A observação clínica, o conhecimento fisiológico e o desenvolvimento técnico trabalharam juntos para aperfeiçoar um instrumento que se tornou indispensável na profissão médica: o termômetro.
A importância da observação da temperatura do corpo humano era conhecida desde a Grécia de Hipócrates (século V a.C.). Os médicos gregos, entretanto, precisavam de muito tato para tomar a temperatura de seus pacientes. Literalmente, pois só dispunham das mãos para fazer essa avaliação.
Já na Idade Média, a constatação da febre era considerada muito importante na prática médica, mas ainda não existia uma medição científica para a temperatura corporal.
O termômetro clínico, como o conhecemos hoje, só surgiria em 1852, quando Sir William Aitken (1825-1892), médico escocês de Edimburgo, inventou o chamado termômetro de máxima. Ao idealizar um estrangulamento no tubo de vidro, logo acima do bulbo de mercúrio. Assim, depois que o mercúrio se dilatava, estacionava na graduação correspondente à temperatura máxima registrada, o que permitia que ele próprio, com a calma de um bom clínico geral, lesse a temperatura mesmo algum tempo após a medição. E, para o mercúrio descer a fim de fazer uma nova leitura, só era preciso sacudir o termômetro, como se faz até hoje.
Mas, não se chegou ao atual termômetro clínico, apenas com a invenção de Aitken. Houve, em épocas diferentes, os precursores deste instrumento:
- O termoscópio a ar, criado no fim do século XVI, para indicar as variações de temperatura no ambiente. Em 1611, o médico italiano Santorio acrescentou-lhe uma escala de temperatura, dando-lhe aplicação médica.
- Por volta de 1632, o médico francês Jean Rey inventou o termômetro a líquido, que usava água em vez de ar como indicador de mudanças na temperatura.
- Em 1654, Ferdinando II de Medici, grão-duque da Toscana, construiu o primeiro termômetro selado. Tratava-se de um tubo de vidro fechado hermeticamente e contendo álcool que, como foi descoberto, se dilata mais rapidamente do que a água.
- Em 1709, descontente com a imprecisão dos termômetros de sua época, o físico alemão Gabriel Daniel Fahrenheit, fabricou um termômetro a álcool com uma escala confiável. Em substituição aos que usavam referências muito imprecisas como o ponto de derretimento da manteiga, por exemplo.
- Em 1714, ao descobrir que o mercúrio se dilata mais uniformemente do que o álcool, Fahrenheit inventou o primeiro termômetro de mercúrio fechado a vácuo, driblando com isso a influência da pressão atmosférica sobre a medição. Graças aos trabalhos de Fahrenheit, o termômetro ganhava status de instrumento científico.
- Em 1742, o astrônomo sueco Anders Celsius fez um termômetro de mercúrio com escala de zero a cem graus, em que a temperatura normal do corpo correspondia a 36,7 graus (98,6º F), logo incorporado à prática médica, pois a escala centígrada é mais fácil de ser lida.
super.abril.com.br
Instruções de uso
Antes de utilizar o termômetro, verifique se a coluna de mercúrio está abaixo do início da escala. Estando acima, sacuda com firmeza o termômetro até que a coluna fique abaixo.
Coloque o bulbo do termômetro sob o braço, no centro da axila. E o braço deve ficar bem colado ao tronco enquanto durar a medição.
O tempo em que o termômetro deve permanecer na axila é de 3 a 5 minutos.
Retirado para a leitura, o termômetro deve ser girado em busca de uma posição que melhor visualize a coluna de mercúrio.
A temperatura axilar normal de uma pessoa é de 36,5 ºC. No entanto, pode variar um pouco conforme a hora do dia.
Atenção - Em caso de quebra do vidro do termômetro, evite se expor ao mercúrio líquido contido nele. É tóxico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário