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quinta-feira, 18 de julho de 2019

1106 - Os "pulmões" de Botticelli

A pintura "Primavera" ou "Alegria da Primavera", de Sandro Botticelli (1445-1510), é uma obra mundialmente famosa, até hoje envolvida em muitas controvérsias relacionadas com o seu conteúdo e significado. É uma têmpera sobre madeira se que encontra na Galeria Uffizi, em Florença, desde 1919.
Na obra, o cenário dos acontecimentos é um bosque com árvores dando frutos alaranjados. Há algumas entradas de luz, mas duas delas, atrás da personagem central, chamam a atenção por suas formas. Guardam estas semelhanças com pulmões.
Sabemos que Botticelli teve lições de anatomia em Bolonha, foi influenciado pelos livros de Mondino dei Liuzzi e Girolamo Manfredi e, seguramente, entrou em contato com os desenhos do amigo Leonardo da Vinci.
Estudos também já identificaram a representação de detalhes da anatomia pulmonar em "O Nascimento de Vênus", outra pintura famosa de Botticelli.
Detalhe de "Primavera" (1/6 do quadro)

segunda-feira, 17 de abril de 2017

971 - O charlatão

Charlatanismo é a prática do charlatão, palavra que deriva do italiano ciarlatano, por sua vez derivada de ciarla, ciarlare (de "falar", "conversar"), Neste caso seria equivalente, em português, a "parlapatão" – pois denota o uso da palavra para ludibriar outrem.
Em outros idiomas o charlatanismo adquire a acepção de exercício ilegal da medicina, ao passo que em português tem significado comum de vendedor de substâncias pretensamente medicinais, curativas, que apregoa com vantagens, daí a nome curandeirismo.
Em sentido geral e vulgar, portanto, os termos "charlatanismo" e "curandeirismo" fundem-se e podem ser definidos como toda prática pseudocientífica, apregoada por alguém com vantagens fraudulentas, pecuniárias ou não, ludibriando a outros – isso é, oferecendo algo vantajoso sem realmente ser. O termo inglês quack poderia então ser traduzido como curandeiro.
O charlatão é, para o Direito, um tipo de fraudador. Segundo Magalhães Noronha "É o estelionatário da Medicina; sabe que não cura; é o primeiro a não acreditar nas virtudes do que proclama, mas continua em seu mister, ilaqueando, mistificando, fraudando etc."
No Brasil o charlatanismo é um tipo penal, tipificado no artigo 283 do Código Penal Brasileiro.
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Note-se que o efeito "cura" não importa: quer a vítima tenha ou não se curado, o charlatão continua incurso no tipo penal.
Imagem: El charlatán (1942), óleo sobre tela de José Chávez Morado, pintor mexicano (Philadelphia Museum of Art).

sexta-feira, 24 de março de 2017

963 - Medicina tibetana e a passagem da luz

Certa vez visitei o Hospital de Medicina Tradicional, em Lhasa, onde as paredes são revestidas com 76 thangkas enormes - imagens que ilustram os processos pelos quais o corpo humano se supõe funcionar, e que são usados ​​como um auxílio no diagnóstico e tratamento. O chefe do hospital explicou o seu uso, que nestes dias é complementado por técnicas como raios-X e ultrassom. Apesar do fato de que eles não se encaixam com a nossa concepção ocidental de como o corpo funciona, foi surpreendente como muitas vezes o seu uso levou a um diagnóstico correto.
Um dia vou escrever um livro sobre eles - ou, pelo menos, vou terminá-lo já que foi iniciado. Nele, vou comparar o uso tibetano dos thangkas com a maneira pela qual o físico escocês Jame Clerk Maxwell diagnosticou corretamente a passagem das ondas eletromagnéticas (como ondas de luz ou ondas de rádio) através do espaço, apesar de usar um modelo que agora sabemos ser absurdo.
O modelo de Maxwell retratava o espaço como sendo preenchido com uma substância tênue, invisível e fluida, chamada de éter. Ele imaginou que o éter estaria cheio de vórtices de contra-rotação que agiriam como rodas de engrenagem para fazer passar uma perturbação ao longo do mesmo, e seu diagnóstico consistiu em escrever um conjunto de quatro equações para descrever este modelo em termos matemáticos.
Ainda hoje usamos essas equações. Elas são tão corretas quanto as medições podem provar, e até mesmo diante dos efeitos relativistas, ainda que Einstein só tenha desenvolvido suas teorias da relatividade algumas décadas mais tarde.
Mas, como sabemos agora, o éter não existe. O que só mostra que a correção de um diagnóstico não significa que a imagem que usamos para alcançá-lo também esteja correta. Meu único artigo publicado na filosofia expande essa ideia, mas não precisa de uma filosofia profunda para captar o ponto principal: modelos e imagens são uma grande ajuda para o pensamento, mas o fato de que eles funcionem não significa que devemos segui-los literalmente - na ciência, na medicina, ou mesmo pela vida inteira.
In: lenfisherscience.com, traduzido por PGCS

