domingo, 28 de setembro de 2014

662 - Fahrenheit 451

É um romance distópico de ficção científica, escrito por Ray Bradbury (1920-2012) (1) (2) e publicado pela primeira vez em 1953.
O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como "bombeiro" (que significa "queimador de livro", na história). E o número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius.
Curiosidade Em sua primeira edição, duzentos exemplares foram numerados, assinados pelo autor e encadernados em amianto "para salvá-los dos bombeiros" (retratados no romance). Estes exemplares são atualmente leiloados no eBay como raridades e seus adquirentes são aconselhados a mantê-los em sacos plásticos hermeticamente fechados.
Poderá também gostar de ler
A toalha de mesa de Carlos Magno

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

661 - A fortiori

A fortiori (pronuncia-se "a forcióri") é o início de uma expressão latina – a fortiori ratione – que significa "por causa de uma razão mais forte", ou seja, "com muito mais razão".
Poderá também gostar de ver
144 - O placebo: agradando de mais?
292 - O efeito placebo 2.0
387 - Placebo: agradarei
409 - Estudo duplo-cego
510 - Respondedores excepcionais

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

660 - O colar de âmbar

Algumas mães acreditam que o colar de âmbar traz boas energias ao bebê e tem efeitos medicinais. A top model Gisele Bündchen foi uma das mamães que se renderam a essa crendice.
Mas o colar de âmbar não passa de uma bijuteria. Não há evidências científicas de que tenha quaisquer propriedades medicinais.
E é bom ficarem atentas, pois o colar pode causar acidentes com a criança, inclusive o seu enforcamento. Além disso, em caso de soltura das contas, há sempre o risco de serem ingeridas ou introduzidas em orifícios naturais (nariz, ouvidos) pela criança.
Que é âmbar
Uma resina de cor amarela proveniente de algumas espécies de árvores.
Pequenas janelas coloridas para o passado |  Um pesadelo dividido |  Vade retro

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

659 - A guerra dos químicos

Em meados da década de 1920, o governo estadunidense foi ao auge da sagacidade para combater o consumo de bebidas alcoólicas.
As estritas leis de proibição da época tinham provado serem fúteis, pois os americanos ainda estavam bebendo. Eles apenas o faziam às escondidas, frequentando bares clandestinos e comprando álcool nos sindicatos do crime. As gangues roubavam grandes quantidades de álcool industrial (que era usado em outras finalidades como, por exemplo, na esterilização de instrumentos) e o redestilava para remover as impurezas, antes de colocá-lo no mercado como bebida alcoólica.
Em seu esforço para ganhar a luta, o Bureau of Prohibition veio com uma ideia chocante:
E se for envenenado o abastecimento de álcool industrial? 
Em 1926, o governo federal comprou essa ideia, emitindo normas que exigiam que os fabricantes produzissem um álcool industrial mais letal. As novas fórmulas incluíam o acréscimo de sais de mercúrio, benzeno e querosene, e os resultados foram de arrepiar. As mortes relacionadas ao álcool dispararam, com os funcionários do próprio governo atribuindo mais de mil mortes ao programa apenas em seu primeiro ano.
As pessoas ficaram indignadas. "O governo dos Estados Unidos deveria ser cobrado pela responsabilidade moral por essas mortes", disse o médico legista nova-iorquino Charles Norris, um dos inimigos declarados da medida.
Mas o governo manteve-se firme em sua posição, mesmo quando a contagem de corpos continuava a crescer. Em Nova York, 400 pessoas morreram no primeiro ano. Cerca de 700 morreram no ano seguinte, e o padrão foi replicado em várias cidades do país. No entanto, os proibicionistas continuaram a defender a lei.
Foram precisos mais de 10.000 mortes e uma reação pública furiosa para o governo acabar a sua "guerra dos químicos". Aconteceu por volta de 1933, quando as normas – daquilo que Norris apelidara de "nossa experiência nacional em extermínio" – foram silenciosamente eliminadas e o programa foi oficialmente extinto.
Ver também
O beijo da temperança, blog EntreMentes

terça-feira, 16 de setembro de 2014

sábado, 13 de setembro de 2014

657 - Sorrir ou não?

Muito tempo atrás, eu li que era preciso algo como 43 músculos para franzir a testa, mas apenas 17 músculos para sorrir.
Ergo, deveríamos apenas sorrir (porque seria mais fácil).
Numa aula de anatomia na Faculdade, foi que eu percebi que esses números poderiam não estar certos. Tanto quanto eu aprendi, existem apenas 36 músculos chamados de músculos da expressão facial, e eles não estão todos envolvidos em sorrir e franzir a testa.
Na ilustração ao lado, os músculos de franzir a testa e os músculos de sorrir apresentam-se em quantitativos diferentes e enfrentam-se com um escore de 50 x 13.
Já neste fórum em que fiz uma "revisão sistemática", eu encontrei os seguintes resultados: 33 x 13, 100 x 10, 64 x 50, 317 x 20, 43 x 17, 37 x 1, 35 x 4, 65 x 15 e 72 x 14.
Afinal,
Quantos músculos são responsáveis ​​por sorrir e por franzir a testa?
Eu poderia arriscar um palpite, mas vou transferir a responsabilidade de responder para o Dr. David H. Song, cirurgião plástico e professor associado da Universidade de Chicago:
"Contando apenas os músculos que fazem contribuições significativas, concluo que sorrir usa um músculo a mais do que franzir o cenho (são 12 contra 11). Isso não significa, necessariamente, que o ato de sorrir seja mais difícil de realizar. Talvez seja, talvez não seja. Eu suponho que seria preferível comparar suas massas musculares: "músculos sorridentes" versus "músculos carrancudos" – para obter uma estimativa aproximada do consumo de energia (assumindo que todos os músculos consomem energia na mesma taxa por unidade de massa)." – The Straight Dope
Facial Fitness Pao
Atualize-se aqui sobre este interessante dispositivo de exercício facial inventado no Japão: クリスティアーノ・ロナウドがイメージキャラクターのMTG新商品 FACIAL FITNESS PAO(フェイシャルフィットネス パオ)のCMです。 「世界一の笑顔へ、もっと鍛えよう。1日2回、1回30秒からの集中ト
Tudo o que você tem a fazer é colocá-lo na boca e sair com ele por aí. Agitando-o um par de horas por dia, em pouco tempo você terá adquirido um sorriso, digamos, muscular.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

656 - Insônia


"EU NÃO DORMIREI ATÉ ENCONTRAR UMA CURA PARA MINHA INSÔNIA."

Rir também com: 620 - Sucedâneo

domingo, 7 de setembro de 2014

655 - O papel do estado na pesquisa de novos medicamentos

Silio Boccanera — Os grandes laboratórios farmacêuticos alegam pesquisar muito por novas drogas e medicamentos. Mas você diz em seu livro (*) que muito trabalho é feito pelo Estado. Como no caso dos Estados Unidos ajudando Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês). Fale sobre isso. 

Mariana Mazzucato — O que é legal sobre a indústria farmacêutica é que a divisão de produtos é muito clara. Alguns medicamentos são“me-too”, variações sutis de outros existentes, e alguns são realmente inovadores e revolucionários. Estes são novas entidades moleculares que têm prioridade de aprovação. E três quartos dessas novas entidades, com prioridade de aprovação, ou seja, dos medicamentos realmente revolucionários, são financiados pelo Estado através dos NIH. Grandes laboratórios farmacêuticos ainda são importantes, mas não para a parte revolucionária da pesquisa. Eles se concentram muito no desenvolvimento do “P&D” (pesquisa e desenvolvimento) e se concentram muito também em comprar de volta suas próprias ações. Tanto a Pfizer quanto a Amgen gastam muito de suas receitas líquidas na compra de suas próprias ações para valorizar seus preços. Isso volta à questão do curto prazo.
(*) “O Estado Empreendedor”, ainda sem versão no Brasil.
Trecho de uma entrevista concedida pela economista Marina Mazzucato (foto), da Universidade de Sussex na Inglaterra, ao jornalista Silio Boccanera, para o programa Milênio, da Globo News.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

654 - Água de Juventa

Juventa, segundo a concepção do
pintor francês Gaston Bussière
(1862-1929)
Para a mitologia romana, Juventa foi uma ninfa que Júpiter (Zeus, na mitologia grega) transformou numa fonte que rejuvenescia as pessoas, daí a origem da palavra juventude.
"A metáfora da água de Juventa traz em si o simbolismo da água viva. Era à fonte de Juventa que os mortos desciam, nela eram banhados e dela subiam vivos. Juventa era a deusa da juventude, sobretudo da adolescência." (Machado de Assis, na nota 27 de seu romance "Memórias póstumas de Brás Cubas").
Num de seus livros (de contos), Coelho Neto usou o título "Água de Juventa".
O mito do elixir da longa vida
Antigos sábios viam propriedades regenerativas na pérola do orvalho e na seiva vegetal. Na Bíblia há referência a uma "água da vida". Entre os antigos romanos, a ambrósia desempenharia o papel do elixir. E os alquimistas acreditavam que ele seria o ouro potável, a "água dos filósofos".
O mito da fonte da juventude
Os espanhóis pensavam estar situada nas Ilhas das Baamas. No século XVI, o explorador espanhol Ponce de Léon a procurou em Bimini, depois de conseguir do rei espanhol armas e homens para essa busca que deu com os burros n'água.
Ao que parece esse elixir é um gene oculto que, influenciado pelo estilo de vida, promove a longevidade e melhora a qualidade de vida das pessoas.
Referências
Infopédia, CiênciaHoje

