quinta-feira, 25 de abril de 2019

1094 - Tatuagens de cicatrizes e marcas de nascença

"Quero ficar no teu corpo / Feito tatuagem / Que é pra te dar coragem / Pra seguir viagem / Quando a noite vem." ~ Chico Buarque
Algumas pessoas fazem tatuagens para encobrir cicatrizes de queimaduras e cortes, marcas de nascença, amputações e outros ferimentos. Outras usam tatuagens para incorporar a essas lesões uma forma de arte. É uma maneira de celebrar a história da pele e, muitas vezes, o senso de humor da própria pessoa.
O tatuador Eric Catalano fez este excelente trabalho em que deu "unhas" a um homem que perdeu partes de dois dedos.
Bored Panda tem uma galeria de 68 dessas tatuagens inteligentes incorporadas a anomalias corporais.
Pesquisa🔍
Resultados da busca da palavra tatuagem no blog Nova Acta.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

1093 - O cruzamento de espécies

Pergunta. Deixando de lado todas as miríades de objeções éticas, os chimpanzés e os humanos poderiam se cruzar com sucesso? – J. Goodall
Resposta. Ninguém sabe - ou se o fizerem, eles estão guardando para si mesmos, diz o Dr. Ian York, do Centro Médico da Universidade de Massachusetts. Vamos começar com uma questão relativamente simples: os humanos e os chimpanzés podem cruzar-se para produzir descendentes férteis? A resposta é um claro "não"; chimpanzés e humanos têm diferentes números de cromossomos (humanos 23 pares, chimpanzés 24), que quase (não completamente) significa que qualquer descendente hipotético seria estéril.
Membros de diferentes espécies podem, de fato, às vezes se cruzar. Os exemplos mais óbvios são cavalos e burros, que são espécies diferentes, têm números cromossômicos diferentes, mas podem se cruzar produzindo mulas.
Além disso, porém, diz o Dr. York, não há uma regra simples para determinar quais espécies podem se cruzar. Os seres humanos e os chimpanzés divergiram (na evolução) aproximadamente ao mesmo tempo que cavalos e burros (entre 5 e 10 milhões de anos atrás) e, muito grosseiramente, são tão semelhantes, geneticamente, quanto cavalos e burros. Mas isso não garante nada; é um assunto caso a caso. Algumas espécies que são mais semelhantes que humanos a chimpanzés não podem se cruzar.
"Em princípio, é perfeitamente possível que os chimpanzés e os humanos possam se cruzar. Em princípio, é inteiramente possível que eles não consigam. A menos que a experiência seja feita, não saberemos." – The Hook
Ler também: Humanzee (um hipotético híbrido humano/chimpanzé). Uma tentativa fracassada de criar tal híbrido foi feita por Ilya Ivanovich Ivanov, na década de 1920.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

1092 - Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado

Uma nova técnica desenvolvida por Talissa Altes, MD, usa imagens de ressonância magnética com gás hiperpolarizado (hélio-3) para avaliar os resultados de um tratamento da fibrose cística.
Uma doença letal
A fibrose cística [1] [2] [3] [4] é uma doença respiratória que causa densos acúmulos de muco nos espaços aéreos dos pulmões. Isso dificulta a respiração e leva a uma infecção potencialmente fatal, matando muitos pacientes antes que eles atinjam os 50 anos de idade.
Não há cura, mas há tratamento.
O problema com o tratamento é não haver uma maneira consistente de determinar se o medicamento está efetivamente funcionando de pessoa para pessoa.
Até agora.
A descoberta da imagem com hélio
Altes, do Departamento de Radiologia da Universidade de Virgínia, EUA, foi o principal autor do novo estudo que desenvolveu a ideia de usar imagens com hélio para testar a eficácia de uma droga na fibrose cística.
A técnica foi cunhada de Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado e é essencialmente isto: hélio (especificamente hélio-3) sendo usado como um agente de contraste dentro dos pulmões na ressonância magnética. Um pulmão saudável aparecerá completamente branco quando o hélio estiver presente e livre para vaguear, de acordo com Altes.
Em um pulmão doentio, onde a ventilação sofre bloqueios, o hélio não poderá circular livremente. Essas áreas bloqueadas aparecerão escuras na imagem.
Basicamente, é um teste com corante. Ao comparar as áreas brancas com as escuras das imagens por hélio, o radiologista poderá dizer se e quão bem a droga para a fibrose cística está funcionando de paciente para paciente.
Mais branco = tratamento mais eficaz. Menos branco = tratamento menos eficaz.
Helium imaging used to measure cystic fibrosis treatment, Zephyr

quinta-feira, 4 de abril de 2019

1091 - A tributação progressiva sobre o cigarro: um dos fatores que levaram à redução de fumantes no Brasil

Questionado sobre a criação, por parte do ministério da Justiça, de um grupo de trabalho para avaliar a redução da impostos de cigarros fabricados no Brasil, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que precisava estudar a portaria, mas afirmou que estava preocupado com possíveis impactos como um aumento no consumo.
A instituição deste grupo de trabalho foi publicada no Diário Oficial da União de 26 de agosto. Segundo o documento, a ideia é realizar estudos sobre a tributação atual e analisar propostas de mudanças com o objetivo de "diminuir o consumo de cigarros estrangeiros de baixa qualidade, o contrabando e os riscos à saúde dele decorrentes".
Em audiência pública na CCJ (comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o ministro da Justiça disse que não há nenhuma posição tomada. Segundo ele, quase metade do mercado brasileiro é dominado pelo cigarro paraguaio, de baixa qualidade. "O controle de qualidade é inferior ao do cigarro brasileiro. Existe um problema de saúde pública, então é preferível, sem elevação de consumo, que este mercado fosse preenchido pelo cigarro brasileiro submetido a maiores controles".
O aumento progressivo de impostos sobre o cigarro foi adotado no Brasil entre 2011 e 2016. Desde então, especialistas na área da saúde apontam a política como um dos fatores que levaram à redução de fumantes no país. Em 2011, a taxa de fumantes no Brasil era de 14,8%. Em 2017, passou a para 10,1%.
Representantes da indústria do tabaco, no entanto, têm pressionado para rever os valores, sob o argumento de que a medida tem estimulado o contrabando de cigarros ilegais no Brasil. O anúncio da criação de um grupo de trabalho para analisar uma possível redução nos impostos sobre esses produtos, assim, indica um aceno do governo à demanda dos fabricantes.
"Meu governo é isso aí, taoquei?!"
A ACT Promoção da Saúde, ONG que atua na área de controle do tabaco e prevenção de doenças crônicas, diz "discordar firmemente" da proposta. A organização cita dados do estudo Atlas do Tabaco, que mostram que o preço mínimo de cigarros hoje no Brasil ainda é baixo - equivalente a praticamente a metade do que é praticado em outros países. A entidade lembra ainda que o aumento de impostos sobre o cigarro é uma das ações recomendadas na Convenção para o Controle do Tabaco, tratado assinado por 181 países e do qual o Brasil é signatário.

quinta-feira, 28 de março de 2019

1090 - Primeiro aniversário da Faculdade Rodolfo Teófilo

A Faculdade Rodolfo Teófilo (FRT) é a única escola superior particular no Ceará que começou suas atividades já com um hospital próprio, o Hospital Haroldo Juaçaba, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC). São quatro cursos de graduação na área da saúde ofertados: Enfermagem, Fisioterapia, Gestão Hospitalar e Serviço Social. Os alunos desde o início do curso podem realizar estágios dentro do próprio ICC.
A comemoração do primeiro ano de funcionamento da faculdade aconteceu na noite de 12 de março de 2019, em sua sede da Avenida do Imperador. Essa programação foi aberta com a apresentação do Coral do ICC, sendo seguida pelas palestras do Prof. Dr. Marcus Vale, que discorreu sobre a vida e obra do farmacêutico e escritor Rodolfo Teófilo, e do Prof. Dr. Milton Sousa, abordando o tema: Inovação, oportunidades e horizontes.
Transcrito do Blog do Marcelo Gurgel

quinta-feira, 21 de março de 2019

1089 - Eritrócito ao capilar

Microscopia eletrônica de varredura (MEV) colorida de um eritrócito (glóbulo vermelho) espremendo-se em um capilar. É aqui que acontece a liberação de oxigênio para os tecidos circundantes.
Ampliação: 9000 X
https://t.co/wSYVebsVZr
Crédito THOMAS DEERINCK, NCMIR / SCIENCE PHOTO LIBRARY

