Hamilton Naki |
"Olha, nós estamos permitindo que você faça isso, mas você deve saber que você é negro e isso é o sangue do branco. Ninguém deve saber o que você está fazendo."
Ele nasceu de uma família pobre em uma pequena aldeia do estado de Cabo do Leste, na África do Sul, de nome Ngcingane. Lá ele completou seu curso primário. Com 14 anos de idade, de carona, foi à procura de trabalho na Cidade do Cabo, arranjando emprego de jardineiro na Universidade da Cidade do Cabo. Selecionado por Robert Goetz, da Faculdade de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, para trabalhar nos laboratórios da clínica, ajudou inicialmente cuidando dos animais cobaias do laboratório. Em uma determinada ocasião, Goetz lhe pediu para segurar uma girafa enquanto ele a operava. Para surpresa de Goetz, além dessa simples tarefa, Naki foi se envolvendo com maestria em outros procedimentos cirúrgicos mais complexos, incluindo suturas, analgésias e cuidados pós-operatórios. Apesar da sua carência de estudos formais, sua técnica e capacidade foram reconhecidas, recebendo, assim, permissão especial para continuar suas pesquisas no laboratório, com animais, incluindo transplantes, embora nunca pudesse trabalhar como médico de humanos pelas leis do apartheid. Naki se converteu em um dos quatro técnicos de laboratório de pesquisa da Faculdade de Medicina. Dava assistência aos jovens cirurgiões em suas atividades com animais no laboratório, inclusive em pesquisas em transplantes de rins, coração e fígado. Mesmo registrado nos documentos do hospital como faxineiro e jardineiro, Naki recebia salário de técnico de laboratório, o mais alto do hospital para alguém sem diploma. Com o fim do apartheid, recebeu, em 2002, como reconhecimento pelo seu trabalho, a Ordem Nacional de Mapungubwe. Em 2003, recebeu um diploma honorário em medicina pela Universidade da Cidade do Cabo. Aposentado, Naki continuou trabalhando como cirurgião em um ônibus adaptado como clínica móvel. WIKIPÉDIA
Importante
Não tire conclusões do perfil acima traçado de Hamilton Naki sem ler a matéria que foi publicada no seguinte endereço eletrônico:
http://www.economist.com/node/4174683
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