sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

592 - De onde vem a cortiça?

Alguma vez você já se perguntou de onde vem  a rolha de cortiça de sua garrafa de vinho?
A resposta mais provável é que seja da Espanha ou de Portugal, onde mais da metade da cortiça do mundo é colhida de suas plantações de sobreiros, a árvore nacional deste último país. Entretanto, ao contrário de outras formas de silvicultura, a produção de cortiça não envolve a morte das árvores. Limita-se à remoção de porções de suas cascas, que são executadas criteriosamente, de modo a possibilitar que as árvores se regenerem durante os anos seguintes.
Sobreiros, que pertencem à família dos carvalhos, podem durar mais de 200 anos, o que possibilita a realização de cerca de quinze extrações de cortiça por árvore.
Paisagens estranhas, porém fascinantes, de troncos desnudos nas regiões produtoras da cortiça, podem ser vistas no site Kuriositas, a fonte desta nota.
Suberose
O médico e cientista português Lopo de Carvalho (1913–1950) escolheu a suberose, doença respiratória ocupacional provocada pela exposição a partículas de cortiça, como tema de sua tese de doutoramento.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

591 - Rússia, 1977

Que fazem estas crianças?
Resposta
Rodeiam uma lâmpada ultravioleta para obter sua dose de vitamina D.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

590 - A força e a fraqueza do câncer

"O câncer é a tristeza das células." — Jayme Ovalle
Neste vídeo, George Zaidan explica porque a rapidez com que  as células cancerosas se dividem é a sua força – e também a sua fraqueza.
"Et libera nobis omnia Câncer." Vinicius de Moraes. In: Sob o Trópico de Câncer

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

589 - Armaduras para órgãos



Usadas na Idade Média, as armaduras protegiam seus usuários das lesões por armas brancas. Com o surgimento das armas de fogo, tornaram-se inúteis, obsoletas e peças de museus.
O Viaframe, um site de geração de imagens por computador, quer trazê-las de volta à atualidade desta vez como armaduras para órgãos.
Em seu portfólio, já existem imagens de armaduras para coração, pulmões (►) e cérebro.
Criado um novo conceito para elas, só falta descobrir qual será a aplicação.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

588 - Lição de "emotomia"

Outra paródia de "Lição de anatomia do Dr. Nicolas Tulp", quadro do pintor holandês Rembrandt. Desta vez, os personagens do famoso quadro tem os rostos substituídos por emoticons.
Emojinal Art Gallery
114 - Lições de paródia

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

587 - Pílulas para a inteligência

Dicen que la inteligencia es la única riqueza mundial que está bien repartida… ya que todo el mundo cree tener la suficiente. Claro que eso no es cierto, al margen de la ironía y el cociente intelectual estandarizado. Y siempre hay quien desearía una mayor capacidad mental en un momento dado. Pues bien, en la era de la neurocosmética ya existe toda una nueva generación de medicamentos concebidos para proporcionar superpoderes al cerebro humano: más concentración, más raciocinio, más memoria… Llamémoslos potenciadores cognitivos, nootrópicos o smart pills, lo cierto es que estas novísimas drogas inteligentes han abierto una polémica profunda: ¿es lícito tunear el cerebro humano para incrementar sus facultades naturales? Y, más allá de sus efectos secundarios y posibles adicciones –sí, hay riesgos para la salud en su consumo; y no, nadie sabe exactamente cuáles son todavía–, ¿no suponen también una especie de doping académico, laboral e intelectual que aumenta las desigualdades a favor de quienes las consumen y, por tanto, juegan con ventaja? La controversia, también en el plano moral, está servida y de eso trata nuestro tema de portada. Como dice su autor, conviene saber que al margen de la farmacopea, hay hábitos saludables que desarrollan, sin peligro y con total garantía, la musculatura de nuestro cerebro. El ejercicio físico y, sobre todo, la lectura han demostrado su eficacia en pruebas de laboratorio.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

586 - Gigantes de Potsdam

Durante o reinado de Frederico Guilherme I existiu na Prússia um regimento de infantaria composto de soldados muito altos. Conhecidos como os "Gigantes de Potsdam", a população do país logo os apelidou de "Lange Kerls" ("Longos Caras").
A altura mínima exigida para ser recrutado para a unidade era 1,88 m, bem acima da média de altura para a época, e muitos deles tinham mais de 2 metros.
Frederico pagou somas consideráveis ​​de dinheiro para pais com filhos altos, e a estatura tornou-se uma qualidade valiosa e uma forma de obter privilégios.
Apesar dos altos soldos nem todo mundo na Prússia estava feliz. Sua obsessão com o aumento de estatura no regimento levou Frederico a recorrer ao recrutamento forçado e sequestros, bem como aos casamentos forçados entre mulheres altas e soldados do regimento com o objetivo de procriar filhos também altos.
Paradoxalmente, o rei nunca arriscou seus "Lange Kerls" numa batalha. Aliás, muitos soldados eram impróprios para as batalhas por causa da acromegalia. Na verdade, eles tornaram-se uma perfeita ilustração de que a estatura elevada não é necessariamente uma boa qualidade e pode custar muito dinheiro.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

585 - A origem de nosso relógio biológico

As investigações sobre o relógio biológico estão relacionadas particularmente com a melatonina, o hormônio responsável por regular o nosso ritmo circadiano.
De forma natural, o nosso corpo produz a melatonina (um hormônio fabricado a partir da serotonina) que se caracteriza por sua variabilidade em ciclos de 24 horas. Sua produção em função da iluminação do ambiente é fundamental para a determinação dos estados de sono e vigília.
O estudo da melatonina, portanto, não é apenas importante para a compreensão de problemas associados com a insônia. Como alterações em sua produção podem causar problemas de saúde, torna-se interessante saber, a partir de um ponto de vista científico, qual foi a sua origem e, se ao longo da evolução das espécies, têm havido importantes mudanças em sua produção.
Uma pesquisa recente conduzida pelo National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos, investigou a origem da melatonina, a fim de saber quando a produção do hormônio que regula o nosso ritmo circadiano começou. Em outras palavras, os cientistas procuraram saber quando entrou em funcionamento o relógio biológico que existe em muitos organismos vivos, incluindo os seres humanos.
Aparentemente, de acordo com os resultados publicados na revista PNAS, a melatonina pode ter se originado 500 milhões de anos atrás, quando os vertebrados se separaram evolutivamente de seus ancestrais invertebrados. Além disso, a pesquisa indicou que a melatonina pode ter surgido para eliminar compostos tóxicos no olho, sendo que, adiante, a sua função biológica mudou substancialmente para atuar como um verdadeiro relógio biológico.
Estes resultados são consistentes com os locais de produção da melatonina. Embora predominantemente formada na glândula pineal, pequenas quantidades deste hormônio ainda estão presentes na retina, o que está em conformidade com a função biológica original que os cientistas do NIH propuseram para a melatonina.
Este hormônio é produzido a partir da serotonina como resultado final de uma sequência de reações químicas. Através de uma "timezime" (enzima do tempo) chamada arilalquilamina N-acetiltransferase ou AANAT, um grupo acetil é fixado na molécula da serotonina para formar a N-acetilserotonina, também conhecida como normelatonina e sendo esta a precursora imediata da melatonina.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

584 - A eletrogustação

Foi por volta de 1752 que Johann Georg Sulzer decidiu (por razões mais bem conhecidas por ele mesmo) colocar a ponta da língua entre duas placas de metais diferentes cujas bordas estavam em contato. Os resultados foram, literalmente, chocantes. Ele, inadvertidamente, se deparara com uma das primeiras baterias eletrolíticas do mundo, a qual havia completado um circuito através de sua língua. Como se isso não bastasse, ao mesmo tempo, ele também participara do que foi, muito provavelmente, a primeira experiência de eletrogustação (a percepção eletricamente induzida de um sabor fantasma). Foi sua suposta observação:
"A sensação pungente, me lembrou o sabor de vitríolo verde quando eu coloquei minha língua entre estes metais."

sábado, 1 de fevereiro de 2014

583 - A bradicardia na família Brady

The Brady Bunch? New evidence for nominative determinism in patients’ health: retrospective, population based cohort study
(citar este artigo como BMJ 2013;347:f6627)
RESUMO
Objetivo
Determinar se um nome pode influenciar a saúde de uma pessoa, avaliando se as pessoas com o sobrenome "Brady" têm uma maior prevalência de bradicardia.
Projeto
Retrospectivo, com estudo de coorte de base populacional.
Local
Um hospital universitário em Dublin, Irlanda.
Participantes
As pessoas com o sobrenome "Brady" em Dublin, localizadas através da utilização de uma lista telefônica online.
Principal medida de desfecho
A prevalência de participantes que tiveram marcapassos inseridos para bradicardia entre 1º. de janeiro de 2007 e 28 de fevereiro de 2013.
Resultados
579 (0,36%) de 161 967 pessoas que constavam da lista telefônica de Dublin tinha o sobrenome "Brady". A proporção de pacientes portadores de marcapasso foi significativamente maior entre os Brady (n = 8, 1,38%) do que entre os não-Brady (n = 991, 0,61%, P = 0,03). O odds ratio não ajustado (intervalo de confiança de 95%) para o implante de marcapasso entre os indivíduos com o sobrenome "Brady" em comparação com indivíduos com outros sobrenomes foi de 2,27 (1,13-4,57).
Conclusões
Os pacientes chamados "Brady" estão em maior risco de necessitar de implante de marcapasso em comparação com a população geral. Esta constatação mostra um papel potencial para o determinismo nominativo (pôr link) em saúde.
N. do A. (Acta)
Outros exemplos de sobrenomes em trabalhos publicados sobre o determinismo nominativo: Fear (saúde mental), Ache (atividade muscular), Bone (osteoporose), Flood (incontinência), Harte (arritmias cardíacas), Byrne (queimaduras), Loone (distúrbio bipolar) e Paine (dor pélvica). 11/02/2015 - Atualizando...
Outro caso de determinismo nominativo: Charles E. Speaks escreveu o livro "Introduction to Sound".