quinta-feira, 14 de março de 2019

1088 - Atenção às mulheres com gestação de anencéfalos

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o primado dos direitos e garantias fundamentais e reconheceu a universalidade do direito à saúde e o dever do Estado de garantir e oferecer meios e acesso para o exercício desse direito.
 A anencefalia é uma malformação incompatível com a vida. Dados de literatura relatam que entre 75% a 80% dos fetos com anencefalia são natimortos, ou seja, morrem ainda no útero. O restante morre dentro de horas ou poucos dias após o parto. O prolongamento dessa gestação pode afetar o bem-estar físico e mental da mulher e até mesmo colocar a sua vida em risco.
Nos dias 11 e 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54, proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, e decidiu, definitivamente, que a mulher com gestação de anencéfalo poderá manter ou interromper a gestação, se assim o desejar, na rede pública ou no serviço privado de saúde. Portanto, não é mais necessária qualquer autorização judicial para a realização do procedimento.
De acordo com essa decisão definitiva do STF, a proibição do aborto prevista no atual Código Penal brasileiro não se aplica ao caso de fetos anencéfalos, em síntese: (i) porque a causa da morte fetal decorre, unicamente, de sua própria malformação incurável, sendo incabível alegar-se violação à vida do feto, não sendo possível, sequer, falar-se em aborto em termos jurídicos; (ii) porque não se pode interpretar a lei penal descriminalizadora de modo restritivo, desconsiderando-se a realidade e o fato de que, em 1940, quando redigido o Código Penal, era impossível prever as anomalias fetais, ao passo que, atualmente, a anencefalia é diagnosticável com 100% de certeza por ultrassonografia; (iii) porque obrigar a mulher a manter a gestação de anencéfalo, contra sua vontade, é submetê-la à tortura psicológica, violando sua saúde física e mental e afrontando seus direitos fundamentais, protegidos pela Constituição Federal, como: dignidade da pessoa humana, saúde, privacidade, liberdade e autonomia da vontade.
Essa decisão do STF tem efeito em todo território nacional: a mulher que desejar interromper a gestação de anencéfalo e o/a(s) médico/a(s) que realizar(em) o procedimento não estarão praticando aborto, portanto, não estarão praticando nenhum crime. E, se as mulheres optarem pela interrupção da gestação ou antecipação terapêutica do parto nesses casos, os hospitais têm o dever de realizar o procedimento, dando toda a assistência à mulher.
Introdução de Atenção às mulheres com gestação de anencéfalos - Norma Técnica do Ministério da Saúde (2014)

quinta-feira, 7 de março de 2019

1087 - Um experimento em microbiologia para 500 anos

Em algum lugar da Universidade de Edimburgo, há uma caixa de carvalho contendo 400 frascos selados de vidro - bem, agora são alguns menos - que contêm esporos secos de B. subtilis e Chroococcidiopsis sp.
(A) Bacillus subtilis, uma bactéria Gram-positiva. (B) A estrutura de um esporo bacteriano típico. As múltiplas camadas do esporo servem para proteger o genoma, que está alojado no núcleo parcialmente desidratado. (C) Chroococcidiopsis sp., uma cianobactéria extrema tolerante à dessecação.
A 500-year experiment, por Charles Cockell
No Museu de História Natural de Londres há réplicas dessa caixa e do seu conteúdo. Eles são o material de um experimento sobre a sobrevivência a longo prazo das bactérias. Tão longo é esse prazo que o experimento, que começou em 2014, não terminará até 30 de junho de 2514. Sim, é uma experiência que durará 500 anos . Então, não digam agora que os cientistas não são pacientes. A ideia é que a cada dois anos, durante os primeiros 24 anos do experimento, seis frascos sejam retirados de cada uma das caixas, eles sejam abertos, os esporos sejam reidratados e sua capacidade de germinar seja observada. Três dos frascos estão em uma caixa de papelão simples, os outros três em uma caixa de chumbo para protegê-los da radiação ambiente. A partir daí, o processo é repetido a cada 25 anos até atingir 2514. Nas observações realizadas em 2014 e 2016 não foi encontrado que a capacidade de germinação dos esporos tenha sido reduzida; Os resultados de 2018 ainda não foram publicados, mas presume-se que não haja muita diferença. O maior problema desta experiência é arranjar alguém que, dentro de vários séculos,, seja capaz de saber o que fazer com as amostras que estão nas caixas, assumindo-se que a civilização e a ciência continuem a existir, e que as caixas não estejam perdidas em um porão qualquer, é claro.
As experiências mais longas da história até agora:
A Campainha Oxford, que funciona com duas pilhas secas desde 1840. Desconhece-se a exata composição dessas pilhas que fornecem eletricidade para que a campainha funcione há 176 anos.
O Relógio Beverly, situado no Departamento de Física da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia. Acionado por variações de temperatura e pressão atmosférica, o relógio funciona desde que foi construído em 1864.
A Gota de Piche, na Universidade de Queensland, na Austrália, um experimento que teve início em 1927. Desde que o piche começou a fluir através de um funil já gotejou em nove ocasiões: a primeira, em 1938 (onze anos depois), e a última, em julho de 2013.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

1086 - Expectoração de um molde do brônquio direito

Um homem de 36 anos foi internado na unidade de terapia intensiva com uma exacerbação aguda de insuficiência cardíaca crônica. Sua história clínica incluía insuficiência cardíaca com fração de ejeção de 20%, substituição valvular aórtica (bioprótese) para estenose aórtica bicúspide, implante de stent endovascular de aneurisma aórtico e colocação de marca-passo permanente para bloqueio cardíaco completo.
Um dispositivo de assistência ventricular foi colocado para o tratamento da agudização da insuficiência cardíaca e uma infusão contínua de heparina foi iniciada para a anticoagulação sistêmica. Durante a semana seguinte, o paciente apresentou episódios de hemoptise de pequeno volume, aumentando o desconforto respiratório e necessitando do uso de oxigênio suplementar (até 20 litros administrados por meio de uma cânula nasal de alto fluxo).
Por ocasião de uma crise intensa de tosse, o paciente expectorou espontaneamente um molde intacto da árvore brônquica direita. A árvore brônquica direita consiste de três ramos segmentares no lobo superior (setas azuis), dois ramos segmentares no lobo médio (setas brancas) e cinco ramos segmentares no lobo inferior (setas pretas).
O paciente foi subsequentemente entubado e a broncoscopia flexível revelou uma pequena quantidade de sangue nos ramos basilares do lobo inferior direito. Extubado dois dias depois, não teve mais episódios de hemoptise.
Uma semana após a extubação, ele morreu de complicações da insuficiência cardíaca (sobrecarga de volume e débito cardíaco hipossuficiente).
Cast of the right bronchial tree
N Engl J Med 2018; 379:2151
DOI: 10.1056/NEJMicm1806493
Gavitt A. Woodard, MD
 Georg M. Wieselthaler, MD 
Universidade da Califórnia, São Francisco - CA
Ver também... 
Minha resposta no blog EM a esta pergunta: Árvore em brotamento?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

1085 - Nuvens marrons e CFC

Veerabhadran Ramanathan (24 de novembro de 1944), cientista atmosférico indiano que, em 1999, descobriu a"Asian Brown Cloud" (foto WIKI) - camadas errantes de poluição do ar tão amplas quanto um continente e mais profunda que o Grand Canyon. As partículas escuras nessas nuvens marrons podem reduzir a chuva, secar a superfície do planeta, resfriar os trópicos e reduzir a luz solar - escurecimento global.
Em 1975, Ramanathan foi o primeiro a demonstrar que os CFCs são os principais gases do efeito estufa. Seus cálculos mostraram que cada molécula de CFC na atmosfera contribui mais para o efeito estufa do que 10.000 moléculas de dióxido de carbono.
Arquivo
76 - "Bombinhas" sem CFC
922 - "O homem que matou um bilhão de pessoas"

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

1084 - Doença de Chagas oral

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) padronizou uma técnica de análise capaz de detectar a presença do material genético do parasito causador da doença de Chagas em alimentos à base de açaí. O método pode contribuir para a investigação dos casos de transmissão por via oral, que atualmente representam quase 70% dos registros de infecção aguda no Brasil – forma da doença que pode ser fatal. Os resultados, obtidos a partir de uma colaboração entre pesquisadores do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), foram publicados na revista científica Parasites and Vectors.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016, o Brasil registrou, em média, 200 casos agudos de doença de Chagas por ano. Destes, 69% foram causados por transmissão oral, derivada da contaminação de bebidas e comidas. Embora casos de infecção já tenham sido ligados ao consumo de outros alimentos, o açaí é o item mais frequentemente associado a essa rota de transmissão do T. cruzi. Entre as notificações registradas de 2007 a 2016, cerca de 95% ocorreram na região Norte, com 85% no estado do Pará, onde o consumo do suco fresco de açaí é um item tradicional da cultura alimentar.
Pesquisas apontam que o aquecimento acima de 45 ºC e a pasteurização são medidas eficazes para matar o T. cruzi. Por outro lado, o simples congelamento dos frutos pode não ser suficiente. Um estudo mostrou que o parasito continuava infectivo após 26 horas de contato com a polpa de açaí congelada. Para evitar a contaminação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda uma série de medidas, que vão desde cuidados como retirar galhos, troncos e demais folhagens do cacho de açaí no momento da colheita até a seleção, lavagem e desinfecção dos frutos antes do preparo na etapa de processamento.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas na fase aguda da doença de Chagas. Quando acontecem, as manifestações mais comuns são febre por mais de sete dias, dor de cabeça, fraqueza intensa, inchaço no rosto e nas pernas. Principalmente nos casos de transmissão oral, dor de estômago, vômitos e diarreia são frequentes. Em até 5% dos casos, a infecção aguda por via oral pode levar à morte. O tratamento indicado para a forma aguda da infecção inclui medicamento específico contra o T. cruzi e, na maioria dos casos, é eficaz para curar o agravo. Entre os pacientes não tratados, um terço desenvolve a forma crônica da doença, na qual problemas cardíacos ou digestivos podem se manifestar cerca de 20 a 30 anos depois da infecção.
Extraído de: Método detecta parasito da doença de Chagas em açaí, Portal Fiocruz

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

1083 - Coração materno

Mãe morre no parto e seu coração é doado a um rapaz (de camisa preta). Veja a reação do bebê diante do rapaz.
Campanha CCTV
"Se non è vero, è ben trovato."

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

1082 - Para onde vai a gordura que você perde?

