminado", avaliou.
Os grifos entre parênteses são nossos.
Fontes (acessadas em 10/04/2017):
http://physreports.physiology.org
http://g1.globo.com/jornal-hoje/videos
http://www.ifsc.usp.br/terapia-fotodinamica

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

919 - Fibrose cística. Manifestações pulmonares

A fibrose cística (FC), também chamada de mucoviscidose, é uma doença genética autossômica recessiva. Embora predomine na população caucasiana, com incidência de 1:3.000 nascidos vivos, pode estar presente em todos os grupos étnicos. No Brasil, a incidência ainda é ignorada, contudo estudos regionais mostram dados estatísticos variáveis que sugerem uma incidência em torno de 1:7.000 no país como um todo. A vida média dos pacientes com FC tem aumentado nos últimos anos, alcançando a terceira década, resultado do diagnóstico precoce e do tratamento especializado instituído nas fases iniciais da doença.
A FC é uma doença multissistêmica, sendo o acometimento pulmonar responsável pela maior morbimortalidade dos pacientes. O acúmulo de muco nas vias aéreas inferiores é uma das características-chave da fisiopatogenia da doença pulmonar, assim como a presença de reação inflamatória predominantemente neutrofílica e infecção bacteriana. As alterações pulmonares iniciam nas vias aéreas menores e são progressivas, evoluindo para o surgimento de bronquiectasias, fibrose pulmonar e cor pulmonale. Os principais componentes do muco viscoso das vias aéreas dos pacientes com fibrose cística são a mucina e o pus derivado do DNA (ácido ribonucleico) intracelular liberado pela degranulação dos neutrófilos.
Diagnóstico clínico
A tosse crônica, a esteatorreia e o suor salgado são os sintomas clássicos da FC. Entretanto, a gravidade e a frequência dos sintomas são muito variáveis e podem ser diferentes conforme a faixa etária, mas a maioria dos pacientes apresenta-se sintomática nos primeiros anos de vida. Ao nascer, 10%-18% dos pacientes podem apresentar íleo meconial.
O sintoma respiratório mais frequente é a tosse persistente, inicialmente seca e aos poucos produtiva, com a eliminação de escarro de mucoide a francamente purulento. A radiografia de tórax pode inicialmente apresentar sinais de hiperinsuflação e espessamento brônquico, mas, com o decorrer do tempo, podem surgir atelectasias segmentares ou lobares. O achado de bronquiectasias é mais tardio. As exacerbações da doença pulmonar caracterizam-se por aumento da tosse, dispneia, mal-estar, anorexia e perda de peso. Insuficiência respiratória e cor pulmonale são eventos finais.
Sinusopatia crônica está presente em quase 100% dos pacientes. Polipose nasal recidivante ocorre em cerca de 20% dos casos e pode ser a primeira manifestação da doença.
Distensão abdominal, evacuações com gordura e baixo ganho de peso são sinais e sintomas fortemente sugestivos de má-absorção intestinal que, na maioria dos casos, deve-se à insuficiência pancreática exócrina.
No sistema reprodutor, observam-se puberdade tardia, azoospermia em até 95% dos homens e infertilidade em 20% das mulheres.
Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico da FC é clínico, podendo ser confirmado pela detecção de níveis elevados de cloreto e sódio no suor ou por estudo genético com a identificação de 2 mutações para fibrose cística. O teste mais fidedigno é a análise iônica quantitativa do suor estimulado por pilocarpina. Consideram-se positivos os valores de cloreto e sódio no suor; 60 mEq/l, em pelo menos 2 aferições.
Os exames da função pulmonar, como a espirometria, mostram distúrbio ventilatório obstrutivo. Considera-se o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) o melhor parâmetro da função pulmonar para a monitorização da doença respiratória.
Tratamento
O tratamento das manifestações pulmonares de pacientes com fibrose cística deve incluir um programa de fisioterapia respiratória, hidratação, tratamento precoce das infecções respiratórias e fluidificação de secreções.
Alfadornase: é uma solução purificada de desoxirribonuclease recombinante humana para uso inalatório, que reduz a viscosidade do muco por hidrólise do DNA extracelular, derivado do núcleo de neutrófilos degenerados, presente no muco dos pacientes com fibrose cística e um dos responsáveis pelo aumento da sua viscosidade. A dose recomendada para a maioria dos portadores de fibrose cística é uma ampola de 2,5 mg, 1 vez ao dia, utilizando nebulizador recomendado para alfadornase. Alguns pacientes, especialmente os de mais idade e com maior comprometimento pulmonar, podem se beneficiar com a administração 2 vezes ao dia. Recomenda-se que alfadornase seja nebulizada pelo menos 30 minutos antes da fisioterapia respiratória. Deve-se ter especial cuidado com os nebulizadores utilizados, sendo importante sua limpeza e desinfecção, de acordo com recomendações técnicas vigentes. Considerar também a possibilidade de instilação de alfadornase diretamente nas vias aéreas inferiores através de fibrobroncoscopia na presença de alterações radiológicas causadas por obstrução ou impactação mucoide das vias aéreas. O tratamento é contínuo, sem duração previamente definida. Espera-se melhora da função pulmonar desde o primeiro mês de tratamento1 e que haja redução das exacerbações pulmonares ao longo do tempo. Os possíveis benefícios esperados com o tratamento são melhora do VEF1, da qualidade de vida, da hiperinsuflação pulmonar e diminuição da frequência das exacerbações respiratórias.
(Portaria SAS/MS nº 224, de 10/05/10, retificada em 27/08/10)
O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou recentemente a Tobramicina inalatória no combate às infecções respiratórias que acometem esses doentes. a nova tecnologia traz vários benefícios em relação aos dados de funcionamento do pulmão, como o ganho de 12% na função pulmonar aferida pelo VEF1 e a redução nas colônias de bactérias que causam essas infecções. Outro dado importante é a redução de 26% nas internações desses pacientes.
No SUS também são disponibilizados aos pacientes de FC: acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória.
534 - A doença do beijo salgado
745 - Fibrose cística