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

582 - O ácido fólico na gravidez

O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, é uma vitamina hidrossolúvel pertencente ao complexo B necessária para a formação da hemoglobina e de proteínas estruturais.
É recomendado especialmente na prevenção primária da ocorrência de defeitos do fechamento do tubo neural, que, entre os dias 18 e 26 do período embrionário, transforma-se na espinha. Defeitos do tubo neural são malformações que ocorrem no início do desenvolvimento fetal, sendo as principais: anencefalia e espinha bífida.
As doses diárias recomendadas são de 0,4 a 0,8 mg, no período de um mês antes da concepção até três meses de gravidez (1º. trimestre).
O principal problema nesta prevenção reside no fato de que cerca da metade das gestações no Brasil não são planejadas e, assim, quando as mulheres descobrem que estão grávidas já passou o tempo recomendado para se fazer a suplementação com o ácido fólico. Por este motivo, o principal foco de orientação é que as mulheres em idade reprodutiva tenham uma alimentação balanceada que contenha alimentos ricos em ácido fólico.
 As principais fontes deste nutriente são as vísceras, as carnes de boi e de porco, o feijão, a levedura de cerveja e os vegetais de folhas verdes como o espinafre, o aspargo, a couve e o brócolis, além de abacate, maçã, abóbora, cenoura, milho, leite e ovos.

domingo, 26 de janeiro de 2014

581 - Soprando velas em bolo de aniversário

O conhecimento científico cresce aos sopros, como neste estudo:
Bacterial Transfer by Blowing Out Birthday Cake Candles (Transferência Bacteriana Soprando Velas em Bolo de Aniversário)
Pôster nº. 13 do 5th Annual Focus on Creative Inquiry da Universidade de Clemson, apresentado em 12 de abril de 2010
Orientadores: Paul Dawson e Inyee Han, do Departamento de Ciência dos Alimentos e Nutrição Humana
Estudantes: Danielle Lynn, Jenevieve Lackey, Johnson Baker, Sutton Fainschwartz, Aaron Pietzyk
"As bactérias, presentes no meio ambiente e em outros seres vivos, são um componente inevitável da vida. É importante entender como elas – benignas ou patogênicas – são transferidas e se familiarizar com as medidas que evitam a contaminação. Como tal, este projeto de pesquisa foi focado na propagação potencial de bactérias quando se sopram as velas em um bolo de aniversário. O primeiro procedimento utilizado foi soprar em placas de Petri contendo o nutriente ágar. Um segundo procedimento consistiu em soprar velas acesas colocadas sobre uma camada de gelo. E, num terceiro procedimento, testamos se salivar antes de soprar as velas sobre o gelo afetaria o resultado. Para simular uma atmosfera realista de festa, este último procedimento incluiu o consumo de uma fatia de pizza fresca antes de soprar as velas. Determinou-se que um nível mais elevado de bactérias foi transferido com este processo do que no teste anterior. Esses resultados levaram-nos a concluir que as bactérias expelidas pela boca podem, de fato, contaminar os bolos de aniversário".

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

580 - Que é envelhecer?

O Dr. João Pedro de Magalhães, biólogo da Universidade de Liverpool, dedicou sua vida acadêmica a estudar o processo de envelhecimento. Este vídeo ilustra uma palestra do Dr. Magalhães sobre o assunto.
Transcrição
O envelhecimento é uma diminuição da viabilidade e um aumento da vulnerabilidade, relacionados com a idade. Isso significa que a sua capacidade de responder às solicitações externas e a sua capacidade de funcionar diminuem com a idade. Você se torna mais vulnerável a doenças. Uma das principais causas de mortalidade em idosos é a gripe – a comum gripe.
O envelhecimento envolve diferentes níveis e diferentes órgãos e sistemas do corpo, o que o torna um processo muito complexo e de relativamente difícil estudo. Nós realmente não sabemos muito sobre o envelhecimento, seus mecanismos, e por que envelhecemos. O que impulsiona o processo de envelhecimento, a partir de uma célula ou de uma perspectiva molecular, ainda é relativamente pouco compreendido.
Se você olhar para o nosso tempo de vida, só recentemente vem sendo por mais tempo. Há 150 anos era em torno de 40 anos de idade. E, milhares de anos atrás, era talvez 25.
Quando a nossa espécie evoluiu, e quando a maioria das espécies evoluíram, a maioria dos indivíduos morriam quando jovens. Não havia realmente nenhuma pressão, ou esta era muito fraca, para nós evitarmos o envelhecimento ou vivermos mais.
Há hipóteses, por exemplo: Que ocorrem danos ao DNA, que, em seguida, afetam a renovação celular. E isso, provavelmente, impede a reparação do corpo e contribui para a perda de viabilidade. Depois, há a teoria dos radicais livres. Essa ideia de que as mitocôndrias em nossas células geram compostos altamente reativos que criam um estresse oxidativo prejudicial, o qual, por sua vez, acumulando-se com a idade, seja causa do envelhecimento. Há também os telômeros. Os telômeros são as extremidades dos cromossomas e eles encurtam com a divisão celular. Esse fato, talvez, impulsione o processo de envelhecimento.
Depois dos 30 anos, suas chances de morrer dobram a cada oito anos. Isso é o normal para as populações humanas. Não importa de onde você é ou onde você viva. Em um país do terceiro mundo, as pessoas apresentam uma maior mortalidade inicialmente, mas este aumento exponencial na mortalidade também se verifica.
Você tem criaturas muito originais. Um exemplo são as aves. Elas realmente vivem mais tempo do que seria esperado para o tamanho do corpo, porque elas podem voar e assim evitam os predadores. Uma das espécies de nosso interesse é o rato toupeira pelado. Que vive mais de 30 anos. Por quê? Ele vive num ambiente protegido.Então, não há uma uma pressão evolutiva para ele viver mais tempo. Uma das coisas interessantes sobre o rato toupeira pelado é que ele é extremamente resistente ao câncer. Não foi registrado um único caso de câncer em centenas deles. E a longevidade é adaptável. Existem espécies que vivem muito mais tempo do que nós, como algumas espécies de tartarugas.
Um dos maiores avanços tecnológicos até agora é que você pode manipular genes individuais e assim ter um impacto muito significativo no envelhecimento. Sabemos, por exemplo, que se você começar a manipular os sistemas de reparo do DNA em camundongos, você produz o que se parece com um envelhecimento acelerado. Por outro lado, você pode desligar um único gene em camundongos, como o receptor do hormônio do crescimento, e aumentar neles a expectativa de vida em 50 por cento. Há igualmente intervenções que modulam o envelhecimento. A mais conhecida de todas é a restrição calórica: restringir a quantidade de calorias que os animais comem, mantendo os nutrientes como vitaminas e minerais normais. Isso se sabe, há décadas, que prolongar a vida dos roedores em até 50 por cento. E eles são mais saudáveis ​​por mais tempo, o que é bastante impressionante.
Uma das coisas, por exemplo, que o nosso laboratório pode fazer é investigar o gene que media os efeitos da restrição calórica. Em seguida, desenvolver drogas que têm como alvo o gene, de modo a ter o mesmo efeito de restrição calórica sem que você tenha de se submeter a uma dieta. Se você pudesse retardar o processo de envelhecimento apenas por sete anos, isto reduziria à metade a incidência de doenças relacionadas com a idade. Teria um enorme impacto sobre a vida humana e para a saúde humana.
Não há nenhuma lei da natureza que diga que o envelhecimento é imutável. Pelo contrário, o que sabemos agora é que o envelhecimento é surpreendentemente plástico. No sentido de que ele pode ser manipulado por genes, que podem ser manipulados pela evolução e pela dieta. Quando eu era mais jovem, talvez com dez anos de idade, percebi que as pessoas morriam em todas as idades .E pensei: por que não podemos fazer algo sobre isso? Então, decidi: eu vou fazê-lo. Vou estudar o envelhecimento e vou encontrar uma solução para ele. As pessoas não têm que envelhecer e morrer.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