Como parte de um estudo sobre esse assunto em particular, cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, formularam uma questão muito simples aos profissionais de saúde: quando alguém perde peso, para onde vai a gordura? Dos 150 nutricionistas, médicos e personal trainers entrevistados, apenas três deles responderam à questão corretamente.
Ao escrever para o site The Conversation, os cientistas-assistentes Ruben Meerman e Andrew Brown, professor e chefe de biotecnologia e ciências biomoleculares da universidade, explicaram os resultados da pesquisa – e assim como os profissionais de saúde que foram questionados, você pode se surpreender com o que eles relataram.
Eles escreveram: "o equívoco mais comum, de longe, é que a gordura é convertida em energia. O problema com essa teoria é que ela viola a lei da conservação da matéria, da qual obedecem todas as reações químicas". Outros entrevistados acreditavam que a gordura era convertida em músculo, o que, segundo eles explicaram, "é impossível". Outra teoria era que ela deixa o corpo através do cólon, que também foi provado estar incorreto.
Então qual a resposta? 
 "A gordura é convertida em água e dióxido de carbono. Você exala o dióxido de carbono e a água se mistura na sua circulação até se perder na urina ou no suor. Se você perder 10 quilos de gordura, precisamente 8,4 kg sairão pelos pulmões e os 1,6 kg restantes se transformarão em água. Em outras palavras, quase todo o peso que perdemos é exalado."
Enquanto isso pode surpreender as pessoas, quase tudo o que comemos volta pelos pulmões. Por exemplo, todos os carboidratos que você digere e quase todas as gorduras são convertidos em água e dióxido de carbono. O mesmo vale para a proteína e o álcool, além de uma pequena quantidade da primeira, que é transformada em ureia e outros sólidos, e excretada na forma de urina.
Os cientistas apontaram que o único alimento que chega não digerido ao cólon é a fibra dietética, como o milho. O resto é absorvido pela corrente sanguínea e pelos órgãos.
When we lose weight, where does it go?
http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=11394
PÔR IMAGEM

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

1080 - O cigarro de palha


"Meu cigarro de palha 
Meu cavalo ligeiro
Minha rede de malha
Meu cachorro trigueiro."
(Luiz Gonzaga)
Todos os produtos do tabaco quando inalados são prejudiciais à saúde. Esta regra também se aplica ao cigarro de palha, o cigarro enrolado manualmente.
Um cigarro de palha equivale a 2-3 cigarros de papel. Como ele não tem filtro, maior quantidade de fumaça é tragada ao ser consumido.
A maioria das marcas do cigarro artesanalmente fabricado não segue padrões de qualidade nem de controle sanitário durante sua produção. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial apontou que existem no Brasil pelo menos 18 fabricantes irregulares (12 só em Minas Gerais). Estes cigarros são geralmente feitos em locais improvisados, com equipamentos precários e sem registro na Anvisa.
Na lista da Anvisa, apenas 13 empresas no país possuem a devida autorização.
(https://globoplay.globo.com/v/7140767/programa/)
Imagem: http://guilkato.blogspot.com/2009/04/cigarro-de-palha.html

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

1079 - A eletroterapia piscatória

Se você estivesse sofrendo de hemorroidas, você consideraria a possibilidade de aplicar na área afetada choques elétricos de 350 volts fornecidos por um peixe elétrico?
Por mais improváveis que pareçam, tais práticas eram conhecidas no tempo dos antigos romanos - precedendo as modernas máquinas TENS por cerca de 2 mil anos.
Plínio e Plutarco reconheciam o efeito entorpecedor da eletricidade pela aplicação do peixe torpedo ao corpo. Scribonius Largus defendeu o uso da eletroterapia piscatória para o alívio da dor associada a gota, dor de cabeça, artrite e hemorroidas.
Diversos bagres possuem órgãos eletrogênicos bem desenvolvidos que os tornam capazes de fornecer corrente elétrica, incluindo o grande bagre do Nilo.
Foto: Malapterurus electricus
https://www.improbable.com/2018/07/26/shocking-fish-therapy-for-hemorrhoids-and-other-ailments/
https://en.wikipedia.org/wiki/Electric_catfish

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

1078 - Unidades do Sistema Internacional

As unidades de base do Sistema Internacional (SI) são seis: metro (comprimento), quilograma (massa), segundo (tempo), ampere (corrente elétrica), Kelvin (temperatura), mole (quantidade de substância) e candela (intensidade luminosa).
No SI há também as unidades derivadas, que são formadas por potências, produtos ou quocientes das unidades de base. Exemplos: hertz, Newton, pascal, joule, watt, coulomb, volt, ohm, graus Celsius e lúmen, entre outras.
E há ainda as unidades não SI que nunca foram sancionadas pela Conferência Geral sobre Pesos e Medidas, a CGPM, mas que continuam sendo usadas em todo o mundo. O caso do milímetro de mercúrio (mmHg) na medicina, por exemplo. (*)
Esfigmomanômetro ou tensiômetro - o dispositivo tradicional que mede a pressão arterial usando mercúrio em um manômetro. As pressões são nele registradas em "milímetros de mercúrio" - uma unidade não-SI.
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/International_System_of_Units
(*) O número indicado na embalagem das meias Kendall® ao lado desta sigla (mmHg) significa o quanto as meias têm de "pressão" ao nível do tornozelo. As meias de compressão Kendall® possuem compressão graduada, que garante uma maior compressão no tornozelo e um decréscimo gradual até a altura da coxa, facilitando a circulação sanguínea. | O manovacuômetro, que é utilizado para medir as pressões respiratórias máximas, fornece os resultados em milímetros de mercúrio.
Arquivo
321 - Velcro
437 - A termometria clínica
882 - Anvisa propõe proibir termômetros (e tensiômetros) com mercúrio no país

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

1077 - Um conforto às famílias dos pacientes

Uma enfermeira do Intermountain Medical Center, em Salt Lake City, é responsável por uma forma de iniciativa para confortar os familiares dos pacientes que morreram na UTI respiratória do hospital, relata a TV KSL.
Para consolar os parentes dos pacientes, Lisa Beglarian, imprime a tira de um eletrocardiograma do paciente e coloca-a em um tubo de laboratório, com a seguinte mensagem para a família dele:
"Que meu coração seja sempre um suave lembrete do amor que tenho por você."
Aqui está uma foto de uma tira de ECG, com o cartão que Beglarian fez em nome do paciente:

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

1076 - John Snow, pioneiro da epidemiologia





Em 1854, o Dr. John Snow (15 de março de 1813 - 16 de junho de 1858) removeu a alça da bomba de água pública no cruzamento da Broad Street (agora Broadwick Street) com a Cambridge Street (agora Lexington Street), no Soho, Londres, impedindo assim a propagação da cólera.
Ele havia mapeado os focos e, como conclusão de seu estudo, suspeitou da contaminação dessa fonte comunitária de água. Ele estava certo neste que foi um dos gestos mais simbólicos da história da saúde pública. Poucos dias depois da remoção da alça da bomba, novos casos de doença haviam cessado. A investigação do local mostrou que o esgoto de uma fossa com vazamento havia contaminado a água do poço.
Assim Snow, que já era um célebre anestesista, tornou-se um pioneiro da epidemiologia.

Imagem - Uma réplica da bomba, com uma placa memorial e sem a alça (para significar a ação de Snow para deter o surto) foi erguida em 1992, perto da localização da bomba de água original.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

1075 - A face da dor testicular

Um exame de ultrassom (dezembro de 2009) causou espanto a dois médicos da Universidade Queen, em Ontário, no Canadá. Ao analisar o exame do tumor de testículo de um homem de 45 anos, eles se depararam com uma imagem que mostra algo semelhante a um rosto humano com aparência assustada.
"Enquanto analisávamos o exame, os residentes e o pessoal médico se surpreenderam ao ver o contorno de um rosto de um homem olhando para o alto, com a boca aberta como se estivesse experimentando dores fortes", escreveram os médicos Greg Roberts e Naji Touma na revista científica "Urology" (2011).
O artigo ganhou o nome de "The face of testicular pain: A surprising ultrasound finding" (A face da dor testicular: uma surpreendente achado ultrassonográfico).
"Houve um breve debate sobre se a imagem podia ser de uma divindade (talvez Min, o deus egípcio da virilidade); no entanto, ficou estabelecido por consenso que se tratava de uma mera coincidência mais do que uma proclamação divina", concluíram os médicos.
Man’s face appears in tumour in ultrasound oddity, The Star

