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quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

1397 - Vírus Sincicial Respiratório

O vírus sincicial respiratório (VSR) é um ortopneumovírus que pertence à família Pneumoviridae, existindo nos subgrupos A e B. Suas proteínas de ligação (G) e de fusão (F) são essenciais para a infectividade do vírus, sendo a proteína F o principal alvo para vacinas e anticorpos devido à sua alta conservação entre os subgrupos e eficácia na indução de anticorpos neutralizantes.
O VSR impacta significativamente tanto em crianças, causando bronquiolite, quanto em adultos, especialmente idosos e pessoas com comorbidades, podendo levar a infecções graves do trato respiratório inferior, exacerbações de doenças crônicas, hospitalizações e até óbito.
Os resultados de um estudo demonstram que o VSR é uma causa importante de síndrome respiratória grave em indivíduos com 60 anos ou mais. Algumas informações de destaque no estudo são: 5,7 por cento dos casos foram em pessoas com idade de 60 anos ou mais, porém este subgrupo representou 48 por cento de todos os óbitos notificados por SRA-VSR.
Portanto, o estudo destaca a necessidade de aumentar a conscientização sobre a importância do VSR em indivíduos mais velhos, especialmente à medida que as vacinas para prevenção da doença de trato respiratório causada pelo VSR estão se tornando disponíveis.
Informativo GSK por e-mail.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

1393 - Avaliação da mobilidade diafragmática em pacientes com DPOC

Um estudo observacional avaliou a mobilidade diafragmática (MD) por meio de ultrassonografia em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) estável. Os resultados mostraram correlações significativas com fatores de pior prognóstico, sugerindo que a avaliação da MD possa ser uma ferramenta útil na monitorização desses pacientes.
Métodos; principais informações; na prática; limitações e conflitos de interesses ==> http://portugues.medscape.com/verartigo/6511857
Fonte
O estudo foi publicado on-line em 20 de setembro de 2024 no periódico Medicine. A primeira autora do estudo, Bianca Carmo Figueira Silva, é afiliada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O estudo pode ser encontrado pelo doi: 10.1097/MD.0000000000039795.

quarta-feira, 15 de março de 2023

1299 - A vacina bivalente contra a covid-19

Dr. Julio Croda, Medscape, 10/02/2023
A covid-19 trouxe vários novos desafios para a saúde pública, e a vacinação é um deles. As recomendações sobre o esquema vacinal de prevenção da doença ainda estão no campo especulativo, uma vez que não temos uma sazonalidade marcada do vírus nem evidências suficientes sobre o melhor intervalo entre as doses dos imunizantes. Apesar disso, nos países do Hemisfério Norte, foi recomendada uma dose de reforço com a vacina bivalente, que contém a variante original e a Ômicron (variante BA.1 ou BA.4/BA.5), antes do período em que possivelmente haverá mais infectados pelo coronavírus. Essa recomendação foi respaldada por dados de segurança dos estudos de fases 1 e 2 da vacina bivalente BA.1 [e por dados de pesquisas sobre anticorpos produzidos contra as diferentes variantes.
Enquanto nos Estados Unidos a recomendação é de uma dose única de reforço em toda a população a partir de cinco anos de idade pelo menos dois meses após o esquema primário de qualquer vacina contra a covid-19, na União Europeia, a indicação é para pacientes e funcionários de instituições de longa permanência, profissionais de saúde, gestantes, idosos (60 anos), imunocomprometidos e pessoas com comorbidades relevantes.
No Brasil, a recomendação é ofertar a dose de reforço para pessoas acima de 60 anos, gestantes, puérperas, pacientes imunocomprometidos, pessoas com deficiência, pessoas vivendo em instituições de longa permanência, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas e profissionais de saúde. No total, 52 milhões de pessoas são elegíveis para receber a dose de reforço.
Os dados de efetividade das vacinas bivalentes são escassos, mas indicam que houve proteção adicional para as pessoas que se vacinaram com o novo imunizante. Os resultados do estudo Effectiveness of bivalent boosters against severe omicron infection, recém-publicado no periódico New England Journal of Medicine, deixam evidente que a dose de reforço ajuda na prevenção de hospitalização e óbito por covid-19. Na Figura S2 do artigo, fica claro que, apesar de as vacinas de reforço monovalentes gerarem proteção adicional contra hospitalizações e óbitos por infecção pela variante Ômicron, a duração dessa proteção é mais curta quando comparada à das vacinas bivalentes. Talvez esse seja o principal argumento para utilizar as vacinas bivalentes em vez das vacinas monovalentes em população com maior risco de complicações por covid-19: garantir uma proteção mais duradoura contra hospitalizações e óbitos.
Quando pensamos em longo prazo, a oferta de vacinas atualizadas contra a covid-19, que confiram proteção contra as variantes que venham surgir no futuro para os grupos de maior risco, parece ser uma tendência de recomendação das agências reguladoras. A principal limitação dessa estratégia é identificar bons correlatos de proteção contra hospitalizações e óbitos. Na prática, o ideal seria ofertar a dose de reforço para os grupos de maior risco anualmente, eventualmente antes do período sazonal. Dessa forma, poderíamos utilizar a campanha de prevenção à gripe para ao mesmo tempo atualizar as vacinas contra influenza e contra covid-19 para o mesmo público-alvo, garantindo eficiência das campanhas de vacinação do ponto de vista operacional.
DOI: 10.1056/NEJMc2215471

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

1275 - A água da chuva não é mais potável?