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

916 - Alerta contra a sífilis

Todos os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênita (em bebês) – são de notificação
obrigatória no país há cinco anos.
No Brasil, de 2014 para 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes, de 20,9%, e a congênita, de 19%.
A penicilina benzatina é o medicamento seguro e eficaz no combate à sífilis.
Este antibiótico (com problema de desabastecimento no mundo) é essencial para o controle da transmissão vertical da sífilis (para o bebê), como reconhece a Assembleia Mundial da Saúde.
Neste ano, a campanha de combate à doença no Brasil tem como foco as gestantes, sensibilizando-as para que, no início da gestação, realizem o teste diagnóstico para a sífilis (VDRL) e sejam imediatamente tratadas se a doença for confirmada.
Para evitar a reinfecção da mulher pelo parceiro sexual, este também deverá ser tratado.

sábado, 11 de junho de 2016

868 - Palestra. Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente

Esteve em Fortaleza para proferir a conferência Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente o Dr. José César da Fonseca Junqueira, professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O evento aconteceu na noite de quarta-feira (8), no restaurante Geppos, e contou com a audiência de pediatras e gastroenterologistas de nossa cidade.
Tópicos
Regurgitação: a primeira causa de mudança de fórmula. A criança regurgitadora. Guidelines: Rome III ► Rome IV. Principais sintomas da DRGE: choro intenso, náusea e baixo ganho ponderal. Ácido clorídrico ;► pH = 4 ► ativação do pepsinogênio ► pepsina. Esofagite: rara em lactente. Facilitadores da DRGE: prematuridade, paralisia cerebral, laringotraqueomalácia e constipação. Exames: manometria, impedância e pHmetria. Tratamento: postural, procinéticos, inibidores da secreção ácida (ranitidina, omeprazol e lansoprazol) e fórmulas espessadas. Goma jataí: para RGE não complicado.
Link para o artigo Doença do refluxogastroesofágico: diagnóstico e tratamento, do prof. Junqueira, publicado na Revista de Pediatria da SOPERJ