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

1074 - Salvando a camada de ozônio: um esforço internacional

Antarctic ozone hole on 16 September 1987. Credit: NASA Earth Observatorypor Annabel Sturgess
O ozônio, uma molécula gasosa altamente reativa que consiste em três átomos de oxigênio, forma uma camada que é encontrada na estratosfera da Terra, a parte da atmosfera a cerca de 10 a 50 km acima do nível do mar. A existência da camada de ozônio é essencial para proteger toda a vida na Terra, uma vez que absorve eficazmente a radiação ultravioleta (UV) prejudicial do Sol. Sem a camada de ozônio, essa radiação causaria danos genéticos, resultando em problemas como câncer de pele em humanos e problemas de crescimento em plantas.
Em 1985, cientistas que trabalhavam para a British Antarctic Survey descobriram que a camada de ozônio sobre a Antártida tinha se esgotado. O monitoramento do ozônio havia começado em 1957. Os dados mostraram que os níveis de ozônio haviam diminuído na primavera durante os anos 80. Em seguida, cientistas da Nasa confirmaram que esse esgotamento do ozônio se estendia a todo o continente antártico. Em 1992, o buraco na camada de ozônio era do tamanho da América do Norte.
Esta degradação relativa do ozônio é causada principalmente pela liberação de clorofluorcarbonos (CFCs), substâncias químicas que antes eram amplamente utilizadas em aerossóis. Uma vez que os CFCs atingem a estratosfera da Terra, eles são expostos à radiação UV do Sol, o que faz com que eles se decomponham em substâncias que incluem o cloro. A presença de cloro livre na estratosfera em combinação com a luz solar ocasiona a contínua quebra das moléculas de ozônio.
A destruição da camada de ozônio tem sido particularmente proeminente na Antártida. As baixas temperaturas na região produzem nuvens estratosféricas polares, que aumentam o cloro livre através de reações químicas nas superfícies das nuvens. Isso, além dos longos períodos de sol durante as estações de primavera e verão, fez com que até 65% do ozônio fosse destruído, comparado a 20% no Ártico e cerca de 5-10% em outras regiões do mundo.
Muitas pessoas estavam preocupadas com o esgotamento da camada de ozônio e as implicações que isso poderia ter para a saúde humana. Em 1987, um acordo internacional para proteger a camada de ozônio, chamado Protocolo de Montreal, foi assinado. Este acordo levou a uma redução na liberação de CFCs na atmosfera. O Protocolo de Montreal foi o primeiro tratado da história a alcançar a ratificação universal - o que significa que foi ratificado por todos os Estados membros das Nações Unidas. Seu sucesso levou à recuperação da camada de ozônio sobre a Antártida e à redução da destruição do ozônio em todo o mundo nos últimos anos. O longo tempo de vida atmosférica dos CFCs significa que pode ser 2060 ou 2080 até que o dano seja totalmente reparado, mas a ação rápida realizada em nível internacional ajudou a evitar uma catástrofe global.
Saving the ozone layer: an international effort. Trad.: PGCS
In: https://royalsociety.org/stay-in-touch/blogs/
Ver também postagem 922 de Nova Acta: "O homem que matou um bilhão de pessoas".

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

1073 - Enfermidades raras na Espanha e na Europa

As doenças raras, aquelas que afetam menos de 5 em cada 10.000 pessoas, já são abordadas em muitas publicações, mas este vídeo de três minutos da série Science in Short (Universidade de Múrcia) vem a ser uma boa introdução.
Segundo a OMS, são conhecidas mais de 6 mil doenças raras, sendo 80 por cento delas de origem genética. Na Espanha, há mais de três milhões de pessoas afetadas por qualquer uma delas, um número que chega a trinta milhões em toda a Europa.
69 - Doenças raras 
472 - Sobre doenças raras
713 - Duas razões para estudar as enfermidades raras
800 - Medicamentos órfãos
1014 - O site mesothelioma.net

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

1072 - O artigo de Krebs que foi rejeitado

O editor da revista Nature enviou a carta de rejeição abaixo a Hans Krebs.
No artigo que foi rejeitado, Krebs fazia a descrição de sua recente descoberta do ciclo do ácido cítrico. A seguir, ele enviou o mesmo artigo para a revista Enzymologia, na Holanda, onde foi aceito.
Por essa descoberta, ele ganharia o Prêmio Nobel de 1953 em Fisiologia ou Medicina.
Hans Adolf Krebs (Hildesheim, 25 de agosto de 1900 — Oxford, 22 de novembro de 1981)
Foi um médico e bioquímico alemão. Krebs é conhecido por sua identificação de dois ciclos metabólicos importantes: o ciclo da ureia e o ciclo do ácido cítrico. O último, a sequência-chave de reações químicas metabólicas que produz energia nas células, também é conhecido como o ciclo de Krebs e lhe rendeu o Prêmio Nobel em 1953, que compartilhou com Fritz Lipmann.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

1071 - Lei da constância numérica dos cromossomas

Normalmente, espécies animais e vegetais têm um número de cromossomas constante e determinado que constitui o cariótipo (lei da constância numérica dos cromossomas), embora existam espécies com uma alta variabilidade cariotípica, não só em número como também em forma e tamanho dos cromossomas.
Hoje sabemos, sem dúvida, que nós seres humanos possuímos 46 cromossomos. Mas, por algum tempo, pensamos que tínhamos 48.
A origem do erro está no relatório científico feito pelo zoólogo americano Theophilus Painter, em 1921. que, por mais de 40 anos, não foi contestado. No entanto, em 22 de dezembro de 1955, Joe Hin Tjio, um cientista indonésio que dirigia o laboratório de investigação de reprodução na Estação Experimental de Aula Dei (Zaragoza), chegou a outro resultado. Durante uma estadia na Suécia, para sua surpresa, ele descobriu que realmente são 46, ao testar uma nova técnica de coloração de cromossomos que se revelou muito mais refinada do que as anteriores.
Microsiervos
Não existe relação entre o número de cromossomas e a complexidade das espécies. Exemplos:
Formiga (Myrmecia pilosula), macho - 1
Formiga (Myrmecia pilosula), fêmea - 2
Gato (Felis silvestris catus) - 38
Rato (Mus musculus) - 40
Lebre (Lepus europaeus) - 46
Chimpanzé (Pan troglodytes) - 48
Cavalo (Equus caballus) - 64
Cão (Canis lupus familiaris) - 78
Mariposa - 380
Arquivos:
124 - Rutilismo e dor
710 - A visão super-humana em mulheres
787 - Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

1070 - Novo algoritmo de computador baseado em "octonions" para a classificação da tosse

Destaques
• Novo algoritmo de computador para a classificação de sons da tosse é proposto.
• Parâmetros de sons da tosse são organizados como números de 8 dimensões - "octonions".
• O algoritmo "octoniônico" supera o algoritmo padrão em sensibilidade e especificidade.
Resumo
A avaliação objetiva da frequência da tosse é essencial para a avaliação da tosse e das terapias antitússicas. No entanto, os algoritmos disponíveis para a detecção automática do som da tosse têm uma sensibilidade limitada e a análise do som da tosse requer frequentemente a entrada de observadores humanos. Portanto, um algoritmo para a detecção do som da tosse com alta sensibilidade seria muito útil para o desenvolvimento de monitores de tosse automáticos. Aqui apresentamos um novo algoritmo para classificação de sons de tosse com base em números de 8 dimensões e o comparamos com o algoritmo baseado na rede neural padrão. O desempenho foi avaliado em um conjunto de dados de 5.200 sons de tosse e 90.000 de sons de não-tosse gerados a partir das gravações de som em 18 pacientes com tosse freqüente causada por várias doenças respiratórias. O algoritmo de classificação padrão apresentou sensibilidade de 82,2% e especificidade de 96,4%. Em contraste, o algoritmo de classificação "octoniônica" apresentou sensibilidade significativamente maior, de 96,8%, e especificidade de 98,4%. O uso de "octonions" para classificação de sons de tosse melhorou a sensibilidade e a especificidade da detecção dos sons da tosse.
Novel computer algorithm for cough monitoring based on octonions 
Peter Klcoa, Marian Kollari, Milos Tatar
https://doi.org/10.1016/j.resp.2018.03.010
Humor
Dificuldades à parte com essa classificação, um pneumologista sabe muito bem reconhecer a tosse quando escuta uma.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

1069 - Como tratar um ataque cardíaco no centauro

Dr. Wu e Dr. Funk discutiram no Twitter sobre o tratamento adequado de um centauro tendo um ataque cardíaco. Onde está o coração? Ele tem mais de um coração? Afinal, há animais que têm corações auxiliares (o polvo, por exemplo), e um centauro tem corpo sobrando...
E os pulmões?
Se você é um centauro que está tendo um ataque cardíaco, não se preocupe: Drs. Wu, Funk e amigos estão no caso.
Imagem: veio daqui
E a discussão foi levada ao MetaFilter. É confortante saber que existem muitos seres humanos que se interessam em resolver um problema como este.
16/03/2020 - Desatualizando ... 
De acordo com a mitologia grega, Quíron era metade cavalo, metade médico. Isso fez dele o "C" de CDC.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

1068 - A composição da vacina contra a influenza para 2019

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira (5/10) a Resolução RE 2.714 (http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RE_2714_2018_.pdf/6a3990d4-53cf-489f-b944-7e6ddbf4657c) da Anvisa, com a composição das vacinas influenza a serem utilizadas no Brasil no próximo ano.
Segundo a Resolução, as vacinas influenza trivalentes que devem ser utilizadas a partir de fevereiro de 2019 deverão conter, obrigatoriamente, três tipos de cepas de vírus em combinação, e deverão estar dentro das seguintes especificações:
- Um vírus similar ao vírus influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09.
- Um vírus similar ao vírus influenza A/Switzerland/8060/2017 (H3N2).
- Um vírus similar ao vírus influenza B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87).
As vacinas influenza quadrivalentes (contendo dois tipos de cepas do vírus influenza B) deverão conter um vírus similar ao vírus influenza B/Phuket/3073/2013 (linhagem B/Yamagata/16/88), adicionalmente aos três tipos de cepas especificadas acima.
As vacinas da influenza sazonal são geralmente modificadas a cada ano, para proteção contra as cepas virais de gripe em circulação. Normalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulga, no mês de setembro, a recomendação das cepas de vírus influenza que devem ser utilizadas na produção das vacinas para o Hemisfério Sul.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