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

653 - Doenças na criança por contato com animais

Conheça algumas doenças que eventualmente podem ocorrer em contato com os animais, sobretudo, se a criança estiver com baixa imunidade.
Arranhadura de gato
É causada por uma bactéria que vive normalmente na boca de animais, principalmente de felinos, e que podem ser transmitidas por arranhadura ou lambida sobre uma pele machucada. ► Caracteriza-se por um aumento de gânglio (íngua) perto da região por onde entrou a bactéria, com ou sem febre. Em crianças o gânglio acometido pode ser aquele que fica perto da orelha (pré-auricular), ou do pescoço.
Toxoplasmose
Doença transmitida pelas fezes de felinos ou pela ingestão de carnes mal passadas. “As grávidas podem passar o agente para o feto causando a doença, que é congênita. Por isso, é importante fazer o teste de sorologia durante a gravidez para que, diante de um resultado positivo, o médico possa agir e proteger o feto”, alerta doutor Takanori. ► Pode evoluir com febre, mal estar, dores musculares, com evolução, às vezes prolongada, de muitos dias. A febre pode vir acompanhada do aumento de gânglios no pescoço. Mas, pode acontecer de o paciente não apresentar nenhum sintoma, por isso, muita gente se surpreende com o resultado positivo ao fazer o exame.
Psitacose
A bactéria é transmitida por pássaros, por meio das fezes ou das secreções, sobretudo, durante a higienização de gaiolas. ► Caracteriza-se por apresentar tosse seca e irritante, de longa duração, às vezes, por mais de mês, acompanhada ou não de febre e que pode evoluir para pneumonia.
Doenças causadas por giárdia e salmonela
A Giardia é um protozoário (parente de ameba) e a Salmonela é uma bactéria. Ambos vivem no intestino de praticamente todos os animais e são eliminadas pelas fezes. Ao entrarem em contato com estes animais e levarem a mão à boca, as pessoas podem se contaminar. ► Trata-se das principais causas de diarreia causada pelo contato com animais.
Toxacaríase
É causada por um verme (o toxocara) que a criança pode contrair também em contato com as fezes dos gatos ou cachorros. Existem dois tipos: a chamada Larva Migrans Cutânea (bicho geográfico) e a Larva Migrans Visceral. ► Na forma cutânea, a larva causa sintomas locais: túneis na pele que coçam bastante. A forma visceral é mais grave, pois a larva penetra no organismo e causa tosse, chiado, febre e danos oculares.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

652 - Fazendo os seres humanos menores

Um recurso notável da engenharia humana é a possibilidade de fazer os seres humanos menores. Nossas pegadas ecológicas (1) (2) são, em parte, relacionadas com o o tamanho que temos. Nós precisamos de uma certa quantidade de alimentos e nutrientes para manter cada quilo de massa corporal. Isso significa que, ceteris paribus, quanto maior se é, mais comida e mais energia são requeridas. De fato, a taxa metabólica basal (que determina a quantidade de energia necessária em repouso) relaciona-se linearmente com massa e comprimento (Mifflin et al.,1990). Assim como a necessidade de comer mais, as pessoas maiores também consomem mais energia em formas menos óbvias. Por exemplo, um carro consome mais combustível por quilômetro para transportar uma pessoa mais pesada do que uma pessoa mais leve; mais tecido é necessário para vestir as pessoas grandes do que as pequenas; as pessoas mais pesadas desgastam sapatos, tapetes e móveis mais rapidamente do que as pessoas mais leves, e assim por diante.
Uma maneira de reduzir a pegada ecológica, então, seria a de reduzir o tamanho. Como o peso aumenta com o cubo de comprimento, até mesmo uma pequena redução na altura, por exemplo, e mantendo-se as outras características iguais, pode produzir um efeito significativo no tamanho. (Para reduzir o tamanho, pode-se também tentar reduzir o peso ou o peso e a altura, mas para manter a discussão simples, vamos usar apenas o exemplo de altura). Reduzir a altura em 15 centímetros significaria uma redução de massa de 23% para os homens e de 25% para as mulheres, com as correspondentes reduções de suas taxas metabólicas (15% / 18%), uma vez que menos tecidos significam também menos necessidades de nutrientes e de energia.
Como poderia tal redução ser alcançada?
A altura é determinada, em parte, por fatores genéticos e, em parte, através da dieta e do estresse. Enquanto o controle genético é poligenético, com muitos genes contribuindo para a altura total, o próprio processo de crescimento é, em grande parte, controlado pelo hormônio somatotropina (hormônio de crescimento humano). Diante disso, existem várias maneiras pelas quais poderíamos reduzir a altura adulta em seres humanos.
Uma maneira é através do diagnóstico genético pré-implantacional (PGD, em inglês). Enquanto modificações genéticas para controlar a altura são bastante complexas, e além dos conhecimentos técnicos atuais, no entanto, parece possível usar-se o PGD para selecionar as crianças menores. Isto não significaria intervir no material genético dos embriões por métodos inusitados. Seria simplesmente repensar os critérios de seleção de embriões para os implantes.
Outro método de interferir na altura é usar um tratamento hormonal para afetar os níveis de somatotropina ou para provocar o fechamento da placa epifisária mais cedo do que o normal. Isto, por vezes, ocorre acidentalmente através de overdoses da vitamina A (Rothenberg et al., 2007). Tratamentos hormonais são utilizados para a redução do crescimento em crianças excessivamente altas (Bramswig et al., 1988; Grüters et al., 1989) . Atualmente, a somatostatina (um inibidor do hormônio do crescimento) está sendo estudada como uma alternativa mais segura (Hindmarsh et al., 1995) .
Finalmente, uma forma mais especulativa e controversa de reduzir a altura adulta é reduzir o peso ao nascer. Existe uma correlação entre o peso e a altura adulta (Sorensen et al. de 1999), de acordo com a qual o peso ao nascer, encontrando-se no limite inferior da distribuição normal tende a resultar em ser o adulto ≈ 5 centímetros mais baixo. Quanto à altura ao nascer, tem um efeito ainda mais forte sobre a altura do adulto. A altura ao nascer encontrando-se no limite inferior da distribuição normal de altura tende a produzir uma altura adulta ≈ 15 centímetros mais curta. O imprinting genômico (também conhecido como imprinting parental, onde alguns genes se expressam em apenas um alelo, enquanto o outro é inativado) também afeta o tamanho como resultado de competição evolutiva entre genes paternal e maternalmente impressos (Burt e Trivers 2006). e drogas ou nutrientes, ora reduzindo a expressão de genes paternalmente impressos, ora aumentando a expressão de genes maternalmente impressos, poderiam regular o tamanho de nascimento.
Extraído do trabalho Human engineering and climate change, publicado em 2012 na revista "Ethics, Policy and the Environment", em que os autores. S Matthew Liao (professor de Bioética da Universidade de Nova Iorque), Anders Sandberg e Rebecca Roache (bolsistas da Universidade de Oxford) põem em debate a redução do tamanho dos seres humanos como uma das medidas para se lidar com as mudanças climáticas.
Compensação
Este invento (figura), patenteado pelo marceneiro Henry Addison, que é particularmente útil para as pessoas de baixa estatura quando estão em jogos de futebol e corridas de cavalos:
A Step Up, Futility Closet

terça-feira, 26 de agosto de 2014

651 - A gravidez em 6 segundos, segundo Vine

Os vídeos Vine têm apenas 6 segundos de duração. VIA
Você grava pressionando a superfície do seu smartphone e, em seguida, liberando-a quando você deseja que o aplicativo pare a gravação. Pressionando e soltando rapidamente, várias vezes, você pode gravar um longo acontecimento em segmentos.
Ian Padgham desenvolveu este novo meio de comunicação em forma de arte. Ele mostrou sua habilidade em casa, neste vídeo de sua esposa Claire Pasquier durante seus nove meses de gravidez. Todo mês ele gravava 2 frames.
Ele deverá ter a mesma abordagem do seu filho ao crescer. Afinal, as crianças crescem tão rapidamente.
Para não dizer que eu não falei de... gravidez de alta duração

sábado, 23 de agosto de 2014

650 - Pessoas ruivas precisam de anestesia extra?

