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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

1219 - Pareidolias e assuntos correlatos

Paulo Gurgel Carlos da Silva, CREMEC 1405

É um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem, a qual é percebida como algo distinto e com significado diverso.

A palavra pareidolia vem do grego para, que significa "junto de", "ao lado de", e eidolon, "imagem" (εικόνα), "figura" ou "forma".

Este processo pelo qual a mente percebe um padrão familiar, onde não há nenhum, resulta de uma busca de sentido para informações aleatórias. E são o resultado da tendência de nosso cérebro em associar formas não estruturadas a outras formas reconhecíveis armazenadas na memória.

Em sua forma mais comum, a de pareidolias visuais, as imagens percebidas relacionam-se com paisagens, rochas, árvores, nuvens, construções, astros, objetos do quotidiano, detalhes corporais etc.

Há também as pareidolias auditivas como, por exemplo, a sempre lembrada pareidolia em "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin. Algumas pessoas acreditam ouvir trechos de um culto ao demônio quando a canção é tocada ao contrário. E as pareidolias táteis como na história bíblica dos filhos de Isaque, em que Jacó de disfarça com a pele de cabritos, para receber a bênção paterna no lugar de Esaú (Gênesis, 27).

Um estudo realizado em bebês sugere que a percepção de faces pareidólicas passa a se desenvolver por volta de 8 a 10 meses após o nascimento.

O mecanismo de reconhecimento de padrões em nossos cérebros é tão eficiente em descobrir uma face em meio a muitos outros pormenores que, às vezes, vemos faces onde elas não existem. Reunimos pedaços desconectados de luz e sombra, e inconscientemente tentamos ver uma face. (Carl Sagan)

A pareidolia no sistema de resposta de luta ou fuga (fight or flight).

Tabela de decisão:

HIPÓTESE

Verdadeira

Falsa

Aceita

Correta

Erro do tipo II

Rejeitada

Erro do tipo I

Correta

Na lógica evolutiva é melhor prevenir do que remediar e, por isso, é mais vantajoso ver um excesso de padrões, mesmo onde eles não existem, do que negligenciá-los e correr riscos desnecessários.

Na comunicação não verbal. Um exemplo de como a pareidolia está presente no cotidiano das pessoas acontece com o uso dos populares emoticons (abreviatura de emotic icons) e de seus sucessores, os modernos emojis. Estes sinais gráficos e desenhos são entendidos pelo cérebro humano como representações pictóricas de rostos. Uma simples reunião de traços pode ser rapidamente percebida como um rosto e até mesmo interpretada como expressão de uma emoção em particular.

Na visão computacional, especialmente em programas de reconhecimento de imagens. Quando se trata de sistemas de autenticação biométrica há muitas opções disponíveis: a impressão digital, o reconhecimento do rosto, das características do olho (íris e retina), da voz etc. É uma área com forte demanda por inovação e melhoria, e isto inclui o reconhecimento facial.

No diagnóstico por imagem. Ao associar um determinado aspecto radiológico a um animal, os médicos melhoram suas habilidades de diagnóstico e reforçam as estratégias mnemônicas na prática radiológica. São exemplos de percepções pareidólicas de animais em neuroimagem: o sinal do beija-flor na paralisia supranuclear progressiva, o sinal do panda na doença de Wilson e na sarcoidose, o sinal do elefante na doença de Alzheimer, o sinal do olho do tigre na doença degenerativa associada à enzima PKAN, o sinal da borboleta em glioblastomas etc.

Nos testes projetivos. O teste de Rorschach recorre ao fenômeno da pareidolia para avaliar o estado mental de uma pessoa. O teste consiste em dar respostas sobre com o que se parecem dez pranchas com manchas de tinta simétricas. A partir das respostas, procura-se obter um quadro da dinâmica psicológica da pessoa entrevistada.

Na religiosidade. Refletindo as crenças de pessoas extremamente religiosas, a pareidolia visual mostra-se frequente naquelas que alegam ver figuras ou silhuetas de santos em determinados lugares. Agnósticos e ateus não compartilham de tais alterações da percepção.

Contudo, a aleatoriedade não está presente em todas as situações pareidólicas. Imagens podem ser forjadas para serem percebidas como não o são - seja para perpetrar uma mistificação, seja por ludismo ou criatividade.

A pareidolia não é uma doença (embora pessoas ansiosas ou estressadas sejam mais suscetíveis ao fenômeno). Trata-se de uma resposta tão comum a estímulos sobre nossos sentidos que a incapacidade de a executar é que é vista como sendo algum problema. E, de um modo geral, mostra o potencial criativo de nossas mentes para "ressignificar" algo com que nos deparamos.

Web grafia

Wikipedia/Pareidolia

Stairway to Heaven Backwards < http://youtu.be/FNE75XznfIE>

Kato M, Mugitani R (2015) Pareidolia in Infants. PLoS ONE 10 (2): e0118539.

Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.67 nº 4 São Paulo Dec. 2009

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

1060 - Antitabagismo e ética médica

Conferência magistral do Prof. Dr. MARIO RIGATTO (da UFRGS), no "IX Outubro Médico".
Entidade promotora: Centro Médico Cearense
Local: Centro de Convenções, em Fortaleza-CE
Ano: 1993
Composição da mesa: Médicos pneumologistas Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva (presidente) e Dra. Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg (secretária)

sábado, 29 de abril de 2017

975 - Palestra. Controle da asma no Brasil

Na noite de quinta-feira (27), médicos pneumologistas de Fortaleza estiveram no Colosso Lake Lounge para assistir a uma videoconferência sobre o Controle da asma no Brasil.
O conferencista, Dr. Roberto Stirbulov, é médico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Pneumologia, e atuação principalmente nos seguintes temas: testes de função respiratória, asma e asma de difícil controle.
► A asma é uma inflamação crônica dos brônquios, que provoca um bloqueio no fluxo do ar e dificuldade do paciente em respirar. Algumas pessoas desenvolvem a asma na infância, outras ao longo da vida. O diagnóstico é muito importante para o tratamento correto. Apenas 9 por cento dos asmáticos no Brasil têm a doença realmente controlada.
O webmeeting (patrocinado pelo Laboratório Aché) incluiu a apresentação do estudo "Avaliação das tendências prescritivas dos pneumologistas no Brasil" pelo Dr. Stirbulov.
Para ler:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132012000400004
[Avaliação da eficácia e segurança da associação de budesonida e formoterol em dose fixa e cápsula única no tratamento de asma não controlada: ensaio clínico randomizado, duplo-cego, multicêntrico e controlado. Autores: Roberto Stirbulov e outros. In: J Bras Pneumol.2012;38(4):431-437]
https://blog.fcmsantacasasp.edu.br/tag/dr-roberto-stirbulov/
http://docslide.com.br/documents/dispositivos-inalatorios-analisando-as-diferencas-roberto-stirbulov-fcm-da-santa-casa-de-sp.html
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/07/pequenas-atitudes-podem-ajudar-evitar-problemas-respiratorios.html

domingo, 11 de dezembro de 2016

929 - NICOLELIS. Palestra e lançamento de livro



Jornal GGN - Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro e líder do projeto "Andar de Novo", fará uma palestra gratuita na próxima segunda-feira (12), no Instituto Sedes Sapientae (Rua Ministro Godoi, 1484, Perdizes), em São Paulo - SP.
"A sociedade tem que entender que ciência é essencial, que a ciência é dela, e é uma forma de defender a soberania da sua cultura e do seu país. Se não dominarmos a indústria do conhecimento de ponta do século 21, quem vai pagar o preço é a sociedade brasileira. De várias maneiras: custo alto para tudo, saúde, energia, comida", afirma o cientista, que irá contar a experiência de realizar um projeto científico na periferia de uma capital do nordeste brasileiro.
Na abertura da Copa do Mundo de 2014, o paraplégico Juliano Pinto (foto) apresentou o exoesqueleto construído pelo projeto de Nicolelis. "Tenho esperança de tentar aproveitar essa tecnologia para tratar múltiplas doenças neurológicas", afirma o cientista.
Para ele, a soberania do Brasil está diretamente ligada com o desenvolvimento tecnológico, que inclui avanços na área espacial, energética, eletrônica, robótica, nanotecnológica e biotecnológica.
Nicolelis é professor titular da Duke University (EUA) e criou o projeto do Campus do Cérebro no Rio Grande do Norte.
Na palestra, que terá a mediação da jornalista Eleonora de Lucena, ele irá autografar seu livro "Made In Macaíba" (A história da criação de uma utopia científico-social no ex-império dos Tapuias.)

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

891 - Palestra. Asma e DPOC

Esteve em Fortaleza para proferir uma conferência sobre Asma e DPOC o Dr. Oliver Nascimento, médico assistente da Disciplina de Pneumologia Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O evento aconteceu na noite de quarta-feira (17 de agosto), no Hotel Gran Marquise, contando com o comparecimento de pneumologistas, pediatras e alergologistas que atuam em nossa cidade.
Diretrizes brasileiras para o manejo da DPOC
Tópicos
Asma e DPOC: doenças inflamatórias. ► Estimativas para o Brasil: 20 milhões de casos de asma e 7 milhões de casos de DPOC. ► Subdiagnóstico da DPOC relacionada a vários fatores, principalmente à baixa utilização da espirometria. ► LABA + LAMA vs LABA + CI ► Relvar (GSK): fluticasona 200 mg (p/ asma) e 100 mg (p/DPOC) + vilanterol 25mg ► Ellipta: inalador de pó seco c/ contador e de baixa resistência interna (fluxo inspiratório: a partir de 40 L/min) ► Internações por asma no Brasil: redução de 400 mil em 2002 para 200 mil em 2011.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

