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sábado, 27 de junho de 2015

752 - Os problemas de saúde de Tintin

RESUMO
Introdução
Apesar do estilo de vida altamente perigoso dos personagens de histórias em quadrinhos, como Tintin, não temos conhecimento de qualquer descrição sistemática anterior dos desafios e dos problemas de saúde enfrentados por Tintin no curso de suas aventuras.
Métodos
Avaliamos o espectro dos problemas de saúde que Tintin sofreu em suas 23 aventuras, bem como as suas causas, consequências e relações com o ato de de viajar. Seus eventos foram classificados como traumáticos e não-traumáticas, e como intencionais (aqueles perpetrados por outros) e não intencionais.
Resultados
Encontramos 236 eventos que levaram a 244 problemas de saúde, 13 sequestros, seis hospitalizações e dois procedimentos cirúrgicos. Nos 244 problemas de saúde, houve 191 casos de trauma (78,3%) e 53 de casos não traumáticos (21,7%). A forma mais comum de trauma foi a concussão (62%), enquanto as formas mais comuns de não traumáticos foram problemas do sono (15,1%), depressão / ansiedade (13%) e o envenenamento por gás clorofórmio(13%). No geral, encontramos 46 perdas de consciência, incluindo 29 traumáticas e 17 não traumáticas. Dos 236 eventos, 69 (29%) foram perpetrados por outros contra Tintin (incluindo 55 tentativas de homicídio) e 167 (71%) foram por ações do próprio Tintin.
Conclusão
As qualidades quase sobre-humanas do personagem, um privilégio que o seu status ficcional lhe garante, tornam Tintin altamente resistente ao trauma. Ele também não é suscetível às doenças relacionadas com as viagens habituais, mas é facilmente influenciado por seus amigos e Snowy, seu fiel cão.
Les problèmes de santé de Tintin: plus de traumatismes que de pathologies du voyageur, La Presse Médicale
Autores: Eric Caumes, Loïc Epelboin, France Leturcq, Phyllis Kozarsky e Peter Clarke
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segunda-feira, 20 de abril de 2015

730 - O método mais fácil para estimar o volume intranasal

Uma forma de medir o volume intranasal de uma pessoa é realizar uma ressonância magnética do crânio e, em seguida, analisar os dados resultantes em um software de imagem volumétrica computadorizada .
Mas será que existe uma maneira mais fácil?
Sim, existe. Leia este trabalho:
Size of nostril opening as a measure of intranasal volume. In: Physiology and Behavior. Volumes 110–111, fevereiro de 2013, páginas 3–5
Conclusão
"No presente estudo, exploramos a relação entre o volume intranasal e o tamanho das aberturas das narinas com o objetivo de usar a medição delas como um potencial preditor do volume intranasal. Os nossos resultados sugerem que o volume intranasal está correlacionado positivamente com as aberturas das narinas. Em conclusão, é possível obter uma boa estimativa do volume intranasal utilizando as medições das aberturas das narinas."
Os tamanhos das várias partes do corpo tendem a se correlacionar em um mesmo indivíduo. Por exemplo, um indivíduo alto com pernas longas tende também a ter braços longos.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