segunda-feira, 30 de maio de 2016

864 - Dr. Heimlich finalmente usa sua manobra

Aos 96 anos, o Dr. Heimlich, finalmente, começou a usar a manobra salva-vidas que ele inventou: https://t.co/JSB4bU4og7 pic.twitter.com/vKO4kfU9mG
EUA (@USATODAY) – Henry Heimlich, o inventor da manobra que já salvou inúmeras vítimas de asfixia por corpo estranho, tem 96 anos e vive num lar de idosos em Cincinnati. Os funcionários dessa instituição são treinados na manobra de Heimlich, mas, na segunda-feira passada, quando Patty Ris, de 87 anos, teve um pedaço de hambúrguer alojado nas vias respiratórias, eles cederam a vez ao Dr. Heimlich.
O médico realizou o que ele havia ensinado a todos durante décadas, e a obstrução foi imediatamente desfeita. Ris agora está bem! O maior mérito é que esta foi a primeira vez que Heimlich usou sua manobra para salvar a vida de alguém.
Em entrevista por telefone, na quinta-feira, Heimlich contou o que aconteceu. Ris estava sentada a uma mesa, ao lado dele. "Quando eu usei a manobra, ela se recuperou rapidamente", disse ele. "Isso me fez refletir sobre quão maravilhoso é este procedimento, que tem sido capaz de salvar todas essas vidas".
Seu filho, Phil Heimlich, disse que o pai regularmente atende pessoas que foram salvas ou salvaram outras pessoas de asfixia por corpo estranho. "Só o fato de que um homem de 96 anos de idade pode realizar isso, já é impressionante", disse ele.
Heimlich vive há seis anos nesse lar de idosos, mas ainda permanece ativo e em forma.
No Vietnã, ele é mais conhecido por outro de seus inventos: a válvula de drenagem torácica Heimlich. Diz ele: "A coisa mais comovente em minha vida aconteceu em 1993, quando fui para o Vietnã, com 25 cirurgiões de tórax. Ao ser apresentado como Dr Heimlich, e tendo o nome conhecido por todos. eu pensei que era por causa da manobra de Heimlich. Mas, em seguida, o homem que me apresentou disse que era por causa da válvula de drenagem torácica, que já salvara milhares de vidas no Vietnã".
De uma nota no Deaconess:
A carreira de Dr. Heimlich é notável pela abundância de soluções criativas e simples que, a partir de 1945, ele indicou para problemas de saúde aparentemente insuperáveis,. Embora atribuído também a um Grupo Naval dos EUA na China, durante a Segunda Guerra Mundial, Dr. Heimlich inventou um tratamento inovador para as vítimas de tracoma, uma infecção bacteriana das pálpebras, então incurável e que estava causando cegueira na Ásia e no Oriente Médio. Ao usar uma mistura de sulfadiazina em uma base de creme de barbear nos pacientes com tracoma, um tratamento que se mostrou eficaz em centenas de pessoas.
De outra nota no Metafilter:
Seu filho, Peter M. Heimlich, alega que, em agosto de 1974 seu pai publicou o primeiro de uma série de relatos de casos fraudulentos, a fim de promover o uso de compressões abdominais para o salvamento de vítimas de quase-afogamento. Peter já gastou muito tempo acusando o pai e não somente por esta conduta.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

