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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

1079 - A eletroterapia piscatória

Se você estivesse sofrendo de hemorroidas, você consideraria a possibilidade de aplicar na área afetada choques elétricos de 350 volts fornecidos por um peixe elétrico?
Por mais improváveis que pareçam, tais práticas eram conhecidas no tempo dos antigos romanos - precedendo as modernas máquinas TENS por cerca de 2 mil anos.
Plínio e Plutarco reconheciam o efeito entorpecedor da eletricidade pela aplicação do peixe torpedo ao corpo. Scribonius Largus defendeu o uso da eletroterapia piscatória para o alívio da dor associada a gota, dor de cabeça, artrite e hemorroidas.
Diversos bagres possuem órgãos eletrogênicos bem desenvolvidos que os tornam capazes de fornecer corrente elétrica, incluindo o grande bagre do Nilo.
Foto: Malapterurus electricus
https://www.improbable.com/2018/07/26/shocking-fish-therapy-for-hemorrhoids-and-other-ailments/
https://en.wikipedia.org/wiki/Electric_catfish

quinta-feira, 26 de abril de 2018

1042 - Eletricidade e álcool não combinam

Algumas vezes acontece que uma solução para um problema acaba criando um novo problema.
Como exemplo, aqui está um caso em que a solução era um gel à base de álcool a 70% em um dispensador montado na parede de um hospital. O gel destinava-se a resolver os chamados problemas nosocomiais associados à fraca higiene das mãos nos hospitais.
Infelizmente, um profissional de saúde precisou de retirar uma roupa de isolamento de poliéster a 100%, pouco depois de usar o desinfetante, e isso causou uma centelha de eletricidade estática (de pelo menos 3000 volts), que então incendiou o gel em suas mãos e braços.
O relatório do incidente levou à remoção temporária dos dispensadores de mão à base de álcool em alguns hospitais, inclusive naqueles em que os profissionais de saúde foram encontrados repetidamente a lamber os dedos enquanto revisavam os gráficos hospitalares.
(https://www.improbable.com/2018/02/15/a-flash-fire-caused-by-a-hospital-hand-sanitizer/)
Sanitizante - tipo particular de desinfetante que reduz o numero de contaminantes bacterianos em níveis relativamente seguros.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

769 - Prevenção de acidentes humanos em redes elétricas

Um projeto simples, de tramitação rápida e extrema importância para a preservação da vida – essa é a definição do PL 8110/14, de autoria do deputado federal Rogério Peninha. A proposta prevê que seja obrigatória a montagem de disjuntores DR (Diferencial Residencial) em instalações elétricas de baixa tensão. A medida evitará mortes em decorrência de choques elétricos, porque o equipamento atua em 25 milissegundos e desliga a rede energizada.
A iniciativa de apresentar a matéria surgiu depois que três irmãos morreram eletrocutados enquanto brincavam no pátio de casa no município de Petrolândia, interior de Santa Catarina.
Recentemente, o deputado recebeu em seu gabinete o Sr. Edson Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para Perigos da Eletricidade (Abracopel), que lhe passou às mãos o Panorama da Situação das Instalações Elétricas Prediais no Brasil.
O relatório da Abracopel traz dados preocupantes. Aponta, entre outros problemas, para um aumento de 17,7% no número de acidentes registrados de 2013 para 2014. Só nos casos de fatalidade em decorrência de choques elétricos, o índice subiu mais de 6%, ou seja, em 2013 ocorreram 592 mortes e no ano passado o número subiu para 627. Os homens ainda são ampla maioria, com 560 casos contra 67 de acidentes fatais vitimando mulheres. No caso dos curtos-circuitos, o total foi de 311 casos, sendo que 295 evoluíram para incêndio, resultando em 20 mortes (todas elas em residências). A faixa etária que mais vitima as pessoas continua entre os 21 e 40 anos, com 325 mortes.
A lamentar não ser ainda cumprida a norma ABNT 5410, em vigor desde 2004, que já prevê a instalação dos disjuntores DR. No entanto, com a possível aprovação deste projeto, a norma passa a ter efeito de lei e se torna obrigatória, com punição para quem desrespeitá-la.
Fonte: Rafael Panzeti, assessoria do Deputado Rogério Peninha Mendonça
Evite ser vítima de acidentes
Manutenção - A rede elétrica interna deve passar por manutenção a cada cinco anos.
Fios e tomadas - O cuidado precisa ser intensificado, principalmente se houver crianças na residência. Verifique se os fios estão bem isolados e tampe as tomadas com protetores.
Chuveiro elétrico - Nunca ajuste a temperatura do chuveiro com ele ligado. Desligue a fonte para isso.
Geladeira - Este ou qualquer outro equipamento que esteja dando pequenos choques precisam ser trocados e não podem ser doados.
Secador de cabelo e chapinha - Use-os em um local seco, como o quarto. Após o banho, com o corpo ainda molhado, não é recomentado.
Trovoadas e raios - Não use celulares ou outros dispositivos que estejam carregando. Evite utilizar telefone fixo.
Fonte: Programa Casa Segura, do Instituto Brasileiro do Cobre