A água da chuva não é mais potável em nenhum lugar do planeta.
A notícia apocalíptica do dia, no entanto, que é mencionada apenas de passagem nas notícias é que a água da chuva não é mais potável em nenhum lugar do mundo devido aos agentes químicos prejudiciais à saúde que ela contém . E não é que isso aconteça apenas perto de áreas habitadas e altamente poluídas; refere-se à água da chuva de todos os lugares, incluindo a Antártida, o último canto virgem do planeta.
Os dados vêm de um estudo intitulado "Outside the Safe Operating Space of a New Planetary Boundary for Per- and Polyfluoroalkyl Substances (PFAS)". Os PFAS também são conhecidos como "produtos químicos para sempre". No trabalho, os cientistas compararam os números atuais com os previstos e calcularam o valor planetário global; os resultados antecipam o desastre se as emissões e a produção de PFAS não forem reduzidas imediatamente.
Haverá água para beber, e o problema tem solução, mas não de forma natural, barata ou global.
Em outras palavras: a água deve ser profusamente purificada antes de consumi-la, e podemos gradualmente esquecer a pureza idílica da "água fresca da chuva recém caída do céu".
https://doi.org/10.1021/acs.est.2c02765

quinta-feira, 30 de junho de 2022

1262 - Impacto global do primeiro ano de vacinação COVID-19

A primeira vacina COVID-19 fora de um ambiente de ensaio clínico foi administrada em 8 de dezembro de 2020.
Em 23 de junho de 2022, The Lancet publicou um estudo de modelagem matemática sobre o impacto global do primeiro ano de vacinação COVID-19. Neste estudo, um modelo matemático de transmissão e vacinação de COVID-19 foi ajustado separadamente para a mortalidade por COVID-19 relatada e mortalidade por todas as causas em 185 países e territórios.
O impacto dos programas de vacinação COVID-19 foi determinado pela estimativa das vidas adicionais perdidas se nenhuma vacina tivesse sido distribuída.
Com base nas mortes oficiais relatadas por COVID-19, foi estimado que as vacinações evitaram 14,4 milhões mortes por COVID-19 em 185 países e territórios entre 8 de dezembro de 2020 e 8 de dezembro de 2021. Essa estimativa subiu para 19,8 milhões de mortes por COVID-19 evitadas quando usamos o excesso de mortes como estimativa da verdadeira extensão da pandemia, representando um redução global de 63% no total de mortes (19,8 milhões de 31,4 milhões) durante o primeiro ano de vacinação contra a COVID-19.
DOI: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(22)00320-6
Arquivo
1220 - O excesso de óbitos no Brasil durante a atual pandemia (COVID-19)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

1242 - A máscara facial inteligente

A invenção, detalhada em 10 de janeiro na revista Nature Communications, notifica quando os limites de CO2 foram ultrapassados por meio de um alerta via smartphone. O usuário sabe assim quando reinalar o gás passa a ser prejudicial.
A reabsorção que resulta em concentração de CO2 maior do que a atmosférica (0,04% a 0,1%) gera mal-estar, dores de cabeça, fadiga, falta de ar, tontura, e sudorese, causando também aumento da frequência cardíaca, fraqueza muscular e sonolência. O estudo estima que isso possa ocorrer a partir de qualquer período de tempo usando uma PFF2 convencional.
http://twitter.com/revistagalileu/status/1490067713271611394
Resumo
O uso de máscaras faciais pela população em geral é recomendado em todo o mundo para evitar a propagação do SARS-CoV-2. Apesar das evidências a favor das máscaras faciais para reduzir a transmissão comunitária, também há consenso sobre os potenciais efeitos adversos de seu uso prolongado, causados ​​principalmente pela reinalação de CO2 . Aqui relatamos o desenvolvimento de uma plataforma de gasosodeterminação de CO2 em tempo real dentro de máscaras FFP2. O sistema consiste em um sensor optoquímico combinado com um tag flexível, sem bateria, habilitado para campo próximo com resolução e limite de detecção de 103 e 140 ppm respectivamente, e vida útil do sensor de 8 h, que é comparável ao recomenda aos tempos de uso da máscara FFP2. Incluímos um aplicativo de smartphone personalizado para alimentação sem fio, processamento de dados, gerenciamento de alertas, exibição e compartilhamento de resultados. Por meio de testes de desempenho durante a atividade diária e monitoramento de exercícios, demonstramos sua utilidade para avaliação de saúde não invasiva e sua potencial aplicabilidade para pesquisas e diagnósticos pré-clínicos.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