652 - Fazendo os seres humanos menores

Um recurso notável da engenharia humana é a possibilidade de fazer os seres humanos menores. Nossas pegadas ecológicas (1) (2) são, em parte, relacionadas com o o tamanho que temos. Nós precisamos de uma certa quantidade de alimentos e nutrientes para manter cada quilo de massa corporal. Isso significa que, ceteris paribus, quanto maior se é, mais comida e mais energia são requeridas. De fato, a taxa metabólica basal (que determina a quantidade de energia necessária em repouso) relaciona-se linearmente com massa e comprimento (Mifflin et al.,1990). Assim como a necessidade de comer mais, as pessoas maiores também consomem mais energia em formas menos óbvias. Por exemplo, um carro consome mais combustível por quilômetro para transportar uma pessoa mais pesada do que uma pessoa mais leve; mais tecido é necessário para vestir as pessoas grandes do que as pequenas; as pessoas mais pesadas desgastam sapatos, tapetes e móveis mais rapidamente do que as pessoas mais leves, e assim por diante.
Uma maneira de reduzir a pegada ecológica, então, seria a de reduzir o tamanho. Como o peso aumenta com o cubo de comprimento, até mesmo uma pequena redução na altura, por exemplo, e mantendo-se as outras características iguais, pode produzir um efeito significativo no tamanho. (Para reduzir o tamanho, pode-se também tentar reduzir o peso ou o peso e a altura, mas para manter a discussão simples, vamos usar apenas o exemplo de altura). Reduzir a altura em 15 centímetros significaria uma redução de massa de 23% para os homens e de 25% para as mulheres, com as correspondentes reduções de suas taxas metabólicas (15% / 18%), uma vez que menos tecidos significam também menos necessidades de nutrientes e de energia.
Como poderia tal redução ser alcançada?
A altura é determinada, em parte, por fatores genéticos e, em parte, através da dieta e do estresse. Enquanto o controle genético é poligenético, com muitos genes contribuindo para a altura total, o próprio processo de crescimento é, em grande parte, controlado pelo hormônio somatotropina (hormônio de crescimento humano). Diante disso, existem várias maneiras pelas quais poderíamos reduzir a altura adulta em seres humanos.
Uma maneira é através do diagnóstico genético pré-implantacional (PGD, em inglês). Enquanto modificações genéticas para controlar a altura são bastante complexas, e além dos conhecimentos técnicos atuais, no entanto, parece possível usar-se o PGD para selecionar as crianças menores. Isto não significaria intervir no material genético dos embriões por métodos inusitados. Seria simplesmente repensar os critérios de seleção de embriões para os implantes.
Outro método de interferir na altura é usar um tratamento hormonal para afetar os níveis de somatotropina ou para provocar o fechamento da placa epifisária mais cedo do que o normal. Isto, por vezes, ocorre acidentalmente através de overdoses da vitamina A (Rothenberg et al., 2007). Tratamentos hormonais são utilizados para a redução do crescimento em crianças excessivamente altas (Bramswig et al., 1988; Grüters et al., 1989) . Atualmente, a somatostatina (um inibidor do hormônio do crescimento) está sendo estudada como uma alternativa mais segura (Hindmarsh et al., 1995) .
Finalmente, uma forma mais especulativa e controversa de reduzir a altura adulta é reduzir o peso ao nascer. Existe uma correlação entre o peso e a altura adulta (Sorensen et al. de 1999), de acordo com a qual o peso ao nascer, encontrando-se no limite inferior da distribuição normal tende a resultar em ser o adulto ≈ 5 centímetros mais baixo. Quanto à altura ao nascer, tem um efeito ainda mais forte sobre a altura do adulto. A altura ao nascer encontrando-se no limite inferior da distribuição normal de altura tende a produzir uma altura adulta ≈ 15 centímetros mais curta. O imprinting genômico (também conhecido como imprinting parental, onde alguns genes se expressam em apenas um alelo, enquanto o outro é inativado) também afeta o tamanho como resultado de competição evolutiva entre genes paternal e maternalmente impressos (Burt e Trivers 2006). e drogas ou nutrientes, ora reduzindo a expressão de genes paternalmente impressos, ora aumentando a expressão de genes maternalmente impressos, poderiam regular o tamanho de nascimento.
Extraído do trabalho Human engineering and climate change, publicado em 2012 na revista "Ethics, Policy and the Environment", em que os autores. S Matthew Liao (professor de Bioética da Universidade de Nova Iorque), Anders Sandberg e Rebecca Roache (bolsistas da Universidade de Oxford) põem em debate a redução do tamanho dos seres humanos como uma das medidas para se lidar com as mudanças climáticas.
Compensação
Este invento (figura), patenteado pelo marceneiro Henry Addison, que é particularmente útil para as pessoas de baixa estatura quando estão em jogos de futebol e corridas de cavalos:
A Step Up, Futility Closet

