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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

770 - O que é hiperinsuflação pulmonar

Nesta condição clínica, o volume de ar que permanece no pulmão depois de uma expiração é maior é do que o volume previsto, o que significa que o órgão não esvazia efetivamente. Assim, um excesso de ar fica preso no pulmão a cada ciclo respiratório, resultando em uma contenção aumentada do ar residual. Qualquer obstrução nos brônquios que transportam o ar para os alvéolos pulmonares pode causar a hiperinsuflação. Para conseguir diagnosticar este problema, atente-se às causas e aos sintomas e principalmente procure um médico.
Existem dois tipos principais de hiperinsuflação pulmonar:
Hiperinsuflação estática - Este tipo é causado pelo declínio na elasticidade natural do pulmão (como o que acontece no processo de envelhecimento).
Hiperinsuflação dinâmica - Este pode se desenvolver de forma independente ou em conjunto com o tipo estático. Ocorre quando o ar fica preso no pulmão, após cada ciclo respiratório, como resultado de um desequilíbrio entre os volumes de ar inspirado e expirado.
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que é geralmente causada pelo consumo de cigarros, é a grande causa da hiperinsuflação.
Indivíduos com DPOC comumente apresentam dificuldades para respirar, ainda que em estágios iniciais esse sintoma seja observável apenas durante as atividades físicas. Mas, à medida que a doença progride, a dificuldade de respirar começa a ser percebida mesmo durante o repouso. Quando uma quantidade maior de ar fica presa no pulmão, este órgão começa a hiperinsuflar, o que expande o tórax. Isso pode, eventualmente, resultar em uma condição clínica conhecida como peito em barril (ou em tonel). V. figura ao lado.
As radiografias de tórax (que devem ser feitas em duas posições: frontal e perfil) podem confirmar a hiperinsuflação pulmonar. Normalmente, as radiografias mostram as extremidades anteriores da quinta e da sexta costelas projetando-se sobre o diafragma (o principal músculo da respiração). Na incidência frontal, a projeção de extremidades de costelas mais baixas sobre o diafragma sugerem hiperinsuflação. Além disso, na incidência de perfil, a transparência pulmonar se apresenta aumentada e com o rebaixamento e/ou achatamento das cúpulas diafragmáticas.
A tomografia computadorizada (TC) de tórax, que utiliza um aparelho de raio-X especial para produzir uma representação tridimensional do corpo, traz importantes informações. As imagens geradas pela TC servem inclusive de guias para o médico determinar a extensão da hiperinsuflação. Para confirmar o diagnóstico de hiperinsuflação pulmonar, é necessário visualizar um aumento de tamanho do pulmão (ou dos pulmões), por conta do ar aprisionado, o que também confere uma tonalidade mais escura à imagem tomográfica.
Dentre os testes de função pulmonar, o mais comumente utilizado é a espirometria, que registra o volume e o fluxo do ar em cada ciclo respiratório. Na espirometria são avaliados principalmente dois parâmetros: o VEF1 (volume expiratório forçado do primeiro segundo) e a CVF (capacidade vital forçada), que é a quantidade total de ar que você consegue soprar. Os resultados normais de VEF1 e FVC devem ser maiores do que 80%. Uma porcentagem menor (principalmente na relação VEF1/CVF) pode indicar hiperinsuflação pulmonar, já que o paciente com esse problema não consegue expelir o ar tão rapidamente quanto uma pessoa saudável. No entanto, mais acurado para quantificar a hiperinsuflação pulmonar é a Pletismografia.
E, para medir as trocas gasosas que os pulmões fazem com o ar ambiente, conta-se ainda com a gasometria arterial. Neste procedimento, as amostras de sangue são geralmente coletadas da artéria radial (pulso), braquial (braço) ou femoral (virilha). Na hiperinsuflação pulmonar, dependendo do grau comprometimento do pulmão, pode haver diminuição do oxigênio e aumento do gás carbônico no sangue arterial.
Fonte: wikiHow
Nota 
Todos os trechos em itálico são nossos. PGCS

quinta-feira, 15 de maio de 2014

617 - Doença intersticial pulmonar em esclerose sistêmica

Resumo
Apesar de muitas perguntas não respondidas sobre a patogênese da doença intersticial pulmonar na esclerose sistêmica (ES-ILD) e da falta de fatores de risco epidemiológicos precisos, tem havido grandes avanços na identificação e avaliação prognóstica da ES-ILD.
A avaliação da gravidade da doença é um exercício multidisciplinar, que requer a integração dos testes de função pulmonar com os dados da tomografia computadorizada de alta-resolução e com a gravidade sintomática – e todos estes fatores têm de ser considerados na detecção da progressão da doença.
Exceto em uma minoria de pacientes com doença inflamatória reversível, o objetivo principal do tratamento é a prevenção da progressão da doença.
Regimes de tratamento atuais são centrados em terapia imunossupressora, com os resultados de tratamento controlados em grande parte limitados ao uso de ciclofosfamida. Os resultados de dois ensaios clínicos indicam que a terapia com ciclofosfamida mostra-se apropriada em pacientes com ES-ILD com amplo envolvimento pulmonar fibrótico.
Há necessidade de ampliar as abordagens terapêuticas com a utilização do rituximab e de agentes antifibróticos cujos efeitos já tenham sido demonstrados no tratamento de outras doenças intersticiais pulmonares fibróticas.
No entanto, é também importante evitar o tratamento excessivo de pacientes com ES-ILD limitada (com envolvimento não-progressivo do pulmão). Nesse cenário, uma política de não-intervenção inicial, mas observação meticulosa ("masterful inactivity with cat-like observation") é muitas vezes justificada.
Wells AU, Margaritopoulos GA, Antoniou KM, Denton C.Interstitial lung disease in systemic sclerosis. Semin Respir Crit Care Med. 2014 Apr;35(2):213-21
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24668536