domingo, 16 de fevereiro de 2014

588 - Lição de "emotomia"

Outra paródia de "Lição de anatomia do Dr. Nicolas Tulp", quadro do pintor holandês Rembrandt. Desta vez, os personagens do famoso quadro tem os rostos substituídos por emoticons.
Emojinal Art Gallery
114 - Lições de paródia

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

222 - Pinturas microbianas

Sir Alexander Fleming tornou-se célebre pela descoberta da penicilina em 1928, ao observar o efeito inibitório de colônias de fungos do gênero Penicillium sobre o crescimento de colônias de estafilococos. Devido a este fato, em 1945, ele foi um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina.
Fleming foi também um dos primeiros a apostar no "potencial artístico" dos micróbios. Ao lado, está um exemplo de uma das pinturas microbianas de sua coleção.

Imagem: Kevin Brown, do Alexander Fleming Laboratory Museum


Pode se interessar em ler Quem criou esta imagem?

domingo, 15 de agosto de 2010

195 - Abstrações

Nos campos de um microscópio, os germes da tuberculose apresentam-se, ao esfregaço do escarro corado pela técnica de Ziehl-Neelsen, como traços e vírgulas em meio a um emaranhado de trabéculas de fibrina e mucina. O que fez com que o pneumologista José Rosemberg comparasse uma cena microscópica do referido exame com uma tela abstrata (imagem abaixo) do pintor norte-americano Jack Pollock.


Publicado em EntreMentes

sábado, 29 de maio de 2010

117 - O pintor do sonho norte-americano

É cativante esta imagem, não?
É a reprodução de "Doctor and the Doll", um Rockwell que a gente identifica sem pestanejar.

Norman Rockwell (1894-1978) foi um pintor e ilustrador muito popular em seu país, os Estados Unidos da América. Em virtude das centenas de capas que ele fez, durante mais de quatro décadas, para a revista The Saturday Evening Post e das pinturas em que ele registrou as cenas da vida estadunidense nas pequenas cidades.
Nenhum outro desenhista ilustrou de forma tão soberba o american way of life.
Seus desenhos e pinturas são famosos pela meticulosidade e pela exatidão das cores e traços. Ele gostava de dar especial atenção às expressões faciais, as quais eram por ele capturadas de um modo algo caricatural.

Publicado na íntegra em EntreMentes

quarta-feira, 26 de maio de 2010

114 - Lições de paródia














À esquerda, uma reprodução da tela "Lição de Anatomia do Dr. Nicolas Tulp", pintada pelo holandês Rembrandt, em 1632.
Fonte: AS MAIS BELAS PINTURAS SOBRE TEMAS MÉDICOS, de Joffre M. de Rezende
À direita, a fotografia de uma das obras de Ju Duoqui, uma artista chinesa que recria com legumes e verduras as telas de artistas famosos.

Publicado em EntreMentes