1240 - "Já tive covid-19, preciso vacinar?" Esse estudo diz que sim

Novo estudo demonstra efetividade das vacinas anticovídicas CoronaVac, AstraZeneca, Janssen e Pfizer em pessoas com história de infecção prévia pelo SARS-CoV-2 no Brasil. O trabalho, publicado no servidor de pré-impressão MedRxiv em 27 de dezembro de 2021, ainda não foi revisado por pares. ~ Clarinha Glock (21/01/2022), Medscape
“Este provavelmente é o estudo mais completo até o momento em relação à efetividade vacinal em indivíduos previamente infectados. Outros estudos mostraram algum benefício da vacinação em pessoas previamente infectadas, porém, eram limitados por tamanho amostral, representatividade e, em geral, somente avaliavam um tipo de vacina”, disse um dos autores da pesquisa, o Dr. Otavio Tavares Ranzani, médico intensivista e epidemiologista da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e do Instituto de Salud Global de Barcelona (ISGlobal), na Espanha.
Para realizar a análise, os pesquisadores consultaram bancos de dados nacionais com informações sobre a vigilância de casos, os testes laboratoriais e a vacinação no Brasil. No estudo, a equipe selecionou indivíduos que tiveram covid-19 confirmada por meio de teste de reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR, sigla do inglês Reverse Transcription Time Polymerase Chain Reaction) e, dentre estes, aqueles que tiveram covid-19 confirmada durante o período do estudo.
“Assim, construímos um estudo caso-controle e teste negativo. Estimamos a razão de chances de alguém vacinado ter um teste RT-PCR positivo em comparação com alguém não vacinado e conseguimos estimar a efetividade da vacina”, explicou o Dr. Otavio. “Tomamos o cuidado de evitar falso-negativos”, acrescentou o pesquisador.
No total, foram avaliados 22.565 indivíduos acima de 18 anos que tiveram dois testes RT-PCR positivos (reinfecção) e 68.000 que tiveram teste positivo e depois negativo, entre fevereiro e novembro de 2021.
Os pesquisadores constataram que, 14 dias após a finalização do esquema vacinal, a efetividade das vacinas anticovídicas CoronaVac, AstraZeneca, Janssen e Pfizer contra doença sintomática em pacientes previamente infectados pelo SARS-CoV-2 foi de 37,5%, 53,4%, 35,8% e 63,7%, respectivamente. Em relação a hospitalização e morte, a efetividade das vacinas foi de 82,2%, 90,8%, 87,7% e 59,2%, respectivamente.
Segundo o infectologista Dr. Julio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e um dos coordenadores do trabalho em tela, os resultados indicam a necessidade de reforço das recomendações de vacinação, contrapondo o discurso de alguns países de que, em caso de infecção prévia bastaria uma dose da vacina anticovídica – ou até mesmo nenhuma. “Neste momento, em que inclusive muitos profissionais de saúde estão adoecendo, é preciso garantir um nível de proteção elevado”, afirmou o Dr. Julio.
O Dr. Albert Icksang Ko, médico que participou da pesquisa em colaboração com o Instituto Gonçalo Muniz, da Fiocruz em Salvador, e atua no Departamento de Epidemiologia de Doenças Microbianas da Yale School of Public Health, acredita que este estudo é um recurso importante para direcionar as políticas de saúde em todo o mundo. Além disso, ele considera fundamental para reforçar que, se houver um paciente infectado, ele deve receber a vacinação. “Aqui nos Estados Unidos ainda há muitas pessoas que pensam que não precisam da vacina, e esta informação não baseada cientificamente é promovida por governos, como o da Flórida”, observou.
Nas conclusões, os pesquisadores salientaram que mais de 40% da população mundial ainda não recebeu nem uma dose de vacina anticovídica e uma proporção substancial já foi infectada pelo SARS-CoV-2, portanto, “garantir acesso à vacina a indivíduos com infecção anterior pode ser particularmente importante em meio ao início de relatórios da variante Ômicron que sugerem que a imunidade conferida por infecção anterior é reduzida”.
“Nós não avaliamos a variante Ômicron, mas mostramos que, mesmo quem já teve infecção pelo SARS-CoV-2 e tem imunidade decorrente da infecção, se beneficia muito em ganho adicional de proteção ao tomar as duas doses da vacina, e isso deve ajudar na proteção contra a Ômicron”, enfatizou o Dr. Otavio.
Participaram do estudo pesquisadores do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia); do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia); da Fiocruz Brasília e da Fiocruz Mato Grosso do Sul; da Universidade Federal da Bahia; da Stanford University, do Instituto de Salud Global de Barcelona (ISGlobal); do Hospital das Clínicas de Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; da London School of Hygiene and Tropical Medicine; da Universidade Federal de Ouro Preto; da Universidade da Flórida; da Yale School of Public Health; da Universidade de Brasília; da Emory University; da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
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Imunidade turbinada: 
estudo mostra que infecção por Covid-19 complementa vacina e cria superproteção
extra.globo.com
Micrografia eletrônica de varredura colorida mostra célula fortemente atacada pelo SARS-Cov-2 (em vermelho) Foto: NIH/Divulgação

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

1180 - Autenticação biométrica usando o estalo de dedo. Estudo


Quando se trata de sistemas de autenticação biométrica há muitos para escolher: a impressão digital, o reconhecimento do rosto, da mão, das características do olho (íris e retina), da voz, do odor corporal etc. etc. Mas nenhum é 100% perfeito, então há sempre uma demanda nessa área por melhoria e inovação.
Em 2016, equipes de pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia da Computação da Ocean University of China e da Escola de Ciência da Computação e Engenharia da University of New South Wales, Sydney, Austrália, propuseram (e testaram) um novo método de autenticação: o reconhecimento do estalo de dedo (snapping).
"A segurança dos dispositivos inteligentes é motivo de uma grande preocupação hoje em dia. Por exemplo, vários métodos foram aplicados para autenticação de usuário em smartphones e relógios inteligentes, como senha, PIN e impressão digital. Eles podem ser facilmente roubados por invasores ou precisam de sensores extras para entrada. Neste artigo, um novo recurso biométrico, o estalo de dedo, é aplicado para autenticação de pessoas. O som do dedo estalando é fácil de capturar com o microfone embutido nos dispositivos inteligentes. Além disso, é fácil de executar e não requer lembrança explícita, pois o estalar de dedos depende apenas da memória muscular."
"Estalar os dedos é o ato de fazer o som pelo impulso de um dedo contra a palma da mão. Isso é feito juntando o polegar com outro dedo (geralmente o indicador) e, em seguida, movendo o outro dedo imediatamente para baixo para atingir a palma. Tal ato de estalar o dedo envolve características fisiológicas que se referem a traços herdados que estão relacionados ao corpo humano, já que o som do estalo do dedo é diferenciado pelo tamanho da palma da mão, forma de encaixe do dedo e textura da pele. Além disso, também envolve características comportamentais que se referem ao padrão aprendido de uma pessoa, pois é o movimento do dedo que cria o som."
http://www.improbable.com/2020/10/12/person-authentication-using-finger-snapping-study/
Yang Y., Hong F., Zhang Y., Guo Z. Person Authentication Using Finger Snapping - A New Biometric Trait. In: http://doi.org/10.1007/978-3-319-46654-5_84 (O texto completo pode ser encontrado aqui.)

