Mostrando postagens com marcador álcool. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador álcool. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

1113 - Alerta sobre o Álcool

"É interessante que a espécie humana tenha uma reserva da enzima necessária para tornar o álcool inofensivo ao corpo - como se a natureza nos fizesse para beber álcool. Ao contrário dos animais, para os quais o álcool é um veneno".
- BUPA News, 1982, citado por Richard Gordon, Great Medical Mysteries, 2014

Metabolismo do Álcool: Uma Atualização


Beber pesadamente coloca as pessoas em risco de muitas consequências adversas à saúde, incluindo alcoolismo, danos ao fígado e vários tipos de câncer. Mas algumas pessoas parecem estar em maior risco do que outras para desenvolver esses problemas. Por que algumas pessoas bebem mais que outras? E por que algumas pessoas que bebem desenvolvem problemas, enquanto outras não?
Pesquisas mostram que o uso de álcool e problemas relacionados ao álcool são influenciados por variações individuais no metabolismo do álcool, ou a maneira pela qual o álcool é quebrado e eliminado pelo corpo. O metabolismo do álcool é controlado por fatores genéticos, como variações nas enzimas que destroem o álcool; e fatores ambientais, como a quantidade de álcool que um indivíduo consome e sua nutrição geral. Diferenças no metabolismo do álcool podem colocar algumas pessoas em maior risco de problemas com álcool, enquanto outras podem estar pelo menos um pouco protegidas dos efeitos nocivos do álcool.
Este Alerta sobre o Álcool descreve o processo básico envolvido na quebra do álcool, incluindo como subprodutos tóxicos do metabolismo do álcool podem levar a problemas como doença hepática alcoólica, câncer e pancreatite. Este Alerta também descreve populações que podem estar em risco particular de problemas resultantes do metabolismo do álcool, bem como pessoas que podem ser geneticamente "protegidas" desses efeitos adversos.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

1033 - Quanto álcool o corpo humano consegue suportar?

Não existe um preciso limite letal para a presença de álcool no organismo humano. A tolerância é muito variável de indivíduo para indivíduo. O recorde francês de alcoolemia nas estradas foi medido em 2005 pela polícia da região do Ain: um homem de 37 anos que apresentava uma taxa de álcool no sangue de 10 gramas por litro. Na Europa, o recorde pertence a um polonês, de 30 anos, com uma taxa de alcoolemia de 13,74 gramas por litro de sangue.
Em entrevista, o médico francês Philip Batel, especialista em adicções, falou para Cécile Thibert, do Le Figaro Santé, sobre essas desigualdades da embriaguez.
Figaro Santé – Existe um limite que não pode ser superado, ou o corpo humano pode se adaptar a alcoolemias muito elevadas?
Philip Batel – “Não existe um limite letal de álcool, a tolerância é muito variável segundo os indivíduos. Essa desigualdade da embriaguez é devida a vários fatores. O sexo da pessoa, para começar. As mulheres são muito mais sensíveis que os homens aos efeitos tóxicos, principalmente porque elas são, em geral, menores e mais leves, e possuem mais tecidos gordurosos do que os homens. O álcool se difunde mais facilmente através desse tipo de tecidos.
Existe igualmente o fator genético. Certas pessoas são capazes de tolerar, de modo provisório, alcoolemias muito elevadas. O hábito também é um fator importante. Uma pessoa dependente do álcool habituada a beber todos os dias irá tolerar mais uma importante quantidade de álcool do que uma pessoa que bebe apenas ocasionalmente. O fato de a pessoa consumir também outros produto tóxicos além do álcool – penso sobretudo à cocaína e as anfetaminas – engendra também um aumento considerável da tolerância. Mais a pessoa possui uma tolerância elevada, mais o seu cérebro será capaz de produzir modificações neuronais que lhe permitem resistir ao álcool.
FS – Mas uma boa tolerância significa que os efeitos deletérios do álcool no organismo serão menores?
Não, ao contrário. A tolerância é o reflexo de um sofrimento cerebral. Mais uma pessoa possui uma tolerância elevada, mais o seu cérebro sofre modificações neuronais que lhe permitem resistir ao álcool. Quando o cérebro esgota suas forças e não consegue mais resistir à intoxicação alcoólica aguda, todo o corpo entra no estado de coma. Isso corresponde a uma perda de consciência provocada pelo efeito do álcool no sistema nervoso. Isso se manifesta de diferentes formas, indo desde uma grande sonolência a um coma profundo no qual o reflexo de deglutição desaparece. Estimamos que com 1,5 grama de álcool no sangue, cerca de 30% da população entrará em coma etílico. O risco de coma etílico é particularmente importante quando uma quantidade de álcool situada entre 2 e 4 gramas por litro de sangue é consumida rapidamente.
FS – A embriaguez pode ser mortal?
Sim, indiretamente. A morte mais frequentemente acontece por causa de um sufocamento provocado por vômitos ou pela posição da língua no interior da boca. Tomar grandes quantidades de álcool em pouco tempo pode igualmente provocar complicações metabólicas graves, tais como a hipoglicemia ou uma hepatite aguda, embora isso aconteça mais raramente.
Na França, o álcool é responsável pela morte de 28% das pessoas que perecem em acidentes estradais. Isso faz dele a primeira causa de acidentes, mais que a velocidade excessiva e o uso do telefone celular ao volante.
Le Figaro / brasil247