quarta-feira, 18 de março de 2015

719 - Luigi Galvani

O italiano Luigi Galvani nasceu em 9 de setembro de 1737, em Bolonha, a cidade em que viveu a vida quase toda.
Foi médico, professor e pesquisador, destacando-se por seus estudos sobre a bioeletricidade. Usando pernas de rãs mortas, Galvani demonstrou que a aplicação de metais nos músculos ou nos respectivo nervos poderiam fazer as pernas contrairem-se.
Seus experimentos também serviram de inspiração para o romance gótico "Frankenstein", de Mary Shelley, publicado em 1818, em que o monstro criado por um cientista adquiria vida através da aplicação de energia elétrica
Muito da personalidade de Galvani foi condicionada pelo século em que viveu. Sendo profundamente religioso, ele nunca considerou que a religião atrasasse sua pesquisa. Ao contrário, considerava que ciência e fé se auto-interpretavam.
Seus contemporâneos o descreviam como gentil, generoso e um dedicado chefe de família.
Em 1778, perdeu o cargo de professor da Universidade de Bolonha porque, por razões religiosas e princípios, ele se recusou a jurar obediência à República Cisalpina.
Ele morreu pobre, em 4 de dezembro de 1798, antes que pudesse aproveitar a pensão de sua reintegração como professor emérito da Universidade pelas suas contribuições à ciência.
O nome Galvani sobrevive nas células galvânicas, no galvanômetro e no processo chamado de galvanização. A cratera Galvani, na superfície da Lua, também foi assim nomeada em sua homenagem.
Galvani x Volta 
Dois acadêmicos italianos que, no final do século 18, ajudaram a impulsionar o mundo para a era moderna: Luigi Galvani, em Bolonha (que fazia parte dos Estados Pontifícios, o que significa que a cidade era efetivamente governada pela Igreja Católica), e Alessandro Volta, em Pavia, a cerca de 150 quilômetros de Bolonha.
Contemporâneos, ambos fascinados pela eletricidade, mas discordando entre si frontalmente no plano teórico.
Galvani tornara-se atraído pelo uso da energia elétrica nos tratamentos médicos. Ela fora usada, por exemplo, para estimular eletricamente os músculos de um homem paralítico, em 1759. Um relatório da época relatou como o estímulo impactara o paciente. O corpo do homem respondera aos estímulos elétricos. Para Galvani, isso aconteceu porque o corpo humano funciona com uma eletricidade animal, na forma fluida, que flui a partir do cérebro através dos nervos para os músculos onde produz o movimento.
Suas experiências pareciam provar que ele estava certo. Em seus experimentos com rãs, Galvani utilizou o gerador eletrostático de Hauksbee. Ele aplicou a carga da máquina, por meio de um fio de cobre, a um nervo logo acima da perna de uma rã. Assim como Galvani esperava, a perna de rã se contraiu. Ele acreditou que o fenômeno se devera a um tipo de energia elétrica que é intrínseco aos seres vivos.
Para Volta, um racional, mas também um homem religioso, a mera idéia de animais com eletricidade parecia mágica. Ele achava que tal idéia não tinha lugar na pesquisa científica. A perna da rã havia se movido, afirmou Volta, não por causa de uma eletricidade animal, mas por causa da eletricidade (produzida artificialmente e aplicada) fora da rã. Galvani, por outro lado, não podia acreditar no que Volta estava dizendo. Para Galvani, as idéias de Volta parecia incrivelmente obtusas (e contra o peso da evidência objetiva).
O debate entre os dois cientistas foi dos mais importantes e, dado a estrutura de tempo, teve conotações religiosas. Poderia o tipo de eletricidade que o homem produziu (artificialmente) ser o mesmo que Deus produzia (naturalmente)? ​​Galvani respondeu a essa pergunta "sim". Volta respondeu a essa pergunta "não", acreditando, e até mesmo a afirmando, que a ideia do oponente beirava à blasfêmia.
Quem estava certo ?