N. do E.
Outro interessante traço biométrico a ser estudado como autenticação de indivíduo, penso que seria o Tsk tsk! Fica a sugestão.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

1157 - A reversão da idade biológica

Voltando no tempo: os seres humanos podem reverter sua idade biológica?
A idade é apenas um número. Mas e se você pudesse reduzir esse número?
Você realmente pode, descobriram os cientistas em setembro deste ano (2013) - se você prestar atenção à sua idade biológica, e não cronológica.
Durante um pequeno ensaio clínico de um ano, as pessoas que tomaram um coquetel de três medicamentos disponíveis comercialmente conseguiram fazer voltar o relógio em sua biologia. Os participantes receberam um hormônio do crescimento e dois medicamentos para diabetes. A combinação reduziu sua idade biológica em 2 anos e meio, em média.
Greg Fahy, principal autor do estudo e diretor de ciências da Intervene Immune, disse à Inverse na época que as descobertas sugerem que o envelhecimento pode não ser tão inevitável quanto pensamos. "Uma das lições que podemos tirar do estudo é que o envelhecimento não é necessariamente algo que está além do nosso controle", disse ele. "De fato, parece que o envelhecimento é amplamente controlado por processos biológicos que podemos influenciar".
O que é "idade biológica"?
Enquanto a idade cronológica é o número de anos que uma pessoa está viva, a idade biológica de alguém é quantos anos a pessoa parece ter. É medido observando marcadores epigenéticos, uma espécie de "relógio" biológico que rastreia alterações químicas que ocorrem no DNA ao longo do tempo. Eles são como "decorações em seu DNA", disse Fahy.
Um exemplo é a metilação - ou a adição de grupos metila ao DNA. Pesquisas publicadas em 2013 sugerem que há uma relação entre envelhecimento e metilação, fazendo deste último uma métrica essencial para relógios epigenéticos.
Pode ser possível reverter esses relógios com um trio de medicamentos já aprovados pela FDA: hormônio do crescimento humano recombinante (rhGH) e dois medicamentos para diabetes, desidroepiandrosterona (DHEA) e metformina. Usando os três medicamentos, a equipe de Fahy decidiu regenerar o timo - a “glândula mestre” do sistema imunológico. Ele pega os glóbulos brancos da medula óssea e os converte em células T, que combatem doenças por bactérias, vírus e até o câncer. "É um processo essencial para permanecer vivo", disse Fahy.
Na época em que os seres humanos atingem a puberdade, o timo começa a perder essa função vital. É aí que o hormônio do crescimento entra - o rhGH demonstrou reconstituir o timo em animais. No entanto, o medicamento pode elevar os níveis de insulina, motivo pelo qual os pesquisadores também forneceram aos participantes metformina para diabetes, para manter esses níveis sob controle.
Um palpite levou à inclusão do terceiro medicamento, DHEA, nos ensaios. Níveis mais altos de DHEA podem ser a razão pela qual os jovens têm níveis mais altos de hormônio do crescimento sem o aumento da insulina, de acordo com Fahy.
O estudo vem com uma série de advertências: ele não tinha um grupo de controle e incluía apenas nove pessoas, todas brancas. Os pesquisadores querem realizar estudos futuros com amostras maiores e mais diversas.
Mas os resultados são animadores, disse Fahy. "É tão emocionante que somos capazes de fazer a pergunta agora, mesmo que não possamos responder."
À medida que 2019 chega ao fim, a Inverse está revisitando 25 lições impressionantes para os seres humanos a fim de ajudar a maximizar nosso potencial. Este é a de nº 24. Algumas são inspiradoras, outras oferecem dicas práticas e outras dão uma ideia do futuro. Leia o artigo original aqui:
http://www.inverse.com/article/59096-humans-reverse-epigenetic-clock




O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON
Sinopse
Nova Orleans, 1918. Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu de forma incomum, com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. Quando ainda criança ele conhece Daisy (Cate Blanchett), da mesma idade que ele, por quem se apaixona. É preciso esperar que Daisy cresça, tornando-se uma mulher, e que Benjamin rejuvenesça para que, quando tiverem idades parecidas, possam enfim se envolver.
AdoroCinema

quinta-feira, 25 de junho de 2020

1155 - Antecipando o papel da inteligência artificial na avaliação por imagem da DPOC