1067 - A profissão médica e as ciências

1
José Ortega y Gasset (1883-1955), filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político espanhol.
Ele oferece esta lúcida caracterização das diferenças entre a profissão médica e as ciências das quais esta profissão se utiliza.
La medicina no es ciencia. Es precisamente una profesión, una actividad práctica. Como tal, significa un punto de vista diferente de la ciencia. Se propone curar o mantener la salud en la especie humana. A este fin hecha mano de cuanto parezca a propósito: entra en la ciencia y toma de sus resultados cuanto considera eficaz, pero deja el resto. Deja de la ciencia sobre todo lo que es más característico: la fruición por lo problemático. Bastaría esto para diferenciar radicalmente la medicina de la ciencia. Ésta consiste en un “prurito” de plantear problemas. Cuanto más sea esto, más puramente cumple su misión. Pero la medicina está ahí para aprontar soluciones. Si son científicas, mejor. Pero no es necesario que lo sean. Pueden proceder de una experiencia milenaria que la ciencia aún no ha explicado ni siquiera consagrado. 
[Ortega y Gasset J. Misión de la universidad. Obras completas. Tomo IV. Cuarta Edición. Madrid: Revista de Occidente. 1957, p 340]. Via
2
Segundo Georges Canguilhem, autor de LE NORMAL ET LE PATHOLOGIQUE (O NORMAL E O PATOLOGICO), a medicina, muito mais do que uma ciência propriamente dita, é uma técnica ou uma arte situada na encruzilhada de várias ciências.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

1066 - A ciência precisa de uma solução para a tentação dos resultados positivos

Há alguns anos, os cientistas da empresa de biotecnologia Amgen tentaram replicar 53 estudos de referência que defendiam novas abordagens para o tratamento de cânceres usando moléculas existentes e novas. Eles conseguiram replicar as descobertas da pesquisa original apenas 11% das vezes.
A ciência tem um problema de reprodutibilidade. E as ramificações são generalizadas.
Esses 53 artigos foram publicados em periódicos de alto nível, e os 21 publicados nos periódicos de maior impacto foram citados em média 231 vezes em trabalhos subsequentes.
Em 2011, os produtos farmacêuticos da Bayer relataram um trabalho semelhante de reprodução. Dos 67 projetos que realizaram para reexecutar experimentos (dos quais 47 envolveram câncer), apenas cerca de 25% terminaram com resultados alinhados com os achados originais.
Acontece que a maioria das empresas farmacêuticas realiza regularmente esses tipos de programas de validação internos. Eles parecem céticos sobre as descobertas da literatura publicada. Dado que seu valioso tempo e seu investimento de bilhões de dólares em recursos de pesquisa dependem diretamente do sucesso dos projetos, suas preocupações parecem justificadas.
Infelizmente, não somos todos tão cuidadosos. Mais e mais dados mostram que deveríamos sê-lo.
Em 2015, os pesquisadores relataram sua replicação de 100 experimentos publicados em 2008 em três importantes periódicos de psicologia. Os estudos de psicologia geralmente não geram muito dinheiro ou produtos comercializáveis, portanto, as empresas não se concentram em verificar sua robustez. No entanto, neste experimento, os resultados da pesquisa foram igualmente questionáveis. As descobertas das réplicas coincidiram com os estudos originais de um terço a metade das vezes, dependendo dos critérios usados ​​para definir "similar".
Há várias razões para esta crise. Os próprios cientistas são um pouco culpados. A pesquisa é difícil e raramente perfeita. Uma melhor compreensão da metodologia e as falhas inerentes podem produzir um trabalho mais reprodutível.
O ambiente de pesquisa e seus incentivos agravam o problema . Os acadêmicos são recompensados ​​profissionalmente quando publicam em um periódico de alto nível. Essas revistas são mais propensas a publicar um trabalho novo e sensacionalista. Isso é o que os financiadores querem também . Isso significa que há um incentivo, quase invisível, para alcançar novos e excitantes resultados em experimentos.
Alguns pesquisadores podem ficar tentados a garantir que obtenham "resultados novos e empolgantes". Isso é fraude . Por mais que queiramos acreditar, isso nunca acontece. Claramente, os resultados fabricados não serão replicáveis ​​em experimentos de acompanhamento.
Mas a fraude é rara. O que acontece com muito mais frequência é muito mais sutil. Os cientistas são mais propensos a tentar publicar resultados positivos do que negativos. Eles são levados a conduzir experimentos de forma a aumentar a probabilidade de obter resultados positivos. Eles, às vezes, medem muitos resultados e relatam apenas os que apresentaram resultados maiores. Às vezes, eles mudam as coisas apenas o suficiente para obter uma medida crucial de probabilidade - o valor p - até 0,05 e reivindicar significância. Isso é conhecido como p-hacking.
Siga lendo em: Science Needs a Solution for the Temptation of Positive Results, NY Times

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

1065 - Mortes em armazéns de grãos no Brasil

As silenciosas mortes de brasileiros soterrados em silos
Um levantamento inédito feito pela BBC News Brasil revela que, desde 2009, ao menos 106 pessoas morreram em silos de grãos no país, a grande maioria por soterramento.
Cada vez mais comuns nas paisagens rurais do país, silos são grandes estruturas metálicas usadas para armazenar grãos, evitando que estraguem e permitindo que vendedores ganhem tempo para negociá-los.
Foram contabilizados apenas casos noticiados pela imprensa – o que, segundo especialistas, indica que as ocorrências sejam ainda mais numerosas, pois nem todas as mortes são divulgadas.
O ano com mais acidentes fatais foi 2017, quando houve 24 mortes, alta de 140% em relação ao ano anterior. Em 2018, houve 13 ocorrências até julho – sinal de que as mortes devem se manter no mesmo patamar de 2017, considerando-se o histórico de distribuição das ocorrências ao longo do ano.

Os Estados que tiveram mais casos são os mesmos que lideram o ranking de produção de grãos: Mato Grosso (28), Paraná (20), Rio Grande do Sul (16) e Goiás (9). Houve mortes em 13 Estados distintos, em todas as regiões do país.
Em geral, soterramentos em silos matam em instantes. O trabalhador é asfixiado ao afundar nos grãos e não consegue subir à superfície, como se fosse sugado por uma areia movediça. Quando é envolto pelos grãos, o trabalhador raramente sobrevive.
Em alguns casos, o trabalhador cai nos grãos e é soterrado após passar mal com gases tóxicos produzidos por sua fermentação. Há ainda casos em que as mortes são causadas unicamente pela inalação desses gases.
O cumprimento da norma 33 do Ministério do Trabalho, que rege as atividades em ambientes confinados – categoria que inclui o trabalho em armazéns de grãos, reduziria drasticamente o problema.
A norma contém quase uma centena de orientações para prevenir acidentes nesses espaços, entre as quais proibir o acesso de pessoas não treinadas, testar com frequência os equipamentos de segurança e realizar simulações de salvamento. No entanto, os auditores do ministério responsáveis por fiscalizar os silos são em número insuficiente – e essa carência se agravou com os cortes orçamentários dos últimos anos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

1064 - Cabine de amamentação

Tive uma ótima ideia: uma cabine de amamentação. Como vocês sabem, tem gente que se incomoda com a amamentação em público, e pensei na cabine como uma solução para o aborrecimento por que essas pessoas injustamente incomodadas passam.
Funciona assim: a cabine é tipo um banheiro público, um container de plástico com as paredes opacas. Aí, caso uma mãe tenha que amamentar em público, o processo é simples: você pega a pessoa incomodada e tranca-a lá dentro, enquanto a mãe estiver amamentando (ou talvez um pouco mais para ver se ela aprende a conviver em sociedade).
Startups, a ideia está disponível aí, podem me contatar.
Empreendedorismo a gente vê por aqui.
Yuri Portugal Serrão Ramos
Ler também:
788 - Uma resposta à altura do insulto
798 - O protesto das mães lactantes

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

1063 - Um monumento ao rato de laboratório




Esta escultura, do artista Andrew Kharkevich, encontra-se perto do Instituto de Citologia e Genética da Rússia, em Novosibirsk, a terceira cidade mais populosa do país e a cidade mais populosa da Sibéria. Destina-se a homenagear os animais de laboratório que foram sacrificados nas pesquisas científicas.
O monumento feito de bronze mostra um rato de jaleco e óculos tecendo a dupla hélice do DNA com agulhas.
Mantendo as características anatômicas de um rato, o escultor optou pelo meio termo entre um personagem de desenho animado e um rato da vida real.
Lembra um pouco a Sra. Frisby, o que pode ser intencional, quem sabe.

Também na Rússia: Um monumento ao enema.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

1062 - Os cartões McBee no Hospital de Messejana

Os cartões perfurados McBee eram um sistema de classificação de dados desenvolvido antes dos computadores. Inventado em 1896, eles estiveram em uso comum até a década de 1980. Esses cartões tinham orifícios perfurados em intervalos regulares ao redor das bordas, e você podia também anotar mais informações no meio do cartão. Cada buraco correspondia a uma categoria de dados predeterminada pelo usuário. Para indicar que o cartão pertencia a uma categoria específica, você estendia o buraco correspondente até a borda do cartão por meio de um entalhe.
Depois de alinhar todos os cartões, você inseria um longo estilete no buraco que representava a categoria desejada. Ao ser levantado o conjunto dos cartões, aqueles que não pertenciam à categoria ficavam suspensos no estilete, enquanto os cartões que pertenciam à categoria, como tinham o entalhe naquele ponto, destacavam-se do estilete e eram recuperados. O estreitamento adicional dos resultados poderia ser realizado usando o estilete em orifícios que representavam outras categorias.
Este conjunto de cartões perfurados foi usado no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas pelos Drs. Joseph Bell, Robert Huebner, Robert Chanock e Albert Kapikian para armazenar, analisar e agrupar dados. Eles realizaram muitos estudos epidemiológicos em hospitais, orfanatos e prisões sobre vírus como gripe e hepatite, no final dos anos 50 e início dos anos 60.
MEMÓRIA
Ao assumir a chefia da Seção de Documentação Estatística (equivalente a um Serviço de Arquivo Médico e Estatística) do Hospital de Messejana, tomei conhecimento da existência desses cartões perfurados McBee. Impressos na cor amarela, eram adaptados às peculiaridades de um sanatório para o diagnóstico e o tratamento da tuberculose. E havia, na Seção, uma tesoura especial que uma funcionária manuseava para picotar as fichas, além do já citado estilete, é claro.
Com a transformação do sanatório em um hospital dedicado à cardiologia e à pneumologia, bem como às cirurgias que são realizadas nestas especialidades, as fichas de McBee se tornaram obsoletas. E tivemos de implantar um novo sistema em que dispúnhamos de quatro modelos de fichas para o armazenamento de dados (Diagnóstico, Cirurgia, Médico Assistente e Óbito).
Adiante, no fim da década de 1980, a começar pela Seção de Documentação Científica, o armazenamento de dados no Hospital de Messejana entrou na era digital. Contando com a colaboração de um dedicado funcionário da própria Seção, o Sr. Haroldo de Catro Araújo, diversos programas de informática foram criados para armazenar e processar os dados de interesse da administração e do corpo clínico do Hospital. ~ Paulo Gurgel