quinta-feira, 23 de junho de 2016

872 - Um atestado médico para fim de beber

O ano era 1931, e Churchill estava em uma turnê de palestras nos Estados Unidos. À época, estava em vigor no país a lei seca, e Winston devia saber que faria uma longa viagem sem libações.
Em Nova York, ao atravessar uma rua, Churchill foi atropelado por um carro.
Levado às pressas para um hospital, ele foi tratado de um ferimento na cabeça, um nariz e várias costelas quebradas, entre outras lesões.
Ao deixar o hospital, ele foi para as Bahamas para descansar e curar-se completamente. Mas ele ainda queria completar a sua turnê de palestras.
O médico que cuidara de Churchill em Nova York não achou que prosseguir com a turnê fosse uma boa ideia, tendo em vista os ferimentos do seu paciente, mas encontrou a melhor maneira possível para aliviá-lo do sofrimento.
Ele deu a Churchill um atestado médico. Contornando a lei seca, o documento lhe permitia ter acesso ao álcool que quisesse.
O atestado, escrito pelo Dr. Otto Pickhardt, dizia:
Este é para certificar que o convalescente de um acidente Hon. Winston S. Churchill requer o uso de bebidas alcoólicas, especialmente nas refeições. A quantidade é naturalmente indeterminada, mas as necessidades mínimas seriam de 250 centímetros cúbicos.
E assim Sir. Winston Churchill foi autorizado a beber livremente nos Estados Unidos, quando a todos era proibido.

sábado, 15 de agosto de 2015

768 - (B)ar alcoólico

Um bar recentemente inaugurado em Londres, o Alcoholic Architecture (o Arquitetura Alcoólica), inovou na maneira de servir seus clientes. Além de oferecer bebidas alcoólicas, como qualquer bar que se preza, ele disponibiliza para seus frequentadores uma "nuvem de álcool", apelidada de "drinque respirável". Trata-se de um vapor que mistura álcool e energético numa proporção de 1:3.
Os efeitos são bastante fortes, pois o álcool é absorvido pelo corpo humano através dos pulmões, olhos e pele. Dessa forma, ele entra diretamente na corrente sanguínea, sem passar pelo fígado (onde seria metabolizado), o que acentua seus efeitos sobre o cérebro. Por isso, os clientes só têm autorização para ficar 50 minutos desfrutando da citada "nuvem".
Não se sabe, porém, se o bar será uma nuvem passageira. Psiquiatras ouvidos pelo jornal The Independent já se mostraram totalmente contrários a essa novidade.
E Dr. Niall Campbell, um especialista em dependência de álcool, do Hospital Priory, em Roehampton, foi ainda mais contundente:
"A última coisa que este país precisa é de uma outra maneira de alcoolizar-se."