Para diagnosticar o enfisema (pulmonar) e classificar sua gravidade há mais arte que ciência.
"Todo mundo tem um limiar de gatilho diferente para o que eles chamariam de normal e o que chamariam de doença", diz o Dr. Joseph Schoepf, MD, diretor de imagens da MUSC Health e assistente de pesquisa clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Medicina da Carolina do Sul. "E, até recentemente, exames de pulmões danificados eram um ponto discutível".
No passado, se você perdia tecido pulmonar, era isso. O tecido pulmonar desaparecera e havia muito pouco que você poderia fazer em termos de terapia para ajudar os pacientes. "Mas, com os avanços no tratamento nos últimos anos, aumentou o interesse em classificar objetivamente a doença", afirma Schoepf. É aí que a inteligência artificial e a imagem podem entrar em cena.
Schoepf foi o principal pesquisador em um estudo que analisou os resultados do AI-Rad Companion da Siemens Healthineers em comparação com os testes tradicionais de função pulmonar.
O estudo, publicado on-line no American Journal of Roentgenology, em março, mostrou que o algoritmo do AI-Rad Companion, que examina a tomografia computadorizada do tórax, fornece resultados comparáveis ​​aos testes de função pulmonar, que medem com que força uma pessoa pode expirar. Mostrar que o software de inteligência artificial funciona é o primeiro passo para possivelmente usar exames de tórax para quantificar a gravidade da doença pulmonar e acompanhar os resultados do tratamento.
Philipp Hoelzer, gerente de engajamento de clientes da Siemens Healthineers, diz que uma medição objetiva pode ajudar a avaliar o valor de novos tratamentos ou medicamentos. A equipe da Siemens Healthineers vê o programa como uma maneira de a inteligência artificial trabalhar em conjunto com a experiência clínica dos radiologistas.
"Retirar tarefas manuais e repetitivas, como aquelas que exigem muita medição, é de grande benefício para um radiologista", diz ele. "Contudo, a interpretação das imagens e o pensamento abstrato que a acompanha permanecerão com o radiologista".
O programa também pode oferecer uma ajuda concreta aos médicos que tentam convencer os pacientes da necessidade de adotar mudanças. Ele pode criar um modelo 3D dos pulmões do paciente, mostrando os danos existentes. "Se você pudesse visualizá-lo e fornecer as informações em termos de imagem, poderia se comunicar melhor com o paciente e, com sorte, levar o paciente a parar de fumar ou mudar o estilo de vida", diz Hoelzer.
No estudo, os pesquisadores analisaram os exames de tórax e as funções pulmonares de 141 pessoas. Atualmente, os exames de tórax não fazem parte das diretrizes para o diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica, um termo genérico que inclui enfisema, bronquite crônica e outras doenças pulmonares, diz Schoepf, porque não havia um meio objetivo de avaliar os exames.
No entanto, ele antecipa um papel para as imagens, se for possível demonstrar que elas oferecem um benefício em termos de objetividade e quantificação.
Siga lendo:
http://www.news-medical.net/news/20200427/Artificial-intelligence-A-backup-and-excellent-benefit-for-radiologists.aspx
http://twitter.com/SwissCognitive

quinta-feira, 26 de março de 2020

1142 - Relevância comparativa entre aptidão física e adiposidade na expectativa de vida

Um estudo observacional do Biobank do Reino Unido
Francesco Zaccardi, MD, PhD;  Melanie J. Davies, MD; Kamlesh Khunti, MD, PhD; Tom Yates, PhD
DOI: https://doi.org/10.1016/j.mayocp.2018.10.029
RESUMO
Objetivo
Investigar até que ponto duas medidas de condicionamento físico - ritmo de caminhada e força de preensão manual - estão associadas à expectativa de vida em diferentes níveis de adiposidade, pois ainda é debatida a importância relativa do condicionamento físico e adiposidade nos resultados de saúde.
Pacientes e métodos
Ritmo habitual de caminhada (auto-definido como lento, constante / médio, acelerado), força de preensão manual avaliada pelo dinamômetro, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura e percentual de gordura corporal determinados na linha de base no estudo prospectivo de coorte do Biobank do Reino Unido (março 13 de junho de 2006 a 31 de janeiro de 2016). A expectativa de vida foi estimada aos 45 anos de idade.
Resultados
A idade mediana e o IMC dos 474.919 participantes incluídos nesta análise foram 58,2 anos e 26,7 kg / m2 , respectivamente; durante um acompanhamento médio de 6,97 anos, ocorreram 12.823 mortes. Os participantes que relataram ritmo acelerado de caminhada tiveram maiores expectativas de vida em todos os níveis de IMC, variando de 86,7 a 87,8 anos em mulheres e 85,2 a 86,8 anos em homens. Por outro lado, os indivíduos que relataram ritmo lento de caminhada tiveram menor expectativa de vida, sendo o menor observado em caminhantes lentos com IMC menor que 20 kg / m2 (mulheres: 72,4 anos; homens: 64,8 anos). Diferenças menores e menos consistentes na expectativa de vida foram observadas entre os participantes com alta e baixa força de preensão manual, principalmente em mulheres. O mesmo padrão de resultados foi observado para a circunferência da cintura ou o percentual de gordura corporal.
Conclusão
Verificou-se que os caminhantes acelerados tinham uma expectativa de vida mais longa, constante em diferentes níveis e índices de adiposidade. Esses achados podem ajudar a esclarecer a importância relativa da aptidão física e da adiposidade na mortalidade.
Abreviações e Acrônimos:
IMC (índice de massa corporal), IC (intervalo de confiança), FC (razão de risco), IQR (intervalo interquartil), NHS (Serviço Nacional de Saúde)
"Em outras palavras, os resultados sugerem que, talvez, a aptidão física seja um indicador melhor da expectativa de vida do que o índice de massa corporal (IMC), e que incentivar as pessoas a caminhar com mais vigor possa adicionar anos às suas vidas." (Tom Yates)

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

1111 - Quanto café você deve beber?