terça-feira, 5 de agosto de 2014

644 - Efeitos reprodutivos de usar um kilt

Homens da Escócia,
Há fatos para vocês refletirem neste novo estudo médico:
Real men wear kilts’.. The anecdotal evidence that wearing a Scottish kilt has influence on reproductive potential: how much is true?  (Homens de verdade usam kilts. A evidência anedótica de que usando um kilt escocês tem influência sobre o potencial reprodutivo: quanto é verdade?) Erwin JO Kompanje [possivelmente na foto ao lado], Scottish Medical Journal , vol. 58, n º 1, fevereiro de 2013.
Conclusão
"Com base na literatura sobre a temperatura escrotal, espermatogênese e fertilidade, a hipótese de que homens que usam regularmente um kilt durante os anos em que desejam procriar terão, como grupo, índices significativamente melhores de qualidade do esperma e uma maior fertilidade"

terça-feira, 27 de maio de 2014

621 - As covinhas da garupa: o romboide de Michaelis



Vocês devem certamente ter notado que certas mulheres (e alguns homens) têm duas covinhas na parte traseira do corpo. E muitos de vocês consideram-nas pontos sensuais. Um forte apelo para usá-las como um descanso para seus polegares. No entanto, prestam-se também para identificar quem poderia ser uma boa mãe.
Pelo menos, no que diz respeito ao momento do parto.
Essas "covinhas de Vênus", como às vezes são chamadas, são dois dos vértices do losango de Michaelis (A e B no diagrama ao lado). Esse epônimo, por sua vez, deve-se ao obstetra que as descreveu no século XIX, o alemão Gustav Adolph Michaelis, e, anatomicamente, correspondem às articulações sacroilíacas. Curiosamente, a distância entre as covinhas (que seria a diagonal transversal do romboide sacral) é uma indicação indireta do tamanho da pelve e, portanto, do "canal do parto" e do grau de facilidade para o parto, como são a altura da mãe ou a largura de seus quadris (você entende agora por que os homens preferem as mulheres com uma silhueta de violão?).
Agora que vocês sabem isso, já têm uma desculpa para olhar para as ancas femininas que crescem (e como crescem) quando a temperatura aumenta.
A precisão do diagnóstico de pelvimetria externa e altura materna para prever distocia em mulheres nulíparas: um estudo nos Camarões.
Rozenholc AT , Ako SN , Leke RJ , Boulvain M .
Unité de Développement en obstétrique, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário, Genebra, Suíça. alexrozenholc@yahoo.com
RESUMO
OBJETIVO:
Em muitos países em desenvolvimento, a maioria das mulheres dão à luz em casa ou em instalações sem capacidade operacional. A identificação antes do trabalho de parto das mulheres com risco de distocia para o encaminhamento a um hospital distrital é uma estratégia que reduz as mortalidades e as morbidades materna e perinatal. Nosso objetivo foi avaliar a previsão de distocia pela combinação da altura materna com a pelvimetria externa, e com comprimento do pé e a altura sínfise-fundus.
DESENHO DO ESTUDO:
Um estudo de coorte prospectivo.
LOCAL:
Três maternidades em Yaoundé, nos Camarões.
POPULAÇÃO:
Um total de 807 nulíparas que completaram o trabalho de parto de um feto único em apresentação cefálica.
MÉTODOS:
Medidas antropométricas foram registradas na consulta pré-natal por uma pesquisadora e mantidas trabalho pessoal de gestão. Após o parto, foi analisada a precisão das medições individuais na predição das distocias.
PRINCIPAIS MEDIDAS DE DESFECHO:
Distocia, definida como a cesariana por distocia, vácuo ou fórceps, após um trabalho de parto prolongado (12 horas ou mais); ou parto espontâneo, após um trabalho de parto prolongado, associado com morte durante o parto.
RESULTADOS:
Noventa e oito mulheres (12,1%) tiveram distocia. A combinação de uma altura materna menor ou igual ao percentil 5 ou uma diagonal transversal do romboide sacral de Michaelis menor ou igual ao percentil 10 resultou em uma sensibilidade de 53,1% (95% CI 42,7-63,2), especificidade de 92,0% (95% CI 89,7-93,9), um valor preditivo positivo de 47,7% (IC 95% 38,0-57,5) e uma razão de verossimilhança positiva de 6,6 (95% CI 4,8-9,0), com 13,5% de todas as mulheres presumida estar em risco. Outras combinações resultaram em previsão inferior.
CONCLUSÃO:
A combinação da altura materna com a diagonal transversal do romboide sacral de Michaelis poderia identificar, antes do parto, mais da metade dos casos de distocia em mulheres nulíparas.
PMID: 17439570 [PubMed - indexado para o MEDLINE]