Os anestesiologistas, com base na vida prática, já suspeitavam de que os ruivos precisam de mais anestésicos para serem anestesiados.
Pesquisadores da Universidade de Louisville confirmaram esta suspeita. Numa experiência em que 20 mulheres foram anestesiadas com o gás desflurano por motivos diversos.
Eles escolheram apenas mulheres para excluir a possibilidade de o gênero interferir nos resultados do estudo. Os pesquisadores também escolheram mulheres cujos ciclos menstruais estivessem em sincronia, uma vez que as variações nos níveis dos hormônios poderiam desempenhar algum papel na susceptibilidade à anestesia.
No estudo, dez mulheres eram ruivas e as dez outras, que formavam o grupo controle, apresentavam os cabelos escuros.
Após a anestesia entrar em ação, os pesquisadores iniciaram a aplicação de choques elétricos em cada mulher, usando uma tensão que uma pessoa consciente descreveria como "intolerável". Se ela podia sentir dor, os anestesiologistas aumentavam a dose de desflurano e os pesquisadores continuavam a administrar choques até não obter mais resposta a eles.
Esta experiência ("um pouco cruel, mas para o bem da ciência") resultou na conclusão de que as ruivas, com relação às não ruivas, necessitavam de mais 20 por cento do anestésico desflurano para serem anestesiadas.
Acredita-se que isso tenha a ver com um fator genético comum a todas as pessoas de cabelos vermelhos, que, além de lhes fornecer a cor natural dos cabelos, torna as pessoas ruivas particularmente sensíveis à dor, e, portanto, mais difíceis de fazê-las "dormir" com a anestesia.
Arquivo
124 - Rutilismo e dor

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

649 - O Dia de Sobrecarga da Terra

De uma forma simples, a pegada ecológica define-se pela quantidade de dióxido de carbono que produzimos (através do consumo de combustíveis fósseis), mas inclui também parâmetros como a desflorestação e a perda de biodiversidade. O dióxido de carbono é o principal gás responsável pelo efeito estufa e pelo aquecimento global e muitos cientistas estão alarmados com o degelo acelerado que se verifica nos polos, em especial no circulo ártico — a tundra do Alasca, norte do Canadá e Sibéria. Se a terra rica em biomassa que se encontra congelada nestas vastas regiões descongelar, quantidades gigantescas de metano – um gás com efeito de estufa vinte vezes superior ao dióxido de carbono – serão liberadas para a atmosfera do planeta.
Ninguém sabe, ainda, quando se dará esse ponto de viragem.
Nas contas feitas pela Global Footprint Network (GFN), ontem (19 de agosto), ultrapassamos a capacidade regenerativa do planeta Terra. Quer dizer: já gastamos até o limite máximo disponível para este ano e, no resto do mesmo, vamos usar o "cheque especial". Em 2000, o primeiro ano em que esses cálculos foram feitos, "furamos o orçamento" apenas em primeiro de outubro.
A cada ano, o Earth Overshoot Day (Dia de Sobrecarga da Terra) chega mais cedo.

domingo, 17 de agosto de 2014

648 - O mel como arma

65 a.C. – Os soldados de Pompeu, o Grande, estavam exaustos. As legiões romanas haviam marchado em torno da margem sul do Mar Negro e lutado contra Mitrídates VI, o governante do Ponto. Então, algo mágico aconteceu: As tropas romanas descobriram estoques de favos de mel espalhados pelo caminho e se lançaram sobre essas guloseimas pegajosas como ursos famintos.
Dentro de pouco tempo, as tropas começaram a cambalear às cegas e a cair no chão. E os partidários de Mitrídates, que haviam plantado os favos de mel ao longo da rota dos soldados, prontamente apareceram e massacraram seus inimigos incapacitados.
Pompeu perdeu três esquadrões nas escaramuças, uma derrota que ele poderia ter evitado se tivesse estudado a história militar da região. Num livro publicado quase 400 anos antes, o general grego Xenofonte relatou que os seus homens, depois de banquetearem-se com o mel silvestre da região, "acabaram todos nocauteados".
Somente em 1891, é que os cientistas descobriram a causa do "mel louco": rododendros (ao lado, a imagem de uma das espécies). As abelhas que frequentam as flores dessas plantas sugam, não só o néctar, como também a graianotoxina, um veneno que perturba o funcionamento das células nervosas.
Os sintomas da ingestão da toxina pelo ser humano são: náuseas, dor de cabeça, tonturas, perda do controle muscular, e inconsciência, podendo assemelhar-se a uma intoxicação pelo álcool.
Mas Mitrídates não precisava saber disso para usar o mel como arma. Seus soldados venceram a batalha, atrasando (embora não impedindo) a transformação do reino do Ponto em uma província romana.
Quanto aos romanos, nunca mais cometeriam esse erro em particular. Décadas mais tarde, o escritor Plínio, o Velho, ainda advertia das "qualidades perniciosas do mel dourado do Mar Negro".
Extraído de 4 Toxic Moments in History, Neatorama

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

647 - Os animais e as crises de alergia

Dificuldade para respirar, espirros incessantes e coceiras são alguns dos sintomas que podem indicar que a convivência entre o animal de estimação e seu filho ia muito bem até a chegada de uma alergia. “Cuidado apenas para não radicalizar e, ao primeiro espirro, culpar o animal, pondera doutor Pedro Takanori”, infectologista pediátrico.
Os sintomas alérgicos podem se confundir com quadros gripais de repetição, muito frequentes nos pequenos. Por isso, na dúvida, visite o pediatra para que ele investigue o histórico de alergia da criança e da família. Assim, se julgar necessário, fará testes de alergia para constatar ou descartar o problema”, pondera Antonio Carlos Pastorino, médico pediatra alergista e imunologista.
A recomendação de procurar o pediatra deve ser enfatizada, pois são muitos os aspectos que compõem a tendência à alergia e também o seu diagnóstico, a começar pela genética.
Doutor Pastorino explica que se a criança tem pai ou mãe alérgicos terá duas vezes mais chance de desenvolver o problema. Quando os dois são alérgicos, a chance quadruplica. Mesmo assim, em uma família em que os pais são alérgicos, durante algum período, a criança pode conviver muito bem com animais. Mas em um dado momento, se apresenta sintomas ao entrar em contato com cães, gatos ou poeira, significa que o pequeno já passou pela fase de sensibilização aos alérgenos (agentes causadores de alergia) e estes já estão provocando sintomas. A partir daí, pode-se desenvolver uma doença alérgica. Ainda assim, os fatores genéticos não isentam uma criança sem histórico familiar de apresentar alergia.
Entenda a tendência à alergia
Trocando em miúdos, a tendência à alergia é obtida pelo equilíbrio ou não do resultado das "balanças" de imunidade que existem no nosso organismo: “uma delas se refere às células que conferem imunidade e a outra que deixa o organismo suscetível a desenvolver alergia. Há ainda a 'balança' reguladora, que confere tolerância aos possíveis alérgenos. Ao nascer, e mesmo dentro do útero materno, o bebê tem uma tendência à alergia, mas que vai se modificando aos poucos, à medida em que a criança entra em contato com o mundo fora do útero em que enfrenta vírus, fungos e bactérias. Aos poucos, esses 'vilões' promovem um equilíbrio entre as balanças. Assim ocorre com a maioria das crianças, que se torna normal”, detalha doutor Pastorino.
Mas, no decorrer da vida, essas balanças continuam variando conforme a idade, exposição aos agentes alérgicos, quantidade e tempo de exposição e à influência dos fatores genéticos e ambientais como a poluição.
No Ambulatório de Imunologia do Instituto da Criança, doutor Pastorino atende cerca de 300 pacientes asmáticos graves. Do total, 95% tem rinite como doença associada. Ao aplicar o teste de alergia nessas crianças foi detectado que 90% delas tinham alergia aos ácaros, bichinhos com os quais convivemos diariamente no colchão, travesseiro, na escola, carpete etc. Menos de 10% apresentou alergia aos gatos e cachorros.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

646 - Anatomia e fisiologia da laringe

Vídeo da fonoaudióloga Ana Beatriz Ferrari dos Santos em que a palestrante dá interessantes dicas mnemônicas sobre as ações dos nervos e músculos que comandam e executam os complexos movimentos da laringe inclusive das pregas vocais.
"Cria-se uma frase sem sentido, bem louca, porque assim a gente consegue decorá-la. Pode ter certeza que funciona." – ABFS
+ mnemotécnica no Nova Acta
398 - Nervos cranianos

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

645 - Em homenagem a uma criança morta

Liang Yaoyi de Shenzhen, da província de Guangdong, China, morreu no dia 6 de junho de um câncer no cérebro. Ele tinha 11 anos e queria ser médico quando crescesse. Não teve essa chance.
Mas Yaoyi cumpriu o seu sonho de salvar vidas. Antes de morrer, ele pediu que seus órgãos fossem doados para pessoas que estivessem precisando deles.
A foto mostra o exato momento em que os médicos, após realizada a captação de seus órgãos, se curvavam para homenageá-lo.

