quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

472 - Sobre doenças raras

  • Uma doença é considerada rara quando afeta menos de 1 em 2 mil indivíduos. 
  • Há cerca de 7 mil doenças raras. 
  • Estima-se que 250 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de uma doença rara. 
  • São frequentemente crônicas, progressivas, degenerativas e com riscos à vida. 
  • São incapacitantes: a qualidade de vida dos pacientes é frequentemente comprometida pela perda de autonomia. 
  • Os pacientes e suas famílias são alvos de muita dor e sofrimento. 
  • 75 por cento das doenças raras afetam as crianças. 
  • 30 por cento dos pacientes com doenças raras morrem antes dos 5 anos. 
  • 80 por cento das doenças raras têm origem genética identificável. 
  • Não existe tratamento eficaz para a maioria das doenças raras.
29/02 (entre ontem, 28, e hoje, 1.º) - Dia das Doenças Raras

Postagem relacionada: 69 - Doenças raras

domingo, 24 de fevereiro de 2013

471 - O Teste de Sentar e Levantar

A habilidade de sentar e levantar-se do chão está intimamente relacionada com todas as causas de risco de mortalidade 
Em 2002, mais de 2 mil pessoas entre as idades de 51 e 80 foram solicitadas a sentar e levantar-se sem recorrer ao uso de suas mãos ou joelhos. Os resultados desse Teste de Sentar e Levantar (TSL) foram registrados. Até o final de outubro de 2011, 159 das pessoas morreram. Acontece que a maioria das pessoas que morreram foram as que precisaram de mais apoio durante a realização da tarefa. Apenas duas das 159 pessoas que morreram tinham sido capazes de sentar e levantar-se sem apoio. Essas diferenças persistiram quando os resultados foram controlados por idade, sexo e índice de massa corporal, sugerindo que o resultado do teste é um preditor significativo de todas as as causas de mortalidade.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

470 - A enfermaria do futuro

Neste infográfico você vê uma enfermaria do futuro em que avanços da ciência e da tecnologia estarão a seu dispor para uma assistência médica melhor e mais confortável:

Hospital Room of the Future
From: HOSPITAL ROOM OF TOMORROW
(clique sobre o link para ampliar a imagem)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

469 - Hipopotomonstrossesquipedalofobia

Imagem: veio daqui
É uma palavra inventada como uma brincadeira que, por ter se tornado relativamente conhecida e divulgada, acabou sendo tomada como séria por muitas pessoas que não conhecem sua origem.
A hipopotomonstrossesquipedalofobia seria um distúrbio que se caracteriza pelo medo irracional (ou fobia) de pronunciar palavras grandes ou complicadas. Caracteriza-se pela aversão ou nervosismo em momentos nos quais o indivíduo deve empregar palavras longas ou de uso pouco comum (discussões técnicas, médicas, científicas etc), assim como evitar ou não mencionar palavras estranhas ao vocabulário coloquial.
Esta fobia pode ser causada pelo medo de pronunciar incorretamente a palavra, já que isto representa uma possibilidade de que a pessoa fique em desvantagem e seja visto como alguém de cultura inferior ou pouco inteligente perante seus iguais. Muitas vezes, esta fobia vem acompanhada de timidez social e medo de ser ridicularizado.
A própria palavra hipopotomonstrossesquipedalofobia representa certa ironia, haja vista que, além de ser longa e estranha, indica uma fobia às palavras semelhantes.
Linguisticamente falando, o termo correto para "fobia de palavras longas" é megalologofobia (usando-se os prefixos gregos megalo e logos) ou sesquipedalofobia (usando-se o prefixo latino sesquipedalis). WIKIPÉDIA

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

468 - Custos da saúde nos EUA

Jaime Rosenthal, professor sênior da Universidade de Washington, St. Louis, ligou para 122 hospitais, de todos os estados (EUA), em busca de avaliar custos para uma cirurgia de substituição de prótese de quadril, em sua avó de 62 anos de idade, que estava sem seguro mas tinha meios de pagar a operação.
As informações que obteve podem surpreender até mesmo os mais empedernidos economistas que se debruçam sobre a questão dos custos no opaco sistema de saúde norte-americano.
Resultados - Apenas cerca da metade dos hospitais, incluindo centros do topo do ranking ortopédico e hospitais comunitários, poderiam fornecer estimativas de custos para a citada operação, apesar dos repetidos apelos de Rosenthal. E, no grupo em que as informações foram obtidas, estas variaram por um fator acima de 10 - de 11.100 dólares a 125.798 dólares.
A avó do professor era uma personagem fictícia, criada para um projeto de pesquisa sobre os custos com os cuidados de saúde no país. Mas os resultados, que formam a base de um documento, divulgado pelo JAMA (Journal of American Medical Association), certamente vão atiçar o debate sobre o crescimento insustentável dos custos da saúde nos Estados Unidos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

467 - Que é um bom médico?

por Cristiane Segatto,  ÉPOCA
Em seu primeiro dia como residente da Universidade Harvard, o cirurgião americano Martin Makary ouviu uma frase que o marcaria para sempre.
“Esse paciente é do Hodad”, disse um dos residentes.
O jovem Makary, encantado por receber treinamento num dos centros médicos mais respeitados do mundo, mal podia esperar o momento de avistar o astro e, se tudo corresse bem, ser aceito como discípulo.
Mais tarde, envergonhado, confessou ao colega que nunca tinha ouvido falar no cirurgião Hodad. O amigo respondeu:
“Dr. Westchester é Hodad. É assim que nós, os residentes, o chamamos. H-O-D-A-D significa Hands of Death and Destruction (mãos de morte e destruição)”.
O médico era um perigo ambulante. O excesso de autoconfiança o levava a cometer sucessivos erros cirúrgicos. Hodad se achava bom em tudo. Arriscava-se e colocava os doentes em risco ao realizar operações que não eram sua especialidade.
Os pacientes nem desconfiavam. Agradeciam pelo tratamento recebido e o recomendavam aos amigos. O jovem Makary não entendia como os pacientes podiam ter uma percepção tão equivocada de um cirurgião que, sob o julgamento técnico dos colegas, era ruim. Conseguiu entender quando passou a acompanhar o médico mais velho nas visitas aos pacientes. Hodad era simpático, divertido, caloroso, bom de conversa. Os pacientes o adoravam. Até quando uma complicação ocorria, o que não era raro, Hodad era capaz de arranjar uma desculpa. Os doentes iam para casa convencidos de que ele não errara e felizes por terem estado em boas mãos.
Do ponto de vista técnico, Hodad era uma fraude. Do ponto de vista de popularidade, era um espetáculo.
No mesmo hospital, trabalhava outro cirurgião. Um grandalhão, de cara amarrada e péssimos modos. Grosseiro, na maior parte das vezes. Sempre pronto a humilhar as enfermeiras e outros funcionários.
Os alunos o chamavam de Raptor. Tinham medo dele. Os pacientes também. Raptor acumulava queixas de maus modos no departamento de atendimento ao cliente. Muitos pediam para ser operados por Hodad, o picareta com fama de excelente médico.
Os observadores bem informados ficavam intrigados com a ironia da situação. Apesar de seu comportamento terrível, Raptor tinha qualidade técnica muito acima da média. A incrível precisão cirúrgica e a insistência de se aproximar da perfeição a cada procedimento fizeram dele o cirurgião de melhor reputação entre os colegas. Até os que odiavam seus modos eram capazes de reconhecer sua superioridade técnica. Ao longo da carreira, Makary viu chefes de Estado, celebridades, e outros poderosos caírem nas mãos de gente como Hodad, sem ter a menor ideia do risco que corriam. Viu também moradores de rua operados por brilhantes Raptors, sem desconfiar de que eles eram a elite da profissão.
Essa é uma história universal. Quase todo hospital tem um Hodad e um Raptor. E profissionais de todo tipo entre esses dois perfis extremos. No Brasil, é exatamente assim – sobretudo naqueles que são considerados os melhores hospitais.
Se até os poderosos estão sujeitos aos Hodads, como o cidadão comum pode saber se o profissional e o hospital escolhido é bom mesmo?
Podemos escolher hotéis e restaurantes a partir de critérios técnicos, mas somos impedidos de comparar as diferentes instituições de saúde a partir de parâmetros objetivos.
Qual é o índice de infecção do hospital A? E as taxas de complicação do B? Qual é a sobrevida de quem faz uma cirurgia cardíaca ou um transplante aqui ou ali? Esses dados existem. Pelo menos no grupo de 21 hospitais brasileiros que dispõem de um selo de qualidade emitido por uma entidade chamada Joint Commission International.
Por enquanto, porém, essas informações são guardadas a sete chaves. Ainda que um hospital divulgue um ou outro parâmetro (em geral, o que lhe é favorável), não podemos comparar as diferentes instituições.
SIGA LENDO