579 - Pesquisa. As células-tronco no tratamento de formas resistentes da tuberculose

Novas opções de tratamento são urgentemente necessárias para a tuberculose multirresistente (MDR) e a tuberculose extensivamente resistente (XDR), que estão associadas à disfunção imunológica. Nestas formas da doença, o tratamento com a combinação de antibióticos geralmente não obtém resultados satisfatórios. 
De acordo com um estudo preliminar, as células-tronco podem oferecer chances de cura.
No estudo conduzido em Karolinska Institutet, em Estocolmo (Suécia), 30 indivíduos com tuberculose MDR ou XDR (com idades entre 21 e 65 anos) foram submetidos a tratamento com antibióticos e também receberam uma infusão de cerca 1 milhão de células estromais mesenquimais (MSCs) por quilo de peso.
As células foram colhidas da medula óssea dos pacientes e foram cultivadas em larga escala no laboratório. As injeções de MSCs foram bem toleradas e não foram observados efeitos adversos graves em nenhum paciente. Dezoito meses após o tratamento, 16 dos 30 participantes do estudo foram declarados curados. No grupo-controle, em que os pacientes foram tratados exclusivamente com antibióticos, apenas 5 dos 30 participantes foram curados.
Os resultados mostram que é possível vencer as dificuldades do tratamento. Para que a segurança e a eficácia do tratamento sejam definitivamente confirmadas, os estudos da fase 2 devem ser realizados o mais breve possível.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

578 - Patogênicos

"Estou farto desse sujeito.
Vamos virar patogênicos."

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

577 - Um câncer curado por um raio

Reuben Stephenson, lavrador em Langtoft, Inglaterra, foi atingido no campo por um raio. A descarga elétrica deixou-o muito ferido e dois cavalos seus foram mortos no local.
Após o acidente, o médico Dr. Allison, de Birdlington, que participou do atendimento, descobriu que o lavrador sofria de uma lesão maligna no lábio.
Quando o Sr. Stephenson tinha-se recuperado suficientemente dos efeitos do raio, um acordo foi firmado para a remoção cirúrgica do câncer. Mas, por estranho que pareça, justamente quando a operação estava para ser realizada, uma inspeção feita momentos antes evidenciou que um processo de cura se iniciara na lesão cancerosa.
A operação foi suspensa e, num tempo razoável, o homem ficou completamente curado da lesão.
Lancet, 1855. Citado por Paul Fitzsimmons em A Collection of Remarkable Cases in Surgery, 1857.
N. do E.
Um relato de caso tem baixo nível de evidência científica (nível 4, segundo o Oxford Centre for Evidence-based Medicine).

sábado, 11 de janeiro de 2014

576 - A Estatística explicada através da dança moderna

Se você é do tipo que precisa de bons recursos visuais para fazer um conceito ficar em sua cabeça, esta série de vídeos do YouTube, feitos pelo britânico Psychological Society Media Centre, vai ajudá-lo a lembrar os significados de conceitos estatísticos como "correlação", "distribuições de freqüência" e "erro de amostragem".
Há quatro vídeos da série até agora, e eles fazem o interessante trabalho de apresentar quadros a respeito de ideias abstratas.
Bônus: música suave.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

575 - O micróbio que quer ser astronauta

Em 2007, quando os engenheiros montavam a sonda Phoenix em uma das "Salas Brancas" que a NASA mantém no Centro Espacial Kennedy, os cientistas descobriram um microrganismo realmente surpreendente. Uma bactéria desconhecida e tão resistente que fora capaz de resistir às rigorosas medidas de segurança existentes no local, alimentando-se praticamente de nada.
Desde então, a bactéria jamais havia sido encontrada outra vez.
Há poucos meses, os cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA anunciaram que a encontraram novamente. Em outra "Sala Branca", pertencente ao Centro Espacial Europeu de Kourou, na Guiana Francesa, a milhares de quilômetros de distância da primeira!
Tersicoccus phoenicis, o micróbio encontrado nas instalações aeroespaciais
Leia o artigo completo de Javier Peláez, El microbio imposible empeñado en ser astronauta, em Yahoo! Noticias España.

domingo, 5 de janeiro de 2014

574 - A pneumonia como causa de mortalidade em crianças

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pneumonia é a principal causa de morte em crianças em todo o mundo. Todos os anos, a doença mata cerca de 1,2 milhão de crianças menores de cinco anos, sendo responsável por 18 por cento das mortes de crianças nessa faixa etária.
A enfermidade é causada por vírus, bactérias ou fungos.
A prevenção da pneumonia em crianças, uma doença que pode ser evitada mediante imunização, nutrição adequada e resolvendo fatores ambientais, é o componente principal de uma estratégia para reduzir a mortalidade infantil.
A imunização contra hemófilo B, pneumococo, sarampo e coqueluche é a maneira mais eficaz de prevenir a pneumonia.
A nutrição adequada é a chave para melhorar as defesas naturais das crianças, começando com amamentação materna exclusiva durante os primeiros seis meses de vida. Além de ser eficaz na prevenção da pneumonia, também ajuda a reduzir a duração da doença se uma criança se tornar doente.
Intervir sobre os fatores ambientais como suprimir a poluição do ar domiciliar (fornecendo fogões limpos e garantindo ambientes interiores livres de fumo) e como melhorar a higiene nas casas em que há muita gente também reduzem o número de crianças que contraem pneumonia.
Diagnosticar pneumonia na infância com precisão também é um desafio, se comparado com intervenções em outras doenças. A sensibilidade da cultura de sangue para a pneumonia é de 10 a 20 por cento e as aspirações pulmonares dão um resultado mais elevado (de até 50 por cento). A sensibilidade usando técnicas de diagnóstico moleculares, a partir da reação em cadeia da polimerase (PCR, polymerase chain reaction) na aspiração pulmonar, é consideravelmente elevada, porém tais serviços são limitados a poucos cenários em países com alta incidência de pneumonia na infância.
A pneumonia causada por bactérias pode ser tratada com antibióticos, mas apenas 30 por cento das crianças com a doença recebem os antibióticos de que precisam.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

573 - Brasil, referência mundial em doação de leite materno

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH) é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo. O Brasil exporta tecnologia e conhecimento para 23 países da América Latina, Península Ibérica e África. Mas isso não impede que durante períodos das festas de final de ano o estoque caia em muitos dos 212 bancos de leite espalhados pelo país.
Por ano, no Brasil, aproximadamente 160 mil recém-nascidos recebem leite doado. Toda mãe que tem, por algum motivo, dificuldade em produzir leite, pode recorrer aos bancos de leite públicos para alimentar seu bebê. “É importante que a população saiba da necessidade da doação. Quando a gente faz campanha é porque muitas mulheres às vezes não sabem que podem fazer esse ato de doação. Se ela tem excesso de leite ela pode doar.”, afirma a coordenadora dos Bancos de Leite do Distrito Federal (DF), Miríam Oliveira Santos.
Comprar presentes, finalizar as pendências do ano, viajar para encontrar a família, férias e compromissos do final do ano costumam reduzir, entre dezembro e fevereiro, em até 40% a quantidade de doações de leite no país. Essa é a estimativa feita pela coordenadora de Processamento e Controle de Qualidade da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Danielle Aparecida da Silva. Essa redução é compensada com o leite fabricado, mas que não tem o mesmo valor nutricional.
"A principal diferença é que o leite humano é um alimento funcional e é o único que tem fatores de proteção. Seus nutrientes são específicos para o bebê. Eles vão auxiliar não só no momento de amamentação, mas na prevenção de doenças futuras, como diabetes, obesidade e viroses. Ao não tomar o leite humano materno, o bebe perde em qualidade de vida”, explica Danielle Aparecida.
A mãe de gêmeos Aline Alves Veras Rodrigues diz que mesmo com os compromissos do final de ano não pretende deixar de doar. Apesar de ter dois filhos para amamentar, Aline ainda consegue doar de 4 a 5 frascos de leite por semana. Isso ocorre porque ela tem hiperlactação, que é quando uma mãe produz mais leite do que o filho precisa.
Ao conhecer no hospital uma mãe que não produzia leite e que seu bebê precisava ganhar peso para sair da UTI, Aline sentiu a necessidade de doar o leite que sobrava. “Eu com muito leite e ela com pouco. Foi ai que decidi ajudar outras crianças sempre que possível. Esse final de ano eu já comecei. Semana retrasada e passada contribui com uma doação bem grande”, conta Aline.
“Nessa época do ano a conscientização da população é ainda mais importante porque a queda no estoque dos bancos de leite é mais expressiva”, explica Miríam Oliveira. A coordenadora dos Bancos de Leite do DF conta que eles se mobilizam no final do ano para não deixar faltar leite. “A gente faz divulgação na imprensa, dentro das maternidades, dentro dos centros de saúde. Faz uma ação intensiva nesse período para que não falte leite”, comenta Miriam.
Lucas Leon, Blog da Saúde

