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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

1129 - O Homem com o Braço de Ouro

James Christopher Harrison, nascido em 27 de dezembro de 1936, também conhecido como "The Man with the Golden Arm" (O Homem com o Braço de Ouro), é um doador de plasma sanguíneo da Austrália, cuja composição incomum de plasma foi usada para tratar a doença de Rhesus.
Aos 14 anos, ele foi submetido a uma grande cirurgia torácica em que necessitou de muitas transfusões de sangue. Após a cirurgia, ele ficou no hospital por três meses. Percebendo que o sangue salvara sua vida, ele prometeu que começaria a doar sangue assim que completasse 18 anos, a idade então permitida para isso.
Harrison começou a doar em 1954 e, após as primeiras doações, descobriu-se que seu sangue continha anticorpos invulgarmente fortes e persistentes contra o antígeno RhD. A descoberta desses anticorpos levou ao desenvolvimento de produtos à base de imunoglobulina para prevenir a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN). Esses produtos, que contêm um alto nível de anticorpos anti-D, são administrados a mães RhD negativas de bebês com RhD positivo ou desconhecido, durante e após a gravidez, para impedir a criação de anticorpos contra o sangue de crianças com RhD positivo. Essa sensibilização ao antígeno e o subsequente fenômeno de incompatibilidade causam a doença de Rhesus, a forma mais comum de DHRN.
Como o plasma sanguíneo, em contraste com o sangue, pode ser doado uma vez a cada 2 semanas, ele conseguiu atingir sua 1.000.ª doação em maio de 2011. Isso resultou em uma média de uma doação a cada três semanas durante 57 anos. Comentando seu feito, ele disse: "Eu poderia dizer que é um registro que eu espero ser quebrado, porque se o fizerem, eles doaram mil doações".
imagem: http://twitter.com/Rainmaker1973/status/1203721129682182145
Em 11 de maio de 2018, ele fez sua 1.173.ª doação de plasma - a última, pois a política de saúde australiana proíbe as doações daqueles com 81 anos. Através de suas doações de plasma, Harrison ajudou a impedir que milhares de crianças morressem de DHRN. Essa singularidade foi considerada tão importante, que sua vida foi segurada por um milhão de dólares, e a pesquisa a seguir, com base em suas doações, criou a imunoglobulina anti-D comercialmente conhecida como RhoGAM.
Estima-se que suas doações ajudaram a salvar mais de 2,4 milhões de bebês, incluindo sua própria filha Tracey, por meio das mulheres grávidas que foram tratadas com seus anticorpos. WIKI

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

1082 - Para onde vai a gordura que você perde?

Como parte de um estudo sobre esse assunto em particular, cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, formularam uma questão muito simples aos profissionais de saúde: quando alguém perde peso, para onde vai a gordura? Dos 150 nutricionistas, médicos e personal trainers entrevistados, apenas três deles responderam à questão corretamente.
Ao escrever para o site The Conversation, os cientistas-assistentes Ruben Meerman e Andrew Brown, professor e chefe de biotecnologia e ciências biomoleculares da universidade, explicaram os resultados da pesquisa – e assim como os profissionais de saúde que foram questionados, você pode se surpreender com o que eles relataram.
Eles escreveram: "o equívoco mais comum, de longe, é que a gordura é convertida em energia. O problema com essa teoria é que ela viola a lei da conservação da matéria, da qual obedecem todas as reações químicas". Outros entrevistados acreditavam que a gordura era convertida em músculo, o que, segundo eles explicaram, "é impossível". Outra teoria era que ela deixa o corpo através do cólon, que também foi provado estar incorreto.
Então qual a resposta? 
 "A gordura é convertida em água e dióxido de carbono. Você exala o dióxido de carbono e a água se mistura na sua circulação até se perder na urina ou no suor. Se você perder 10 quilos de gordura, precisamente 8,4 kg sairão pelos pulmões e os 1,6 kg restantes se transformarão em água. Em outras palavras, quase todo o peso que perdemos é exalado."
Enquanto isso pode surpreender as pessoas, quase tudo o que comemos volta pelos pulmões. Por exemplo, todos os carboidratos que você digere e quase todas as gorduras são convertidos em água e dióxido de carbono. O mesmo vale para a proteína e o álcool, além de uma pequena quantidade da primeira, que é transformada em ureia e outros sólidos, e excretada na forma de urina.
Os cientistas apontaram que o único alimento que chega não digerido ao cólon é a fibra dietética, como o milho. O resto é absorvido pela corrente sanguínea e pelos órgãos.
When we lose weight, where does it go?
http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=11394
PÔR IMAGEM