Imagem: veio daqui

No prazo de oito horas, seus rins e fígado estariam transplantados.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

644 - Efeitos reprodutivos de usar um kilt

Homens da Escócia,
Há fatos para vocês refletirem neste novo estudo médico:
Real men wear kilts’.. The anecdotal evidence that wearing a Scottish kilt has influence on reproductive potential: how much is true?  (Homens de verdade usam kilts. A evidência anedótica de que usando um kilt escocês tem influência sobre o potencial reprodutivo: quanto é verdade?) Erwin JO Kompanje [possivelmente na foto ao lado], Scottish Medical Journal , vol. 58, n º 1, fevereiro de 2013.
Conclusão
"Com base na literatura sobre a temperatura escrotal, espermatogênese e fertilidade, a hipótese de que homens que usam regularmente um kilt durante os anos em que desejam procriar terão, como grupo, índices significativamente melhores de qualidade do esperma e uma maior fertilidade"

sábado, 2 de agosto de 2014

643 - Cuspidores de fogo

Engolidores/cuspidores de fogo praticam uma atividade circense potencialmente perigosa.
Dentre os riscos dessa prática para a saúde, encontram-se as lesões inalatórias por hidrocarbonetos – que evoluem para as pneumonias químicas.
Depois de pesquisar materiais atóxicos e supostamente seguros, um destes profissionais apresenta a sua descoberta: amido de milho.
No Acta
23 - Pneumonias por produtos do petróleo
462 - Pneumonia química ameaça sobreviventes do incêndio

quarta-feira, 30 de julho de 2014

642 - O cigarro no mundo

Na desigual geografia do vício, onde se fuma mais hoje é nos países pobres.
O fumo mata 6,3 milhões de pessoas por ano. As estimativas são de que, durante o século XXI, ele causará 1 bilhão de mortes.
 Nesse panorama trágico, a situação brasileira não é das piores. A cada novo inquérito cai o número de fumantes em nosso país. Os mais recentes mostram que 15 a 17 por cento dos brasileiros com mais de 15 anos fumam. Fumamos menos do que os americanos, alemães, italianos, franceses, dinamarqueses ou holandeses. Na Europa, apenas os suecos fumam menos do que nós: 12 por cento.
Do artigo O cigarro no mundo, de Drauzio Varella, no CartaCapital

domingo, 27 de julho de 2014

641 - Como montar o quarto da criança alérgica

Alergia, principalmente a respiratória, é uma das doenças crônicas mais comuns entre as crianças. Atualmente, 20% dos pequenos sofrem de rinite ou asma logo nos primeiros anos de vida. A chance de desenvolver o problema duplica se um dos pais é alérgico e quase quadruplica se ambos são.
“O que acontece é que, normalmente, diante dos sintomas e até do diagnóstico, os pais se preocupam somente com os medicamentos, quando deveriam atentar também para o ambiente em que os filhos vivem e reduzir a exposição da criança aos alérgenos”, destaca Magda Carneiro-Sampaio, imuno-alergologista e presidente do Conselho Diretor do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
E é no quarto, onde as crianças passam grande parte do tempo, que mora o problema. “Especialmente na cama há calor e umidade, condição propícia para a proliferação e convívio de ácaros, responsáveis por 90% dos casos de alergias respiratórias. Tecidos grossos, poltronas, pelúcias e carpetes também facilitam a deposição desse alérgeno”, explica doutor Antonio Carlos Pastorino, pediatra, imunologista e alergista.
Para as famílias cujos filhos já foram diagnosticados alérgicos e até mesmo para as grávidas que estão montando o quarto do futuro bebê, os especialistas relacionam os itens da receita para um quarto clean e sem contraindicações, tanto para crianças saudáveis como para as alérgicas.
- Antes da chegada do pequeno, analise os cômodos e elimine focos de infiltração e umidade para evitar o mofo, outro alérgeno em potencial.
- O quarto mais ensolarado deve ser o quarto do bebê. Posicione a cama de modo que receba luz solar. Ácaros vivem muito bem em temperaturas próximas a 36ºC, mas quando ultrapassa os 50ºC, eles morrem. Então, expor colchão e travesseiro ao sol é recomendado para eliminar pelo menos os que estiverem na superfície. Quando isso não for possível, utilize capas antialérgicas para colchão e travesseiro. Elas são feitas de um tecido especial, com poros milimétricos, que impedem que os ácaros escapem.
- O ideal é que o travesseiro seja trocado uma vez ao ano. Evite os de pena, pois ela é alérgena.
- Magda recomenda que os lençóis sejam trocados duas vezes por semana, o cobertor ideal é o tipo japonês, ou futton, e os felpudos estão proibidos. Escolha o travesseiro de espuma e troque-o anualmente para evitar acúmulo de microrganismos que a fronha não barra. Os de pena devem ser evitados, pois o pelo também é um alérgeno perigoso. “A cama é quente e abafada, características que propiciam a proliferação de ácaros e fungos, por isso deve receber atenção especial. Se a criança dorme com muita frequência no quarto dos pais esse cuidado deve ser extensivo à cama do casal”, salienta Magda.
- Um quarto arejado diariamente por, no mínimo, duas horas diárias, é imprescindível para a saúde das vias aéreas. “Famílias adeptas ao ar condicionado devem deixar o ar circular abrindo as janelas. Também é importante limpar os filtros periodicamente”, afirma Magda;
- Diariamente, descamamos cerca de 1g de pele por dia. Por terem a pele mais seca, alérgicos podem descamar até dez vezes mais. Ácaros, por sua vez, se alimentam de restos de pele, portanto, doutor Pastorino não recomenda bater o lençol no quarto. Além disso, hidrate bem a pele da criança.
- Ao se movimentar na cama, os ácaros recirculam para o ar. O mesmo ocorre ao varrer os cômodos. Por isso, o ideal é usar rodo e pano úmido para higienização dos ambientes domésticos.
- Não use produtos de limpeza muito perfumados. Eles favorecem a irritação das vias aéreas das crianças com rinite.
- Evite acumular livros e outros objetos que acumulem pó e mofo.
- Para aparar o sol da janela, prefira persianas inteiriças às cortinas e as persianas modulares. As inteiriças são mais fáceis de limpar;
- Evite prateleiras acima do berço. Normalmente, seu uso inclui bichos de pelúcia e outros objetos que atraem poeira. Para guardar esses objetos, de preferência aqueles de plástico ou material de fácil limpeza, doutor Pastorino recomenda um baú de plástico, que seja fácil de higienizar.
- Carpetes devem ser evitados do contato com a criança alérgica. A melhor opção, neste caso, são os pisos lisos de madeira ou de vinil.
- “Em relação às tarefas domésticas, é preferível que os pequenos alérgicos auxiliam apenas na arrumação da cama e evitem participar da limpeza. O contato com produtos químicos pode agravar o quadro”, conclui doutora Magda.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

640 - Por que os médicos estavam tão preocupados com o "rosto da bicicleta"?

Houve um tempo em que o principal perigo associado a bicicleta não tinha nada a ver com ser atropelado por um carro.Em vez disso, alguns médicos do final do século 19 advertiam que - especialmente para as mulheres - usar a bicicleta poderia levar a supostas condições médicas.
Uma delas, o "rosto da bicicleta".
"O excesso de esforço, a posição vertical da roda e o esforço inconsciente para manter o equilíbrio tendem a produzir um fatigado e exausto 'rosto de bicicleta '", observou o Literary Digest, em 1895. Passando a descrever essa condição como: "um rosto normalmente corado, mas às vezes pálido, muitas vezes com os lábios mais ou menos definidos e o início de sombras escuras (olheiras) sob os olhos, e sempre com uma expressão de cansaço."
Em outra publicação, dizia-se que a condição "era caracterizada por uma mandíbula dura, apertada e abaulamento dos olhos".
É difícil encontrar a primeira menção a essa "condição". Em um artigo de 1897, no National Review, de Londres, o médico britânico A. Shadwell alegou ter sido o primeiro a empregar a expressão, alguns anos antes. Quando também advertiu sobre os perigos de andar de bicicleta, especialmente para as mulheres, descrevendo o ciclismo "como uma mania que tem sido praticada por pessoas impróprias para qualquer esforço".
Obviamente, o "rosto de bicicleta" não é uma coisa real. Isso traz à tona uma questão interessante.
Por que os médicos estavam tão preocupados com o "rosto da bicicleta"?
Em 1890, na Europa e nos EUA, as bicicletas eram vistas por muitos como um instrumento do feminismo. Com as roupas que permitiam a muitas mulheres se envolveram em atividades físicas, as bicicletas lhe davam um aumento da mobilidade.
Como o Munsey's Magazine publicou em 1896:
"Para os homens, a bicicleta no começo era apenas um brinquedo novo, uma outra máquina adicionado à longa lista de dispositivos que eles dominavam em seu trabalho e lazer. Para as mulheres, era um cavalo sobre o qual cavalgavam em um novo mundo."
Tudo isso provocou uma reação de muitos médicos (masculinos) e espectadores, que alegavam várias razões para dissuadir as mulheres de andar de bicicleta. Em geral, eles argumentavam que andar de bicicleta era uma atividade desgastante demais, inadequada para as mulheres, e que - não só levaria ao rosto da bicicleta, como também causaria exaustão, insônia, palpitações cardíacas, dores de cabeça e depressão.
No final da década de 1890, no entanto, muitos médicos começaram a questionar publicamente a idéia do "rosto da bicicleta", observando que as pessoas poderiam se concentrar em andar ou dirigir qualquer tipo de veículo sem causar dano duradouro facial.
Em 1897, o Phrenological Journal, citando a médica Sarah Stevenson Hackett, de Chicago, encerrou a questão:
"[O ciclismo] não é prejudicial a qualquer parte da anatomia humana, uma vez que melhora a saúde geral. Eu tenho conscientemente recomendando o ciclismo, nos últimos cinco anos", disse ela. "A expressão facial de ansiedade e dor é vista apenas entre os iniciantes, e é devido à insegurança dos amadores. Assim que um ciclista se torna eficiente, ele pode dosar a sua força muscular e adquirir uma perfeita confiança em sua capacidade de equilibrar-se e em seu poder de locomoção, esta expressão deixa de existir" 
The 19th-century health scare that told women to worry about "bicycle face" by Joseph Stromberg. In: Vox. Traduzido por PGCS.
N. do T.
Em Semiologia, a palavra facies expressa o aspecto geral do rosto do paciente, onde se espelham sinais sugestivos de determinadas doenças ou situações clínicas. Na tradução deste artigo, poderia ter usado a expressão alternativa "facies do ciclista".
Correspondência
[...] Quanto ao facies de bicicleta, penso que comigo se deu o contrário. Aprendi a andar de bicicleta, após os 20 anos. Eu fora impedida na infância, pois minha irmã oito anos mais velha caíra espetacularmente e a bicicleta foi retirada de minha casa para não mais voltar. Contudo, nunca aceitei o fato de não saber andar de bicicleta. Pois, já grandinha, comprei uma e fui aprender a usá-la em uma extenso corredor na lateral de minha casa. Aprendi e depois arrisquei passeios mais interessantes. Meu facies era de pura felicidade quando senti que dominava aquele potro aparentemente selvagem no início de meu aprendizado. Posso garantir, portanto, que os cientistas do passado estavam errados e talvez muito mais preocupados com a presença do selim entre as coxas das donzelas do que com o suposto quadro de depressão, ansiedade, dentes cerrados etc.
Celina, Presidente da Sobrames-CE