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

571 - A iconoclasta Polly

Polly Matzinger, nascida em 1947, é uma cientista estadunidense que propôs uma nova explicação de como o sistema imunológico funciona. É o chamado Modelo de Perigo (Danger Model).
Esse trabalho, publicado no Journal of Experimental Medicine, em 1978, e tendo Galadriel Mirkwood como coautor, pode ser lido em arquivo PDF. Aqui.
Antes de ser cientista, Polly Matzinger teve uma carreira incomum. Foi coelhinha da Playboy, garçonete, música de jazz, carpinteira e treinadora de cães.
Como cientista, entretanto, ela passou a ter sérios problemas com o editor da revista científica. Ele, fazendo restrições preconceituosas ao nome de Galadriel Mirkwood no primeiro trabalho, não consentiu mais a publicação de outros artigos dela no Journal.
A cientista tinha porém "n" justificativas: Não gostava de escrever na primeira pessoa. Nem na voz passiva. Além disso, Galadriel era tão envolvido em suas pesquisas como outros coautores por aí. Etc.
Depois da questão levantada, Polly Matzinger só retornaria às páginas da revista em 1995. Quando o editor do J. Exp. Med já era. Até então, ela vinha publicando seus trabalhos na Science, Ann NY Acad Sci, J Immunol, Proc Transplant, Med Nature e Nature Immunology.
Polly e seu cão Galadriel, um galgo afegão

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

570 - O alfabeto do cérebro

Cada letra (26) deste alfabeto é um close-up de giros e sulcos encontrados na superfície do cérebro humano. Alguns dos padrões foram mudados de posição ou alargados.
Este projeto foi inspirado no alfabeto da borboleta criado por Kjell B. Sandved.
Depois de mais de 25 anos de fotografias, vasculhando coleções em museus de insetos, Kjell Sandved conseguiu encontrar todos as letras do alfabeto ocidental nos belíssimos e variados padrões de desenhos de asas de borboletas e mariposas.

sábado, 21 de dezembro de 2013

569 - Picadas de insetos

Use uma colher quente para aliviar instantaneamente o prurido das picadas de insetos
Começa o verão, a estação das picadas irritantes dos insetos. Mas... existe uma solução surpreendentemente simples que pode eliminar o prurido dessas picadas em questão de minutos.
Tudo que você tem a fazer é aquecer uma colher de metal sob a água quente de uma torneira e, em seguida, pressioná-la diretamente sobre o local da picada. Mantendo-se a pele apertada pela colher aquecida por algum tempo, ao retirá-la a coceira deve ter desaparecido.
Quando os mosquitos picam, eles injetam proteínas para manter o sangue localmente não coagulado. São essas proteínas que fazem você se coçar, porém elas não resistem a temperaturas moderadamente aumentadas oriundas de uma colher quente. O inchaço de uma picada pode durar, mas a coceira desconfortável associada a ela desaparece logo.
136 - Vacinadores voadores e 426 - O poder curativo das formigas

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

568 - Com açúcar

Uma pesquisa acaba de mostrar que as moléculas de um açúcar, conhecidas por SLex, que tornam o revestimento exterior do óvulo pegajoso, é que são a chave para entender por que o esperma e o óvulo se unem no processo da fecundação.
Diz a professora Anne Dell, do Departamento de Ciências da Vida do Imperial College London, que liderou a equipe que fez a descoberta dos açúcares SLex na superfície do óvulo:
"Esta pesquisa está fornecendo os primeiros insights sobre os eventos moleculares que ocorrem no início da vida humana. Os detalhes que aqui descobrimos preenchem uma enorme lacuna em nosso conhecimento sobre a fertilidade e esperamos que, finalmente, ajudem muitas dessas pessoas que não podem conceber."
A Organização Mundial de Saúde estima que a infertilidade afete até 15 por cento dos casais em idade reprodutiva em todo o mundo.

sábado, 14 de dezembro de 2013

567 - Desafio de imagem

Que estrutura sofreu ruptura?
(a) Diafragma
(b) Esôfago
(c) Músculo intercostal
(d) Músculo cardíaco
(e) Pericárdio
Resposta
(passe o mouse da esquerda para a direita com o primeiro botão pressionado no espaço abaixo)
(c) A imagem mostra enfisema subcutâneo e defeito focal em músculo intercostal no nono espaço intercostal com herniação de pleura e pulmão. O paciente se recuperou após o reparo da hérnia intercostal.
Lung Herniation after Cough-Induced Rupture of Intercostal Muscle, NEJM 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

566 - Companheiros de espírito

Em 1966, instado a descrever a pessoa com menos probabilidade de desenvolver aterosclerose, Alan N. Howard, pesquisador da Cambridge respondeu: "Uma mulher anã, na pré-menopausa, ciclista, não fumante, desempregada, hipotensa, hipo-beta-lipoproteínica, hiper-alfa-lipoproteínica, vivendo na ilha de Creta antes de 1925 e sobrevivendo com com uma dieta de cereais não revestidos, óleo de cártamo e água."
E o médico Alan Norton, de Oxford, acrescentou a contrapartida masculina: "Um Bantu ectomórfico que trabalhava como motorista de ônibus em Londres, tinha passado a guerra em um campo de prisioneiros na Noruega, nunca comeu açúcar refinado, nunca bebeu café, sempre comeu cinco ou mais pequenas refeições por dia, e estava tomando grandes doses de estrogênio para deter o crescimento de um câncer de próstata."
"Todas essas características resultam de correlações estabelecidas, nos últimos anos, no campo das pesquisas médicas que, pelo menos em quantidade, mostra-se insuperável", observou Richard Mould, em Mould’s Medical Anecdotes. "O conflito de evidências é inigualável também."

Soulmates, Futility Closet

domingo, 8 de dezembro de 2013

565 - CUMPRIMENTOS. Aperto de mãos x choque de punhos

Sumário
Reduzindo a transmissão de patógeno em um ambiente hospitalar. Aperto de mãos x choque de punhos: um estudo piloto, PA Ghareeb, T. Bourlai, W. Dutton, WT McClellan, Journal of Hospital Infection, epub 19 set 2013
Os autores, da West Virginia University, explicam:
"O aperto de mãos é uma forma conhecida de transmissão bacteriana entre as pessoas. Lavar as mãos tornou-se uma importante iniciativa em todos os sistemas de saúde para reduzir as taxas de transmissão. No entanto, algo como 80% dos indivíduos retêm bactérias causadoras de doenças mesmo após a lavagem das mãos. O cumprimento de punhos é uma alternativa ao aperto de mãos que está se tornando popular. Nós determinamos que a implementação do choque de punhos no ambiente de saúde pode reduzir ainda mais a transmissão bacteriana entre os indivíduos, por reduzir o tempo de contato e a área de superfície total exposta, quando comparado com o aperto de mãos padrão."
Este vídeo com Usain Bolt documenta o desempenho de um cumprimento de punhos em um ambiente não-hospitalar:
Por vezes, pequenas coisas ajudam a diminuir os problemas causados ​​por coisas pequenas. 
Poderá também gostar de ver
O cumprimento saudável: 1 e 2 – 15 de outubro: O Dia Estadual de Lavar as Mãos

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

564 - Implante magnético contra o ronco

Para evitar o ronco e apneia obstrutiva em geral, uma nova patente (20 de agosto de 2013) foi concedida a Gillis et al., da California, EUA.
 "A presente invenção engloba dispositivos, sistemas, e métodos para resistir ao movimento posterior da língua, durante o sono, mantendo desse modo uma passagem de ar aberta."
O desenho mostra:
"... Interação magnética de uma estrutura ferromagnética implantada na região da língua com uma estrutura magnética colocada fora da via aérea (por exemplo, em um queixo e / ou mandíbula)."
Veja: EUA 8.511.315 B2 – Dispositivos, sistemas e métodos que utilizam sistemas de força magnética nas vias aéreas superiores. Arquivo PDF

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

563 - ESPIROMETRIA. Que exame é esse?