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

466 - Boa noite, Cinderela

O gama-hidroxibutírico (GHB) surgiu no início da década de 1990. Foi sintetizado como um análogo do ácido gama-aminobutírico (GABA), com o objetivo de se obter uma substância similar, capaz de atravessar a barreira hemato-encefálica. Investigado como agente anestésico, devido a seus efeitos colaterais (contrações musculares involuntárias e delírio), o GHB foi abandonado. Posteriormente, foi usado como estimulador do crescimento muscular, efeito que não foi comprovado cientificamente. Por causar diminuição do nível de consciência, depressão respiratória e convulsões, foi banido dos EUA pela Food and Drug Administration (FDA).
No Brasil, o GHB tem o seu uso legal restrito a raros casos de distúrbios do sono e de epilepsia, sendo a importação do medicamento regulamentada pela ANVISA. Obtido ilicitamente, o GHB tem sido usado para a prática de crimes de estupro e furtos. Casos de morte pelo consumo desta droga também já foram descritos.
O GHB é inodoro e incolor, mas agora é possível detectá-lo. Há materiais que mudam de cor quando entram em contato com a substância. (1) Fabricados com esses materiais, há copos que podem livrá-lo de uma boa enrascada. (2) Como não são encontrados nos points que você frequenta, leve o que vai usar a esses locais.
smartcups
(1) Idem para a ketamina e o Rohypnol.
(2) Há também em canudinhos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

465 - Secções anatômicas de papeis dobrados

Inspirada em imagens disponíveis no The Visible Human Project®, e usando folhas de amoreira dobradas, Lisa Nilsson habilmente recriou imagens de partes do corpo humano.
Aqui vemos um de seus trabalhos:
Tórax (seção transversal), Tissue Series
Em duas palavras: im pressionante.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

464 - Werner Forssmann (1904-1979)

Em 1929, no porão do Hospital Eberswaled, na Alemanha, o médico residente de cirurgia Werner Forssmann inseriu um cateter ureteral em si próprio, na região do cotovelo, fazendo-o ir por uma veia até o coração.
Ele usou um espelho como seu assistente, já que a enfermeira que o acompanhava (acreditando que o procedimento seria realizado nela) mantinha-se em uma mesa de operação. Concluído o ato, ele  tirou um raio-x do tórax (à esquerda) para determinar se o cateter havia de fato chegado ao átrio direito.
Em vez de elogios, Forssmann foi recebido com uma condenação. Essa rejeição levou-o a trocar a cardiologia pela urologia (fez sentido),
Posteriormente, ele foi recompensado com o Prêmio Nobel de Medicina em 1956.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

463 - Cegos e surdos

Já pensaram sobre isso?
Tudo que podemos ver e ouvir situa-se na estreita e fina faixa colorida do diagrama abaixo:


Aproveitemos, pois, a beleza que nossos olhos e ouvidos nos mostram. Sabendo que há muito mais que não nos é permitido experimentar.
No grande esquema das coisas do Universo somos todos praticamente cegos e surdos.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

462 - Pneumonia química ameaça sobreviventes do incêndio

A tragédia em Santa Maria (RS) ainda pode levar a novas internações médicas. São pessoas que tragaram a fumaça do incêndio na boate e não desenvolveram imediatamente sintomas de intoxicação respiratória. Especialistas explicam que a chamada pneumonia química pode se manifestar até três dias depois da inalação. No domingo, 24 pessoas suspeitas de estarem com o problema foram atendidas no pronto-socorro do município. Ontem, houve mais dois casos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já havia alertado para o risco de casos assim, no domingo à tarde. Tosse, falta de ar e até mesmo catarro frequente, que pode, ou não, estar acompanhado de restos de fuligem, caracterizam as reações do corpo ao desenvolvimento da moléstia, que, se não for tratada, pode levar à morte.
O cirurgião Luiz Philipe Molina, do Centro de Referência em Trauma do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, compara a pneumonia química à formação de bolhas nas mãos após queimaduras em panelas ao fogo. "Nesses casos, a pele fica vermelha na hora. Um tempo depois, começam a surgir bolhas que, após uns dias, estouram. Nas mucosas respiratórias, o processo é parecido."
Segundo ele, os tecidos internos lesionados pelo contato com o ar quente do incêndio podem descamar. "As células que foram atingidas acabam sendo eliminadas, impedindo o bom funcionamento dos pulmões." Isso dificulta a transmissão de oxigênio dos alvéolos pulmonares para a corrente sanguínea. A descamação favorece infecções secundárias. Outro sintoma decorrente desse problema são dor de cabeça e tonturas.
A desidratação dos tecidos também pode ocorrer, segundo Ubiratan de Paula Santos, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e pneumologista do Instituto do Coração. "Deve-se notar que, nessas circunstâncias, a pessoa respira gases e material particulado em alta temperatura, o que provoca uma agressão térmica ao revestimento de traqueia, laringe e brônquios."

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

461 - Simetria

Invertendo a palavra holandesa para rim, NIER, dá a palavra francesa para rim, REIN.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

460 - A principal função da circulação é a respiração

Há tempo venho me convencendo de que a grande função do aparelho circulatório é assegurar a respiração celular.
A ideia de que o aparelho circulatório serve, eminentemente, a uma função respiratória não é do agrado dos cardiologistas. Segundo tenho verificado, para eles, a função maior do aparelho circulatório é fazer o sangue circular. O que, em princípio, está certo. Mas dentro da hierarquia das coisas que circulam com o sangue, não me sobram dúvidas de que são as exigências do transporte das matérias primas da respiração que determinam a bioengenharia do aparelho circulatório.
A proposição de que o aparelho circulatório serve mesmo é para respirar, aumenta o meu débito para com os cardiologistas. Débito que se iniciou, há alguns anos, com uma outra proposição que lhes submeti à apreciação: a de que a sede anatômica do amor não é o coração mas, muito mais provavelmente, o pulmão.
Esta proposição inquietou duplamente os especialistas do coração: pelo fato em si e por suas repercussões econômicas. Uma das justificativas para a consulta dos cardiologistas ser um pouco mais cara do que as dos demais especialistas da Medicina Interna, deve-se ao fato de terem eles sob sua responsabilidade, além do centro da circulação, o centro do amor.
Os argumentos que apresentei, no entanto, abalaram os meus companheiros de especialidade:
"O que pode o amor fazer ao coração?" perguntava-lhes eu. "Acelerar a freqüência de seus batimentos?". " Vejam em contraste, a riqueza das manifestações afetivas do pulmão: é com o pulmão que rimos, é com o pulmão que choramos, é com o pulmão que suspiramos; é do pulmão que saem todas as interjeições afetivas; e todos os ais de amor". E, completava: "O que pode uma discreta taquicardia sinusal, quando comparada à respiração arfante de uma mulher apaixonada?". 
Não obstante o desassossego que causa, a proposição de que a circulação serve primariamente para respirar é, também, irretorquível.
Se nós pararmos o aparelho circulatório, morreremos em quatro minutos, por falta de oxigênio. Se por um passe de mágica, com o aparelho circulatório parado, conseguirmos oferecer oxigênio a todas as células do organismo, morreremos em onze minutos, por excesso de CO2. Falta de oxigênio e excesso de CO2 são marcas registradas de insuficiência respiratória. Se num segundo lance de mágica, com a circulação parada, removermos o CO2, em excesso, morreremos em três semanas, por acúmulo de catabolitos. Uma demonstração eloquente da primazia dada pelo aparelho circulatório às suas funções respiratórias.
[...]
Referência: Os seis corações do homem: Um ensaio, Publicações SBC

sábado, 19 de janeiro de 2013

459 - A cerveja, ora veja!