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

1061 - Mundo dos raros

"Quando meu primeiro filho nasceu [com mucopolissacaridose do tipo 6, doença metabólica causada por erro inato do metabolismo], não tinha informação, não existia nada que pudesse nos ajudar como pais a saber exatamente com o que a gente estava lidando. Não havia diagnóstico preciso e não havia tratamento", conta Regina Próspero. Regina é uma das entrevistadas do documentário “Mundo dos Raros”, lançado em fevereiro no YouTube, com depoimentos de quem sofre tanto por doenças raras quanto pela jornada na busca de informações e tratamentos.
No mundo, em torno de 560 milhões de pessoas são portadoras de alguma doença rara, uma categoria que abrange mais de 8 mil tipos, normalmente crônicas, progressivas, incapacitantes e sem cura — não há tratamento específico para 95% delas. No Brasil, são consideradas raras as doenças que atingem um máximo de 65 pessoas a cada 100 mil habitantes (Radis 149).
"No dia em que descobri que tinha hepatite autoimune, me lembro de descer do consultório, sentar na praça e ficar sem conseguir pensar em nada do que iria fazer dali por diante", relata Andrea Soares. Mas, seis anos depois do diagnóstico, foi ela quem idealizou e ajudou a produzir o documentário, "para incluir pela arte os 15 milhões de raros que vivem em exclusão no país". "Queria mostrar que a gente existe", diz ela à Radis. O vídeo foi dirigido por Sergio Spina e produzido pela NaVeia Filmes.
Nos depoimentos, são especialmente frequentes as falas que apontam o problema da falta de informação. "Há uma grande dificuldade de encontrar caminhos. Se a doença é rara para mim, é para você, para o médico, para todo mundo", observa Andrea. A escolha por disponibilizar o filme no YouTube também parte da intenção de derrubar as barreiras de acesso: "Assim, podemos chegar a mais gente e fazer com que as pessoas com doenças raras se sintam olhadas como pessoas e não como portadoras de determinada doença".
O filme tenta aproximar a sociedade desse universo: mostra como levam a vida tentando se adaptar às novas condições, a se inserirem no mundo dos "não" doentes, a serem reconhecidos e respeitados. A psicóloga Angélica Rente levanta a questão: "Como não deixar que as diferenças se sobreponham tanto e as pessoas vivendo nessa circunstância deixam de pertencer?". A resposta, para ela, é a empatia. "Empatia não é um sentimento, mas uma qualidade de ação. Podemos viver mais coletivamente, de maneira mais comunitária".
Bruno Domingues
Revista Radis, nº. 190, julho de 2018
Assista em mundodosraros.com

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

1060 - Antitabagismo e ética médica

Conferência magistral do Prof. Dr. MARIO RIGATTO (da UFRGS), no "IX Outubro Médico".
Entidade promotora: Centro Médico Cearense
Local: Centro de Convenções, em Fortaleza-CE
Ano: 1993
Composição da mesa: Médicos pneumologistas Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva (presidente) e Dra. Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg (secretária)

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

1059 - De que é feita a poeira doméstica?

"No começo era o Pó, no fim será o Pó e no meio é o Pó, Pó, Pó!" ~ Catherynne M. Valente, "In the Cities of Coin and Spice"
O vídeo TED-Ed "The universe in a grain of dust" (O universo em um grão de poeira), de Michael Marder, expõe os componentes usuais que compõem a poeira doméstica. Isto inclui desde as geralmente mencionadas células da pele (humana e de animais) até partículas do espaço exterior.
Toda vez que uma estrela explode em uma galáxia distante, os gases superaquecidos vaporizam o que estiver ao redor; até que a poeira resultante assente e comece a flutuar entre planetas e galáxias. Este pó extraterrestre contém partículas estelares e é a matéria-prima com a qual futuros corpos celestes serão formados. Todos os anos, dezenas de milhares de toneladas dessa poeira cósmica caem na Terra, misturando-se com os minerais terrestres. Esta mistura de substâncias químicas, minerais e partículas intergalácticas acaba depositada nas superfícies das casas.
Aos restos de pele e cabelo e poeira intergaláctica, não faltam os habituais ácaros, pólen, produtos químicos e partículas contaminantes, fibras e roupas --- dependendo da geologia local podem ser carbono particulado, quartzo ou cinza vulcânica: "a combinação resultante para cada lugar pode ser tão única quanto uma impressão digital".

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

1058 - Os óculos bifocais de Ben

A habilidade de focar claramente objetos e lugares próximos diminui com a idade. Isso é conhecido como presbiopia, e explica porque as pessoas mais velhas tendem a segurar objetos afastados dos olhos. Óculos bifocais incorporam duas lentes para cada olho. A parte inferior de cada lente corrige a presbiopia, colocando os objetos próximos em foco.
Benjamin Franklin (1706-1790) é considerado o inventor das lentes bifocais, ainda que ninguém saiba ao certo quem as projetou ou quando foram fabricadas. Ben e outras poucas pessoas usaram lentes bifocais desde a década de 1760, e a primeira menção feita por ele a respeito de seus "óculos duplos" está numa carta de 21 de agosto de 1784.
Nessa carta, ele escreveu da França para um amigo descrevendo a solução das lentes bifocais para o problema de carregar dois pares de óculos para ver objetos a distâncias diferentes, com o comentário de que "tenho apenas que mover meus olhos para cima e para baixo, quando quero ver longe ou perto".
Com certeza, Benjamin Franklin foi o responsável pela divulgação das lentes bifocais e, como o homem da ciência - e com a visão fraca -, ele, sem dúvida, compreendia os princípios por trás de seu funcionamento. A lente dos óculos bifocais de Ben consistia em dois pedaços distintos de vidro, cada um com um poder de focagem diferente. Mas, já no fim do século XIX, Louis de Wecker (1832-1906) criou a maneira de fundir as duas lentes numa só. O termo "bifocal" foi, na verdade, criado por John Isaac Hawkins (1772-1854), em 1826, para diferenciar dos óculos inventados por ele e que incorporavam três lentes.
As lentes "trifocais" de Hawkins solucionaram um problema enfrentado por idosos que usavam lentes bifocais: ainda que objetos próximos e distantes estivessem em foco, a visão de média distância ficava comprometida. Hoje, os óculos dispõe de uma variedade muito maior de distâncias focais, e não apenas de duas ou três. Estas lentes "multifocais" foram vistas pela primeira vez na década de 1950 e permitiram uma transição suave de uma distância focal a outra.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

1057 - Mnemônicos em Biologia

MNEMONICS, Mnemonics Neatly Eliminate Man’s Only Nemesis: Insufficient Cerebral Storage. (Mnemônicos ordenadamente eliminam o único adversário do homem: armazenamento cerebral insuficiente.). In: Um mnemônico para a palavra mnemônico, blog EM
Um mnemônico é um recurso auxiliar da memória. São frases utilizadas para memorizar listas ou fórmulas e baseiam-se em formas simples de memorizar construções maiores, utilizando-se do princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caráter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente. Essas frases costumam ser chamadas de macetes. WIKI
Níveis de Organização Biológica: Átomo, Molécula, Organela, Célula, Tecido, Órgão, Sistema, Organismo, População, Comunidade, Ecossistema, Biosfera.
Exemplo: "Antônio Marcos Organizou Cuidadosamente Todo Os Seus Óculos, Pratos, Copos E Balões".
Fases da divisão celular: Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase
Exemplo: "ProMeta a Ana Telefonar". In; Mitose, blog EM
Bases do DNA: Adenina - Timina, Guanina - Citosina
Exemplo: "Agnaldo Timóteo e Gal Costa".
Fases de Desenvolvimento do Embrião: Morulação, Blastulação, Gastrulação, Neurulação e Organogênese
Exemplo: "Meu Belo Gato Não Obedece".
Divisão dos Seres Vivos: Reino - Filo - Classe - Ordem - Família - Gênero - Espécie
Exemplo: "Rita Foi Comer Ontem, Faltou Galinha no Espeto".
Ordem das plantas: Briófitas - Pteridófitas - Gimnospermas - Angiospermas
Exemplo: "Brincando Pelado Gozei Animado".
Arquivos:
398 - Nervos cranianos
646 - Anatomia e fisiologia da laringe