Três slideshows e um informe técnico de minha autoria fazem parte da seção Que exame é esse?, do site da Sociedade Beneficente Clemente Ferreira. São eles:
– Que é espirometria? LINK
– Critérios para a espirometria de boa qualidade LINK
– Higiene e prevenção de infecção em espirometria LINK
– Indicações para espirometria LINK
A Sociedade Beneficente Clemente Ferreira é uma organização civil fundada em 31 de julho de 1956. Sem finalidades econômicas ou lucrativas, suas ações são de natureza beneficente, filantrópica e educacional, dando ênfase às doenças do aparelho respiratório. O combate à tuberculose, que esteve em sua origem, pela ameaça que esta doença ainda representa para a sociedade, permanece como um de seus principais focos de atuação, sob a forma de apoio às atividades do Instituto Clemente Ferreira.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

562 - VI Jornada Multidisciplinar do Hospital de Messejana

Dando prosseguimento à comemoração dos 80 anos do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, aconteceu na semana passada a "VI Jornada Multidisciplinar do Hospital de Messejana". Este evento científico teve início em 21 de novembro, às 9 horas, com a conferência magna “Perfil da Medicina de Emergência no Brasil”, apresentada pelo Dr. Luís Alegrette Borges, vice-presidente da ABRAMED.
A seguir, nos dias 21 e 22, foram realizados todos os demais módulos da Jornada, a qual contou com um grande número de participantes.
Destaque para a palestra "História e Missão da UTI Respiratória Prof. Mario Rigatto", a cargo da médica pneumologista Dra. Simone Castelo Branco Fortaleza, que, entre as fontes de consulta para a sua exposição, incluiu o "PORTAL DE MEMÓRIAS: Paulo Gurgel, um médico de letras", livro organizado por Marcelo Gurgel. Neste módulo, antigos e atuais colaboradores da instituição receberam placas de reconhecimento pelas contribuições prestadas à UTI Respiratória Prof. Mário Rigatto, que já completou 17 anos de funcionamento.
Meus sinceros agradecimentos à direção do Hospital de Messejana, especialmente ao Dr. Ernani Ximenes Rodrigues, por me haver incluído entre os homenageados.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

561 - O uso de mercúrio contra a pediculose na Renascença

Provável retrato de Fernando II de Aragão, 
rei de Nápoles, por Vittore Carpaccio 
(Lugan, Thyssen Collection).
O caso de Fernando II de Aragão, rei de Nápoles, 1467-1496 (resumo)
Mesmo nos bons e velhos tempos, a frase "inquieta está a cabeça que usa uma coroa" podia simplesmente significar que o rei tinha piolhos.
Um relatório de caso conta em detalhes as desgraças capilares de Fernando II de Aragão. Fernando, que pisou na Terra de 1467 a 1496, tornando-se rei de Nápoles, tinha piolhos que pisaram em seu couro cabeludo, ainda por algum tempo depois. Os restos mumificados de toda a comunidade de Fernando e seus piolhos viveram, por assim dizer, em Nápoles, na sacristia da Basílica de San Domenico Maggiore.
Anos atrás, uma equipe de cientistas, da Universidade de Pisa e da Universidade de Roma, trabalhando na múmia real com um microscópio eletrônico de varredura e diversos instrumentos de análises químicas, encontrou uma antiga infestação maciça de piolhos em Fernando, além de um alto teor de mercúrio (887 ppm) em seus cabelos e pelos pubianos.
Este caso representa um importante achado para a história da medicina porque demonstra que, à época do Renascimento, o mercúrio era aplicado localmente tanto para tratar a sífilis quanto para evitar ou eliminar a infestação de piolhos.
GINO Fornaciari , SILVIA MARINOZZI , VALENTINA Gazzaniga , VALENTINA Giuffra , MALAYKA SAMANTHA PICCHI , MARIO GIUSIANI ,e MASSIMO MASETTI
Europe PubMed Central
Ver também...
305 - Um ano com Mercúrio!

sábado, 23 de novembro de 2013

560 - O último ponto

Quando os navios tinham necrotérios refrigerados era comum enterrar os mortos em viagens marítimas no próprio mar. O corpo – com pesos (balas de canhão, por exemplo) – de um marinheiro falecido era posto dentro de uma rede. E seus companheiros terminavam a indispensável tarefa de costurar o "pacote", dando o último ponto através do nariz do homem morto – para ter a certeza de que ele estava realmente morto.
Aqui está uma descrição fornecida por um marinheiro de suas experiências na década de 1960.
Como havia a possibilidade de o marinheiro ou o passageiro haver sido erroneamente declarado morto era este ponto o teste final.
Os pinguins quando morrem e "Não morri para você bailar"

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

559 - Nomenclatura para os dedos do pé

Uma carta de John Phillips, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, para o New England Journal of Medicine, que foi publicada a 14 de fevereiro de 1991:
Referindo-se à mão, os nomes digitus pollicis, indicis, medius, annularis e minimus especificam os cinco dedos. Em situações de relevância clínica, o uso de tais nomes podem impedir ambiguidades anatômicas. São termos consagrados que honram os dedos da mão, o que não acontece aos dedos do pé, que são identificados apenas por números. Exceto, claro, o dedo grande do pé, o hálux. Não é hora de a comunidade médica, com relação aos dedos dos pé, contar não apenas com números? Submeto à consideração a seguinte nomenclatura para se referir aos dedos do pé: para o hálux,  porcellus fori; para o segundo dedo, p. domi; para o terceiro dedo, p. carnivorus; para o quarto dedo, p. non voratus; e para o quinto dedo, p. plorans domum.
Usando porcellus como a forma diminutiva de porcus , ou leitão, pode-se traduzir a terminologia sugerida como se segue: leitão na feira, leitão em casa, leitão carnívoro, leitão sem comer, e leitão chorando para voltar para casa, respectivamente.
N. do T.
No Brasil, os dedos da mão são honrados da seguinte maneira: polegar – cata piolho, indicador – fura bolo, médio – pai de todos, anular – seu vizinho e mínimo – dedo mindinho.

domingo, 17 de novembro de 2013

558 - Redução de sal nos alimentos industrializados no Brasil


Yara Aquino, Agência Brasil
Laticínios, embutidos e sopas prontas entraram na lista de alimentos que devem sofrer redução de sódio, porque o consumo elevado é um dos causadores de hipertensão arterial. A medida está no quarto acordo destinado a diminuir a quantidade do produto em alimentos industrializados. O documento foi assinado no dia 5 pelo Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).
Com o compromisso, chega a 16 o número de grupos alimentares incluídos. A meta nacional é retirar 28 mil toneladas de sódio de alimentos até 2020. O sódio está presente no sal de cozinha e em alimentos industrializados. É usado não só para dar sabor. Exerce outras funções, incluindo a de conservante.
“Muitos produtos têm muito sal e as pessoas nem sabem. São produtos que, cada vez mais, entram na alimentação das pessoas, estão no refeitório do trabalho e na merenda escolar. Por isso, a importância estratégica da parceria com a indústria”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Desde a assinatura do primeiro acordo, em 2011, a estimativa é que 11,3 mil toneladas de sódio tenham sido retiradas de alimentos. “Encontramos caminhos e estamos procurando soluções para conseguir bater a meta antes de 2020. Uma parte disso vai depender de educação. Precisamos informar às crianças sobre educação alimentar, e também ajudar o governo a comunicar os hábitos saudáveis”, disse o presidente da Associação, Edmundo Klotz.
A Pesquisa do Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sódio por dia, considerando o sal de mesa e o sódio dos alimentos. O consumo é mais que o dobro das cinco gramas diárias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

557 - O "eye-phone"

Um kit de exame oftalmológico portátil, criado por cientistas britânicos, está sendo atualmente testado em 5 mil pacientes no Quênia como uma ferramenta que poderá revolucionar a prevenção da cegueira em países de baixa renda.
Também conhecido como Peek (Portable Eye Examination Kit), o kit é composto de um aplicativo móvel e de um clip-on harware que transformam um smartphone em uma ferramenta que possibilita a prescrição de óculos, o diagnóstico da catarata e até mesmo o exame de fundo de olho.
Neste vídeo da BBC (em inglês), recomendado pelo oftalmologista Nelson José Cunha, o Dr Andrew Bastawrous, do London School of Hygiene and Tropical Medicine, aparece testando este, digamos, "eye-phone".
Arquivos 20/20
Óculos autoajustáveis, GOOGLE. Projeto óculos, KevinExames de vista pelo celular e Aviões de guerra e lentes intraoculares

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

556 - A face da sonolência

Os pacientes tratados de apneia do sono podem ficar com uma aparência melhor, de acordo com uma pesquisa da Universidade do Michigan, publicada no "Journal of Clinical Sleep Medicine".
Vinte adultos com apneia obstrutiva do sono pela polissonografia e sonolência excessiva pela escala de Epworth participaram do estudo. Fotogrametrias foram realizada antes e  ≥ 2 meses após o uso noturno do CPAP para tratar a doença. Vinte e dois colaboradores avaliaram as imagens faciais pré- e pós-tratamento, emparelhados lado a lado e em ordem aleatória.
Em dois terços das vezes, os avaliadores identificaram corretamente as fotos pós-tratamento e disseram que os pacientes tinham uma aparência melhor depois de tratados. As medidas objetivas de aparência facial revelaram que a fronte dos pacientes estava menos edemaciada e que a face estava menos vermelha.
No entanto, os avaliadores não notaram grandes mudanças nas características faciais tipicamente associadas à sonolência, como o edema ao redor dos olhos e as olheiras.
The Face of Sleepiness: Improvement in Appearance after Treatment of Sleep Apnea http://dx.doi.org/10.5664/jcsm.2976
13/01/2019 - Atualizando ...
Sinais silenciosos da apneia do sono
14/06/2020 - Atualizando ...
Apneia do sono: por que parar de respirar enquanto dorme é tão perigoso