Aqui divulgada num velho cartaz de publicidade como sendo benéfica para a criança e para o velho:

Cultive 
o hábito RAINEER BEER
Ele traz o brilho da saúde 
e dá um novo sopro de vida ... 
Nenhum medicamento 
é igual a ela como TÔNICO ~ 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

458 - Morre o inventor do bafômetro

Morreu na segunda-feira (14) em Anglesey, norte de Gales, aos 77 anos, o Dr. Tom Jones Parry (foto), o inventor do bafômetro eletrônico. O dispositivo inventado pelo Dr. Jones, em 1974, é capaz de informar o nível de álcool no sangue de uma pessoa com base em uma amostra do ar por ela respirado. A proporção do álcool no ar respirado para o álcool no sangue é 2.100: 1. Isto significa que 2.100 mL de ar irá conter a mesma quantidade de álcool que existe em 1 mL de sangue. Pela contribuição que deu à segurança rodoviária Dr. Jones fora homenageado com a Ordem do Império Britânico.

domingo, 13 de janeiro de 2013

457 - Comida para pato

"É melhor eu ir para a casa ou os patos terão algo para comer."
Este chiste é incompreensível para quem não é da Tailândia.
Faz alusão a uma "epidemia" de pênis amputados que, na década de 1970, aconteceu no país asiático. A cargo das mulheres tailandesas que, com uma faca de cozinha, cortaram os pênis de seus maridos mulherengos enquanto eles dormiam.
O número de setembro de 1983 do American Journal of Surgery saiu com este artigo: Surgical Management of an Epidemic of Penile Amputations in Siam (Tratamento Cirúrgico de uma Epidemia de Amputações Penianas no Sião), escrito por Kasian Bhanganada e quatro colegas médicos do Hospital Siriraj, em BangKok (Banguecoque) .
Uma tradicional casa tailandesa é construída sobre estacas e suas janelas permanecem abertas para permitir a ventilação. Enquanto a área sob a casa é o lar das famílias de porcos, galinhas e patos. Assim, era factível que um pênis, amputado e lançado para fora pela janela, pudesse perfeitamente ser capturado por um pato, e daí a origem do chiste.
Slideshow
Comentário
Um costume interessante... Se fosse aqui, os patos estariam gordos!!! Só que as esposas daqui não têm coragem para conviver com a invalidez... (rsrsrsrs)
Abraço.
Celina Côrte

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

456 - Sem Ciência não há futuro

Uma das definições mais simples e completas sobre a Ciência foi proferida por Manuel Lozano Leyva, professor de Física Atômica e Molecular da Universidade de Sevilha, em uma de suas palestras. Ele disse, em seu tom de humor habitual, que a Ciência é o que se faz quando se aplica o método científico. Apesar da aparente redundância e simplicidade da definição, esta frase de Leyva é mais acurada e explicativa se soubermos o que é e como funciona o método científico.
É um conceito fundamental que, muitas vezes, fica despercebido, esquecido ou simplesmente ignorado. Acredita-se, erroneamente, que a Ciência é o que dizem os cientistas ou é o que se publica em uma revista científica, sem considerar que, na realidade, estamos em um processo que se distancia da ideia dogmática, e que não permanece imutável uma vez iniciado, porém exposto a mudanças, acréscimos e correções.
Também é muito comum entender essas mudanças e correções como erros da ciência, quando, na verdade, eles são parte essencial dela. É comum ouvir ou ler comentários de que a Ciência estava errada, quando se pensava tal e qual coisa há alguns anos, sem realmente compreender que o ato de retificar é uma parte indispensável do caminho científico. Um caminho que busca compreender o mundo, através da construção sistemática de hipóteses mensuráveis ​​e verificáveis, a fim de que nos aproximemos cada vez mais do funcionamento da realidade. [...]
Poderia resumir que o método científico é uma ferramenta poderosa para descobrir como funciona o mundo, através de uma série de etapas, que começam com a observação, a experimentação e/ou a medição de um fenômeno natural. Após estes passos iniciais, o seguinte é a formulação de uma hipótese para explicar esse fenômeno. Se a explicação se ajusta aos dados e experimentos, o trabalho é publicado em revistas acreditadas, sendo submetido a um cuidadoso estudo e análise por outros cientistas. Essa comunicação é necessária para que se possa comprovar, por novas pessoas e outros métodos, que a hipótese é válida. Se isto acontecer, a hipótese passa a se tornar uma teoria.
Pensa-se, frequentemente, que uma teoria científica (talvez o nome teoria confunda a muitos) seja uma ideia ao acaso que não tem validade ou que está por demonstrar. Mas, em Ciência, uma teoria é na verdade uma hipótese confirmada e verificada. Existem teorias que já foram verificadas e confirmadas milhares e até milhões de vezes (a Teoria da Relatividade e a Teoria da Evolução são os exemplos mais conhecidos). Sem elas não entenderíamos o mundo de hoje. [...]

Extraído de 7 cosas que la Ciencia podría enseñar a los políticos. In: La Aldea Irreductible

Ilustração: veio daqui

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

455 - Podemos ajudá-lo?

Este velho tem um problema sério no pescoço, procura informação sobre um hospital e tudo que ele consegue é ouvir piadas.

Legendado em português por PGCS
O "sanduíche do ataque cardíaco" (heart attack sandwich) incluído nessa história foi ideia minha.

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Como tudo começouBriga de cachorro-quente, McDia Infeliz e Médicos pedem a saída de Ronald McDonald

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

454 - Tipos de sangue e personalidade

O sangue é algo que une toda a espécie humana, mas a maioria das pessoas não pensa muito sobre o tipo de sangue, a menos que esteja a precisar de uma transfusão.
 No Japão, no entanto, o tipo de sangue tem grandes implicações para a vida, o trabalho e o amor. Lá, o tipo de sangue é popularmente aceito como capaz de determinar o temperamento e a personalidade de uma pessoa. E a pergunta "qual é o seu tipo de sangue?" é, muitas vezes, uma questão-chave para tudo, da formação de casais à seleção para postos de trabalho.
Toda uma relação de produtos personalizados tem surgido no país em função dos grupos de sangue. E livros que descrevem as características das pessoas conforme os grupos sanguíneos são vendidos em grandes quantidades no Japão.
Tipos de sangue, no entanto, são simplesmente determinados por proteínas do sangue. Embora os cientistas regularmente tentem desmascarar essas crenças, elas permanecem populares no Japão. Uma razão é que, constituindo os japoneses uma sociedade relativamente uniforme e homogênea, a classificação do sangue fornece um sistema simples para dividir as pessoas em grupos facilmente reconhecíveis.