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

659 - A guerra dos químicos

Em meados da década de 1920, o governo estadunidense foi ao auge da sagacidade para combater o consumo de bebidas alcoólicas.
As estritas leis de proibição da época tinham provado serem fúteis, pois os americanos ainda estavam bebendo. Eles apenas o faziam às escondidas, frequentando bares clandestinos e comprando álcool nos sindicatos do crime. As gangues roubavam grandes quantidades de álcool industrial (que era usado em outras finalidades como, por exemplo, na esterilização de instrumentos) e o redestilava para remover as impurezas, antes de colocá-lo no mercado como bebida alcoólica.
Em seu esforço para ganhar a luta, o Bureau of Prohibition veio com uma ideia chocante:
E se for envenenado o abastecimento de álcool industrial? 
Em 1926, o governo federal comprou essa ideia, emitindo normas que exigiam que os fabricantes produzissem um álcool industrial mais letal. As novas fórmulas incluíam o acréscimo de sais de mercúrio, benzeno e querosene, e os resultados foram de arrepiar. As mortes relacionadas ao álcool dispararam, com os funcionários do próprio governo atribuindo mais de mil mortes ao programa apenas em seu primeiro ano.
As pessoas ficaram indignadas. "O governo dos Estados Unidos deveria ser cobrado pela responsabilidade moral por essas mortes", disse o médico legista nova-iorquino Charles Norris, um dos inimigos declarados da medida.
Mas o governo manteve-se firme em sua posição, mesmo quando a contagem de corpos continuava a crescer. Em Nova York, 400 pessoas morreram no primeiro ano. Cerca de 700 morreram no ano seguinte, e o padrão foi replicado em várias cidades do país. No entanto, os proibicionistas continuaram a defender a lei.
Foram precisos mais de 10.000 mortes e uma reação pública furiosa para o governo acabar a sua "guerra dos químicos". Aconteceu por volta de 1933, quando as normas – daquilo que Norris apelidara de "nossa experiência nacional em extermínio" – foram silenciosamente eliminadas e o programa foi oficialmente extinto.
Ver também
O beijo da temperança, blog EntreMentes

quarta-feira, 18 de junho de 2014

628 - O homem do fígado de ouro

James Bond estava realmente bêbado o tempo todo
Três conceituados médicos do Reino Unido assumiram a nobre tarefa de catalogar todas as ingestões alcoólicas de James Bond nos 14 romances de Ian Fleming, dando uma base científica para o que todos nós já sabíamos: Bond é um bêbado incorrigível.
Os resultados dos levantamentos feitos, publicados em uma "edição festiva" do British Medical Journal (347/bmj.f7255), mostraram que o seu consumo médio foi de 97 unidades por semana. Quanto ao consumo máximo diário, foi de 49,8 unidades, no terceiro dia de "From Russia With Love".
Também pudera
Os copiosos consumos alcoólicos de Bond diminuíam sensivelmente em suas hospitalizações e passagens por prisões distantes, quando ele se contentava com cinco martinis por dia.
N. do E.
Você entregaria a esse homem a missão de desarmar uma bomba nuclear?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

458 - Morre o inventor do bafômetro

Morreu na segunda-feira (14) em Anglesey, norte de Gales, aos 77 anos, o Dr. Tom Jones Parry (foto), o inventor do bafômetro eletrônico. O dispositivo inventado pelo Dr. Jones, em 1974, é capaz de informar o nível de álcool no sangue de uma pessoa com base em uma amostra do ar por ela respirado. A proporção do álcool no ar respirado para o álcool no sangue é 2.100: 1. Isto significa que 2.100 mL de ar irá conter a mesma quantidade de álcool que existe em 1 mL de sangue. Pela contribuição que deu à segurança rodoviária Dr. Jones fora homenageado com a Ordem do Império Britânico.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

416 - Amnésia alcoólica

Amnésia alcoólica pode levar a confiar em fontes pouco seguras de informação
Por Aline Naoe, Com Ciência
O esquecimento provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas ingeridas por estudantes universitários ajudou pesquisadores do Reino Unido a compreender melhor o processo de reconstrução da memória. Segundo os pesquisadores, “os apagões proporcionam uma excelente oportunidade para estudar as estratégias que as pessoas utilizam para reconstruir experiências esquecidas”. O estudo relatado no artigo "Reconstructing alcohol-induced memory blackouts" (em português, "Reconstruindo apagões de memória induzidos pelo álcool") revela que as pessoas tendem a querer reconstruir os fatos esquecidos, o que pode levá-las a construir falsas memórias.
“Os dados mostram que o desejo das pessoas de ‘preencher os espaços em branco’ pode levá-las a confiar em fontes pouco confiáveis e pode também encorajá-las a adotar um critério de monitoramento de fontes mais fraco”, relata o estudo conduzido pelos psicólogos Robert Nash, do Departamento de Psicologia da Universidade de Surrey, e Melanie Takarangi, do Departamento de Psicologia da Universidade de Leicester. Tal monitoramento “mais fraco” diz respeito ao fato de que as pessoas, por desejarem completar as memórias esquecidas, flexibilizam o critério de confiança, especialmente se há poucas fontes de informação disponíveis. Ou seja, elas adaptam seus critérios à sua necessidade. [...]