segunda-feira, 21 de julho de 2014

639 - Onde há fumaça, há fogo

Deveria ter sido um assassinato perfeito. Em 1850, o conde Hyppolyte de Bocarme e sua esposa, a condessa Lydie, planejaram matar um rico irmão dela. Sua arma: a nicotina. Mas o plano era mais sutil do que fornecer-lhe cigarros e esperar que ele ficasse com enfisema pulmonar.
Nicotina é um alcaloide vegetal espetacularmente letal. A ingestão de menos de 30 miligramas de nicotina pura mata um ser humano adulto. E, para um assassinato, a droga parecia ser o veneno certo, pois os cientistas, em meados do século 19, não sabiam como detetar venenos de plantas em cadáveres.
Trabalhando em sua propriedade no sul da Bélgica, onde possuía um laboratório, o conde dizia a todos que misturava perfumes. Na realidade, ele estava a extrair nicotina de folhas de tabaco.
Quando o irmão rico da condessa veio visitá-los, o conde e sua esposa serviram-lhe um jantar envenenado e atribuíram sua morte, que aconteceu logo depois, a um acidente vascular cerebral. Mas os servos, lembrando-se dos estranhos experimentos do conde no laboratório, desconfiaram que algo estava errado. Entraram em contato com a polícia, que, por sua vez, contatou Jean Servais Stas, o melhor químico da Bélgica.
Stas, cujo trabalho sobre pesos atômicos foi essencial para a criação da tabela periódica, aceitou o desafio. Ele passou três meses à procura de uma maneira de extrair a nicotina de tecidos mortos. Finalmente, ele descobriu a mistura exata de ácidos e solventes para detetar a substância letal.
Os resultados obtidos pelo químico selaram o caso. E o conde foi condenado à guilhotina. A condessa, alegando que tinha sido forçada a participar da trama, escapou da condenação.
Hoje, o crime que eles cometeram ainda é lembrado por estudiosos forenses, embora ali mesmo terminasse o uso da nicotina como arma de um crime perfeito.
Extraído de 4 Toxic Moments in History, Neatorama

sexta-feira, 18 de julho de 2014

638 - Drogas psicotrópicas afetam homens e mulheres de forma diferente

As diferenças de gênero na resposta do corpo à medicação têm sido negligenciadas. De fato, até a década de 1990, as mulheres foram proibidas de participar de ensaios clínicos nos EUA. No entanto, estas são quase duas vezes mais propensas a receber prescrição de medicação psicotrópica do que os homens, e as pesquisas sugerem que as diferenças em hormônios, composição corporal e metabolismo podem torná-las mais sensíveis a certas drogas. Além disso, as mulheres são entre 50 e 75 por cento mais propensas a experimentar efeitos colaterais. No ano passado, a Food and Drug Administration anunciou as primeiras diretrizes de dosagem específica por sexo para um psicofármaco. Utilizado no tratamento da insônia, o Zolpidem foi comprovado ser duplamente potente para as mulheres.
Aqui estão alguns dos medicamentos que são conhecidos por agir de forma diferente em homens e mulheres, porém as pesquisas estão apenas começando.
Psychotropic Drugs Affect Men and Women Differently por Roni Jacobson. In: Scientific American

terça-feira, 15 de julho de 2014

637 - Uma nova abordagem ao tratamento das picadas de cobras

Havia uma serpente no Jardim do Éden. Como um símbolo da medicina, há uma cobra enrolada em torno do bastão de Asclépio, o deus grego associado com a cura. "Óleo de cobra" é uma poção sobre a qual se afirma (erroneamente) ter poderes de cura. Cleópatra morreu da picada de uma áspide.
Mas, apesar da notoriedade, as cobras não estão recebendo a atenção que merecem, especialmente quando mordem as pessoas, o que elas fazem com mais frequência do que se suspeita. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 94 mil e 125 mil pessoas morrem a cada ano devido a picadas de cobra, para não falar de 400 mil amputações e de outras consequências graves para a saúde.
Você poderia pensar que, com esses números de vítimas, as picadas de cobra estariam no topo da lista dos problemas de saúde mundiais. Mas eles não estão. Nos EUA, menos de 10 pessoas morrem de mordidas de cobra por ano. Os grandes números estão em áreas rurais da Ásia, África e América do Sul e Central. A OMS considera a mordida de cobra "uma doença tropical negligenciada". Financia e distribui antivenenos, mas não recebe doações importantes e, como consequência, não há muitas pesquisas na área.
Matthew Lewin, um médico emergencista de San Francisco Bay - que mantém uma jiboia em sua casa - decidiu ir à luta. Ele escreveu um artigo no New York Times em que recordou como um pesquisador da Academia de Ciências da Califórnia, mordido por uma krait venenosa há mais de uma década atrás, quando trabalhava no Miammar, morrera por causa do veneno que paralisou sua respiração.
Lewin  acredita que uma das razões para que muitas pessoas morram devido a cobras venenosas é que as vítimas, logo depois da mordida, não conseguem chegar a um hospital, onde podem ser tratadas com antivenenos. Mas, no campo, essas pessoas poderiam ser salvas com uma droga barata chamada neostigmina, que neutraliza temporariamente as neurotoxinas existentes em venenos de cobras.
A neostigmina, facilmente disponível em ambiente hospitalar, é perigosa para ser injetada. Então, Lewin idealizou que essa droga poderia ser administrada, de forma segura e barata, através de um spray nasal.
Mas como testar a ideia?
Na Universidade da Califórnia, Lewin obteve a permissão oficial para experimentar a ideia em alguém. Esse alguém acabou por ser o próprio Lewin. Então, sob supervisão cuidadosa, ele foi injetado com uma substância curarizante, desenvolvendo os sintomas de uma picada neurotóxica de cobra: visão turva, dificuldade em engolir e paralisia muscular que poderia ter impedido sua respiração. Antes que ele fosse longe demais, um dos companheiros administrou a neostigmina, por spray nasal, e Lewin saiu do estupor com entusiasmo: "Funcionou", rugiu ele. Um dos colegas filmou todo o experimento para a divulgação.
Desde então, ele e outros têm publicado artigos que descrevem o spray nasal de neostigmina salvando vidas na selva, onde a morte é muito comum.
Outros pesquisadores, no entanto, dizem que apenas as mordidas de algumas espécies seriam protegidas pela droga, uma vez que muitas cobras injetam outros venenos – que causam sangramento e destruição de tecidos.
Em qualquer caso, Lewin prossegue com o seu projeto, mesmo sem o financiamento de alguma fundação como ele gostaria de obter. Assim, ele espera reduzir esse terrível número de mortes por picadas de cobras que pouco tem despertado interesse no mundo desenvolvido.
VÍDEO

sábado, 12 de julho de 2014

636 - O Schindler polonês

Dr. Eugene Lazowski (foto), nascido Eugeniusz Sławomir Łazowski (1913, Czestochowa, Polónia – 2006, Oregon, Estados Unidos) foi um médico polonês que salvou milhares de judeus durante a II Guerra Mundial, criando uma falsa epidemia de tifo ao redor da cidade de Rozwadów, na Polônia.
Durante a ocupação alemã de seu país, acompanhando os trabalhos do amigo e preceptor médico Dr. Stanisław Matulewicz, Eugene Lazowski aprendeu que, através da injeção de uma pessoa saudável com uma "vacina" de bactérias (riquétsias) mortas, essa pessoa iria testar positivamente para o tifo sem experimentar os sintomas da enfermidade.
Trabalhando secretamente, o "Schindler" polonês começou a injetar as bactérias mortas em milhares de poloneses das aldeias vizinhas, criando a falsa ideia de que uma epidemia de tifo grassava na região. Com medo da doença contagiosa, os nazistas colocaram as aldeias afetadas em quarentena, em vez de enviar os seus moradores para os campos de concentração.
Os esforços de Lazowski salvaram as vidas de cerca de 8.000 homens, mulheres e crianças que, de outra forma, teriam sido enviados para prisões, campos de trabalho escravo e de extermínio.
Ele usou a ciência médica para ludibriar as autoridades nazistas. Ao fazer isso, arriscou-se a uma pena de morte, a condenação que era aplicada aos poloneses que ajudavam a livrar os judeus do Holocausto.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