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

555 - Escolha Sabiamente

Cinco testes e tratamentos comumente realizados em pneumologia nem sempre são necessários
A lista destes procedimentos foi elaborada por uma força-tarefa colaborativa montado entre a American Thoracic Society (ATS) e a American College of Chest Physicians. Destina-se a promover o diálogo médico-paciente sobre os testes e tratamentos que são mais adequados para ambos, a fim de evitar aqueles cujos danos potenciais podem superam os seus benefícios.
"A campanha Choosing Wisely (Escolha Sabiamente) pode ajudar os médicos a tomar o terreno moral de frear os custos de suas práticas, ao invés de deixar essas decisões para os formuladores das políticas de saúde. Há uma série de testes de diagnóstico e de terapias para os quais as evidências disponíveis sugerem falta de eficácia, e os médicos estão em melhor posição para determinar exatamente o que, em sendo praticado nas respectivas especialidades, encaixa-se nessa situação", diz Scott Halpern, professor assistente da Universidade da Pensilvânia e co-presidente da força-tarefa que produziu a lista.
As cinco recomendações em pneumologia são:
  1. Não executar acompanhamento por tomografias para a avaliação de nódulos pulmonares indeterminados em intervalos mais frequentes ou por um período de tempo mais longo do que o recomendado pelas diretrizes estabelecidas. 
  2. Não oferecer como rotina tratamento farmacológico com drogas vasoativas avançadas que foram aprovadas apenas para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar em pacientes com a hipertensão pulmonar resultante de doença do coração esquerdo ou de doenças pulmonares com hipoxemia (Grupos II ou III da hipertensão pulmonar). 
  3. Para os pacientes que receberam alta recentemente com indicação de oxigênio suplementar em casa após hospitalização por doença aguda, não renovar a prescrição sem avaliar o paciente para a hipoxemia em curso. 
  4. Não realizar angio-TC para avaliar a possibilidade de embolia pulmonar em pacientes com baixa probabilidade clínica e com resultados negativos em ensaio de dímero-D altamente sensível. 
  5. Não realizar triagem por tomografia para câncer de pulmão entre pacientes com baixo risco de câncer de pulmão. 
Saiba mais sobre a campanha Escolha Sabiamente em ChoosingWisely.org.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

554 - Pôsteres com nomes de cientistas

Para comemorar o Dia da Ciência (5 de novembro) em 2012, o designer gráfico Kapil Bhagat, de Mumbai, Índia, criou uma série de cartazes tipográficos minimalistas com nomes de cientistas famosos. Os cartazes lembram quem fez o quê. Por exemplo, Newton deixa cair o "O" para ilustrar a sua teoria da gravidade. Um enorme "C" em Copérnico nos lembra que ele substituiu a Terra pelo Sol no centro do sistema solar. E o "E" de Einstein foi trocado pelo "mc2" da famosa equação do cientista. Assim por diante.
BORED PANDA

sábado, 2 de novembro de 2013

553 - Que é diatritário?

sm (diatrita+ário) Médico que antigamente submetia seus doentes a uma dieta rigorosa nos três primeiros dias do tratamento ou que dava a eles alimentos de três em três dias.
Trovita
A dieta diatrita
Expulsa algum parasita?
Vai torná-la mais bonita?
Não vá nessa, senhorita!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

552 - A síndrome de Peter Pan

A Síndrome de Peter Pan teve a possibilidade da existência levantada pelo Dr. Dan Kiley em seu livro "The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up", de 1983. Para designar a síndrome, o autor inspirou-se em Peter Pan, personagem de uma peça de teatro e livro homônimo, que vivia na Terra do Nunca onde os garotos nunca envelhecem.
O portador desta síndrome, segundo Kiley, tende a apresentar rasgos de irresponsabilidade, rebeldia, cólera, narcisismo, dependência e negação ao envelhecimento.
No entanto, não há consenso de que esta síndrome seja uma doença psicológica real e, por isso, não está referenciada nos manuais de transtornos mentais. Não consta, por exemplo, no DSM IV.
A propósito 
Como se parecem atualmente (no plano físico) Lucy, Linus e Charles Brown?

domingo, 27 de outubro de 2013

551 - Não é a queda...

"É, naturalmente, óbvio que a velocidade ou a altura de uma queda não é em si mesma prejudicial. Nem uma alteração moderada da velocidade, tal como ocorre depois de uma queda de 10 andares dentro de uma rede ou sobre um toldo, cujo desfecho não deve necessariamente resultar em ferimentos. Mas, uma elevada taxa de mudança de velocidade, tal como ocorre depois de uma queda de 10 andares em uma superfície de concreto, é outra questão."
Haven HMechanical analysis of survival in falls from heights of fifty to one hundred and fifty feet Inj Prev 2000; 6:62-68
Trata-se de uma versão prolixa para o velho ditado: "Não é a queda que mata, é a parada brusca no final."
Slideshow EM QUEDA LIVRE

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

550 - Testes de sobriedade

Muito mais comuns nos EUA, os testes de sobriedade podem parecer uma grande piada, mas produzem resultados que podem indicar (antes do bafômetro e de outros exames) que a pessoa andou bebendo mais do que deveria.
Confira alguns dos principais testes de sobriedade. Todos são homologados pela NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration, a Administração Nacional de Segurança e Tráfego nas Autoestradas).
1. Nistagmo horizontal dos olhos Para quem não sabe, o nistagmo é um movimento involuntário que os olhos fazem por diversas razões, incluindo-se o excesso de álcool no sangue. Segundo dados da NHTSA, em 88 por cento dos casos de nistagmo, a quantidade de álcool está acima da legalmente permitida.
2. Andar e girar
3. Parar em uma perna
4. Teste de equilíbrio de Rhomberg
5. Pôr o dedo no nariz
 Leia mais em: www.tecmundo.com.br/mega-curioso

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

549 - Organização Mundial da Saúde classifica poluição do ar como cancerígena

Genebra – A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a poluição do ar como cancerígena para os seres humanos, anunciou hoje (17) o Centro Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc, da sigla em inglês), uma agência especializada da organização.
“O ar que respiramos se tornou poluído com uma mistura de substâncias causadoras de câncer. Sabemos hoje que a poluição é, não só um risco importante para a saúde em geral, como também uma das principais causas das mortes por câncer”, afirmou Kurt Straif, da Iarc, em uma conferência de imprensa em Genebra.
Os pesquisadores da Iarc concluíram que “há provas suficientes” de que “a exposição à poluição do ar provoca câncer de pulmão” e aumenta “o risco de câncer da bexiga”, depois de analisarem estudos envolvendo milhares de pessoas acompanhadas durante várias décadas.
Embora a composição da poluição e os níveis de exposição variem acentuadamente entre diferentes locais, a agência afirma que esta classificação se aplica “a todas as regiões do mundo”. A poluição do ar já era cientificamente considerada como causa de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Em comunicado, a agência afirma que os níveis de exposição à poluição aumentaram significativamente em algumas zonas do mundo, principalmente aquelas que se estão se industrializando rapidamente e são muito populosas.
Segundo a Iarc, dados de 2010 indicam que 223.000 mortes por câncer de pulmão foram causadas pela poluição do ar. A agência mediu a presença de poluentes específicos e misturas de químicos no ar e as conclusões apresentadas hoje se baseiam na qualidade do ar em geral.
“A nossa tarefa era avaliar o ar que todas as pessoas respiram e não focarmos em poluentes específicos”, explicou Dana Loomis, da agência. “Os resultados dos estudos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta significativamente para as pessoas expostas à poluição do ar”, acrescentou.
A Iarc vai publicar as conclusões do estudo, de forma pormenorizada, na semana que vem, na revista médica britânica The Lancet.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

548 - Hipócrates de Cós, o pai da medicina

Ele é ainda lembrado, 2500 anos depois, por causa do juramento hipocrático (uma forma alterada desse juramento ainda é repetida, em alguns lugares, pelos estudantes de medicina no momento de sua formatura). Mas ele é celebrado sobretudo por seus esforços para arrancar a medicina do terreno da superstição e trazê-la à luz da ciência.
Em uma passagem típica, Hipócrates escreveu:
"Os homens acham a epilepsia divina, simplesmente porque não a compreendem. Mas se chamassem de divino tudo o que não compreendem, ora, as coisas divinas não teriam fim."
Hipócrates introduziu elementos do método científico no diagnóstico da doença. Ele recomendava com insistência a observação cuidadosa e meticulosa: 
"Não deixem nada ao acaso. Não percam nenhum detalhe. Combinem as observações contraditórias. Não tenham pressa."
Carl Sagan. In: "O Mundo Assombrado pelos Demônios"

terça-feira, 15 de outubro de 2013

547 - O tumor mais antigo do mundo

Resumo
Nós descrevemos o primeiro caso de uma neoplasia (displasia fibrosa) em uma costela do homem de Neandertal. A costela, recuperada de um sítio em Krapina, Croácia, indica que ele, apesar de viver em um ambiente diverso do atual, era suscetível a pelo menos um tipo de tumor frequente no homem moderno.
Os efeitos dessa neoplasia (benigna) nos seres humanos consistem de um largo espectro de sintomas, indo de assintomática a debilitante.
Dada a natureza incompleta da costela e a falta de elementos esqueléticos associados, evitamos comentar sobre os efeitos do tumor na saúde do indivíduo.
No entanto, a ocorrência desta neoplasia indica que os neandertais podiam sofrer de um tumor ósseo comum em seres humanos modernos.
Fibrous Dysplasia in a 120,000+ Year Old Neandertal from Krapina, Croatia Um fragmento de osso de neandertal mostra um tumor. Imagem: J. Monge, Kricun M., Radovcic J., Radovcic D., Mann A., et al, PLoS ONE
Displasia fibrosa, OrthoInfo