772 - Uma técnica de tratamento antirronco

Marcio Diniz
Quem nunca passou uma noite em claro por causa de um roncador insistente que atire o primeiro travesseiro. Segundo estimativas, cerca de 54% da população adulta sofre de ronco --com grande prevalência em obesos, idosos e mulheres na pós-menopausa (sim, nessa fase da vida feminina, muitas delas vão se tornar roncadoras, se nada for feito).
E, a depender das estatísticas, os brasileiros vão roncar cada vez mais, já que dois dos fatores que levam ao ronco continuam a crescer no país: a obesidade pesa sobre 18% da população, e a progressão da idade continua a avançar (em 2030, 13% dos brasileiros terão mais de 65 anos).
Pesquisadores do Laboratório do Sono do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas) desenvolveram uma técnica de tratamento pioneira que, se praticada diariamente e com orientação de fonoaudiólogo, reduz a frequência e a altura do ronco até ele se tornar quase imperceptível, em alguns casos.
A nova técnica consiste numa série de seis exercícios para fortalecer os músculos envolvidos direta ou indiretamente na produção do ronco e na apneia obstrutiva do sono. Com duração de oito minutos, os exercícios são realizados três vezes ao dia e, para facilitar ainda mais a adesão do paciente ao tratamento, sempre incorporados às atividades rotineiras (como se alimentar, escovar os dentes ou no percurso para o trabalho, por exemplo).
Exercícios
De forma simplificada, os seis exercícios que compõem o tratamento antirronco do Incor são:
  1. empurrar a língua contra o céu da boca e deslizá-la para trás;
  2. sugar a língua para cima, pressionando-a por completo contra o céu da boca;
  3. forçar a parte posterior da língua contra o “chão” da boca, mantendo a sua ponta em contato com os dentes incisivos inferiores;
  4. elevar a parte de trás do céu da boca e a úvula (conhecida popularmente como “campainha”) enquanto diz a vogal “A”;
  5. posicionar o dedo na parte interna da bochecha entre os dentes e pressionar a bochecha para fora (cada lado da boca);
  6. durante a alimentação, manter uma mastigação bilateral alternada e deglutição usando a língua no palato.
Extraído por Fernando Gurgel de: https://queminova.catracalivre.com.br/saude/incor-desenvolve-tecnica-inedita-de-tratamento-do-ronco/
Notícia relacionada
564 - Implante magnético contra o ronco

segunda-feira, 11 de maio de 2015

737 - Como tratar laringites

Perder a voz para a laringite é uma coisa que ninguém quer experimentar. Embora as laringites sejam quase todas causadas por vírus, portanto muito comuns, algumas medidas podem ajudar a reduzir os sintomas da doença.
1 Tratando a doença em casa
1. 1 Faça gargarejos para matar as bactérias. Além dos vírus, algumas bactérias podem causar laringites, então você poderá combater esses agentes usando água para eliminá-los. O gargarejo também ajuda a umidificar a faringe. Coloque meia colher de sopa de sal em uma xícara de água morna e faça gargarejos duas ou três vezes ao dia. Misture partes iguais de vinagre e água e faça o gargarejo de três a quatro vezes ao dia. O sabor pode ser bastante forte, mas o ácido do vinagre ajuda a desestabilizar o ambiente em que as bactérias crescem. O suco de limão também é indicado, mas tomá-lo puro pode ser forte demais. Tente misturar o suco com água morna e fazer gargarejos duas vezes ao dia.
1. 2 Mantenha-se hidratado. Possivelmente, o melhor remédio para a laringite é a água, ajudando a manter o seu corpo bem hidratado. Então beba! A água em temperatura ambiente é melhor para quando se está doente, pois causa menos impacto aos receptores de temperatura e ao sistema nervoso.
1. 3 Descanse sua voz. Uma das causas da laringite é a sobrecarga nas cordas vocais, então utilize-as pouco. Ao contrário da crença popular, sussurrar não é a solução. É melhor simplesmente evitar falar e, quando necessário, fale em tons mais suaves, menos irritantes para sua garganta.
1. 4 Umidifique sua garganta. O alho é um remédio antigo para as laringites. Coloque um dente de alho na boca, e tente chupá-lo até que você não consiga mais tolerar o gosto. Isso ajuda a produzir muita saliva e libera alguns antimicrobianos naturais da planta que ajudam na resolução. Gengibre também é um ótimo recurso. Você pode comer alguns blocos de gengibre cortados, que são produtores de saliva e ricos em anti-inflamatórios naturais para a laringe. As tradicionais pastilhas para dor de garganta também são boas opções. Algumas são formuladas com mel, limão, própolis, gengibre, menta e auxiliam no alívio da dor e na produção de saliva.
2 Evitando os irritantes
2. 1 Fique longe de drogas e álcool. Fumaça de cigarro ou drogas inaladas podem causar irritação intensa na garganta, piorando muito a laringite. O álcool funciona causando desidratação, deixando a laringe seca e piorando o quadro.
2. 2 Evite poeira e ambientes sujos. A inalação de partículas de pó podem, literalmente, "arranhar" a garganta. Tente ficar em ambientes limpos.
2. 3 Evite "pigarrear". Embora seja algo extremamente tentador para dar a sensação de limpeza na garganta e de retomada da voz, os pigarros forçam a laringe.
2. 4 Evite lugares secos. Sua garganta precisa de lugares úmidos, então evite ligar aquecedores e criar ambientes que removam a umidade natural do ar. Em casos de climas muito secos, você poderá comprar um umidificador para a sua casa.
2. 5 Fique longe da cafeína. Isso significa evitar beber café, refrigerantes, energéticos e chás. A cafeína desidrata a garganta, e não queremos que isso aconteça. As versões dessas bebidas sem cafeína são toleráveis.
3 Procure um Médico
3. 1 Caso os sintomas não se resolvam em poucos dias ou estejam causando falta de ar, procure um médico. Fique atento especialmente às laringites nas crianças, porque suas vias aéreas são muito pequenas e pequenos edemas na laringe já podem ser motivo de grandes repercussões na respiração, podendo até mesmo causar asfixia. Sempre procure um médico nesses casos.
3. 2 Uso de corticóides. Se você estiver precisando retomar a voz urgentemente, em caso de uma apresentação, palestra ou trabalho, o médico poderá prescrever corticóides que auxiliam na redução da inflamação da laringe.
3.3 Associação com Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Esta doença faz com que haja refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago. A condição pode ser tão intensa a ponto de atingir as vias aéreas superiores, causando dano na laringe. A DRGE, portanto, causa laringites recorrentes e precisa ser identificada e tratada individualmente. Se você tem DRGE, consulte um médico para obter o tratamento adequado.
3. 4 Em caso de sintomas persistentes, procure ajuda. Se a laringite não se resolver em alguns dias (5 a 7 dias), busque atendimento. Você pode ter uma doença associada ou outra doença, que podem exigir tratamentos diferentes da laringite.
Dicas
Como em muitas outras doenças, o repouso é também remédio. Durma e descanse bastante, e se possível, tire folga do trabalho ou da escola.
Tome cuidado com a sua voz depois que se recuperar da laringite. Se a causa tiver sido abuso da voz, você poderá ter novos episódios.
Não faça uso de auto-medicação, e evite principalmente o uso de antibióticos por conta própria.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