635 - O mau uso do conceito orgânico

Não me preocupo com o uso incorreto da palavra "orgânico" em certas situações. No sentido de que tudo que contém carbono é também considerado orgânico. Mas me preocupo com que o termo seja utilizado para destacar diferenças irreais como na produção de alimentos.
Uma substância pode ser natural e orgânica e, ao mesmo tempo, ser perigosa e prejudicial para a saúde. Enquanto outra pode ser sintética sem trazer riscos à saúde.
A insulina, por exemplo, vem de bactérias geneticamente modificadas para produzi-la e salva vidas todos os dias.
Extraído de 10 conceptos científicos que usamos de manera incorrecta, GIZMODO

domingo, 6 de julho de 2014

634 - Língua humana e carboidratos

A língua humana pode ter um "sexto sentido". Pesquisadores descobriram que, além de reconhecer os gostos doce, ácido, salgado, amargo e umami, a língua também pode captar a presença dos hidratos de carbono, nutrientes que representam a nossa principal fonte de energia.
Quando foi utilizada sobre a língua uma solução de carboidratos, os pesquisadores observaram um aumento de 30 por cento da atividade em áreas do cérebro que controlam o movimento e a visão. Essa resposta cerebral é causada pela informação, a partir da boca, de que uma energia adicional na forma de carboidratos está chegando.
A descoberta pode explicar por que os produtos dietéticos são muitas vezes vistos como não tão satisfatórios quanto suas contrapartes reais e por que as bebidas ricas em hidratos de carbono parecem animar imediatamente os atletas, mesmo antes de seus corpos poderem converter os carboidratos em energia.
Aprender mais sobre como esta "sensação de carboidratos" funciona poderia levar ao desenvolvimento de alimentos adoçados artificialmente que os pesquisadores imaginam como tão hedonisticamente gratificantes como a coisa real.
Human Tongue Has A Sixth Taste, New Study Shows, AAAS Science
Provar também...
584 - A eletrogustação

quinta-feira, 3 de julho de 2014

segunda-feira, 30 de junho de 2014

632 - As conclusões da AHA sobre os cigarros eletrônicos

Até a presente data, a American Heart Association, AHA, foi que realizou o mais completo estudo sobre os cigarros eletrônicos (e-cigarettes). E suas conclusões foram negativas.
Em contraste com o pressuposto de que os cigarros eletrônicos funcionariam como uma melhor terapia de substituição da nicotina, os estudos populacionais que refletem o uso dos cigarros eletrônicos verificaram que a sua utilização não está associada de forma satisfatória a deixar de fumar. [...] Os cigarros eletrônicos não são melhores do que os adesivos de nicotina e seus tratamentos sem aconselhamento produzem taxas de abandono muito baixas. No total, esses estudos sugerem que os cigarros eletrônicos não estão associados com a cessação do tabagismo em amostras gerais da população de fumantes.
267 - O uso do narguilé | 352 - A moda do cigarro eletrônico

sexta-feira, 27 de junho de 2014

631 - A arte bacteriográfica

O microbiologista e artista Zachary Copfer desenvolveu uma maneira de induzir o crescimento de bactérias em padrões que formam rostos familiares. Ao expor seções selecionadas de microrganismos à radiação, Copfer foi capaz de criar retratos de meio-tom em placas de Petri e outros meios de cultura.
Em alguns casos, como no de Stephen Fry (VÍDEO), a imagem foi constituída por bactéias que invadiram o corpo do paciente na vida real
core77
Poderá também gostar de ver
179 - Quem crou esta imagem?
503 - Uma homenagem a Petri
525 - Diamantes e espermatozoides

terça-feira, 24 de junho de 2014

630 - Um teste de atenção seletiva

Christopher Chabris e Daniel Simons fizeram este vídeo para demonstrar que, quando as pessoas prestam muita atenção a alguma coisa, deixam de ver outras coisas – por mais surpreendentes que estas sejam.
Neste vídeo, você deve contar quantas vezes a bola de basquete é passada entre os jogadores que estão de camisa branca.
Teste-se.
Blog dos AA

sábado, 21 de junho de 2014

629 - Gelatina explosiva confeitada

Gelignite, ou gelatina explosiva, é uma mistura de nitroglicerina, algodão e uma substância combustível como polpa de madeira. Assemelha-se a dinamite (também inventado por Alfred Nobel), mas pode ser facilmente moldada com as mãos nuas. Um cartucho de gelignite da Segunda Guerra Mundial foi encontrado em 2012, em Kalbarri, Australia.
A 6 de outubro de 1904, o Roussky Vratch (Русский врач , ou "Doutor russo", um jornal que ainda hoje existe) relatou o caso de uma jovem, em Kavalieroff, que "encontrando um cartucho com essa substância, comeu-o, tomando-o por um produto de confeitaria".
Os sintomas eram os de envenenamento com nitroglicerina, nitrito de amila etc. E a dose de nitroglicerina tomada pela paciente fora de seis mil vezes a dose terapêutica.
Apesar dos receios, ela não explodiu até seis semanas depois. quando já haviam expirados os efeitos do veneno.
Em vista do fato de que a gelatina explosiva emite vapores de ácido nitroso, quando em decomposição, o seu estômago foi lavado com uma solução de bicarbonato de sódio. Uma dose de óleo de rícino foi administrada por sonda gástrica, e a paciente recebeu injeções subcutâneas de cafeína, benzoato de sódio, e ergotina, além de café per os.
Ela teve uma evacuação abundante e se recuperou rapidamente.
Podemos encontrar relatos posteriores de russos que confundiram explosivos à base de nitroglicerina com doces, havendo rumores de que o ministério imperial de minas tenha mudado a formulação da gelignite para ser menos apetitosa.
The dangers of delicious dynamite, Improbable Research

quarta-feira, 18 de junho de 2014

628 - O homem do fígado de ouro

James Bond estava realmente bêbado o tempo todo
Três conceituados médicos do Reino Unido assumiram a nobre tarefa de catalogar todas as ingestões alcoólicas de James Bond nos 14 romances de Ian Fleming, dando uma base científica para o que todos nós já sabíamos: Bond é um bêbado incorrigível.
Os resultados dos levantamentos feitos, publicados em uma "edição festiva" do British Medical Journal (347/bmj.f7255), mostraram que o seu consumo médio foi de 97 unidades por semana. Quanto ao consumo máximo diário, foi de 49,8 unidades, no terceiro dia de "From Russia With Love".
Também pudera
Os copiosos consumos alcoólicos de Bond diminuíam sensivelmente em suas hospitalizações e passagens por prisões distantes, quando ele se contentava com cinco martinis por dia.
N. do E.
Você entregaria a esse homem a missão de desarmar uma bomba nuclear?

domingo, 15 de junho de 2014

627 - Guia rápido para detetar a "Má Ciência"


  1. TÍTULOS SENSACIONALISTAS
  2. RESULTADOS MAL INTERPRETADOS
  3. CONFLITO DE INTERESSES
  4. CONFUSÃO ENTRE CORRELAÇÃO E CAUSALIDADE
  5. LINGUAGEM ESPECULATIVA
  6. GRUPOS DE ESTUDO PEQUENOS
  7. AMOSTRAS NÃO REPRESENTATIVAS
  8. AUSÊNCIA DE GRUPO CONTROLE
  9. AUSÊNCIA DE "DUPLO-CEGO"
  10. RESULTADOS PARCIAIS
  11. RESULTADOS IRREPRODUTÍVEIS
  12. POUCAS REFERÊNCIAS

A seguir, estes 12 pontos essenciais para detetar a "Má Ciência" mostrados em uma imagem.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

626 - A foto dividida de Noah

Esta foto é parte de uma brochura do Centro de Câncer Infantil do Hospital da Criança da Universidade de Mississipi.
Quando tinha 4 anos de idade, Noah foi diagnosticado como portador de leucemia mieloide aguda. Suas chances de sobrevivência eram de 50/50.
Ele se submeteu a quimioterapia e transplante de medula óssea.
Como você pode ver na foto, Noah é agora um feliz e saudável garoto de 7 anos de idade.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

625 - Febrilidade

Uma reunião da Associação Médica Americana, em 1985, apreciou um relatório preocupante do Dr. Abraham Jacobi, que apresentou o caso de um jovem cuja temperatura tinha chegado a 65 graus Celsius.
"Bobagem", objetou Dr. William Henry Welch. "Tal observação era impossível". E lembrou um relatório semelhante, publicado no Jornal da Associação Médica Americana, de 31 de março de 1891, em que o Dr. Galbraith de Omaha tinha medido uma temperatura de 77 graus Celsius em uma mulher jovem.
"Eu não me atrevo a explicar como os erros foram praticados, mas não há nenhuma dúvida em minha mente de que os erros aconteceram", disse ele. "Tais temperaturas, como as registradas nos casos do Dr. Jacobi  e do Dr. Galbraith, estão muito acima da temperatura normal para os mamíferos, e são destrutivas para as células animais."
Jacobi se defendeu: "Talvez a medicina simplesmente não tenha desenvolvido uma teoria para explicar essas coisas".
Mas outro médico comentou para Welch que, pelo menos no caso de Galbraith, existiria uma explicação perfeitamente satisfatória: "Galbraith havia caído no antigo truque do aquecimento do termômetro por uma bolsa de água quente na cama".
N. do E.
Em língua portuguesa, febrilidade é sinônimo de entusiasmo.
Valores normais para a temperatura axilar: de 35,5 a 37 °C, com média de 36 a 36,5 °C.
Ver também...
107 - A maior temperatura suportável, 177 - Um termograma explicado, 433 - Corpo humano. A temperatura ideal e 437 - A termometria clínica

sexta-feira, 6 de junho de 2014

624 - Correlações espúrias

A correlação espúria é uma relação matemática em que dois eventos ou variáveis ​​não têm nenhuma conexão causal direta. No entanto, pode erroneamente se inferir que eles estão relacionados, devido a uma coincidência ou à presença de um terceiro fator, os quais não estão sendo vistos.
Aqui estão algumas correlações espúrias coletadas por Tyler Vigen:
  • Número de pessoas que se afogam ao cair numa piscina x Número de filmes em que Nicolas Cage aparece
  • Idade da Miss América x Número de assassinatos através de objetos quentes e de vapores
  • Importações de petróleo bruto da Noruega x Motoristas mortos em colisões com comboios ferroviários
  • Mel produzido por colônias de abelhas x Prisões juvenis por posse de maconha
  • Gastos com ciência, tecnologia e pesquisa social x Suicídios por enforcamento, estrangulamento e sufocação

terça-feira, 3 de junho de 2014

623 - Devemos destruir os últimos vírus da varíola?