sábado, 8 de abril de 2017

968 - O braço quebrado de Lawrence

Alan Archibald Campbell Swinton tirou as primeiras imagens de raios-X na Grã-Bretanha em janeiro de 1896 e, um ano depois, os médicos lhe traziam casos cirúrgicos para serem analisados. Em 1908, ele previu exatamente como outra caixa mágica funcionaria. Era sobre a "visão elétrica a distância", que conhecemos hoje como televisão.
Em 1915, o físico australiano William Lawrence Bragg (1890-1971) recebeu, juntamente com seu pai William Henry Bragg, o Nobel de Física, por trabalhos na análise da estrutura cristalina através da difração de raios-X. Ele tinha apenas 25 anos de idade e, até outubro de 2014, foi a pessoa mais jovem a ser contemplada por um prêmio Nobel.
É dele a seguinte citação:
"Deus executa o eletromagnetismo pela teoria das ondas na segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, e o demônio, pela teoria quântica na terça-feira, quinta-feira e sábado."
Aos 5 anos de idade, Lawrence Bragg caiu de seu velocípede e quebrou o braço. Seu pai, que tinha lido sobre os experimentos de Röntgen na Europa e estava realizando seus próprios experimentos, utilizou-se dos recém-descobertos raios-X do seu equipamento experimental para examinar o braço quebrado de Lawrence. Este foi o primeiro exame radiológico realizado na Austrália.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

886 - A cor para desencorajar o vício de fumar

As cores podem evocar uma série de associações e algumas delas, aparentemente, têm o poder de impactar negativamente com o nosso humor. É o caso da tonalidade Pantone 448 C, também chamada de "couché opaca", que lembra a cor de um esgoto de verdade.
No entanto, esta tonalidade recebeu uma importante missão. Em todo o espectro do arco-íris, foi aquela escolhida para desencorajar o tabagismo. Um breve olhar para esta amostra irá convencê-lo das habilidades para a quebra de vícios. Não é para os fracos de coração, mas aqui está:
Nojenta, certo? Voltemos a 2012, quando o governo australiano contratou a agência de pesquisas GfK para criar um novo design de embalagem para os produtos do tabaco. Sendo que, em vez da meta habitual de uma empresa de marketing, eles tiveram que fazer exatamente o oposto. Cada caixa de cigarros tinha de parecer tão desagradável quanto possível.
Três meses após, com sete estudos envolvendo mais de 1000 fumantes regulares, eles finalmente determinaram a cor mais desagradável – para ser impressa, juntamente com as novas advertências ilustradas, nas caixas de cigarros. Também estiveram no pelotão de frente: o verde-limão, o branco, o bege, o cinza-escuro, e a mostarda-marrom, que ficou em segundo lugar parecendo inclusive muito apetitosa (chocolatey!).
Proclamado o vencedor (ou o perdedor, neste caso), o governo anunciou-o pelo nome de "olive green" (verde-oliva). Mas, depois de uma carta urgente da Australian Olive Association, mudou o apelido para "drab dark brown" (marrom-escuro apagado).
(Sem ressentimentos, azeitonas?)
Graças à conclusão desses estudos coloridos, outros países também estão adotando a tonalidade. Como a Irlanda, o Reino Unido e a França (que aprovou recentemente a sua lei da "embalagem simples", com representações que caracterizam a tonalidade).
Agora, o "apagado" talvez possa ter conseguido o melhor papel de sua vida.
A cor do ano da Pantone em 2013, 2014 e 2015.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

783 - Paciente recebe prótese de esterno e costelas feita em impressora 3D

Uma equipe de médicos do Hospital da Universidade de Salamanca, Espanha, liderada pelos Drs. José Aranda, Marcelo Jimenez e Gonzalo Varela, tornou-se a primeiro no mundo a implantar uma prótese de esterno e costelas, produzida por uma impressora 3D, na reconstrução do tórax de um paciente de 54 anos que sofria de um câncer na caixa torácica.
Nesse tipo de câncer (sarcoma) é necessário remover o esterno e algumas costelas, e substituí-los por uma prótese feita a partir de peças padronizadas. Contudo, a anatomia diferente da caixa torácica de cada paciente conduz a complicações que obrigam a subsequentes intervenções cirúrgicas.
A equipe médica entendeu que a melhor solução seria implantar uma prótese impressa em 3D, especificamente adaptada à anatomia do paciente. E os dados da tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do paciente foram enviados à empresa australiana Anatomics que, utilizando-se de pó de titânio e solda a laser, imprimiu uma prótese personalizada.
A prótese tem uma peça rígida, que substitui o esterno do paciente, ligada a semi-hastes flexíveis que são aparafusadas aos cotos das costelas, simulando o comportamento das costelas verdadeiras.
De acordo com os médicos responsáveis a operação correu bem, e o paciente recebeu alta doze dias após.
Cancer patient receives 3D printed ribs in world-first surgery (c/ vídeo)
Microsiervos
Nos arquivos do Acta
735 - Médicos usam impressora 3D para salvar a vida de crianças
764 - A impressão 3D chega aos medicamentos