Os tipos de sangue 
  • O sistema principal é o ABO. com quatro tipos de sangue: A, B, O, AB.
  • Foi somente em 1901 que o sistema ABO foi descoberto pelo cientista austríaco Karl Landsteiner, ganhador do prêmio Nobel por esse trabalho que abriu o caminho para a realização de transfusões de sangue com segurança.
  • O sistema Rhesus, para o qual se pode ser positivo ou negativo, é o segundo mais importante.
  • No total, existem 32 sistemas de grupos sanguíneos reconhecidos, todos com indicadores positivos e negativos.
  • E a descoberta de mais dois sistemas - Langereis e Junior - foram anunciados por pesquisadores de Vermont, no início deste ano.
Ruth Evans, Japan and blood types: Does it determine personality? - BBC News Magazine

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

453 - Pneumomediastino


Resumo
"Relatamos cinco casos de pneumomediastino primário espontâneo. Quatro eram pacientes do sexo masculino e um, do sexo feminino, com a idade média de 17 (14-25) anos. Quatro apresentaram pneumomediastino devido a esforços praticados em esportes e um teve esta condição clínica relacionada com o karaokê.
O pneumomediastino (presença de ar no espaço entre os pulmões) primário espontâneo é uma patologia pouco frequente, e não há descrição anterior de caso relacionado ao karaokê.
Todos os pacientes referiram dor no peito e/ou dor de garganta antes do atendimento no hospital. Radiografias de tórax e tomografias computadorizadas de tórax mostraram o pneumomediastino - sem lesão esofágica ou traqueal. Quatro pacientes não necessitaram de hospitalização, e apenas um foi necessário internar por 7 dias por causa de intensa dor no peito e no pescoço.
Acompanhados durante mais de 1 ano, nenhum dos pacientes apresentou recidiva do pneumomediastino. É importante diferenciar esta entidade de outras doenças que apresentam dor torácica."
Fonte
K. Togashi, Y. Hosaka Primary - "Primary Spontaneum Pneumomediastinum", Kyobu Geka, vol. 60, no.3, 2007, p. 1163-6.
Comentário
Em minha vida profissional já acompanhei alguns pacientes com esta patologia. Recordo-me de um paciente que teve o pneumomediastino espontâneo causado por crise asmática e de outro em que essa patologia ocorreu por ter feito uma manobra de Valsalva durante a inalação de uma droga ilícita. Ambos se recuperaram plenamente. PG

sábado, 29 de dezembro de 2012

452 - T.B. Harlem

Óleo sobre tela da pintora estadunidense Alice Neel (1900-1984), T.B. Harlem é um quadro do acervo do National Museum of Women in the Arts, em Washington DC.
 De 1938 aos primeiros anos da década de 1960, Neel viveu no Harlem hispânico, onde retratou alguns de seus desafortunados habitantes, como o porto-riquenho Carlos Negron.
Aqui Negron é mostrado com o curativo de uma toracoplastia, um tratamento usual para a tuberculose na era pré-antibiótica.
Leitura recomendada
Tuberculose nas Artes Visuais, postagem do blog Arte Médica, da brasiliense Renata Calheiros Viana.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

451 - Crédito à cama


Nós nunca somos tão virtuosos como quando estamos doentes. Algum homem doente já foi tentado pela cobiça ou luxúria? Ele não é um escravo de suas paixões nem de suas ambições com a profissão; ele não se importa com a riqueza e se contenta com o pouco que tem, sabendo ainda que pode perdê-lo. É, então, que ele se lembra dos deuses e percebe que é mortal: ele não sente nenhuma inveja, admiração, nem desprezo de qualquer homem: nem mesmo uma conversa insultuosa pode prender a sua atenção ou dar-lhe estímulo para o pensamento, e seus sonhos são todos de banhos e primaveras amenas. Estes são sua única preocupação, o objeto de todas as suas orações, enquanto ele resolve que, se tiver a sorte de se recuperar, vai levar uma vida sóbria e simples no futuro, isto é, uma vida de inocência feliz.
Então, aqui para a nossa orientação, é a regra aquilo que os filósofos buscam expressar em palavras e textos intermináveis: na saúde, devemos continuar a ser os homens que prometemos nos tornar quando a doença levou as nossas palavras.

domingo, 23 de dezembro de 2012

450 - A Peste em Givry

Givry possui o mais antigo registro paroquial da França. O livro, escrito pelos padres locais, mostra o dinheiro recebido para as cerimônias religiosas (nas primeiras 42 páginas) e os batismos, casamentos e enterros da paróquia (da página 43 à 83), no período 1303-1357.
É realmente informativo sobre as consequências da Peste (que dizimou grande parte da população europeia) na referida aldeia. Assim, antes de 1347, aconteciam de 4 a 5 enterros por mês. Mas, entre 28 de julho e 19 de novembro de 1348, foram registrados 620 enterros. Somente no dia 10 de setembro foram enterradas 24 pessoas, tanto quanto no ano anterior.
Nenhum casamento foi celebrado entre o início da epidemia e o final do ano.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

449 - O transtorno dismórfico corporal


O chimpanzé, o orangotango, o bonobo, o gorila, o delfim e o elefante são os únicos animais que, além dos seres humanos (*), são capazes de reconhecerem a si mesmos em um espelho.

(*) Nós, com alguns vieses:

TDC ►

O que é o transtorno dismórfico corporal
O TDC é um tipo de distúrbio mental em que a pessoa se vê diferente do que é na vida real. Como consequência, ela é também extremamente crítica com relação ao próprio corpo. E, se há algo de errado com este, mesmo que o problema seja pouco perceptível ou localizado, ela se sente completamente infeliz com o corpo que tem.
Dra. Katharine Philips, que fez uma pesquisa (A Broken Mirror, Oxford University Press, 2005) em mais de 500 pessoas com TDC, encontrou no grupo pesquisado os seguintes percentuais de insatisfação com as várias partes do corpo:
pele (73%)
cabelo (56%)
nariz (37%)
peso (22%)
estômago (22%)
seios / peito / mamilos (21%)
olhos (20%)
coxas (20%)
dentes (20%)
pernas (geral) (18%)
forma do corpo / forma do osso (16%)
todos de rosto (14%)
lábios (12%)
nádegas (12%)
queixo (11%)
dedos (11%)
sobrancelhas (11%)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

448 - O sistema vestibular na coruja

A coruja apresenta uma notável estabilidade da cabeça durante o movimento angular do corpo em torno de qualquer eixo que passe através do crânio.
O sistema vestibular da coruja é maior do que o do homem. E muito mais incrementado, também.
K.E Money, M.J Correia, The vestibular system of the owl

Vídeos
"Gire sua coruja": disponíveis no Improbable Research nas versões c/ e s/ música.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

447 - A voz de hélio

- Uma notícia ruim fica melhor quando anunciada com a "voz de hélio".

A voz é produzida a partir das vibrações do ar expirado ao passar pela laringe.
Como o hélio é um gás mais leve do que o ar, que contém principalmente uma mistura de nitrogênio e oxigênio, ao ser expirado e então passar - mais rapidamente - na laringe, ele dá origem a vibrações em frequências mais altas nas cordas vocais.
Isto faz com que a voz de quem inalou o gás hélio fique momentaneamente engraçada, semelhante à voz de alguns personagens de desenhos animados.
Vídeos no YouTube: há muitos. Pesquise como "voz de hélio" e "helium voice".
Embolia gasosa cerebral em uma criança saudável, 13, após a inalação de gás hélio diretamente de um tubo pressurizado.
Hélio - NÃO ABUSE!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

446 - Plumbagem

Isto que vocês veem aqui já figurou no estado de arte da Cirurgia Torácica. Vi radiografias como esta realizadas em pacientes que, na primeira metade do século 20, se submeteram ao tratamento cirúrgico da plumbagem.