885 - Palestra. Tendências na prevenção e tratamento da alergia pelo leite de vaca

O que considerar na decisão terapêutica e seus impactos na indução da tolerância oral
Esteve em Fortaleza para proferir a conferência Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente a Dra. Ariana Campos Yang, do Serviço de Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo.
O evento aconteceu na noite de quinta-feira (28 de julho), no restaurante Cabaña del Primo, e contou com a audiência de pediatras, alergologistas e gastroenterologistas de nossa cidade.
Tópicos
Manifestações clínicas: urticária, angioedema, protocolite, refluxo gastroesofágico, dermatite atópica, esofagite eosinofílica etc. ► Classificação: IgE mediada (antígeno até 2 horas antes) – mista – não IgE mediada (antígeno até dias antes) ► A partir da manifestação clínica: qual é o mecanismo? ► "Urticária que vai e volta não é alergia alimentar" ► Mantra: teste de alergia não faz diagnóstico de alergia ► Componentes alergênicos do LV: beta lactoglobulina (termolábil), alfa lactoalbumina (termolábil), caseína, albumina sérica bovina (também na carne) etc. ► Leite de vaca x leite de cabra (92%) x leite de égua (4%) ► Restrição em paciente sensibilizado (não alérgico) aumenta risco de anafilaxia ► O "boom" das AA: parto cesáreo, fórmulas de LV, outros alimentos ► Ambiente x genética x microbioma ► Importantes: lactobacilos e bifidobactérias ► Linfócito: reagir? tolerar? – toda tolerância é aprendida ► Medidas fisiológicas: parto normal, retirada do cáseo só após 48 horas, aleitamento materno, fórmulas infantis com proteína intacta ► Não retardar a introdução dos alimentos sólidos ► Escolha da fórmula: 1) ser tolerada, 2) favorecer microbiota, 3) nutrição adequada e 4) promover tolerância ► O leite materno é rico em prebióticos; lactentes que não estejam em aleitamento materno exclusivo devem receber suplementos prebióticos
Imunoterapia - A dessensibilização alimentar
Link para um artigo publicado no Correio Braziliense em que a alergologista Ariana Yang é entrevistada.

sábado, 11 de junho de 2016

868 - Palestra. Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente

Esteve em Fortaleza para proferir a conferência Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente o Dr. José César da Fonseca Junqueira, professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O evento aconteceu na noite de quarta-feira (8), no restaurante Geppos, e contou com a audiência de pediatras e gastroenterologistas de nossa cidade.
Tópicos
Regurgitação: a primeira causa de mudança de fórmula. A criança regurgitadora. Guidelines: Rome III ► Rome IV. Principais sintomas da DRGE: choro intenso, náusea e baixo ganho ponderal. Ácido clorídrico ;► pH = 4 ► ativação do pepsinogênio ► pepsina. Esofagite: rara em lactente. Facilitadores da DRGE: prematuridade, paralisia cerebral, laringotraqueomalácia e constipação. Exames: manometria, impedância e pHmetria. Tratamento: postural, procinéticos, inibidores da secreção ácida (ranitidina, omeprazol e lansoprazol) e fórmulas espessadas. Goma jataí: para RGE não complicado.
Link para o artigo Doença do refluxogastroesofágico: diagnóstico e tratamento, do prof. Junqueira, publicado na Revista de Pediatria da SOPERJ

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

562 - VI Jornada Multidisciplinar do Hospital de Messejana

Dando prosseguimento à comemoração dos 80 anos do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, aconteceu na semana passada a "VI Jornada Multidisciplinar do Hospital de Messejana". Este evento científico teve início em 21 de novembro, às 9 horas, com a conferência magna “Perfil da Medicina de Emergência no Brasil”, apresentada pelo Dr. Luís Alegrette Borges, vice-presidente da ABRAMED.
A seguir, nos dias 21 e 22, foram realizados todos os demais módulos da Jornada, a qual contou com um grande número de participantes.
Destaque para a palestra "História e Missão da UTI Respiratória Prof. Mario Rigatto", a cargo da médica pneumologista Dra. Simone Castelo Branco Fortaleza, que, entre as fontes de consulta para a sua exposição, incluiu o "PORTAL DE MEMÓRIAS: Paulo Gurgel, um médico de letras", livro organizado por Marcelo Gurgel. Neste módulo, antigos e atuais colaboradores da instituição receberam placas de reconhecimento pelas contribuições prestadas à UTI Respiratória Prof. Mário Rigatto, que já completou 17 anos de funcionamento.
Meus sinceros agradecimentos à direção do Hospital de Messejana, especialmente ao Dr. Ernani Ximenes Rodrigues, por me haver incluído entre os homenageados.