O café é mais do que apenas uma bebida, é uma paixão. Ou um vício. Milhões de pessoas em todo o mundo não podem começar o dia sem uma xícara de café e, para muitas, apenas uma xícara não é suficiente. O fascínio é compreensível: o café é aromático, rico em sabor e faz o sangue fluir. Ele também tem muitos benefícios para a saúde, mas como a maioria das outras coisas, se consumido em excesso pode causar danos à saúde.
Mas quanto é demais? Esta é exatamente a pergunta que a professora Elena Hyppönen e o Dr. Ang Zhou, da Universidade da Austrália do Sul, decidiram responder por meio de um estudo de análise prospectiva.
Segundo eles, o ponto em que a cafeína começa a afetá-lo adversamente é a sexta xícara, já que a probabilidade de doenças cardíacas parece aumentar em até 22% entre pessoas que bebem seis xícaras ou mais de café diariamente.
Uma xícara pode ser uma medida confusa, então, para elucidar, o que eles querem dizer com uma "xícara" é uma bebida que contém cerca de 70 a 140 miligramas de cafeína. Isso é importante para entender, porque o "copo" que você pede no café mais próximo pode conter muito mais cafeína do que isso, dependendo do tamanho e da potência. Além disso, o café não é a única maneira de ingerir cafeína, como pode ser encontrado no chá e refrigerantes.
Quanta cafeína sua bebida contém?
• Uma xícara de café fresco (coado) contém cerca de 140 mg de cafeína
• Uma xícara de café instantâneo contém cerca de 100 mg de cafeína
• Uma xícara de café expresso contém cerca de 65 mg de cafeína
• Uma xícara de chá preto contém cerca de 47 mg de cafeína
• Uma xícara de chá verde contém cerca de 35 mg de cafeína
• Uma xícara de chá branco contém cerca de 25 mg de cafeína
• Uma garrafa de 600ml de refrigerante contém cerca de 45 mg de cafeína
• Uma lata de bebida energética contém cerca de 77 mg de cafeína
Qual é o veredito? 
O café não é bom para a maioria das pessoas, é ótimo. Se você mantiver sua dose diária de café entre 1-5 xícaras, ou 70-400 miligramas de cafeína por dia, você vai ficar perfeitamente bem e será capaz de colher os muitos benefícios de saúde que o café proporciona. Apenas lembre-se de incluir outras bebidas que possam conter cafeína, como refrigerantes, neste cálculo.
https://doi.org/10.1093/ajcn/nqy297
http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=14034

quinta-feira, 20 de junho de 2019

1102 - Correlação entre posse de armas de fogo e tamanho do pênis

Se alguém discute sobre as restrições de armas de fogo frequentemente se depara com a afirmação de que os donos compram suas armas para compensar terem pênis pequenos.
Embora a associação entre a posse de armas e o tamanho pequeno do pênis seja lembrada com frequência nas discussões sobre essas armas, até agora não houve o apoio de evidências científicas.
O presente estudo tenta preencher esta lacuna, comparando os dados sobre o tamanho do pênis com a posse de armas para confirmar que a relação reivindicada possa existir.
Para obter informações sobre a taxa de posse de armas por estado (nos Estados Unidos), a equipe de pesquisa usou dados de um estudo da Universidade de Columbia de 2015 que avaliou as taxas de posse de armas com base em uma pesquisa de 2013, fornecendo uma porcentagem de residentes de cada estado que possuem armas.
Para determinar o tamanho do pênis, a equipe de pesquisa utilizou os resultados de um estudo de 2010 por condomania.com, que se apresenta como "a primeira loja de preservativos da América". O estudo classificou os 50 estados em ordem decrescente de tamanho, com base nas vendas de preservativos para cada estado.
Plotar o tamanho do pênis como uma função da taxa de posse de armas revela claramente uma correlação, com a classificação do tamanho do pênis de um estado diminuindo à medida que aumenta a porcentagem de posse de armas. Observe que uma classificação baixa indica um tamanho de pênis maior, ficando entre o número 1 (maior - New Hampshire) e # 50 (menor - algum estado pobre que não é New Hampshire). Com base nos dados, um estado como o Alasca, com uma taxa de propriedade de armas de 61,7%, pode ser classificado como 61 em 50 (sobre isto ver nota explicativa 3 no artigo original), comparado a New Hampshire no topo do ranking com uma taxa de posse de armas de apenas 14,4%.
Deve-se notar que o estudo mostra apenas uma correlação e não um efeito causal. Ou seja, enquanto os dados mostram claramente que o tamanho pequeno do pênis e a posse de armas de fogo estão correlacionados, não se pode dizer com certeza que compensar o tamanho do pênis pequeno seja a motivação para possuir uma arma. Pesquisas adicionais podem ser úteis para apoiar essa relação causativa.
Extraído de: Study Confirms Gun Owners Have Smaller Penises, publicado em The Truth About Guns, site que reúne praticantes de caça nos EUA. O controlador do Nova Acta não endossa a metodologia utilizada no presente estudo, embora concorde com a ideia de que uma correlação não implique uma causalidade.
624 - Correlações espúrias
627 - Guia rápido para detetar a "Má Ciência"
1017 - Ronald Fisher. Teste e controvérsias

quinta-feira, 11 de abril de 2019

1092 - Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado

Uma nova técnica desenvolvida por Talissa Altes, MD, usa imagens de ressonância magnética com gás hiperpolarizado (hélio-3) para avaliar os resultados de um tratamento da fibrose cística.
Uma doença letal
A fibrose cística [1] [2] [3] [4] é uma doença respiratória que causa densos acúmulos de muco nos espaços aéreos dos pulmões. Isso dificulta a respiração e leva a uma infecção potencialmente fatal, matando muitos pacientes antes que eles atinjam os 50 anos de idade.
Não há cura, mas há tratamento.
O problema com o tratamento é não haver uma maneira consistente de determinar se o medicamento está efetivamente funcionando de pessoa para pessoa.
Até agora.
A descoberta da imagem com hélio
Altes, do Departamento de Radiologia da Universidade de Virgínia, EUA, foi o principal autor do novo estudo que desenvolveu a ideia de usar imagens com hélio para testar a eficácia de uma droga na fibrose cística.
A técnica foi cunhada de Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado e é essencialmente isto: hélio (especificamente hélio-3) sendo usado como um agente de contraste dentro dos pulmões na ressonância magnética. Um pulmão saudável aparecerá completamente branco quando o hélio estiver presente e livre para vaguear, de acordo com Altes.
Em um pulmão doentio, onde a ventilação sofre bloqueios, o hélio não poderá circular livremente. Essas áreas bloqueadas aparecerão escuras na imagem.
Basicamente, é um teste com corante. Ao comparar as áreas brancas com as escuras das imagens por hélio, o radiologista poderá dizer se e quão bem a droga para a fibrose cística está funcionando de paciente para paciente.
Mais branco = tratamento mais eficaz. Menos branco = tratamento menos eficaz.
Helium imaging used to measure cystic fibrosis treatment, Zephyr

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

1082 - Para onde vai a gordura que você perde?