sábado, 12 de outubro de 2013

546 - Anemia por deficiência de ferro

A anemia por deficiência de ferro representa um problema nutricional importante em termos de saúde coletiva, afetando, principalmente, crianças e mulheres no ciclo reprodutivo. A deficiência de ferro é progressiva e pode levar à redução do estoque de ferro a ponto de a quantidade de hemoglobina presente no sangue ficar anormalmente baixa. Existem três causas que provocam a anemia: fatores fisiológicos (gravidez, lactação); fatores nutricionais; e fatores patológicos (vermes e outras doenças que alteram a absorção de ferro). 
Tratamento
Após detecção da doença por avaliação médica e exames de sangue, o tratamento da anemia consiste em orientação nutricional e administração por via oral (pela boca) ou parenteral (injetável) de compostos com ferro e, eventualmente, transfusão de hemácias. A melhor via para a reposição de ferro é a oral, sendo a maneira mais eficaz no tratamento da maioria dos pacientes com anemia por deficiência de ferro. Para essa classe, de acordo com a literatura científica, não há superioridade em termos de eficácia para normalização das taxas de hemoglobina, havendo, no entanto, grandes diferenças nos custos de tratamento. Essa diferença, segundo o Boletim Saúde e Economia n.º 9, pode chegar até a 1329%.
Foram estudados pela Anvisa 26 medicamentos disponíveis no mercado com três diferentes princípios ativos: Sulfato Ferroso, Ferripolimaltose e Ferro Aminoácido Quelato. Para a realização dos cálculos do custo de tratamento, foi considerado o custo de uma dose de 120 mg/dia de ferro elementar, durante três meses de tratamento, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde. O Boletim também se baseou nos Preços Máximos de Venda ao Consumidor determinados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos .
O tratamento da anemia deve ser sempre orientado e acompanhado por um médico, que deve discutir com o paciente as alternativas de medicamentos disponíveis para suprir a carência de ferro.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

545 - Os vencedores do Nobel de Medicina e Fisiologia em 2013

A Real Academia de Ciências da Suécia anunciou, nesta semana (dia 7), os nomes dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2013.
Foram os americanos James E. Rothman, Randy W. Schekman e o alemão Thomas C. Südhof, por suas descobertas sobre a regulação do transporte de moléculas pelas vesículas, um importante subsistema celular.
Distúrbios neste subsistema podem causar doenças neurológicas, distúrbios imunológicas e diabetes.
Lista dos ganhadores do Prêmio nos anos anteriores
2012: John B. Gurdon (Inglaterra) e Shinya Yamanaka (Japão)
2011: Bruce A. Beutler (Estados Unidos), Jules A. Hoffmann (Luxemburgo) e Ralph M. Steinman (Canadá)
2010: Robert Edwards (Grã-Bretanha)
2009: Elizabeth Blackburn (Austrália-Estados Unidos), Carol Greider e Jack Szostak (Estados Unidos)
2008: Harald zur Hausen (Alemanha), Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (França)
2007: Mario Capecchi (Estados Unidos), Oliver Smithies (Estados Unidos) e Martin Evans (Grã-Bretanha)
2006: Andrew Z. Fire (Estados Unidos) e Craig C. Mello (Estados Unidos)
2005: Barry J. Marshall (Austrália) e J. Robin Warren (Austrália)
2004: Richard Axel (Estados Unidos) e Linda B. Buck (Estados Unidos)
2003: Paul C. Lauterbur (Estados Unidos) e Peter Mansfield (Grã-Bretanha)
2002: Sydney Brenner (Grã-Bretanha), John E. Sulston (Grã-Bretanha) e Robert Horvitz (Estados Unidos)
2001: Leland H. Hartwell (Estados Unidos), R. Timothy Hunt (Grã-Bretanha) e Paul M. Nurse (Grã-Bretanha).

domingo, 6 de outubro de 2013

544 - Avaliação de atopia em portadores de DPOC

RESUMO DE ARTIGO
OBJETIVO: Determinar a prevalência de atopia e avaliar o perfil clínico, laboratorial e radiológico de pacientes com DPOC.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal com pacientes ambulatoriais portadores de DPOC estável (definida pela história clínica e relação VEF1/CVF inferior a 70% do previsto após broncodilatador). Os pacientes responderam um questionário clínico e de atopia e foram submetidos a citologia de lavado nasal, teste cutâneo de alergia, radiografia de tórax, hemogasometria arterial e dosagem de IgE total.
RESULTADOS: Dos 149 indivíduos avaliados, 53 (35,6%), 49 (32,8%) e 88 (59,1%), respectivamente, apresentavam eosinofilia no lavado nasal, teste cutâneo positivo e sintomas de rinite alérgica. A análise de correspondência confirmou esses achados, evidenciando dois perfis distintos de doença: a presença de atopia em pacientes com estágios mais leves de DPOC, e a ausência de características de atopia em pacientes com aspectos de doença mais grave (VEF1 reduzido e hiperinsuflação). Houve uma associação estatisticamente significante entre eosinofilia no lavado nasal e prova farmacodinâmica positiva.
CONCLUSÕES: Este estudo identificou uma alta frequência de atopia em pacientes com DPOC, utilizando ferramentas simples e reprodutíveis. A monitorização inflamatória de vias aéreas parece ser uma ferramenta útil para avaliar as doenças respiratórias em idosos, assim como em pacientes com sobreposição de asma e DPOC, entidade clínica ainda pouco compreendida.
REFERÊNCIA: Neves, Margarida Celia Lima Costa et al. Avaliação de atopia em portadores de DPOC. J. bras. pneumol. vol.39 no.3 São Paulo maio/jun. 2013
Trabalho realizado no Serviço de Pneumologia, Complexo Hospital Professor Edgard Santos, e no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Publica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia – UFBA – Salvador (BA) Brasil.
Siglas utilizadas neste resumo: DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); VEF1 (volume expiratório forçado do primeiro segundo); CVF (capacidade vital forçada); IgE (imunoglobulina E).

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

543 - Seus antepassados não dormiam como você


Seus avós provavelmente dormiam como você. E talvez seus bisavós. Mas uma vez que você volte a antes de 1800, o sono começa a ser descrito de uma forma diferente. Seus antepassados ​​dormiam de uma maneira que você acharia bizarro: dormiam à noite em dois períodos.
A existência desse tipo de sono foi descoberta por Roger Ekirch, professor de História da Universidade de Virginia. Sua pesquisa mostrou que não se dormia ao longo de oito horas corridas, como estamos habituados a dormir. Dormia-se em cerca de doze horas: iniciando-se com um sono de três a quatro horas, a seguir, uma vigília de duas a três horas, e, finalmente, voltando-se a dormir até a manhã seguinte.
As referências estão espalhadas por toda a literatura, documentos judiciais, papéis pessoais, e outras fontes antigas. O que é surpreendente não é que as pessoas dormissem em duas sessões, mas que o conceito fosse tão incrivelmente aceito.
"Não é apenas o número de referências - é a forma como eles se referem a ele, como se fosse de aceitação comum", diz Ekirch.
Um médico inglês escreveu, por exemplo, que o tempo ideal para o estudo e a contemplação situava-se entre "o primeiro sono" e "o segundo sono". Em "Contos de Canterbury", Chaucer fala de um personagem que vai deitar-se para o seu primeiro sono.
O livro de Ekirch, At Day’s Close: Night in Times Past, está repleto de exemplos.
Mas o que as pessoas faziam durante essas horas intermediárias?
A maioria delas ficava em suas camas e quartos, às vezes, lendo, e, outras vezes, usando o tempo para orar. Manuais religiosos incluíam orações especiais para serem rezadas nessas horas. Também fumavam, conversavam ou tinham relações sexuais. Um médico do século 16 relatou que essas relações sexuais após o primeiro sono era a explicação por que a classe operária tinha muitos filhos.
Como sabemos, essa forma de dormir praticamente desapareceu. Ekirch atribui o desaparecimento à iluminação nas ruas e no interior das casas com o advento da eletricidade, bem como à popularidade das casas de café. A partir dessas mudanças, gastar o tempo dormindo em duas sessões passou a ser considerada uma forma de desperdício.
Your Ancestors Didn't Sleep Like You, Slumber Wise

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

542 - Número de mortes por poluição é superior ao de mortes por acidentes no Estado de São Paulo