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

1056 - O médico ninja

Sinopse
A história de um médico ninja que percorre as ruas de uma cidade vacinando os filhos dos pais que são hostis a vacinas.
Ele usa uma zarabatana.
Arquivos
675 - As vacinas funcionam! VÍDEO
733 - As vacinas funcionam!
999 - Recusa de vacinas: causas e consequências

quinta-feira, 26 de julho de 2018

1055 - Cigarros dissuasivos: o próximo passo

Vários países aprovaram leis que exigem que os fabricantes de cigarros mostrem imagens chocantes em suas embalagens.
https://www.improbable.com/2018/04/27/unsettling-cigarettes-study/
Para levar as coisas um passo adiante, por que não tornar os cigarros mais desagradáveis?
Esta foi a questão abordada por uma equipe de pesquisa conjunta da Austrália e Nova Zelândia, em 2015. Destarte, um conjunto de modelos de cigarros potencialmente desagradáveis ​​foi testado experimentalmente, dos quais o mais eficaz foi o seguinte:
O cigarro com o gráfico minutos de vida perdidos foi marcadamente o menos atraente para os consumidores e, por conseguinte, menos escolhido do que todos os outros testados.
Veja: "Dissuasive cigarette sticks: the next step in standardised (‘plain’) packaging?" (Cigarros dissuasivos: o próximo passo na embalagem padronizada), in Tobacco Control , volume 25, edição 6.
http://tobaccocontrol.bmj.com/content/25/6/699
E: Notícias de um novo estudo da The Lancet: "cada unidade [de álcool] acima das diretrizes está levando, em média, cerca de 15 minutos de vida, quase o mesmo que um cigarro".
https://www.theguardian.com/science/2018/apr/12/one-extra-glass-of-wine-will-shorten-your-life-by-30-minutes

quinta-feira, 19 de julho de 2018

1054 - Melioidose no Ceará (2)

A melioidose é uma doença infecciosa, potencialmente letal, cujo agente etiológico é a bactéria Burkholderia pseudomallei, encontrada em solo e água contaminados.
A doença é pouco conhecida no Brasil e se manifesta de forma semelhante a muitas outras doenças infecciosas, o que dificulta seu diagnóstico. A doença possui uma alta taxa de letalidade e exige o diagnóstico precoce e início de tratamento imediato como redutores desse risco.
Epidemiologia e distribuição geográfica
O maior número de casos de melioidose é relatado na Tailândia, Malásia, Cingapura e Norte da Austrália. Fora do Sudeste Asiático e da Austrália, casos foram relatados em países da América Latina inclusive Brasil, países da África e do Oriente Médio.
Mundialmente, há estimativas que no ano de 2015 tenham ocorrido 165 mil casos (intervalo de confiança de 68 a 412 mil casos), com uma taxa de incidência de cinco casos para cada 100 mil habitantes de áreas de risco. Ainda em 2015, segundo a mesma estimativa, ocorreram 89 mil casos de óbitos por melioidose (intervalo de confiança de 36 mil a 227 mil óbitos).
No Brasil, os primeiros casos foram identificados em março de 2003, no município de Tejuçuoca, estado do Ceará, quando um surto ocorreu com quatro crianças irmãs. Esse surto apresentou alta letalidade e três crianças evoluíram para óbito em consequência de sepse e pneumonia grave, num intervalo de apenas sete dias. A investigação epidemiológica identificou o fato de que a provável infecção ocorreu por exposição à água durante banho numa barragem.
Desde então, novos casos da doença vêm sendo detectados no Ceará, onde, até junho de 2016, 29 casos foram confirmados em 17 diferentes municípios. Além do Ceará, há registro isolado da doença nos Estados de Mato Grosso e Alagoas.
Agente etiológico, habitat e reservatório
A Burkholderia pseudomallei, um bacilo Gram-negativo, móvel, anaeróbio facultativo, não formador de esporos e que pertence à família Pseudomonadaceae. A bactéria B. pseudomallei é intrinsecamente resistente aos agentes antimicrobianos comumente utilizados em infecções comunitárias. A letalidade da melioidose pode ser superior a 70% quando o tratamento não é específico e precoce.
Além dos seres humanos, muitas espécies animais são suscetíveis à melioidose, incluindo: ovelhas, cabras, suínos, equinos, cães, gatos e bovinos.
Os seres humanos e os animais adquirem a infecção por inoculação por meio da pele ou mucosas, inalação de partículas aerossolizadas do solo e água, ingestão de água ou alimentos contaminados com terra. A inoculação em pele é a principal forma de contaminação nos trabalhadores rurais dos países em desenvolvimento, porém a inalação da bactéria durante fenômenos climáticos extremos também deve ser considerada. A transmissão pessoa a pessoa é extremamente rara com poucos casos descritos.
Incubação, susceptibilidade e imunidade
O período entre a exposição à bactéria que causa a doença e o surgimento de sintomas, ou seja, de incubação, pode ser de um dia até muitos anos após a exposição.
Não há evidências de que a infecção por B. pseudomallei garanta imunidade duradoura.
Manifestações clínicas
A melioidose é uma infecção difícil de diagnosticar, porque tem manifestações clínicas muito diversificadas, sendo considerada uma "imitadora espetacular" de outras infecções já consagradas na literatura médica. A infecção pode ser aguda ou crônica e localizada ou disseminada, mas uma forma da doença pode progredir para a outra.
A pneumonia (RX de tórax, ao lado) é a forma de manifestação mais comum da melioidose e pode ocorrer em metade de todos os casos. O acometimento pulmonar pode se apresentar desde um quadro indiferenciado de pneumonia com febre alta, cefaleia, mialgia generalizada, dor torácica, associada ou não à tosse seca, até pneumonia necrotizante fulminante e choque séptico. Uma vez instalado o choque séptico, a letalidade é bastante elevada e os pacientes podem evoluir para óbito dentro de 48 horas após a hospitalização. A presença de derrame pleural não é comum, embora efusão e empiema possam ocorrer, especialmente quando há comprometimento de lobos pulmonares inferiores.
A melioidose deve ter diagnóstico diferencial com todas as formas de tuberculose, principalmente quando não há resposta ao tratamento tuberculostático iniciado empiricamente ou em pacientes com culturas negativas para micobactéria, repetidas várias vezes e que continuam com a sintomatologia.
Outras formas de apresentação clínica: abscessos superficiais e profundos em qualquer órgão; linfadenite; infecção osteoarticular (osteomielite, artrite séptica); infecção geniturinária;infecção do SN (abscesso cerebral, meningoencefalite) etc.
Diagnóstico
O diagnóstico é laboratorial e realizado através do isolamento da Burkholderia pseudomallei por meio de cultura microbiológica obtida de sangue, escarro, urina, secreções de feridas ou abscessos, líquor, lavado brônquico ou outros espécimes clínicos disponíveis. Exames de biologia molecular como a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) também são utilizados para confirmação diagnóstica. Ainda deverão ser realizados exames complementares para o acompanhamento clínico do paciente.
Tratamento
Apesar de ser uma infecção adquirida na comunidade, a melioidose não responde aos antibióticos que são comumente utilizados nessas situações. Quando há suspeição diagnóstica ou diagnóstico microbiológico da doença, o paciente deve ser tratado com medicação específica. O tipo de infecção e o curso do tratamento terão impacto sobre os resultados em longo prazo. O tratamento geralmente é iniciado por via intravenosa com terapia antimicrobiana durante 10-14 dias, seguido de 3 a 6 meses de terapia antimicrobiana oral na tentativa de prevenir recidiva. O tratamento deve ser o mais precoce possível para reduzir a elevada letalidade da doença. Ressalta-se a importância da coleta de espécimes clínicos para a realização de exames microbiológicos antes da antibioticoterapia.
O manejo clínico do paciente está descrito nas páginas 23 - 25 do Guia de Vigilância da Melioidose da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.
Webgrafia
https://www.cdc.gov/melioidosis/index.html
http://erj.ersjournals.com/content/22/3/542
http://www.sbmt.org.br/portal/wp-content/uploads/2017/09/MELIODOSE-Guia-de-Vigil%C3%A2ncia_2017.pdf
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC104685/
http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/01/12/doenca-infecciosa-melioidose-e-mais-difundida-do-que-se-pensava/
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/online/doenca-rara-e-com-alta-letalidade-registra-dois-casos-no-ceara-1.1752851
http://blogdopg.blogspot.com/2010/12/melioidose-no-ceara.html?showComment=1531635096439#c8947539768631346584
A B. pseudomallei é um agente potencial de bioterrorismo motivo pelo qual houve um aumento importante no interesse e compreensão da biologia básica do microrganismo e investimento em pesquisas nas últimas décadas.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