Como parte de um estudo sobre esse assunto em particular, cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, formularam uma questão muito simples aos profissionais de saúde: quando alguém perde peso, para onde vai a gordura? Dos 150 nutricionistas, médicos e personal trainers entrevistados, apenas três deles responderam à questão corretamente.
Ao escrever para o site The Conversation, os cientistas-assistentes Ruben Meerman e Andrew Brown, professor e chefe de biotecnologia e ciências biomoleculares da universidade, explicaram os resultados da pesquisa – e assim como os profissionais de saúde que foram questionados, você pode se surpreender com o que eles relataram.
Eles escreveram: "o equívoco mais comum, de longe, é que a gordura é convertida em energia. O problema com essa teoria é que ela viola a lei da conservação da matéria, da qual obedecem todas as reações químicas". Outros entrevistados acreditavam que a gordura era convertida em músculo, o que, segundo eles explicaram, "é impossível". Outra teoria era que ela deixa o corpo através do cólon, que também foi provado estar incorreto.
Então qual a resposta? 
 "A gordura é convertida em água e dióxido de carbono. Você exala o dióxido de carbono e a água se mistura na sua circulação até se perder na urina ou no suor. Se você perder 10 quilos de gordura, precisamente 8,4 kg sairão pelos pulmões e os 1,6 kg restantes se transformarão em água. Em outras palavras, quase todo o peso que perdemos é exalado."
Enquanto isso pode surpreender as pessoas, quase tudo o que comemos volta pelos pulmões. Por exemplo, todos os carboidratos que você digere e quase todas as gorduras são convertidos em água e dióxido de carbono. O mesmo vale para a proteína e o álcool, além de uma pequena quantidade da primeira, que é transformada em ureia e outros sólidos, e excretada na forma de urina.
Os cientistas apontaram que o único alimento que chega não digerido ao cólon é a fibra dietética, como o milho. O resto é absorvido pela corrente sanguínea e pelos órgãos.
When we lose weight, where does it go?
http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=11394
PÔR IMAGEM

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

1070 - Novo algoritmo de computador baseado em "octonions" para a classificação da tosse

Destaques
• Novo algoritmo de computador para a classificação de sons da tosse é proposto.
• Parâmetros de sons da tosse são organizados como números de 8 dimensões - "octonions".
• O algoritmo "octoniônico" supera o algoritmo padrão em sensibilidade e especificidade.
Resumo
A avaliação objetiva da frequência da tosse é essencial para a avaliação da tosse e das terapias antitússicas. No entanto, os algoritmos disponíveis para a detecção automática do som da tosse têm uma sensibilidade limitada e a análise do som da tosse requer frequentemente a entrada de observadores humanos. Portanto, um algoritmo para a detecção do som da tosse com alta sensibilidade seria muito útil para o desenvolvimento de monitores de tosse automáticos. Aqui apresentamos um novo algoritmo para classificação de sons de tosse com base em números de 8 dimensões e o comparamos com o algoritmo baseado na rede neural padrão. O desempenho foi avaliado em um conjunto de dados de 5.200 sons de tosse e 90.000 de sons de não-tosse gerados a partir das gravações de som em 18 pacientes com tosse freqüente causada por várias doenças respiratórias. O algoritmo de classificação padrão apresentou sensibilidade de 82,2% e especificidade de 96,4%. Em contraste, o algoritmo de classificação "octoniônica" apresentou sensibilidade significativamente maior, de 96,8%, e especificidade de 98,4%. O uso de "octonions" para classificação de sons de tosse melhorou a sensibilidade e a especificidade da detecção dos sons da tosse.
Novel computer algorithm for cough monitoring based on octonions 
Peter Klcoa, Marian Kollari, Milos Tatar
https://doi.org/10.1016/j.resp.2018.03.010
Humor
Dificuldades à parte com essa classificação, um pneumologista sabe muito bem reconhecer a tosse quando escuta uma.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

1053 - Uma adaptação evolutiva no ser humano para o mergulho

Quanto tempo você consegue prender a respiração?
Os povos Bajau da Indonésia são às vezes chamados de "Nômades do Mar", porque passam muito tempo no oceano caçando criaturas marinhas (peixes, polvos e crustáceos). Mergulhadores Bajau podem passar até 13 minutos debaixo d'água - sem equipamento de mergulho! Tempo esse que rivaliza com o tempo das lontras marinhas que podem ficar submersas até 13 minutos de cada vez,
Melissa Ilardo, uma americana da Universidade de Copenhague, foi à Indonésia para descobrir o que torna os mergulhadores de Bajau tão bons em permanecer embaixo d'água.
Ela pegou amostras genéticas e realizou exames de ultrassonografia, que mostraram que os Bajau tinha baços cerca de 50% maiores do que aqueles vistos em outros indivíduos que não compartilham o estilo de vida aquático dos Bajau na mesma área de Indonésia..
Os baços são importantes no mergulho porque liberam oxigênio no sangue quando o corpo está sob estresse ou quando a pessoa prende a respiração embaixo d'água.
Os baços eram maiores no povo Bajau, independentemente de serem mergulhadores regulares ou não, e uma análise mais aprofundada de seu DNA revelou o motivo.
Comparando os genomas dos Bajau com os de duas populações diferentes, os chineses de Saluan e Han, ela encontrou 25 sites que diferiram significativamente. Entre eles estava um site de um gene conhecido como PDE10A, que foi determinado como estando ligado ao tamanho maior do baço nos Bajau. Em camundongos, o PDE10A é conhecido por regular um hormônio da tireoide que controla o tamanho do baço, apoiando a ideia de que "nos Bajau o tamanho do baço poderia ter evoluído para sustentar seus mergulhos longos e frequentes".
Mais pesquisas são necessárias para entender como o hormônio da tireoide afeta o tamanho do baço humano.
https://www.yahoo.com/news/first-genetic-adaptation-diving-discovered-sea-nomads-162702663.html
https://boingboing.net/2018/04/20/a-genetic-adaptation-allows-in.html
http://www.neatorama.com/2018/04/21/A-Human-Genetic-Adaptation-for-Diving/