Estima-se que 300 milhões de pessoas morreram por causa do vírus da varíola no século 20. Em 1979, a Organização Mundial de Saúde declarou a doença erradicada no mundo. Desde então, as únicas amostras dos vírus da varíola encontram-se em apenas dois laboratórios: no CDC em Atlanta, EUA, e na Rússia.
Há 45 anos, portanto.
Devemos destruir as amostras e enviar os vírus à extinção?
Alguns dizem que sim, para salvaguardar o mundo da possibilidade de falha em sua contenção ou de seu uso como arma por algum terrorista. Enquanto outros dizem que essas amostras devem ser mantidas isoladas para futuras pesquisas e eventual fabricação de vacina.
Ler a discussão.
Postagens anteriores relacionadas
13 - Com quem ficou a varíola? | 71 - O sopro protetor | 370 - Suas probabilidades de morrer de...

sábado, 31 de maio de 2014

622 - O personagem Fagundes

Criação do cartunista Laerte, Fagundes é um puxa-saco de mão cheia. Todos os momentos de sua existência são dedicados a enaltecer o chefe – para o desespero deste! O "chefinho", para Fagundes, será sempre o primeiro e único!
Títulos de algumas das tiras com este personagem: Todo mês compro a "Playboss", a revista do puxa-saco de bom gosto. Alguém já lhe disse hoje que o senhor é simplesmente o máximo? Quem não vive para servir, não serve... In: Galeria do Fagundes
31 DE MAIO: DIA MUNDIAL SEM TABACO

terça-feira, 27 de maio de 2014

621 - As covinhas da garupa: o romboide de Michaelis



Vocês devem certamente ter notado que certas mulheres (e alguns homens) têm duas covinhas na parte traseira do corpo. E muitos de vocês consideram-nas pontos sensuais. Um forte apelo para usá-las como um descanso para seus polegares. No entanto, prestam-se também para identificar quem poderia ser uma boa mãe.
Pelo menos, no que diz respeito ao momento do parto.
Essas "covinhas de Vênus", como às vezes são chamadas, são dois dos vértices do losango de Michaelis (A e B no diagrama ao lado). Esse epônimo, por sua vez, deve-se ao obstetra que as descreveu no século XIX, o alemão Gustav Adolph Michaelis, e, anatomicamente, correspondem às articulações sacroilíacas. Curiosamente, a distância entre as covinhas (que seria a diagonal transversal do romboide sacral) é uma indicação indireta do tamanho da pelve e, portanto, do "canal do parto" e do grau de facilidade para o parto, como são a altura da mãe ou a largura de seus quadris (você entende agora por que os homens preferem as mulheres com uma silhueta de violão?).
Agora que vocês sabem isso, já têm uma desculpa para olhar para as ancas femininas que crescem (e como crescem) quando a temperatura aumenta.
A precisão do diagnóstico de pelvimetria externa e altura materna para prever distocia em mulheres nulíparas: um estudo nos Camarões.
Rozenholc AT , Ako SN , Leke RJ , Boulvain M .
Unité de Développement en obstétrique, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário, Genebra, Suíça. alexrozenholc@yahoo.com
RESUMO
OBJETIVO:
Em muitos países em desenvolvimento, a maioria das mulheres dão à luz em casa ou em instalações sem capacidade operacional. A identificação antes do trabalho de parto das mulheres com risco de distocia para o encaminhamento a um hospital distrital é uma estratégia que reduz as mortalidades e as morbidades materna e perinatal. Nosso objetivo foi avaliar a previsão de distocia pela combinação da altura materna com a pelvimetria externa, e com comprimento do pé e a altura sínfise-fundus.
DESENHO DO ESTUDO:
Um estudo de coorte prospectivo.
LOCAL:
Três maternidades em Yaoundé, nos Camarões.
POPULAÇÃO:
Um total de 807 nulíparas que completaram o trabalho de parto de um feto único em apresentação cefálica.
MÉTODOS:
Medidas antropométricas foram registradas na consulta pré-natal por uma pesquisadora e mantidas trabalho pessoal de gestão. Após o parto, foi analisada a precisão das medições individuais na predição das distocias.
PRINCIPAIS MEDIDAS DE DESFECHO:
Distocia, definida como a cesariana por distocia, vácuo ou fórceps, após um trabalho de parto prolongado (12 horas ou mais); ou parto espontâneo, após um trabalho de parto prolongado, associado com morte durante o parto.
RESULTADOS:
Noventa e oito mulheres (12,1%) tiveram distocia. A combinação de uma altura materna menor ou igual ao percentil 5 ou uma diagonal transversal do romboide sacral de Michaelis menor ou igual ao percentil 10 resultou em uma sensibilidade de 53,1% (95% CI 42,7-63,2), especificidade de 92,0% (95% CI 89,7-93,9), um valor preditivo positivo de 47,7% (IC 95% 38,0-57,5) e uma razão de verossimilhança positiva de 6,6 (95% CI 4,8-9,0), com 13,5% de todas as mulheres presumida estar em risco. Outras combinações resultaram em previsão inferior.
CONCLUSÃO:
A combinação da altura materna com a diagonal transversal do romboide sacral de Michaelis poderia identificar, antes do parto, mais da metade dos casos de distocia em mulheres nulíparas.
PMID: 17439570 [PubMed - indexado para o MEDLINE]

sábado, 24 de maio de 2014

620 - Sucedâneo

Diz-se do medicamento que pode substituir outro porque produz aproximadamente os mesmos efeitos. Ou, por extensão, da coisa que pode substituir outra de mesma qualidade.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

619 - Um ácaro que espirra

Ácaro é a designação comum referente a animais pertencentes à subclasse Acari, que se localiza dentro da ordem dos aracnídeos. A palavra Acari se originou do grego akares, que significa pequeno. A maioria dos adultos mede entre 0,25 e 0,75 mm de comprimento, embora existam espécies ainda menores.
O grupo apresenta aproximadamente 55 mil espécies descritas, compondo aproximadamente 5.500 gêneros e 1.200 subgêneros, representados em 540 famílias. Entretanto, estimativas do real número de espécies de ácaros vão de 500 mil a 1 milhão, pois novas espécies são rotineiramente encontradas, até mesmo em substratos que já foram bem estudados.
Os ácaros abundam nos colchões, travesseiros, cobertores, tapetes, sofás, almofadas, cortinas e bonecos de pelúcia, desenvolvendo-se em condições ótimas de umidade superior a 70% e temperatura superior a 20 °C. Nas habitações, alimentam-se principalmente de fragmentos resultantes da descamação do epitélio humano e da pele dos animais domésticos.
Os excrementos dos ácaros e os ácaros mortos dispersam-se em poeira fina, e sendo inalados podem provocar alergias nasorrespiratórias. Seus antígenos mais conhecidos são: Der p1 (D. pteronyssinus), Der f1 (D. farinae) e Eur m1 (E. maynei).
Ácaro sofre de alergia?
Bem, neste curta de animação (MITE), Walter Volbers, o realizador do vídeo, mostra um ácaro espirrando...
07/04/2019 - Atualizando ...