Foi a conclusão de uma pesquisa intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo”, realizada com informações de 2006 a 2011, tendo como base a análise dos níveis do poluente PM 2,5 (material particulado), comparados aos níveis considerados seguros pela OMS, para levantar dados de adoecimento, mortalidade e gastos públicos atribuídos à poluição.
“São números atualizados e de extrema importância para a sociedade”, explica a responsável pelo estudo, Evangelina Vormittage, presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade. “No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadoras de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão”, ressalta Evangelina.
A análise avalia a situação ambiental da poluição no Estado de São Paulo e de seus efeitos sobre a saúde de duas maneiras: pela mortalidade atribuível e pelo DALY (Disability Adjusted Life Years, que possui dois componentes: o número de anos perdidos por morte precoce e o número de anos de vida vividos com incapacidade), um parâmetro criado pela OMS para indicar a carga de dano de doenças no mundo. Essa medida não mostra apenas a mortalidade, mas também a perda de qualidade de vida por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer de pulmão, atribuíveis à poluição atmosférica – especificamente o poluente material particulado, objeto do estudo. A pesquisa ainda contempla a valoração do DALY e os gastos públicos em saúde.
O estudo teve apoio dos pesquisadores Prof. Dr. Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e sua equipe, e da Dra. Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

541 - Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com os governos dos Estados do Amapá e do Pará, lançaram no fim de agosto uma Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento. O objetivo é orientar os moradores ribeirinhos e os donos de embarcações que cruzam a região a adotarem medidas preventivas para evitar acidentes.
208 - Escalpelamentos na Amazônia

terça-feira, 24 de setembro de 2013

540 - O caso Benveniste

Em 30 de junho de 1988, foi publicado na revista científica Nature um artigo assinado pela equipe de Jacques Benveniste, expondo uma série de experimentos com a degranulação de basófilos desencadeada por anticorpos muito diluídos.
O caso ainda é hoje citado na literatura médica como uma tentativa de justificar teoricamente a homeopatia. Seus argumentos, porém, não foram aceitos pela maioria dos membros da comunidade científica, e a oferta de um milhão de francos feita pela revista Science et Vie, para a reprodução controlada dos experimentos não foi aceita pela equipe de Benveniste.
El caso Benveniste. In: www.escepticos.es

sábado, 21 de setembro de 2013

539 - Letra de médico

"Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo, de coisa indecifrável." -  Moacir Scliar


Impagáveis do PG
Se você consegue ler isto, agradeça a um médico calígrafo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

538 - A revolução do leite

O momento mais estranho sucedeu ao homem que descobriu o leite. Quando ele teve que explicar a vaca o que estava fazendo. PGCS

Se você consegue digerir leite confortavelmente após a infância, isso se deve a um acaso genético. Para muitas pessoas, a capacidade de produzir lactase - enzima que permite o corpo quebrar a lactose, o açúcar do leite - desaparece após a infância, quando elas já não precisam mais do leite materno para sobreviver.
A persistência da lactase - por conta do gene que permite que cerca de um terço dos adultos bebam leite sem transtornos digestivos - tende a distribuir-se geograficamente, como você pode ver neste infográfico da Nature sobre a história de tolerância ao leite. É em grande parte um fenômeno europeu, evoluído de uma única mutação genética que ocorreu há menos de 10 mil anos.
Como a Nature explica:
Durante a última era glacial, o leite era essencialmente uma toxina para os adultos, porque - ao contrário de crianças - os adultos não produziam lactase, a enzima necessária para quebrar a lactose, o principal açúcar do leite. Mas, quando a agropecuária começou a substituir a caça e a coleta, no Oriente Médio, em torno de 11 mil anos atrás, os criadores de gado aprenderam a reduzir a lactose em produtos lácteos, a níveis toleráveis, ​​pela fermentação do leite para fazer queijo e iogurte. Vários milhares de anos mais tarde, uma mutação genética se espalhou pela Europa, dando às pessoas a capacidade de produzir lactase - e beber leite - ao longo de suas vidas. Esta adaptação abriu uma nova e rica fonte de nutrição que fez surgir comunidades sustentáveis ​​quando as colheitas falhavam.

sábado, 14 de setembro de 2013

537 - Seguindo os passos de Penfield

Você provavelmente já viu mapas sensoriais (homúnculos) que mostram o quanto o cérebro se dedica aos sentidos nas diferentes partes do corpo humano. Foram desenhados de forma pioneira pelo neurocirurgião Wilder Penfield, a partir dos resultados de experimentos que ele realizou nos cérebros de seus pacientes.
A imagem ao lado (►) mostra uma espécie de mapa sensorial de um rato em que as partes do corpo são redimensionadas de acordo com seus tamanhos no cérebro do animal. Os grandes pontos no rosto, por exemplo, representam os bigodes.
Parece a versão de um rato dos desenhos animados para crianças, não é? Mas é o mouseunculus (que traduzo como "ratúnculo") de O'Leary.
 Leia mais sobre o assunto neste artigo de Carl Zimmer, publicado na National Geographic.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

536 - Fumante passivo





NÃO TENTE
FAZER ISSO
EM CASA

sábado, 7 de setembro de 2013

535 - Sugestões do Google para "pulmão"

Quando você faz uma pesquisa no Google, após digitar algumas letras, aparecem sugestões de pesquisa, com o intuito de agilizar as buscas. Estas sugestões são geradas por um algoritmo do Google, o qual é influenciado por pesquisas anteriores feitas por visitantes do site. E são muito curiosas.
Digitando (21/07/2013, 7:05) no Google Brasil a palavra “pulmão”, as sugestões que apareceram foram estas:
pulmão de sara
pulmão esquerdo
pulmão de aço
pulmão do mundo
Por que não pulmão direito?

Pergunta - O Google é um rapaz ou uma moça?
Resposta - Obviamente, é uma moça. Porque não deixa você completar uma frase sem sugerir outras.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

534 - A doença do beijo salgado

Vídeo sobre a fibrose cística (= mucoviscidose):

domingo, 1 de setembro de 2013

533 - O Paradoxo da Saúde Mental

para Nelson Cunha


Entre todas as condições de saúde no mundo, a saúde mental ocupa um lugar singular e paradoxal.
A revista PLoS Medicine publicou, em 28 de maio de 2013, este editorial:
"O Paradoxo da Saúde Mental: Supertratamento e Sub-reconhecimento".

Trecho:
"Por um lado, há o excesso de tratamento e de medicalização dos problemas de saúde mental, muitas vezes alimentado por uma indústria farmacêutica interessada na ampliação dos limites da doença e na criação de mais categorias diagnósticas e, assim, dos mercados de venda para as doenças. Por outro, existe um grande sub-reconhecimento do sofrimento e da dimensão dos problemas de saúde mental que afetam milhões de pessoas em todas os países, fazendo da questão um problema global."

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

532 - O barbeiro-cirurgião

Era uma profissão relativamente comum na Idade Média. O barbeiro-cirurgião costumava ser incumbido do tratamento dos soldados durante ou após as batalhas.
Naquela época, as cirurgias em geral não eram realizadas por médicos, mas por barbeiros, os quais, além das pequenas cirurgias nos ferimentos dos camponeses, faziam sangrias.
Comumente, os barbeiros-cirurgiões fixavam residência perto de castelos, onde também prestavam serviços para os senhores feudais.
Nas Ilhas Britânicas
O reconhecimento formal das habilidades do barbeiro-cirurgião (na Inglaterra, pelo menos) data de 1540, quando a Sociedade dos Cirurgiões se fundiu à Companhia dos Barbeiros para formar a Companhia dos Barbeiros-Cirurgiões. Note-se que, à época, tais profissionais não eram reconhecidos como médicos. Assim, sob pressão crescente da classe médica, em 1745, os cirurgiões se separaram dos barbeiros para formar a Companhia dos Cirurgiões. Em 1800, por intermédio de um Decreto Real, foi criada a Escola Real de Cirurgiões da Inglaterra.
O último vestígio da tradição de barbeiros-cirurgiões com atuação médica é, provavelmente, o tradicional cilindro de barbearia (ao lado), que sinalizava o local de atuação desses profissionais. As cores do cilindro, costumeiramente em listras de branco e vermelho, representam respectivamente os curativos e o sangue próprios da profissão.
No Brasil colonial
No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar sanguessugas e ventosas, arrancar dentes e... cortar o cabelo e a barba. Negros e mestiços também começaram a atuar na profissão a partir da metade do século XVII. Enquanto os barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres amealhavam para sí próprios os rendimentos de suas atividades e, muitas vezes, mantinham em treinamento alguns escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos barbeiros-cirurgiões perduraram até o século XIX. WIKIPÉDIA (revisada)
Ilustração
O barbeiro-cirurgião. Do suíço Jost Amman (1533-1591), ilustrador de livros e um dos grandes artistas da xilogravura. Jost se propôs a criar um alfabeto de negócios, registrando com grande clareza, no pré-fotográfico século 16,  "instantâneos" das maneiras como as pessoas conduziam seus negócios e meios de subsistência. Esta ilustração pertence a seu trabalho com Hans Sachs, Eygentliche Beschreibung Aller Staende Auff Erden, o qual foi publicado em Frankfurt, em 1568.