domingo, 2 de abril de 2017

966 - Fosfoetanolamina sintética. Um resultado preliminar dos testes clínicos pelo Icesp

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) anunciou nesta sexta-feira (31) que decidiu suspender a inclusão de novos pacientes nos testes clínicos com a fosfoetanolamina, composto polêmico que ficou conhecido como "pílula do câncer", devido à ausência de "benefício clínico significativo" nas pesquisas realizadas até o momento.
Ao todo, 72 pacientes, de 10 diferentes grupos de tumores, foram tratados até o momento nesse estudo da fosfoetanolamina. Destes, 59 tiveram suas reavaliações, e 58 não apresentaram resposta considerada objetiva pelos médicos. Apenas um paciente, que tem melanoma, apresentou uma resposta ao tratamento - uma redução de mais de 30% do tamanho das lesões tumorais.
"Neste momento, o estudo tem se revelado muito aquém em termos de taxa de resposta. Conversamos com a comissão que acompanha o estudo a pedido do professor Gilberto Chierice. Fizemos reuniões internas sobre o que fazer com estes resultados e achamos mais prudente suspender a inclusão de novos pacientes no estudo", disse o diretor-geral do Icesp, Paulo Hoff, que supervisionou a pesquisa. [...]
O grupo de câncer colorretal foi o primeiro a completar a inclusão de todos os pacientes previstos nesta fase, e foi encerrado, pois nenhum paciente apresentou resposta objetiva ao tratamento.
"O estudo continua aberto, ele não é fechado. Como em toda boa prática de pesquisa, os pacientes que já foram incluídos continuam recebendo o produto e serão todos acompanhados. O que nós estamos apresentando é um resultado preliminar atendendo a ideia de transparência total", disse Hoff. "Todos os pacientes continuarão sendo acompanhados pelo Icesp", completou.
De acordo com Hoff, o estudo deverá receber sugestões para uma reestruturação. "Se houver continuação com [novos] pacientes, será com [portadores de] melanoma".
Fonte: G1
No Acta: 795 - Fosfoetanolamina



Como surgiu a pílula
A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da USP, em São Carlos, pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado. Apesar de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

925 - Microcefalia e outras complicações pelo vírus Zika iniciadas após o nascimento da criança

O Center for Disease Control and Prevention, o CDC, em colaboração com pesquisadores dos Estados Unidos e do Brasil, investigou a primeira série de recém-nascidos com evidência laboratorial de infecção congênita pelo vírus Zika em que foi documentada o início da microcefalia após o nascimento.
Um relatório, publicado na semana passada (dia 22), no Morbidity and Mortality Weekly Report, do CDC, descreve 13 lactentes no Brasil com a infecção congênita pelo vírus Zika, que não tinham microcefalia ao nascimento e que, posteriormente, experimentaram um retardo no crescimento da cabeça. Entre essas crianças, 11 mais tarde desenvolveram microcefalias que foram acompanhadas por complicações neurológicas significativas. Embora a microcefalia não estivesse presente no momento do nascimento, as crianças tinham outras lesões consistentes com a síndrome de Zika, congênita.
O estudo revelou que, entre os filhos de mães expostas ao vírus Zika durante a gravidez, a ausência de microcefalia ao nascimento não descarta a infecção congênita pelo vírus Zika nem a presença de anormalidades cerebrais relacionadas ao vírus.
Os resultados do estudo também destacaram a importância das recentes orientações do CDC sobre as avaliações médicas-  iniciais e continuadas - das crianças com possível infecção congênita pelo vírus Zika congênita e o uso da neuroimagem precoce para recém-nascidos que foram expostos ao vírus Zika no período pré-natal.
Notas relacionadas:
803 - MS confirma relação entre vírus zika e microcefalia
824 - Parceria Brasil–EUA para a vacina contra o vírus Zika
829 - Microcefalia. Perguntas e respostas

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

921 - O recorde da longevidade

Ninguém viveu mais tempo do que Jeanne Calment, nascida na França e que morreu em 1997 com a idade de 122 anos e 164 dias.
Dado o número crescente de pessoas que rompem a barreira de 100 anos, e considerando-se o aumento constante da expectativa (ou esperança) de vida, os cientistas pensavam que o seu recorde de longevidade seria quebrado de forma relativamente rápida. Isso simplesmente não aconteceu.
Há uma grande diferença, ao que parece, entre a expectativa de vida, que é o número médio de anos que um grupo de indivíduos nascidos no mesmo ano consegue viver, e a idade máxima alcançável por um dos membros do grupo.
Em um estudo publicado na Nature, o geneticista molecular Jan Vijg e sua equipe no Albert Einstein College of Medicine, no Bronx, sugerem que vida humana tem um limite natural, e que nós provavelmente nunca excederemos o valor máximo acima registrado.
Hitting a wall: Reported age of death of supercentenarians. (Image: Dong et al., 2016/Nature)
Ler mais: Why the-human lifespan ends at 122, GIZMODO
Ler também: Os supercentenários, EntreMentes