sábado, 1 de fevereiro de 2014

583 - A bradicardia na família Brady

The Brady Bunch? New evidence for nominative determinism in patients’ health: retrospective, population based cohort study
(citar este artigo como BMJ 2013;347:f6627)
RESUMO
Objetivo
Determinar se um nome pode influenciar a saúde de uma pessoa, avaliando se as pessoas com o sobrenome "Brady" têm uma maior prevalência de bradicardia.
Projeto
Retrospectivo, com estudo de coorte de base populacional.
Local
Um hospital universitário em Dublin, Irlanda.
Participantes
As pessoas com o sobrenome "Brady" em Dublin, localizadas através da utilização de uma lista telefônica online.
Principal medida de desfecho
A prevalência de participantes que tiveram marcapassos inseridos para bradicardia entre 1º. de janeiro de 2007 e 28 de fevereiro de 2013.
Resultados
579 (0,36%) de 161 967 pessoas que constavam da lista telefônica de Dublin tinha o sobrenome "Brady". A proporção de pacientes portadores de marcapasso foi significativamente maior entre os Brady (n = 8, 1,38%) do que entre os não-Brady (n = 991, 0,61%, P = 0,03). O odds ratio não ajustado (intervalo de confiança de 95%) para o implante de marcapasso entre os indivíduos com o sobrenome "Brady" em comparação com indivíduos com outros sobrenomes foi de 2,27 (1,13-4,57).
Conclusões
Os pacientes chamados "Brady" estão em maior risco de necessitar de implante de marcapasso em comparação com a população geral. Esta constatação mostra um papel potencial para o determinismo nominativo (pôr link) em saúde.
N. do A. (Acta)
Outros exemplos de sobrenomes em trabalhos publicados sobre o determinismo nominativo: Fear (saúde mental), Ache (atividade muscular), Bone (osteoporose), Flood (incontinência), Harte (arritmias cardíacas), Byrne (queimaduras), Loone (distúrbio bipolar) e Paine (dor pélvica). 11/02/2015 - Atualizando...
Outro caso de determinismo nominativo: Charles E. Speaks escreveu o livro "Introduction to Sound".

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

430 - Monitoramento de drogas

Exigência para admissão é inaceitável
A solicitação de exames de urina ou sangue para saber se o candidato a uma vaga de emprego faz uso de drogas ilícitas foi considerada eticamente inaceitável pelo plenário do CFM. O assunto é tema do Parecer 26/12, apresentado pelo conselheiro representante de Minas Gerais, Hermann von Tiesenhausen.
A opinião baseou-se em princípios do Código Civil, da Constituição Federal e do Código de Ética Médica (CEM). Na Carta Magna, o parecer do conselho aponta o artigo 5º, que diz: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”.
Já o CEM, em seu artigo 22, veda ao médico “deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte”.
O documento aprovado pelo CFM diz ainda que “os exames exigidos pela empresa devem ser aqueles previstos na legislação específica, visando sempre a avaliação da capacidade laborativa do empregado, caracterizando-se discriminatória qualquer exigência que extrapole os requisitos técnicos para a função a ser exercida”.
O parecer lembra também “a fragilidade dos testes para substâncias canabinóides, opiáceos e outras que têm seus testes toxicológicos, tanto sanguíneos como urinários, com resultados negativos após a suspensão da droga por cerca de três a trinta dias, o que demonstra cabalmente a fragilidade desses testes toxicológicos”.
Quanto à seleção de candidatos para atuação em áreas de risco, tanto públicas quanto privadas, o CFM orienta: “A alternativa é um exame pré-admissional rigoroso, com exame psicológico e testes específicos, além de avaliação psiquiátrica”.
Saiba mais consultando a íntegra do documento em http://bit.ly/PzUI72.