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

687 - Raios em domicílio

1 Na Austrália, cerca de 30 pessoas por ano sofrem lesões por descargas de raios quando falam ao telefone fixo.
Ray McDonnell sabia desses perigos. Mas deu pouca atenção a uma tempestade elétrica ao pegar o telefone que tocava na hora do jantar. Ele foi imediatamente eletrocutado. Quando recuperou os sentidos, sentiu um cheiro de queimado muito forte e constatou que apresentava queimaduras no pescoço, braço, peito e... no ouvido.
A corrente elétrica de um raio que é recebido diretamente é de 30 mil amperes, em média. Conduzida através de cabos de telefone é muito menor, mas pode chegar a centenas de amperes. O problema é que, neste último caso, a corrente elétrica penetra no corpo humano através de uma parte muito sensível, o ouvido.
Lightning Phone, por Damien Hansen
Leitura complementar
Ruídos acústicos e trovoadas. In: Orientação ao Consumidor, Telstra
2 Em 30 de junho de 1960, um temporal atingiu Columbia, Missouri, e fez o tempo não só ficar parado, mas ir para trás.
O Columbia Missourian informou que o Sr. C. W. Brenton olhou para o relógio elétrico às 19h55 e ficou surpreso ao ver que o relógio estava andando para trás.
Durante a tempestade, raios haviam entrado em sua casa pelos fios da eletricidade e fundido alguns da fiação do relógio. Isto aparentemente inverteu o campo magnético do motor, fazendo com que os ponteiros passassem a se mover no sentido contrário.
Peter Viemeister, The Lightning Book, 1961
Português no lar
"A domicílio" ou "em domicílio"? Tire sua dúvida aqui.

domingo, 18 de maio de 2014

618 - Homeopatia - O relatório do NHMRC

A homeopatia é uma forma de medicina alternativa com cerca de 200 anos de existência. É sustentada pelo princípio da similitude ("o semelhante cura o semelhante"); ou seja, substâncias que causam sintomas em uma pessoa saudável têm a capacidade de tratar uma pessoa doente com os mesmos sintomas (quando administradas em potências homeopáticas). A homeopatia é também baseada na crença de que as moléculas de substâncias altamente diluídas retêm uma "memória" da substância original. Especificamente, os remédios homeopáticos são repetidamente diluídos e agitados em um processo conhecido como "potencialização" ou "dinamização".
A homeopatia é incluída em inúmeros sistemas de saúde pública ao redor do mundo. É, portanto, essencial que suas evidências clínicas sejam regularmente revistas e que seus resultados sejam fornecidos em um formato que facilite a tomada de decisões pelos formuladores das políticas de saúde e pelas próprias comunidades. Na Austrália, o National Health and Medical Research Council (NHMRC), que tem a responsabilidade legal de fornecer orientações sobre a saúde, após identificar relatos conflitantes sobre a eficácia da homeopatia, decidiu realizar uma revisão da literatura sobre a sua eficácia em muitas condições clínicas.
O relatório final do NHMRC, com 301 páginas, pode ser lido aqui. Adianto a conclusão:
There is a paucity of good-quality studies of sufficient size that examine the effectiveness of homeopathy as a treatment for any clinical condition in humans. The available evidence is not compelling and fails to demonstrate that homeopathy is an effective treatment for any of the reported clinical conditions in humans. 
Há uma escassez de estudos de boa qualidade de tamanho suficiente que examinam a eficácia da homeopatia como tratamento para qualquer condição clínica em seres humanos. A evidência disponível não é convincente e não consegue demonstrar que a homeopatia é um tratamento eficaz para nenhuma das condições clínicas relatadas em seres humanos.
190 - Sobre a homeopatia, 427 - Sucussão e 540 - O caso Benveniste

sábado, 12 de abril de 2014

606 - A cidade fantasma do amianto

Wittenoom, encontra-se na região de Pilbara, no deserto da Austrália Ocidental, mas você não vai encontrá-la nos mapas modernos. O nome, daquela que foi uma próspera cidade mineira, foi apagado.
 De 1943 até o encerramento da mina em 1966, mais de 165 mil toneladas de amianto foram extraídos e enviados para fora de Wittenoom. No entanto, o pouco conhecimento na época sobre os perigos do amianto possibilitou que a poeira tóxica, transportado pelas roupas dos mineiros, se espalhasse por toda a cidade, contaminando casas, jardins e escolas. Dos 20 mil homens, mulheres e crianças que trabalhavam ou viviam em Wittenoom, nas décadas de 1940 a 1970, prevê-se que cerca de 25% deles morrerão de doenças relacionadas ao amianto como asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma.
Foi só a partir de 1978 que se realizou uma evacuação em larga escala da cidade.
Desde essa evacuação, o governo australiano tem feito esforços para apagar a cidade dos mapas e até mesmo da história. Como diz um panfleto 2013: "Não vale a pena arriscar sua vida visitando Wittenoom". Mesmo assim, alguns residentes de longa data ainda teimam em viver por lá.
Extraído de Five Ghost Town Abandoned After Disasters, Atlas Obscura
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