626 - A foto dividida de Noah

Esta foto é parte de uma brochura do Centro de Câncer Infantil do Hospital da Criança da Universidade de Mississipi.
Quando tinha 4 anos de idade, Noah foi diagnosticado como portador de leucemia mieloide aguda. Suas chances de sobrevivência eram de 50/50.
Ele se submeteu a quimioterapia e transplante de medula óssea.
Como você pode ver na foto, Noah é agora um feliz e saudável garoto de 7 anos de idade.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

579 - Pesquisa. As células-tronco no tratamento de formas resistentes da tuberculose

Novas opções de tratamento são urgentemente necessárias para a tuberculose multirresistente (MDR) e a tuberculose extensivamente resistente (XDR), que estão associadas à disfunção imunológica. Nestas formas da doença, o tratamento com a combinação de antibióticos geralmente não obtém resultados satisfatórios. 
De acordo com um estudo preliminar, as células-tronco podem oferecer chances de cura.
No estudo conduzido em Karolinska Institutet, em Estocolmo (Suécia), 30 indivíduos com tuberculose MDR ou XDR (com idades entre 21 e 65 anos) foram submetidos a tratamento com antibióticos e também receberam uma infusão de cerca 1 milhão de células estromais mesenquimais (MSCs) por quilo de peso.
As células foram colhidas da medula óssea dos pacientes e foram cultivadas em larga escala no laboratório. As injeções de MSCs foram bem toleradas e não foram observados efeitos adversos graves em nenhum paciente. Dezoito meses após o tratamento, 16 dos 30 participantes do estudo foram declarados curados. No grupo-controle, em que os pacientes foram tratados exclusivamente com antibióticos, apenas 5 dos 30 participantes foram curados.
Os resultados mostram que é possível vencer as dificuldades do tratamento. Para que a segurança e a eficácia do tratamento sejam definitivamente confirmadas, os estudos da fase 2 devem ser realizados o mais breve possível.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