domingo, 18 de maio de 2014

618 - Homeopatia - O relatório do NHMRC

A homeopatia é uma forma de medicina alternativa com cerca de 200 anos de existência. É sustentada pelo princípio da similitude ("o semelhante cura o semelhante"); ou seja, substâncias que causam sintomas em uma pessoa saudável têm a capacidade de tratar uma pessoa doente com os mesmos sintomas (quando administradas em potências homeopáticas). A homeopatia é também baseada na crença de que as moléculas de substâncias altamente diluídas retêm uma "memória" da substância original. Especificamente, os remédios homeopáticos são repetidamente diluídos e agitados em um processo conhecido como "potencialização" ou "dinamização".
A homeopatia é incluída em inúmeros sistemas de saúde pública ao redor do mundo. É, portanto, essencial que suas evidências clínicas sejam regularmente revistas e que seus resultados sejam fornecidos em um formato que facilite a tomada de decisões pelos formuladores das políticas de saúde e pelas próprias comunidades. Na Austrália, o National Health and Medical Research Council (NHMRC), que tem a responsabilidade legal de fornecer orientações sobre a saúde, após identificar relatos conflitantes sobre a eficácia da homeopatia, decidiu realizar uma revisão da literatura sobre a sua eficácia em muitas condições clínicas.
O relatório final do NHMRC, com 301 páginas, pode ser lido aqui. Adianto a conclusão:
There is a paucity of good-quality studies of sufficient size that examine the effectiveness of homeopathy as a treatment for any clinical condition in humans. The available evidence is not compelling and fails to demonstrate that homeopathy is an effective treatment for any of the reported clinical conditions in humans. 
Há uma escassez de estudos de boa qualidade de tamanho suficiente que examinam a eficácia da homeopatia como tratamento para qualquer condição clínica em seres humanos. A evidência disponível não é convincente e não consegue demonstrar que a homeopatia é um tratamento eficaz para nenhuma das condições clínicas relatadas em seres humanos.
190 - Sobre a homeopatia, 427 - Sucussão e 540 - O caso Benveniste

quinta-feira, 15 de maio de 2014

617 - Doença intersticial pulmonar em esclerose sistêmica

Resumo
Apesar de muitas perguntas não respondidas sobre a patogênese da doença intersticial pulmonar na esclerose sistêmica (ES-ILD) e da falta de fatores de risco epidemiológicos precisos, tem havido grandes avanços na identificação e avaliação prognóstica da ES-ILD.
A avaliação da gravidade da doença é um exercício multidisciplinar, que requer a integração dos testes de função pulmonar com os dados da tomografia computadorizada de alta-resolução e com a gravidade sintomática – e todos estes fatores têm de ser considerados na detecção da progressão da doença.
Exceto em uma minoria de pacientes com doença inflamatória reversível, o objetivo principal do tratamento é a prevenção da progressão da doença.
Regimes de tratamento atuais são centrados em terapia imunossupressora, com os resultados de tratamento controlados em grande parte limitados ao uso de ciclofosfamida. Os resultados de dois ensaios clínicos indicam que a terapia com ciclofosfamida mostra-se apropriada em pacientes com ES-ILD com amplo envolvimento pulmonar fibrótico.
Há necessidade de ampliar as abordagens terapêuticas com a utilização do rituximab e de agentes antifibróticos cujos efeitos já tenham sido demonstrados no tratamento de outras doenças intersticiais pulmonares fibróticas.
No entanto, é também importante evitar o tratamento excessivo de pacientes com ES-ILD limitada (com envolvimento não-progressivo do pulmão). Nesse cenário, uma política de não-intervenção inicial, mas observação meticulosa ("masterful inactivity with cat-like observation") é muitas vezes justificada.
Wells AU, Margaritopoulos GA, Antoniou KM, Denton C.Interstitial lung disease in systemic sclerosis. Semin Respir Crit Care Med. 2014 Apr;35(2):213-21
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24668536

segunda-feira, 12 de maio de 2014

616 - A roda de urina

Esta é a roda de urina. Era usada na Idade Média para diagnosticar as doenças com base na cor, cheiro e sabor da urina de uma pessoa.
Sim, eu disse sabor. Voltarei a esse ponto em um minuto.
Antes dos estetoscópios, exames de sangue e raios-x, um frasco de urina era uma importante ferramenta de diagnóstico. Devido à influência duradoura de Galeno (131-201 d.C.), os médicos acreditavam que a urina era fundamental para avaliar a saúde do fígado (onde achavam que o sangue era produzido) de uma pessoa.
Analisar a urina era a melhor maneira de determinar se os quatro humores (sangue, fleuma, biles amarela e preta) de um paciente estavam em equilíbrio. A imagem do médico segurando um frasco cheio de urina contra a luz ainda é um dos símbolos do período medieval.
A roda era composta por 20 cores, indo da urina branca, passando pelas tonalidades douradas, até as cores escuras. George III (1738-1820), o "Rei Louco", teria tido urina roxa. Esta cor poderia ter sido um sinal de uma condição rara conhecida como porfiria, que pode se manifestar com distúrbios neurológicos e mentais.
O cheiro e o gosto da urina de um paciente eram igualmente importantes para acompanhar um tratamento e, muitas vezes, correspondia a cores específicas. Em 1674, o médico Inglês Thomas Willis descreveu a urina de um diabético como sendo "maravilhosamente doce, como se estivesse com mel ou açúcar". Ele também observou que a urina diabética, muitas vezes, tinha a cor de mel, algo anteriormente observado por outros médicos que usavam a roda da urina.
Nos séculos 16 e 17, as rodas de urina tornaram-se tão populares que muitas pessoas as possuíam, inclusive os médicos não licenciados e os charlatães.
A prática de usar a urina para analisar a saúde de um paciente mais adiante daria origem à uromancia, algo completamente diferente.
Piss Prophets and The Wheel of Urine, Chirurgeon's Apprentice
Medieval Urine Wheels, YouTube

sexta-feira, 9 de maio de 2014

615 - O efeito nocebo


Por favor, coloque os fones de ouvido. * Eu prometo que não ouvirá sons altos, porém este vídeo vai incomodá-lo. * Há um estudo sobre os "hipersons" como causa de dor de cabeça. * Estes sons, como os que estão neste vídeo, são muito agudos para serem percebidos, mas causam dor de cabeça. * Através dos fones de ouvido, os "hipersons" vão pressionando seu ouvido interno, estimulando os nervos que conduzem impulsos ao cérebro, onde a dor de cabeça, se ainda não tiver começado, logo o fará. * Depois de uma exposição de apenas dez segundos. * Você pode sentir isso? * Essa pressão em seus ouvidos, espalhando-se para o cérebro, que agora lateja... * Mas você não o deveria. * Não há o estudo nem os "hipersons" no áudio. * Mas, ainda assim, você já começou a sentir uma dor de cabeça. * Por quê? Devido ao efeito nocebo. * O nocebo é algo inofensivo - como este vídeo com "hipersons" inexistentes - mas que pode causar danos, como uma dor de cabeça, porque você acredita que eles existem e que são prejudiciais. [...]
O termo nocebo
(De origem latina: "fazer mal".)
É utilizado para designar reações (ou respostas) danosas, prejudiciais, desagradáveis ou indesejadas em um indivíduo como resultado da aplicação de uma droga inerte, onde estas reações não foram geradas por ação química ou física da mesma, mas pela crença e expectativa pessimistas do indivíduo de que a droga poderia causar efeitos indesejados. Nestes casos, não há nenhuma droga "real" envolvida, mas os efeitos adversos psíquicos (incluindo alterações comportamentais, afetivas e emocionais) e físicos são reais. Um exemplo "clássico" do efeito nocebo seria o da pessoa morrendo de medo após ser picada por uma cobra não venenosa. WIKIPÉDIA

terça-feira, 6 de maio de 2014

614 - Hamilton Naki

Hamilton Naki
Hamilton Naki (26 de junho de 1926 – 29 de maio de 2005) foi um "cirurgião" sul-africano sem nenhuma formação acadêmica ou diploma. Citado em diversas publicações como assistente cirúrgico do doutor Christiaan Barnard, nas experiências que resultaram no primeiro transplante de coração realizado com êxito no mundo, no Groote Schuur Hospital, na África dos Sul, em 1967. Naki, em entrevista, disse que participou da intervenção que resultou no transplante histórico, embora não haja nenhum registro no hospital sobre a sua colaboração no feito.
"Olha, nós estamos permitindo que você faça isso, mas você deve saber que você é negro e isso é o sangue do branco. Ninguém deve saber o que você está fazendo."
Ele nasceu de uma família pobre em uma pequena aldeia do estado de Cabo do Leste, na África do Sul, de nome Ngcingane. Lá ele completou seu curso primário. Com 14 anos de idade, de carona, foi à procura de trabalho na Cidade do Cabo, arranjando emprego de jardineiro na Universidade da Cidade do Cabo. Selecionado por Robert Goetz, da Faculdade de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, para trabalhar nos laboratórios da clínica, ajudou inicialmente cuidando dos animais cobaias do laboratório. Em uma determinada ocasião, Goetz lhe pediu para segurar uma girafa enquanto ele a operava. Para surpresa de Goetz, além dessa simples tarefa, Naki foi se envolvendo com maestria em outros procedimentos cirúrgicos mais complexos, incluindo suturas, analgésias e cuidados pós-operatórios. Apesar da sua carência de estudos formais, sua técnica e capacidade foram reconhecidas, recebendo, assim, permissão especial para continuar suas pesquisas no laboratório, com animais, incluindo transplantes, embora nunca pudesse trabalhar como médico de humanos pelas leis do apartheid. Naki se converteu em um dos quatro técnicos de laboratório de pesquisa da Faculdade de Medicina. Dava assistência aos jovens cirurgiões em suas atividades com animais no laboratório, inclusive em pesquisas em transplantes de rins, coração e fígado. Mesmo registrado nos documentos do hospital como faxineiro e jardineiro, Naki recebia salário de técnico de laboratório, o mais alto do hospital para alguém sem diploma. Com o fim do apartheid, recebeu, em 2002, como reconhecimento pelo seu trabalho, a Ordem Nacional de Mapungubwe. Em 2003, recebeu um diploma honorário em medicina pela Universidade da Cidade do Cabo. Aposentado, Naki continuou trabalhando como cirurgião em um ônibus adaptado como clínica móvel. WIKIPÉDIA
Importante
Não tire conclusões do perfil acima traçado de Hamilton Naki sem ler a matéria que foi publicada no seguinte endereço eletrônico:
http://www.economist.com/node/4174683