Crédito das imagens: NEJM
A plumbagem consistia em introduzir no tórax do paciente tuberculoso uma quantidade variável de bolas de lucite (de ping-pong) com a finalidade de provocar colapso pulmonar. Aceitava-se a ideia de que esse colapso, por colocar as lesões tuberculosas em repouso, ajudaria a curá-las. Certamente, o procedimento em questão contribuía para reduzir a frequência e a gravidade das hemoptises.
A principal desvantagem dessa forma de tratamento era a possibilidade de desenvolver infecção local como consequência dos corpos estranhos alojados no tórax.
31/12/2013 - Atualizando postagem...
Caso clínico - Lucite Balls
(arquivo PDF para baixar ou imprimir)

sábado, 8 de dezembro de 2012

445 - Permanecendo vivo

Com um pouco de humor se pode fazer um grande ensinamento. É o que mostra esta campanha de como realizar uma ressuscitação cardiopulmonar ao ritmo de uma canção: "Staying alive" (título mais adequado, impossível). Nunca se sabe quando você vai pô-la em prática, mas a ideia basicamente é esta:
  • chamar o telefone do serviço móvel de urgência (192 no Brasil);
  • fazer compressões torácicas ao ritmo de 100 por minuto, precisamente o da famosa canção.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

444 - Páginas populares em livros medievais

Como você pode saber quais as páginas de um manuscrito medieval que eram mais populares?
Kathryn Rudy, da Universidade de St. Andrews, na Escócia, imaginou que as manchas de dedos deixadas pelos leitores nos manuscritos poderiam ser um bom indicador.
Usando um dispositivo que mede a densidade óptica de uma superfície refletora, ele analisou um exemplar holandês do Livro de Horas, um livro de textos devocionais do século XV, sob a hipótese de que as sujeiras acumuladas nos cantos inferiores das páginas representariam o tempo gasto com leituras.
O que ele encontrou:
 As passagens mais populares deste livro tendiam a ser as orações relacionadas com as indulgências (tempo de dispensa do purgatório pelos pecados perdoados) e com as preocupações com a saúde como a proteção da Peste ou do Fogo de Santo Antônio (intoxicação pela ingestão de produtos contaminados pelo fungo esporão-do-centeio).
Em um manuscrito que tinha iluminuras personalizadas, o proprietário principalmente olhou para aquelas que retratavam a si próprio. "Ele realmente amava aquela imagem", disse Rudy.


Postagens relacionadas

domingo, 2 de dezembro de 2012

443 - Seja um doador de vidas

Deixo minha visão ao homem que jamais viu o amanhecer nos braços da mulher amada.
Deixo meu coração à mulher que vive exclusivamente para fazer o coração de seu filho feliz.
Deixo meus rins às pessoas que tiveram seus sonhos interrompidos, mas que ainda os cultivam.
Deixo meu pulmão ao adolescente que quer gritar ao mundo mais uma vez ‘eu te amo'.
Deixo meu fígado para aqueles que não tinham esperança na recuperação.
Deixo ossos, pele, cada tecido meu, à criança que ainda não descobriu o que é viver por inteiro.
Deixo a você o meu exemplo.
Deixo à minha família o desejo de ser um doador.
Deixo para a vida, enfim, um recado: nós vencemos!
Seja um doador de órgãos. Seja um doador de vidas.
Filme oficial da Campanha Nacional de Doação de Órgãos de 2011, com o ator José de Abreu. Com muita sensibilidade na abordagem da causa, este filme continua sendo veiculado pela televisão brasileira.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

442 - A química do amor

Afinal, o amor tem algo a ver com a Química? Na verdade o amor é Química! Todos os sintomas relacionados com o amor e a paixão - respiração ofegante, palpitações cardíacas, mãos úmidas etc. - têm uma explicação científica: são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, serotonina e as endorfinas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

441 - Febre amarela e sangrias

A febre amarela é conhecida por trazer uma coloração amarela característica (icterícia) para a pele e os olhos e por causar "vômitos pretos" relacionados com sangramentos no estômago.
O vírus causal é transmitido por mosquitos infectados, porém, por muito tempo, se acreditou ser uma doença miasmática originária da matéria vegetal em decomposição e das putrefações em geral.


"Nunca antes experimentei tão sublime satisfação como a que eu sinto agora, contemplando o sucesso dos meus tratamentos (sangrias). Graças a Deus, de uma centena de pacientes que eu visitei ou prescrevi no dia de hoje, não perdi nenhum." 

Benjamin Rush

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

440 - Sem utilidade


Contabilizam-se 20 estruturas no corpo humano que, ao longo da evolução de nossa espécie, foram perdendo suas utilidades. Dessa lista fazem parte o dente do siso, os músculos extrínsecos das orelhas, a terceira pálpebra, a costela cervical, o cóccix e o apêndice.
Devido a patologias que ocorrem neste último, mais de 300 mil norte-americanos, anualmente, se submetem à apendicectomia.
Elaborada originalmente por Jocelyn Selim, a lista completa dessas estruturas "dispensáveis" saiu no Daily Cognition com o título de 20 Useless Body Parts.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

439 - Uma rota metabólica diferente

Este animal de aparência estranha é a tartaruga chinesa de casco mole. Bem adaptada à vida na água, ela vive em pântanos salgados.
Sua fisionomia faz lembrar o focinho de um porco, colado no rosto de um peixe cuja textura é o da pele escrotal. Mas essa aparência bizarra não é nada em comparação com um detalhe ainda mais bizarro, que foi recentemente descoberto na Pelodiscus sinensis (o nome científico dela).
Esta tartaruga expele um de seus resíduos pela boca.


Quando metaboliza as proteínas em seu fígado, ela produz uma grande quantidade de nitrogênio que é expulsa do seu corpo em forma de ureia. Os seres humanos também produzem ureia a partir das proteínas, e se livram deste metabólito através da urina.
A tartaruga de casco mole, porém, tem uma rota totalmente diferente para eliminar a ureia. Enquanto submersa, ritmicamente expande e contrai a sua boca. Por que faz isso? Shit Fun Chew (que nome, meu Deus?), da ​​Universidade Nacional de Cingapura, notou que é desse modo que a tartaruga elimina a maior parte da ureia produzida. Utiliza-se de sua respiração branquial, em vez de fazê-lo pelos rins.
Em suma, ela pode respirar e "urinar" usando as mesmas estruturas anatômicas. E esta via oral-respiratória para se livrar da ureia é 15 a 50 vezes mais eficiente do que os seus rins.
Aparentemente, outros excrementos deixam o corpo da tartaruga de casco mole da forma habitual para outras espécies.
No ser humano, rins, pulmões, pele e intestinos são órgãos emunctórios, isto é, órgãos encarregados de excretar os resíduos de seu metabolismo. E rins e pulmões, dividindo a responsabilidade pelo equilíbrio ácido-básico do corpo, talvez estejam mais próximos em suas funções do que à primeira vista parecem. Como há tempos já sacou a tartaruga chinesa.