555 - Escolha Sabiamente

Cinco testes e tratamentos comumente realizados em pneumologia nem sempre são necessários
A lista destes procedimentos foi elaborada por uma força-tarefa colaborativa montado entre a American Thoracic Society (ATS) e a American College of Chest Physicians. Destina-se a promover o diálogo médico-paciente sobre os testes e tratamentos que são mais adequados para ambos, a fim de evitar aqueles cujos danos potenciais podem superam os seus benefícios.
"A campanha Choosing Wisely (Escolha Sabiamente) pode ajudar os médicos a tomar o terreno moral de frear os custos de suas práticas, ao invés de deixar essas decisões para os formuladores das políticas de saúde. Há uma série de testes de diagnóstico e de terapias para os quais as evidências disponíveis sugerem falta de eficácia, e os médicos estão em melhor posição para determinar exatamente o que, em sendo praticado nas respectivas especialidades, encaixa-se nessa situação", diz Scott Halpern, professor assistente da Universidade da Pensilvânia e co-presidente da força-tarefa que produziu a lista.
As cinco recomendações em pneumologia são:
  1. Não executar acompanhamento por tomografias para a avaliação de nódulos pulmonares indeterminados em intervalos mais frequentes ou por um período de tempo mais longo do que o recomendado pelas diretrizes estabelecidas. 
  2. Não oferecer como rotina tratamento farmacológico com drogas vasoativas avançadas que foram aprovadas apenas para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar em pacientes com a hipertensão pulmonar resultante de doença do coração esquerdo ou de doenças pulmonares com hipoxemia (Grupos II ou III da hipertensão pulmonar). 
  3. Para os pacientes que receberam alta recentemente com indicação de oxigênio suplementar em casa após hospitalização por doença aguda, não renovar a prescrição sem avaliar o paciente para a hipoxemia em curso. 
  4. Não realizar angio-TC para avaliar a possibilidade de embolia pulmonar em pacientes com baixa probabilidade clínica e com resultados negativos em ensaio de dímero-D altamente sensível. 
  5. Não realizar triagem por tomografia para câncer de pulmão entre pacientes com baixo risco de câncer de pulmão. 
Saiba mais sobre a campanha Escolha Sabiamente em ChoosingWisely.org.

sábado, 12 de outubro de 2013

546 - Anemia por deficiência de ferro

A anemia por deficiência de ferro representa um problema nutricional importante em termos de saúde coletiva, afetando, principalmente, crianças e mulheres no ciclo reprodutivo. A deficiência de ferro é progressiva e pode levar à redução do estoque de ferro a ponto de a quantidade de hemoglobina presente no sangue ficar anormalmente baixa. Existem três causas que provocam a anemia: fatores fisiológicos (gravidez, lactação); fatores nutricionais; e fatores patológicos (vermes e outras doenças que alteram a absorção de ferro). 
Tratamento
Após detecção da doença por avaliação médica e exames de sangue, o tratamento da anemia consiste em orientação nutricional e administração por via oral (pela boca) ou parenteral (injetável) de compostos com ferro e, eventualmente, transfusão de hemácias. A melhor via para a reposição de ferro é a oral, sendo a maneira mais eficaz no tratamento da maioria dos pacientes com anemia por deficiência de ferro. Para essa classe, de acordo com a literatura científica, não há superioridade em termos de eficácia para normalização das taxas de hemoglobina, havendo, no entanto, grandes diferenças nos custos de tratamento. Essa diferença, segundo o Boletim Saúde e Economia n.º 9, pode chegar até a 1329%.
Foram estudados pela Anvisa 26 medicamentos disponíveis no mercado com três diferentes princípios ativos: Sulfato Ferroso, Ferripolimaltose e Ferro Aminoácido Quelato. Para a realização dos cálculos do custo de tratamento, foi considerado o custo de uma dose de 120 mg/dia de ferro elementar, durante três meses de tratamento, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde. O Boletim também se baseou nos Preços Máximos de Venda ao Consumidor determinados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos .
O tratamento da anemia deve ser sempre orientado e acompanhado por um médico, que deve discutir com o paciente as alternativas de medicamentos disponíveis para suprir a carência de ferro.