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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

802 - Medicação injetável para o controle do colesterol

O tema dos anticorpos monoclonais para o tratamento do colesterol alto foi discutido em Curitiba, no 70º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em setembro, durante um simpósio do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC, que contou com a participação de destacados cardiologistas internacionais especialmente convidados.
Para o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, José Rocha Faria Neto, a novidade é muito auspiciosa, mas a medicação tem indicação específica, não deve ser usada por qualquer pessoa que precise baixar o colesterol e, inicialmente, deverá será cara.
O especialista explica que a indicação é para os pacientes que não suportam as estatinas, medicação tradicional, mas que pode ter como efeito colateral dores musculares intensas. Também é indicada para quem, mesmo tomando estatina, não logra baixar suficientemente o colesterol, precisando um segundo medicamento. A terceira indicação é para a hipercolesterolemia familiar, que ocorre em famílias nas quais, por problemas genéticos, várias pessoas tem colesterol elevado, fenômeno presente também nas crianças e que exige cuidados.
Ainda segundo Rocha Faria, os anticorpos monoclonais anti-PCSK9 são conhecidos há algum tempo, mas só recentemente as pesquisas demonstraram sua eficácia, o que levou Estados Unidos e Europa a liberarem o medicamento. Na Europa a comercialização foi iniciada há poucas semanas.
"No Brasil, dois laboratórios, Sanofi e Amgen entraram com pedidos junto à Anvisa para comercializarem o produto", explica o cardiologista, e ele deve ser ministrado a cada duas semanas, por uma injeção subcutânea.
350 mil mortes anuais
O interesse dos cardiologistas pela medicação de controle do colesterol é grande, porque o coração é a maior causa de morte no Brasil, respondendo por 350 mil óbitos anuais, muitos evitáveis, lembra o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Angelo de Paola.
O motivo é que os fatores de risco para o coração são fartamente conhecidos, mas ainda insuficientemente combatidos. São eles: obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, sedentarismo e a taxa de colesterol elevada, que leva ao estreitamento e bloqueio das artérias coronárias, o que caracteriza o infarto. O problema, diz Rocha Faria, é que ainda há poucos dias vários meios de comunicação deram abrigo a informações falsas, que dão a entender que não seria tão importante controlar o colesterol, o que não é verdade.
Grave também é o modismo de usar "óleo de coco" como gordura saudável, quando o coco é rico em gorduras saturadas, que no organismo vão produzir colesterol. As gorduras recomendadas e que com evidências científicas comprovam ser úteis são o azeite de oliva e óleo de canola.
O especialista conclui reafirmando que não há dúvidas sobre o papel do colesterol sanguíneo como fator de risco independente para doenças cardiovasculares, fato comprovado por estudos experimentais, epidemiológicos, genéticos e de intervenção. O adequado controle do colesterol é recomendado por diretrizes nacionais e internacionais de sociedades médicas, como a SBC, de sociedades de nutrição, órgãos governamentais e a Organização Mundial da Saúde.
Os anticorpos monoclonais que combatem o colesterol representam mais uma arma e importante, para que a medicina possa reduzir o número de brasileiros que morrem a cada ano em decorrência do infarto.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

583 - A bradicardia na família Brady

The Brady Bunch? New evidence for nominative determinism in patients’ health: retrospective, population based cohort study
(citar este artigo como BMJ 2013;347:f6627)
RESUMO
Objetivo
Determinar se um nome pode influenciar a saúde de uma pessoa, avaliando se as pessoas com o sobrenome "Brady" têm uma maior prevalência de bradicardia.
Projeto
Retrospectivo, com estudo de coorte de base populacional.
Local
Um hospital universitário em Dublin, Irlanda.
Participantes
As pessoas com o sobrenome "Brady" em Dublin, localizadas através da utilização de uma lista telefônica online.
Principal medida de desfecho
A prevalência de participantes que tiveram marcapassos inseridos para bradicardia entre 1º. de janeiro de 2007 e 28 de fevereiro de 2013.
Resultados
579 (0,36%) de 161 967 pessoas que constavam da lista telefônica de Dublin tinha o sobrenome "Brady". A proporção de pacientes portadores de marcapasso foi significativamente maior entre os Brady (n = 8, 1,38%) do que entre os não-Brady (n = 991, 0,61%, P = 0,03). O odds ratio não ajustado (intervalo de confiança de 95%) para o implante de marcapasso entre os indivíduos com o sobrenome "Brady" em comparação com indivíduos com outros sobrenomes foi de 2,27 (1,13-4,57).
Conclusões
Os pacientes chamados "Brady" estão em maior risco de necessitar de implante de marcapasso em comparação com a população geral. Esta constatação mostra um papel potencial para o determinismo nominativo (pôr link) em saúde.
N. do A. (Acta)
Outros exemplos de sobrenomes em trabalhos publicados sobre o determinismo nominativo: Fear (saúde mental), Ache (atividade muscular), Bone (osteoporose), Flood (incontinência), Harte (arritmias cardíacas), Byrne (queimaduras), Loone (distúrbio bipolar) e Paine (dor pélvica). 11/02/2015 - Atualizando...
Outro caso de determinismo nominativo: Charles E. Speaks escreveu o livro "Introduction to Sound".

domingo, 3 de fevereiro de 2013

464 - Werner Forssmann (1904-1979)

Em 1929, no porão do Hospital Eberswaled, na Alemanha, o médico residente de cirurgia Werner Forssmann inseriu um cateter ureteral em si próprio, na região do cotovelo, fazendo-o ir por uma veia até o coração.
Ele usou um espelho como seu assistente, já que a enfermeira que o acompanhava (acreditando que o procedimento seria realizado nela) mantinha-se em uma mesa de operação. Concluído o ato, ele  tirou um raio-x do tórax (à esquerda) para determinar se o cateter havia de fato chegado ao átrio direito.
Em vez de elogios, Forssmann foi recebido com uma condenação. Essa rejeição levou-o a trocar a cardiologia pela urologia (fez sentido),
Posteriormente, ele foi recompensado com o Prêmio Nobel de Medicina em 1956.