sábado, 17 de novembro de 2012

438 - CICLISMO. A discussão sobre os capacetes


Um denominador comum dos programas bem sucedidos de bicicleta ao redor do mundo - de Paris a Barcelona - é que quase ninguém usa um capacete, e não há pressão para que faça isso. Nos Estados Unidos, a noção de que os capacetes promovem a saúde e a segurança, evitando lesões nas cabeças dos ciclistas, é tido como muito próximo de uma verdade de Deus. Assim, ciclistas sem capacetes são considerados irresponsáveis como as pessoas que fumam. E as cidades estadunidenses em geral são agressivas na promoção dos capacetes.
Mas, muitos especialistas em saúde europeus vêm tendo uma visão diferente. Sim, há estudos que mostram que, se você cair de uma bicicleta em uma determinada velocidade e bater com a cabeça, um capacete pode reduzir o risco de lesão grave no crânio. Mas tais quedas de bicicletas são menos comuns do que se pensa em sistemas organizados de ciclismo urbano.
Por outro lado, muitos pesquisadores dizem que, se as pessoas são forçadas a usar capacetes, também são desencorajadas a andar de bicicleta. Isso significa mais obesidade, mais doenças cardíacas e mais diabetes. E, com menos menos ciclistas nas ruas, menos interesse em criar ou ampliar ciclovias.
As cidades mais seguras para bicicletas são lugares como Amsterdã e Copenhague, onde os ciclistas de meia-idade são em grande número e o uso dos capacetes é pequeno.
"Forçar a usar capacetes, especialmente em programas de compartilhamento de bicicletas, cria uma sensação de perigo injustificável para o ciclismo que traz tantos benefícios para a saúde", diz Piet de Jong, professor do departamento de Finanças Aplicadas e Estudos Atuariais da Universidade Macquarie, em Sydney. Ele estudou o assunto com modelagem matemática e concluiu que os benefícios podem superar os riscos por 20 a 1.
Ele acrescenta: "Estatisticamente, antes de usar capacetes para andar de bicicleta, talvez devêssemos usá-los para subir escadas ou tomar banho porque há muito mais lesões durante estas atividades." E a Federação Europeia de Ciclistas afirma que ciclistas e pedestres apresentam o mesmo risco de lesão grave por milha percorrida.
No entanto, nos Estados Unidos, a National Highway Traffic Safety Administration recomenda que "todos os ciclistas usem capacetes, não importa por onde estejam andando", como diz Dr. Jeffrey Michael, funcionário da referida agência.
A experiência recente sugere que, caso uma cidade queira que o compartilhamento de bicicletas realmente decole, ela tem  que aceitar o uso opcional do capacete. O programa de compartilhamento de bicicletas em Melbourne, na Austrália - onde o uso de capacete é obrigatório - tem apenas cerca de 150 utilizações por dia, apesar de Melbourne ser plana, com ruas largas, e ter clima temperado. Por outro lado, a cidade de Dublin - fria e montanhosa - tem mais de 5.000 passeios diários em seu programa. E a Cidade do México, para pôr em funcionamento o seu programa de compartilhamento de bicicletas, revogou recentemente a sua lei do capacete obrigatório. Nos Estados Unidos, há muita discussão a respeito de uma mudança na atual orientação.
Extraído do artigo To Encourage Biking, Cities Lose the Helmets, The New York Times

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

437 - A termometria clínica

Como o termômetro passou a ser usado na medicina
A observação clínica, o conhecimento fisiológico e o desenvolvimento técnico trabalharam juntos para aperfeiçoar um instrumento que se tornou indispensável na profissão médica: o termômetro.
A importância da observação da temperatura do corpo humano era conhecida desde a Grécia de Hipócrates (século V a.C.). Os médicos gregos, entretanto, precisavam de muito tato para tomar a temperatura de seus pacientes. Literalmente, pois só dispunham das mãos para fazer essa avaliação.
Já na Idade Média, a constatação da febre era considerada muito importante na prática médica, mas ainda não existia uma medição científica para a temperatura corporal.
O termômetro clínico, como o conhecemos hoje, só surgiria em 1852, quando Sir William Aitken (1825-1892), médico escocês de Edimburgo, inventou o chamado termômetro de máxima. Ao idealizar um estrangulamento no tubo de vidro, logo acima do bulbo de mercúrio. Assim, depois que o mercúrio se dilatava, estacionava na graduação correspondente à temperatura máxima registrada, o que permitia que ele próprio, com a calma de um bom clínico geral, lesse a temperatura mesmo algum tempo após a medição. E, para o mercúrio descer a fim de fazer uma nova leitura, só era preciso sacudir o termômetro, como se faz até hoje.
Mas, não se chegou ao atual termômetro clínico, apenas com a invenção de Aitken. Houve, em épocas diferentes, os precursores deste instrumento:
  • O termoscópio a ar, criado no fim do século XVI, para indicar as variações de temperatura no ambiente. Em 1611, o médico italiano Santorio acrescentou-lhe uma escala de temperatura, dando-lhe aplicação médica.
  • Por volta de 1632, o médico francês Jean Rey inventou o termômetro a líquido, que usava água em vez de ar como indicador de mudanças na temperatura.
  • Em 1654, Ferdinando II de Medici, grão-duque da Toscana, construiu o primeiro termômetro selado. Tratava-se de um tubo de vidro fechado hermeticamente e contendo álcool que, como foi descoberto, se dilata mais rapidamente do que a água.
  • Em 1709, descontente com a imprecisão dos termômetros de sua época, o físico alemão Gabriel Daniel Fahrenheit, fabricou um termômetro a álcool com uma escala confiável. Em substituição aos que usavam referências muito imprecisas como o ponto de derretimento da manteiga, por exemplo.
  • Em 1714, ao descobrir que o mercúrio se dilata mais uniformemente do que o álcool, Fahrenheit inventou o primeiro termômetro de mercúrio fechado a vácuo, driblando com isso a influência da pressão atmosférica sobre a medição. Graças aos trabalhos de Fahrenheit, o termômetro ganhava status de instrumento científico.
  • Em 1742, o astrônomo sueco Anders Celsius fez um termômetro de mercúrio com escala de zero a cem graus, em que a temperatura normal do corpo correspondia a 36,7 graus (98,6º F), logo incorporado à prática médica, pois a escala centígrada é mais fácil de ser lida.
super.abril.com.br

Instruções de uso
Antes de utilizar o termômetro, verifique se a coluna de mercúrio está abaixo do início da escala. Estando acima, sacuda com firmeza o termômetro até que a coluna fique abaixo.
Coloque o bulbo do termômetro sob o braço, no centro da axila. E o braço deve ficar bem colado ao tronco enquanto durar a medição.
O tempo em que o termômetro deve permanecer na axila é de 3 a 5 minutos.
Retirado para a leitura, o termômetro deve ser girado em busca de uma posição que melhor visualize a coluna de mercúrio.
A temperatura axilar normal de uma pessoa é de 36,5 ºC. No entanto, pode variar um pouco conforme a hora do dia.
Atenção - Em caso de quebra do vidro do termômetro, evite se expor ao mercúrio líquido contido nele. É tóxico.

domingo, 11 de novembro de 2012

436 - Simbologia para depósitos de resíduos nucleares

por Paulo Gurgel
Conceber um sistema de marcação que possa ser facilmente compreendido por qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer língua, nunca vai ser uma tarefa fácil.
Agora, imagine também que esse sistema tenha que permanecer intato e eficaz nos próximos dez mil anos.
 Para ser mais específico: um sistema a ser adotado em depósitos de resíduos nucleares em grande escala que sirva para informar e desencorajar as pessoas que, inadvertidamente ou não, penetrem nessas áreas.
Um relatório de 351 páginas a respeito do sistema, o SANDIA REPORT, já foi produzido, na década de 1990, por uma equipe de peritos. No meio da simbologia proposta pelo relatório, destaco alguns dos símbolos que são sugeridos para a utilização nas placas de advertência:
1 - A figura humana que o artista norueguês Edvard Munch imortalizou em seu quadro "The Scream".
Do agito ao grito
2 - O Mr. Yuk, o símbolo icônico que é usado para educar crianças e adultos, nos EUA e internacionalmente, quanto ao problema das intoxicações e envenenamentos. Infelizmente, este símbolo é protegido por direitos autorais. Mas tem até uma musiquinha-tema (vídeo)


Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green / When you see him /Stop and think / Do not smell / Do not drink / Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green.
3 - O símbolo perfeito que foi proposto por Carl Sagan:
"Queremos um símbolo que será compreensível não só para os membros mais instruídos da população, mas para qualquer pessoa que possa vir ao depósito. Existe o tal símbolo. É testado e verdadeiro. Ele tem sido usado transculturalmente, há milhares de anos, com o significado inconfundível. É o símbolo usado nas vergas das habitações dos canibais, nas bandeiras dos piratas, como insígnia das divisões da SS e das gangues de motociclistas e nos rótulos das garrafas de venenos - o crânio com ossos cruzados. A anatomia do esqueleto humano, podemos estar razoavelmente certos, não vai mudar tanto que o símbolo fique irreconhecível nas próximas dezenas de milhares de anos."

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

435 - Proibido o chumbinho

O aldicarbe, um agrotóxico utilizado de forma irregular como raticida doméstico (chumbinho), foi banido do mercado brasileiro, no mês de outubro. Estimativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que o produto é responsável por quase 60% dos oito mil casos de intoxicação relacionados a agrotóxicos do tipo chumbinho, no Brasil, todos os anos.
“Os motivos do banimento do aldicarbe do mercado nacional estão relacionados à alta incidência de intoxicações humanas e de envenenamento de animais, devido ao desvio de uso do referido agrotóxico”, explica o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agenor Álvares. Além disso, o aldicarbe possui a mais elevada toxicidade aguda entre todos os ingredientes ativos de agrotóxicos, até então autorizados para uso no Brasil.
O único produto a base de aldicarbe que possuía autorização de uso, no país, era o Temik 150, da empresa Bayer S/A. Trata-se de um agrotóxico granulado, classificado como extremamente tóxico, que tinha aprovação para uso exclusivamente agrícola, como inseticida, acaricida e nematicida, para aplicação nas culturas de batata, café, citros e cana-de-açúcar.
Chumbinho
O uso do aldicarbe como raticida doméstico, sob a forma do popular chumbinho, não é autorizado pelas autoridades brasileiras. “O chumbinho é um produto ilegal e perigoso para a saúde da população, sendo o uso e comércio deste agrotóxico como raticida doméstico enquadrado como uma atividade ilícita e criminosa”, afirma Álvares.
Por se tratar de um produto clandestino, o chumbinho não possui rótulo com orientações quanto ao manuseio e segurança, informações médicas, telefones de emergência, descrição do ingrediente ativo e antídotos que devem ser utilizados em casos de envenenamento. “Sem essas informações os profissionais de saúde tem mais dificuldade de agir para salvar a vida das pessoas intoxicadas pelo chumbinho”, diz o diretor da Anvisa.
Os sintomas típicos de intoxicação por chumbinho ocorrem em menos de uma hora após a ingestão e os principais sinais clínicos são: náuseas, vômito, sudorese, salivação excessiva, visão borrada, contração da pupila, dor abdominal, diarreia, tremores, taquicardia, entre outros.
Em caso de intoxicação deve-se ligar, de forma gratuita, para o Disque-Intoxicação: 0800-722-6001. O serviço é disponível para todo país e conta com profissionais especializados na orientação do tratamento de casos de intoxicação.
Ineficaz como raticida
Além de possuir elevada toxicidade aguda, o chumbinho é ineficaz no combate doméstico de roedores. Normalmente, como o primeiro animal que ingere o veneno morre de imediato, os demais ratos observam e não consomem aquele alimento envenenado.
Já os raticidas legalizados, próprios para esse fim e com registro junto a Anvisa, agem como anticoagulantes, provocando envenenamento lento nos ratos. Dessa forma, a morte do animal não fica associada ao alimento ingerido, o que faz com que todos os ratos da colônia ingiram esse tipo de veneno.
Cancelamento
Com o cancelamento do registro, estão proibidos no Brasil a produção, a comercialização e o uso de qualquer agrotóxico à base de aldicarbe.
 Clique aqui para saber mais sobre o chumbinho.
Fonte: Anvisa

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

434 - Concerto no ossário

Flagrante de um concerto a 108 ossos:
imagem: spaceghetto
Obs. A mão humana possui 27 ossos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

433 - Corpo humano. A temperatura ideal

Dois pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, da Yeshiva University, comprovaram que a temperatura do corpo humano próxima a 37 ºC é a que produz um equilíbrio perfeito. O corpo mostra-se bastante quente para que evitemos muitas infecções fúngicas sem que, por outro lado, nós necessitemos de comer incessantemente para manter o metabolismo.
"Um dos mistérios sobre os seres humanos e outros mamíferos é porque os mesmos são tão quentes em comparação com outros animais", disse Arturo Casadevall, MD, Ph.D., professor da cadeira da Microbiologia e Imunologia do Albert Einstein, e co-autor do trabalho. "Este estudo ajuda a explicar por que as temperaturas normais dos mamíferos são todas em torno de 37 °C."
É de 36,7 ºC a temperatura ideal para maximizar os benefícios da proteção contra os fungos e, ao mesmo tempo, minimizar os custos metabólicos para o corpo. Para cada aumento de 1 °C na temperatura há uma redução em 6 por cento nas espécies de fungo. Assim, enquanto dezenas de milhares de espécies de fungos infectam répteis, anfíbios e outros animais de sangue frio, apenas algumas centenas delas infectam os mamíferos.


Comentário
Ao fazerem um jogo de palavras entre "for keeping fungi away" e "food at bay" no título do trabalho, os autores demonstraram também que são espirituosos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

432 - Sem retorno



Este gráfico apresenta o número de vezes em que animais são citados em artigos biomédicos a partir da década de 1950.
Fonte: PubMed

Uma rápida observação sobre o gráfico mostra como ratos e camundongos, "descolando" das demais categorias, vêm se destacando na preferência dos pesquisadores. Não os considero animais sortudos, por isso.

sábado, 27 de outubro de 2012

431 - Andando em círculos

A crença comum diz que as pessoas que se perdem em um terreno desconhecido acabam muitas vezes andando em círculos. É uma crença que está bastante arraigada na cultura popular.
Em um trabalho que publicaram no Current Biology (resumo), Jan L. Souman e colaboradores testaram a capacidade de seres humanos para caminhar em linha reta através de terrenos desconhecidos. Em dois ambientes diferentes - numa grande área florestal e no deserto do Saara - voluntários, com os olhos vendados, andaram por várias horas. Suas trajetórias, capturadas através do sistema de posicionamento global, mostraram que os participantes da experiência andavam em círculos quando não conseguiam ver o sol. Sob estas condições, eles caminharam em pequenos círculos, sendo estes muitas vezes extremamente pequenos (com diâmetros inferiores a 20 metros).
De maneira inversa, quando o sol podia ser percebido, esses participantes, por vezes, desviaram-se do caminho reto mas não andaram em círculos. A percepção de uma referência direcional externa lhes permitia recalibrarem o sistema sensório-motor para que pudessem caminhar em linha reta.
PGCS
Roberto Marques escreveu... 
Provavelmente, sem ver o sol perde-se a noção dos quatro pontos cardeais. Tive alguma experiência a respeito disso na ilha do Bananal, onde todo lugar é igual aos outros e não há nenhuma elevação para a orientação.
Conclusão: só dá para andar pelo cerrado com um guia ou com um GPS!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