sábado, 7 de abril de 2012

363 - Absinto muito


O absinto foi inventado pelo médico francês Pierre Ordinaire como um tônico de saúde, em 1700. Esse produto, porém, não se popularizou até que houve uma praga nos vinhedos da França. As pessoas geralmente misturavam vinho com a água em um esforço para reduzir a enorme quantidade de bactérias na água potável. Quando a cultura da uva passou a ter problema, e os preços do vinho subiram, as pessoas buscaram outros apresentações de álcool para misturar na água. E o absinto, um álcool destilado da erva Artemisia absinthium e aromatizado com anis, era uma forma barata de purificar a água. Contudo, aqueles que o usavam muito notaram um efeito indesejável: alucinações.
Beber absinto floresceu durante La Belle Epoque, quando artistas, poetas e boêmios começavam e terminavam o dia consumindo grandes quantidades de absinto. Muitos deles inclusive se inspiravam nas visões trazidas pela "Fada Verde" (La Fée Verte) durante a apelidada "hora verde". Mas exatamente o quanto disso era ilusão é debatido até hoje. Havia produtores inescrupulosos, que acrescentavam ingredientes venenosos e, às vezes, com propriedades alucinógenas ao absinto. A tujona, um produto químico do absinto, é também causa de alucinações, por exemplo. Mas, na na maioria das vezes, não estava concentrada o suficiente para ter esse efeito sobre os bebedores.
Não, a razão mais provável pela qual o absinto provocava tanto comportamento estranho e visões absurdas era que tinha quase o dobro do teor de álcool do uísque. O absinto, por isso, era regularmente diluído antes de ser bebido. Como a diluição variava de acordo com o gosto do usuário e alguns bebedores de absinto não ligavam muito para isso... Oscar Wilde, supostamente, viu tulipas brotando do seu corpo enquanto caminhava em direção ao sol, após uma noite de bebedeira com absinto. É evidente que ele não diluiu bem a bebida.

Fontes: io9.com e WIKIPÉDIA
Comentários
Tinha que ser um ordinário mesmo, para inventar uma coisa dessas. Hofmann e Leary, que também eram chegados a um alucinógeno, pelo menos tinham nomes mais pomposos do que esse Pedro Ordinário.
Ordinário tinha de criar alguma coisa do gênero. Houvesse sido batizado de Extraordinário (e sendo francês) teria certamente inventado alguma bebida menos alucinante.
PG

segunda-feira, 29 de março de 2010

56 - Bombons, anti-sépticos bucais e a nova lei

A lei federal 11.705, de 16 de junho de 2008, que tornou mais severas as penas aplicáveis aos motoristas brasileiros que são flagrados dirigindo sob o efeito do álcool, passou também a ser mais exigente quanto aos níveis de álcool no sangue que são tolerados. Para efeito de sanção penal, tiveram os seus limites reduzidos de 6 para 2 decigramas de álcool, o que coloca o Brasil entre os países de legislação rígida sobre o assunto.
O equipamento que mede - de forma indireta - esses níveis de álcool no sangue é o etilômetro, popularmente chamado de bafômetro. E o aparelho faz isto a partir do ar exalado, cuja concentração em álcool guarda uma relação fixa com a que esteja presente no sangue, já que seria impraticável puncionar as veias de tantos motoristas nas ruas e estradas para realizar a medição direta.
Com a intensificação do emprego deste tipo de equipamento, nas blitzes de trânsito em nosso país, passou a ser divulgado que atos inocentes como ingerir algum bombom recheado de licor ou usar anti-sépticos bucais (não são todos), caso tenham ocorrido um pouco antes do teste do bafômetro, poderiam ocasionar resultados comprometedores.
É que esses bombons e anti-sépticos bucais, ao impregnarem de álcool por algum tempo a boca de quem os consome, levam a uma leitura de valores elevados de álcool pelo bafômetro.
A defesa, para quem se envolva com tão desconfortável situação, é pedir a repetição do teste uns dez minutos após. Quando esses valores anormais terão certamente retornados ao patamar da normalidade, ao contrário do que se verificará com eles se a pessoa de fato estiver alcoolizada.

Publicado em EntreMentes