1053 - Uma adaptação evolutiva no ser humano para o mergulho

Quanto tempo você consegue prender a respiração?
Os povos Bajau da Indonésia são às vezes chamados de "Nômades do Mar", porque passam muito tempo no oceano caçando criaturas marinhas (peixes, polvos e crustáceos). Mergulhadores Bajau podem passar até 13 minutos debaixo d'água - sem equipamento de mergulho! Tempo esse que rivaliza com o tempo das lontras marinhas que podem ficar submersas até 13 minutos de cada vez,
Melissa Ilardo, uma americana da Universidade de Copenhague, foi à Indonésia para descobrir o que torna os mergulhadores de Bajau tão bons em permanecer embaixo d'água.
Ela pegou amostras genéticas e realizou exames de ultrassonografia, que mostraram que os Bajau tinha baços cerca de 50% maiores do que aqueles vistos em outros indivíduos que não compartilham o estilo de vida aquático dos Bajau na mesma área de Indonésia..
Os baços são importantes no mergulho porque liberam oxigênio no sangue quando o corpo está sob estresse ou quando a pessoa prende a respiração embaixo d'água.
Os baços eram maiores no povo Bajau, independentemente de serem mergulhadores regulares ou não, e uma análise mais aprofundada de seu DNA revelou o motivo.
Comparando os genomas dos Bajau com os de duas populações diferentes, os chineses de Saluan e Han, ela encontrou 25 sites que diferiram significativamente. Entre eles estava um site de um gene conhecido como PDE10A, que foi determinado como estando ligado ao tamanho maior do baço nos Bajau. Em camundongos, o PDE10A é conhecido por regular um hormônio da tireoide que controla o tamanho do baço, apoiando a ideia de que "nos Bajau o tamanho do baço poderia ter evoluído para sustentar seus mergulhos longos e frequentes".
Mais pesquisas são necessárias para entender como o hormônio da tireoide afeta o tamanho do baço humano.
https://www.yahoo.com/news/first-genetic-adaptation-diving-discovered-sea-nomads-162702663.html
https://boingboing.net/2018/04/20/a-genetic-adaptation-allows-in.html
http://www.neatorama.com/2018/04/21/A-Human-Genetic-Adaptation-for-Diving/

quinta-feira, 5 de julho de 2018

1052 - Medicamentos vencidos

Afinal, Podemos Tomar Medicamentos Vencidos? Descubra Aqui
Esta é uma boa notícia que vai fazer muitas pessoas economizarem dinheiro: você vai poder usar diversos medicamentos com prazo de validade vencido, e até mesmo por anos! De acordo com um relatório publicado no Jornal da Associação Médica Americana (AMA), certos tipos de medicamentos podem manter grande parte de sua funcionalidade por até 40 anos.
Por que os remédios têm prazo de validade?
De acordo com a Harvard Health Letter, publicação da Universidade Harvard, a data de validade é uma exigência legal imposta em 1979 pela Food and Drug Administration (FDA), órgão federal que controla medicamentos e alimentos nos Estados Unidos. Segundo a FDA, a data deve ser até quando "o fabricante puder garantir a potência e a segurança total do medicamento". Pesquisas mostram que 90% de mais de 100 tipos de medicamentos, tanto vendidos sem prescrição como com prescrição, podem ser usados até 15 anos depois de supostamente terem expirado.
Um relatório do importante site Medscape afirma que as datas de validade não indicam quanto tempo a medicação “é realmente 'boa' ou segura de usar”, e, de fato, muitas autoridades médicas afirmam que não há problema em tomar diversos remédios com prazo de validade expirado.
E qual o prazo mais seguro?
O estudo da AMA foi realizado por 15 anos, e os pesquisadores analisaram diversos medicamentos com 14 ingredientes ativos distintos vencidos entre 28 e até 40 anos. Os resultados revelaram que a maioria dos ingredientes ativos ainda eram pelo menos 90% eficazes, o que é considerado a potência mínima aceitável. As únicas drogas que caíram abaixo desse limiar foram aspirina, fenacetina (analgésico) e anfetamina (para transtorno do déficit de atenção e narcolepsia).
Francis Flahery, ex-diretor do programa de testes do FDA, declarou que “as datas de vencimento colocadas pelos fabricantes normalmente não influenciam se o medicamento é utilizável por mais tempo.” Ele também ressaltou que essas datas eram tipicamente usadas para “marketing”, e não por razões científicas. Afinal, não é rentável ter produtos em uma prateleira por 10 anos, pois os fabricantes querem rotatividade para gerar mais lucro.
Exceções importantes
Esses medicamentos devem ser evitados caso a data de validade esteja expirada:
• Insulina
• Antibióticos líquidos
• Nitroglicerina
• Tetraciclina
Como tomar a decisão correta
"Dado que os americanos gastam atualmente mais de 300 bilhões de dólares por ano em medicamentos prescritos", afirma o relatório da AMA, "ampliar as datas de expiração poderia gerar enormes economias nos gastos com saúde".
Se você está pensando em tomar um medicamento vencido, deve primeiro considerar o que é e por que precisa tomar. Se estiver listado na lista de exceções acima, ou se você precisa de 100% de sua eficácia, então descarte e compre novos medicamentos. Em caso de dúvidas, é sempre bom consultar as informações com um farmacêutico ou médico. E vale lembrar que esse estudo foi realizado apenas nos Estados Unidos, ou seja, os resultados ainda não chegaram a outros países, como o Brasil.
http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=11431
Ler também:
900 - Datas de validade nos alimentos não significam quase nada

quinta-feira, 28 de junho de 2018

1051 - Aqui Somos SUS

logo todo somos SUSO Aqui Somos SUS é uma estratégia de comunicação para fortalecer a imagem do Sistema Único de Saúde junto à sociedade. Ela consiste na utilização de um selo especial em diversas iniciativas, produtos e serviços oferecidos no âmbito do Sistema Único de Saúde, de forma a destacar seu caráter de saúde pública, nem sempre percebido com facilidade pela população.
 A ação é voltada tanto ao público interno da Fiocruz (suas Unidades, projetos e programas interinstitucionais, trabalhadores da saúde, estudantes e colaboradores) quanto ao público externo (unidades de atenção à saúde do SUS, veículos de comunicação, programa de pesquisa e ensino em saúde e demais instituições afins).
 O selo foi elaborado de modo a não interferir na compreensão das mensagens das peças gráficas onde será aplicado. O uso e adesão desse material é livre e gratuito e a Fiocruz estimula sua adoção e aplicação por todas as entidades que integram o SUS, não havendo a necessidade de créditos na sua aplicação. O uso do selo, porém, não substitui a aplicacação da marca dos SUS na condição de assinatura institucional.
Convidamos todas as instâncias do SUS a fazer parte dessa iniciativa!
portal.fiocruz.br
Em Nova Acta:
825 - SUS é a maior obra da história do Brasil

quinta-feira, 21 de junho de 2018

1050 - A morte de um matemático francês




François Édouard Anatole Lucas (Amiens, 4 de abril de 1842 — Paris, 3 de outubro de 1891) foi um matemático francês.
Seu trabalho de quatro volumes, o Récréations mathématiques (1882-94), tornou-se um clássico em matemática recreativa. Édouard Lucas é lembrado principalmente por sua invenção do jogo da Torre de Hanói, um quebra-cabeça que apareceu em 1883, sob o nome de M. Claus.
(Note-se que Claus é um anagrama de Lucas!)
Édouard Lucas também é lembrado por sua morte acidental. O acidente foi provocado por um garçom que, ao derrubar um prato, feriu-o involuntariamente no pescoço. Como consequência desse ferimento, Lucas morreu vários dias após de erisipela, uma infecção bacteriana cutânea.
A erisipela (do grego ἐρυσίπελας, "pele vermelha") é habitualmente causada pelo Streptococcus pyogenes (β-hemolítico, do grupo A).
Fonte: http://pballew.blogspot.com.br/2018/04/on-this-day-in-math-april-4.html#links

quinta-feira, 14 de junho de 2018

1049 - O Desafio STOP Infeção Hospitalar!

O Desafio Gulbenkian terminou. Olhando para o trabalho realizado em 19 hospitais, conclui-se que os resultados ultrapassaram as expectativas
O objetivo da Fundação Gulbenkian e do Ministério da Saúde era reduzir para metade as infeções adquiridas em meio hospitalar. Três anos depois, surgem os resultados do trabalho realizado em 19 hospitais e a certeza de que as expectativas criadas à volta do Desafio STOP Infeção Hospitalar! foram claramente ultrapassadas.
O ponto de partida não era motivo de orgulho: em 2014, morriam sete vezes mais pessoas com infeções adquiridas nos hospitais do que em acidentes de viação e o tempo de internamento de doentes com infeções hospitalares era cinco vezes superior ao dos restantes. Portugal registava quase o dobro das infeções hospitalares do que a média dos países europeus, com custos estimados em 300 a 400 milhões de euros ao ano.
Sendo impossível atacar todas as frentes, foram selecionados 19 hospitais e identificadas as quatro infeções cujo combate era prioritário: a associada à algaliação; a relacionada com o cateter vascular central; a proveniente da intubação; e a associada à ferida operatória.
Três anos passados, os resultados do Desafio estão à vista: registaram-se reduções de mais de 50 por cento nas quatro tipologias de infeção, garante, satisfeito, Jorge Soares, que entre 2015 e 2018 dirigiu o Programa Gulbenkian Inovar em Saúde. Por seu lado, Paulo Sousa, da Comissão Executiva do Desafio, acredita que, "se forem criadas as condições necessárias, o sucesso da disseminação destas metodologias e práticas aos outros hospitais será uma realidade, com ganhos clínicos, económicos e sociais bastante relevantes".

quinta-feira, 7 de junho de 2018

1048 - Intoxicação por ingestão intencional de sanitizantes à base de álcool por pacientes hospitalizados

Além de causar o fogo ocasional, os sanitizantes de mão à base de álcool nos hospitais apresentam outro problema. Eles são uma fonte útil de álcool (gelificado) para aqueles pacientes que anseiam por intoxicação.
Existem várias investigações formais publicadas sobre o assunto. Veja, por exemplo:
Consumo de desinfetantes à base de álcool por pacientes hospitalizados. The Medical Journal of Australia - 2011
Intoxicação de paciente hospitalizado com higienizador de mãos à base de isopropanol. N Engl J Med - 2007
Ingestão intencional de desinfetante para mãos à base de etanol por paciente hospitalizado com alcoolismoMayo Clin Proc - 2007
(https://www.improbable.com/2018/03/26/deterring-hospital-patients-from-drinking-from-hand-sanitizers-dr-weiners-solution/)