430 - Monitoramento de drogas

Exigência para admissão é inaceitável
A solicitação de exames de urina ou sangue para saber se o candidato a uma vaga de emprego faz uso de drogas ilícitas foi considerada eticamente inaceitável pelo plenário do CFM. O assunto é tema do Parecer 26/12, apresentado pelo conselheiro representante de Minas Gerais, Hermann von Tiesenhausen.
A opinião baseou-se em princípios do Código Civil, da Constituição Federal e do Código de Ética Médica (CEM). Na Carta Magna, o parecer do conselho aponta o artigo 5º, que diz: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”.
Já o CEM, em seu artigo 22, veda ao médico “deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte”.
O documento aprovado pelo CFM diz ainda que “os exames exigidos pela empresa devem ser aqueles previstos na legislação específica, visando sempre a avaliação da capacidade laborativa do empregado, caracterizando-se discriminatória qualquer exigência que extrapole os requisitos técnicos para a função a ser exercida”.
O parecer lembra também “a fragilidade dos testes para substâncias canabinóides, opiáceos e outras que têm seus testes toxicológicos, tanto sanguíneos como urinários, com resultados negativos após a suspensão da droga por cerca de três a trinta dias, o que demonstra cabalmente a fragilidade desses testes toxicológicos”.
Quanto à seleção de candidatos para atuação em áreas de risco, tanto públicas quanto privadas, o CFM orienta: “A alternativa é um exame pré-admissional rigoroso, com exame psicológico e testes específicos, além de avaliação psiquiátrica”.
Saiba mais consultando a íntegra do documento em http://bit.ly/PzUI72.

domingo, 21 de outubro de 2012

429 - Fontes de poluição atmosférica

Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia. Este valor varia em função da atividade física de cada um. Em geral, não é necessário, nem possível, corrigir a composição do ar que se respira, sendo esta a principal diferença entre o consumo de ar e o consumo de água. A água passa por um tratamento prévio, o que a torna um produto industrial para ser consumido. O ar, ao contrário, deve ser consumido exatamente como existe na natureza, “in natura”. Por este motivo, é muito importante que a sociedade entenda e respeite as medidas de preservação da qualidade do ar.
O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz resíduos que podem poluir o ar. A poluição atmosférica pode ser causada por fontes fixas ou móveis, dependendo dos processos que liberam os poluentes no ar.
Fontes fixas - As indústrias são as fontes mais significativas, ou de maior potencial poluidor. Também se destacam as usinas termoelétricas, que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, bem como os incineradores de resíduos, com elevado potencial poluidor. Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo, que também podem influenciar a composição do ar.
Fontes móveis - Os veículos automotores, juntamente com os trens, aviões e embarcações marítimas são as chamadas fontes móveis de poluentes atmosféricos. Os veículos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em: leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool como combustível); leves comerciais (utilizam gás natural veicular, o GNV, ou óleo diesel); e veículos pesados (somente de óleo diesel).
Os poluentes podem ser divididos, de acordo com sua origem, em duas categorias:
- Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes;
- Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

428 - Tenham um fantástico dia

O médico e a caligrafia nem sempre caminham no mesmo sentido. Mas é através de um vídeo que mostra um pouco desta forma de arte visual que eu saúdo meus colegas em nosso Dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

427 - Sucussão

É a maneira pela qual são "dinamizados" os medicamentos na homeopatia.
O processo pode ser manual ou mecânico: manual, ao se bater o frasco que contém a solução contra um anteparo por cem vezes, e mecânico, quando o processo é feito através de máquinas ou braços mecânicos.
Hahnemann, o criador da homeopatia, usava como anteparo o seu exemplar da Bíblia.

Para ler: ¿Qué es la homeopatía?

Aviso aos navegantes: não prescrevo produtos homeopáticos nem referencio a homeopatia a meus pacientes.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

426 - O poder curativo das formigas

Sabe-se que as formigas possuem mandíbulas que funcionam como fortes pinças naturais.
Presumivelmente por séculos, a medicina primitiva, praticada em certas tribos da África, tem tirado vantagem do conhecimento desse fato para fechar feridas abertas.
Para fechá-las, o curandeiro junta as bordas da ferida e coloca algumas formigas diretamente sobre a mesma. Como o instinto natural destes insetos é morder, suas mandíbulas selam o corte. Em seguida, o curandeiro descarta o corpo das formigas.
A sutura fica mais apresentável e não prejudica o resultado final.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

425 - Hipóxia

Este vídeo mostra uma experiência com os efeitos da hipóxia (diminuição de oxigênio) sobre o ser humano. Numa cabine, em que se reduz a concentração interna de oxigênio, um voluntário é solicitado a resolver problemas aritméticos básicos e a encaixar peças de um quebra-cabeças de criança. A hipóxia retira-lhe a capacidade de executar estas tarefas.
Em seguida, vem o teste final:
Explicar que, se ele não pressionar o botão que injeta oxigênio na cabine, morrerá. Mas... o voluntário, entre eufórico e confiante (devido à hipóxia), não compreende a gravidade da situação. E não executa esta ação simples que salvaria a própria vida.

sábado, 6 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

423 - Ouvido e reflexo da tosse

O ouvido é dividido em 3 partes: O ouvido interno, também chamado de labirinto, responsável pela audição e o equilíbrio. O ouvido médio, responsável pela condução do som (do tímpano ao labirinto), através dos ossículos (martelo, bigorna e estribo). E o ouvido externo, que nada mais é do que um canal de osso e cartilagem, revestido por uma fina pele, que une o pavilhão auricular (a popular orelha) ao tímpano.
Todos sabemos que não devemos colocar objetos no interior do ouvido. No entanto, por vezes, introduzimos nele um cotonete para remover alguma cera acumulada. E pode acontecer que, após ultrapassar um certo ponto do canal auditivo, sejamos acometidos de um acesso de tosse. Como isso é possível se o ouvido não faz parte do aparelho respiratório?
É o que o ouvido também recebe fibras do nervo vago, o décimo par craniano, o qual toma parte nos reflexos da tosse e do vômito. E o nervo vago, através do ramo auricular, recolhe os estímulos sensitivos da porção mais profunda do canal auditivo. Ver a gravura abaixo.

domingo, 30 de setembro de 2012

422 - Alvéolos



Foto de alvéolos pulmonares (*) tirada com um supermicroscópio que tem resolução de nanômetros.

Wellcome Images

(*) São estruturas de pequenas dimensões, localizadas no final dos bronquíolos, e nas quais são realizadas as trocas gasosas.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

421 - Maçã se olhando no espelho

Um caso clássico de anorexia nervosa.
A imagem veio daqui

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

420 - Doença

Link para um curta-metragem de animação de Couse Candace.
O corpo humano é uma máquina maravilhosa. Mas, às vezes, agentes subversivos perturbam sua harmonia interior. Usando a técnica de quadro a quadro, o cineasta dá vida a estruturas corporais sob a ameaça de um agente agressor - tudo em tricô.
Malade, Titam
Pensamento
"... as doenças, nos grandes homens, servem muitas vezes de dínamos criadores, enquanto nos homens comuns não passam de decadência sem glória."

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

419 - Pneumotórax catamenial

Artistas buscam inspirações para seus trabalhos em muitas coisas na vida. Lorraine Ashley faz isso de uma forma bastante singular.
Ela sofre de uma doença chamada pneumotórax catamenial. Uma rara entidade que foi descrita pela primeira vez em 1958 e da qual há apenas 65 casos relatados e revisados na literatura médica mundial. Ocorre em mulheres, principalmente nas 3ª e 4ª décadas da vida e, em 90% dos casos, esta forma de pneumotórax (vazamento de ar do pulmão para o espaço pleural) incide à direita.
O pneumotórax catamenial tem caráter recidivante e coincide com o período do fluxo menstrual. São sugeridas três prováveis etiopatogenias para a doença: fenestrações diafragmaticas, endometriose pulmonar e ação das prostaglandinas.
Após dolorosas cirurgias, Lorraine decidiu tornar sua experiência em arte. E, fazendo pequenas perfurações numa placa de ardósia, ela recriou a imagem de seus pulmões como eram mostrados nas tomografias do hospital.
Artist turned menstruating lungs into art, Neatorama
Frazatto, CR, Frazatto Júnior, C, Lima, JAB - Pneumotórax catamenial - relato de um caso. Jornal de Pneumologia 17(3):141-143, setembro de 1991