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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

1269 - Mel alucinógeno

🐻Uma ursa marrom, que se intoxicou depois de comer um mel que causa efeitos alucinógenos, teve que ser resgatada em uma floresta na província de Duzce, no noroeste da Turquia.
"Mel louco", ou "deli bal" em turco, é um tipo de mel de rododendro, uma espécie de arbusto cujas flores pequenas e coloridas contêm uma toxina chamada graianotoxina no pólen e no néctar. Por isso, o mel produzido a partir dessas plantas é venenoso, podendo inclusive causar alucinações.
Usando esse tipo de mel como arma, Mitídrates venceu uma batalha contra os soldados de Pompeu, em 65 a.C., atrasando (embora não impedindo) a transformação do reino do Ponto em uma província romana. Nunca mais os romanos cometeriam esse erro em particular. Décadas mais tarde, o escritor Plínio, o Velho, ainda advertia sobre as "qualidades perniciosas do mel dourado do Mar Negro".
Link interno: 648 - O mel como arma
Quanto à ursa "chapada", foi levada a uma clínica veterinária, onde recebeu tratamento e, provavelmente, será solta na natureza nos próximos dias.

domingo, 17 de agosto de 2014

648 - O mel como arma

65 a.C. – Os soldados de Pompeu, o Grande, estavam exaustos. As legiões romanas haviam marchado em torno da margem sul do Mar Negro e lutado contra Mitrídates VI, o governante do Ponto. Então, algo mágico aconteceu: As tropas romanas descobriram estoques de favos de mel espalhados pelo caminho e se lançaram sobre essas guloseimas pegajosas como ursos famintos.
Dentro de pouco tempo, as tropas começaram a cambalear às cegas e a cair no chão. E os partidários de Mitrídates, que haviam plantado os favos de mel ao longo da rota dos soldados, prontamente apareceram e massacraram seus inimigos incapacitados.
Pompeu perdeu três esquadrões nas escaramuças, uma derrota que ele poderia ter evitado se tivesse estudado a história militar da região. Num livro publicado quase 400 anos antes, o general grego Xenofonte relatou que os seus homens, depois de banquetearem-se com o mel silvestre da região, "acabaram todos nocauteados".
Somente em 1891, é que os cientistas descobriram a causa do "mel louco": rododendros (ao lado, a imagem de uma das espécies). As abelhas que frequentam as flores dessas plantas sugam, não só o néctar, como também a graianotoxina, um veneno que perturba o funcionamento das células nervosas.
Os sintomas da ingestão da toxina pelo ser humano são: náuseas, dor de cabeça, tonturas, perda do controle muscular, e inconsciência, podendo assemelhar-se a uma intoxicação pelo álcool.
Mas Mitrídates não precisava saber disso para usar o mel como arma. Seus soldados venceram a batalha, atrasando (embora não impedindo) a transformação do reino do Ponto em uma província romana.
Quanto aos romanos, nunca mais cometeriam esse erro em particular. Décadas mais tarde, o escritor Plínio, o Velho, ainda advertia das "qualidades perniciosas do mel dourado do Mar Negro".
Extraído de 4 Toxic Moments in History, Neatorama