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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

1125 - Vírus Ebola: de 90% de mortalidade a 90% de cura

Recentemente, tive a oportunidade de visitar o Micropia, o único museu do mundo - pelo menos, segundo eles - dedicado a micróbios. Uma de suas seções é dedicada a algumas das doenças que eles causam. E um dos microorganismos incluídos nesta seção é o vírus Ebola, que causa uma terrível febre hemorrágica.
O texto, que acompanha a escultura em vidro de Luke Jerram que o representa, diz (os negritos são meus):
O Ebola é uma doença viral aterrorizante para a qual ainda não há cura. Em cerca de 90% dos casos, o Ebola tem um resultado fatal. Embora a doença seja muito contagiosa, as vítimas morrem tão rapidamente que, geralmente, há pouco tempo para infectar muitas outras. É por isso que a propagação do vírus é limitada. 
A Micropia foi inaugurada em 30 de setembro de 2014, tendo sido o texto preparado um pouco antes. Mas, quando visitei o museu - menos de cinco anos após sua inauguração - o texto havia se tornado obsoleto. Porque novos tratamentos com anticorpos monoclonais já obtêm até 90% de cura se forem aplicados a tempo.
Extraído de: Virus del ébola: de un 90% de mortalidad a un 90% de curaciones, por @Wicho. In: Microsiervos

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

1063 - Um monumento ao rato de laboratório




Esta escultura, do artista Andrew Kharkevich, encontra-se perto do Instituto de Citologia e Genética da Rússia, em Novosibirsk, a terceira cidade mais populosa do país e a cidade mais populosa da Sibéria. Destina-se a homenagear os animais de laboratório que foram sacrificados nas pesquisas científicas.
O monumento feito de bronze mostra um rato de jaleco e óculos tecendo a dupla hélice do DNA com agulhas.
Mantendo as características anatômicas de um rato, o escultor optou pelo meio termo entre um personagem de desenho animado e um rato da vida real.
Lembra um pouco a Sra. Frisby, o que pode ser intencional, quem sabe.

Também na Rússia: Um monumento ao enema.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

774 - "Sine cera"

por Audinne F.
do Blog Pacientes Ensinam
Havia uma movimentação estranha na porta do consultório. Era habitual que, no atendimento do posto de saúde, sempre houvesse muitos risos e falatório do lado de fora, mas naquela manhã estavam muito intensos. Quando abri a porta do consultório e anunciei o nome do próximo paciente, uma figura baixinha, algo encurvada, com a expressão de quem não estava para brincadeiras gritou em alto e bom som "Ave Maria, finalmente me chamou! Deus me livre, como é que a gente espera tanto pra ser atendida, minha filha? Sou uma idosa, tenho pressão alta e diabetes, sabia? Já 'tava' passando mal!". Eu, que venho treinando o meu melhor sorriso para todas as ocasiões em que os pacientes nos veem com essas, ajudei a senhora a entrar ano consultório com o sorriso no rosto e sem dizer palavra. AFINAL, DEFINITIVAMENTE NÃO ERA A PRIMEIRA VEZ QUE LIDAVA COM UMA SITUAÇÃO ASSIM.
Ela começou então a falar dos remédios que tomava e das dores que sentia. Doía aqui e doía ali. Aparentemente estava começando uma "virose" e, depois de perguntar sobre alguns "sinais de alarme", levantei e avisei que iria examiná-la. A paciente, que já não estava tão emburrada e falava alegremente dos netos pequeninos, continuou falando quando eu lhe disse "Vou examinar seu coração, Dona Fulana". Rapidamente coloquei o estetoscópio em posição e fui ajustando o aparelho no tórax dela, sobre o foco aórtico (é por onde geralmente inicio a ausculta, localiza-se do lado direito do tórax). Ela subitamente parou de falar, me olhou como quem repreende um neto e disse:
– Não, minha filha, o coração fica do lado esquerdo do peito!
° ° °
OS PACIENTES PODEM ALGUMAS VEZES NÃO ENTENDER O QUE ESTAMOS FAZENDO, E ESSA INCERTEZA ASSUSTA. Como pode ser examinada por uma médica que nem sabe que lado fica o coração? Eu expliquei àquela senhora que a gente escutava um monte de pontos no tórax pra saber se o coração estava bem, inclusive "o lado direito". Mas isso me fez lembrar das centenas de vezes que fiz esse gesto e que o paciente quis perguntar a mesma coisa e não o fez. A idosa usou da permissão que o passar dos anos nos dá para falar, falar o que a sociedade nos tolhe quando somos mais jovens. Achei bonita a sinceridade. Acho que nos engrandece um pouco ser, por vezes, confrontados. Essa é a arte de lidar com pessoas.
P.S.: Diz que a palavra "sincero" teve origem na Roma Antiga ("sine cera") quando, na fabricação de estátuas de mármore, os escultores desonestos cobriam as imperfeições com cera. Assim, aqueles que eram considerados honestos, não usavam deste artifício, fazendo esculturas "sem cera".