quarta-feira, 29 de junho de 2016

874 - Exercício Kegel

Vamos combinar o seguinte:
Popeye e Brutus testam a força, Olívia, a elasticidade, e vocês leitores, a argúcia.
– Esta cena foi antes ou depois do espinafre?
– AE. Caso contrário Olívia apareceria faltando um braço no episódio subsequente.
N. do E.
Quando os braços de Olívia Palito são esticados, as pernas também respondem. Na verdade, isso tudo está sendo para Olívia um exercício Kegel (para fortalecer os músculos do assoalho pélvico).

domingo, 26 de junho de 2016

873 - O esfíncter anal, segundo WC

O proctologista W.C. Bornemeier explica por que o esfíncter anal deve ser preservado ao se realizar uma cirurgia de hemorroidas:
"Dizem que o homem teve o sucesso que os outros animais não tiveram por causa do uso inteligente das mãos. No entanto, quando comparado com as mãos, o esfíncter anal é bem superior. Se você colocar em suas mãos em concha uma mistura de sólidos, líquidos e gases e, em seguida, através de uma abertura na parte inferior, tentar deixar somente o gás sair, você irá falhar miseravelmente. Mas o esfíncter poderá fazê-lo. O esfíncter, aparentemente, consegue diferenciar entre sólidos, líquidos e gases. Ele, aparentemente, sabe se seu proprietário está sozinho ou com alguém, em pé ou sentado, e se o seu proprietário está em um dado momento com as calças ou não. Nenhum outro músculo do corpo protege tão bem a dignidade do homem e está sempre pronto para vir em seu socorro. Um músculo como este vale a pena ser protegido."
Tradução: PGCS
- W.C. Bornemeier, "Sphincter Protecting Hemorrhoidectomy"American Journal of Proctology 11 (1960), 48-52.

No Acta: 177 - Um termograma explicado

quinta-feira, 23 de junho de 2016

872 - Um atestado médico para fim de beber

O ano era 1931, e Churchill estava em uma turnê de palestras nos Estados Unidos. À época, estava em vigor no país a lei seca, e Winston devia saber que faria uma longa viagem sem libações.
Em Nova York, ao atravessar uma rua, Churchill foi atropelado por um carro.
Levado às pressas para um hospital, ele foi tratado de um ferimento na cabeça, um nariz e várias costelas quebradas, entre outras lesões.
Ao deixar o hospital, ele foi para as Bahamas para descansar e curar-se completamente. Mas ele ainda queria completar a sua turnê de palestras.
O médico que cuidara de Churchill em Nova York não achou que prosseguir com a turnê fosse uma boa ideia, tendo em vista os ferimentos do seu paciente, mas encontrou a melhor maneira possível para aliviá-lo do sofrimento.
Ele deu a Churchill um atestado médico. Contornando a lei seca, o documento lhe permitia ter acesso ao álcool que quisesse.
O atestado, escrito pelo Dr. Otto Pickhardt, dizia:
Este é para certificar que o convalescente de um acidente Hon. Winston S. Churchill requer o uso de bebidas alcoólicas, especialmente nas refeições. A quantidade é naturalmente indeterminada, mas as necessidades mínimas seriam de 250 centímetros cúbicos.
E assim Sir. Winston Churchill foi autorizado a beber livremente nos Estados Unidos, quando a todos era proibido.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

871 - Café e câncer

A Organização Mundial da Saúde (OMS) retira o café da lista de possíveis causadores do câncer de bexiga. O produto permaneceu nesta lista por 25 anos. O Departamento de Pesquisas sobre Câncer da organização deve se pronunciar ainda sobre a revisão e deve também absolver o produto do risco de provocar outros cânceres, como o de pâncreas e de próstata.
Nos últimos anos, diversos estudos não encontraram relação direta entre câncer e o consumo de café, tendo encontrado, inclusive, alguns benefícios em relação a alguns tipos da doença.
A reviravolta na OMS vem na esteira da revisão, pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês), de mais de mil estudos que não indicavam o café como causador de câncer, conforme detalhes concedidos ao The Wall Street Journal. Pesquisadores da IARC concluíram que "não há qualquer evidência de risco cancerígeno oferecido pelo consumo de café".
Os cientistas constataram que diversos estudos mostravam que o consumo da bebida não oferecia efeitos cancerígenos no pâncreas, mamas e próstata, além de "observar a redução de riscos no câncer de fígado e endométrio uterino".
A IARC, entretanto, passou a apontar o consumo de bebidas muito quentes como "provavelmente cancerígenas". A Agência não especificou o que pode ser considerado "muito quente" e determinou a classificação com base em "evidências limitadas" de estudos sobre o câncer de esôfago na Ásia e América do Sul, onde bebidas são consumidas numa temperatura média de 70 graus Celsius.
O Instituto Norte-Americano de Pesquisa do Câncer, por sua vez, lista o café como produto que combate o câncer, diante da variedade de fitoquímicos e compostos biologicamente ativos presentes na bebida.
Um estudo realizado pelo Instituto Dana-Farber de Câncer, publicado no ano passado, apontou que o consumo regular de cafeína pode prevenir a reincidência do câncer de cólon após o tratamento e aumenta as chances de cura. (Fonte: Dow Jones Newswires)
No Acta:
377 - Beber café e não morrer...
805 - A questão do café

sexta-feira, 17 de junho de 2016

870 - O túmulo seguro


Os estudantes de medicina no Reino Unido do século XIX, enfrentavam um dilema. Eles estavam acostumados a usar os corpos de criminosos executados para estudar anatomia. A utilização dos cadáveres dos condenados para descobrir os segredos da anatomia humana remonta ao século 4 a.C, quando Herophilos e Erasístrato de Alexandria receberam permissão para apresentar vivissecções ao vivo.
Os tempos, porém, haviam mudado, e os criminosos só podiam ser dissecados após a execução. E havia outro problema relacionado com o abrandamento das punições pelos crimes. Devido a isso, apenas cerca de 50 pessoas por ano estavam sendo executadas no Reino Unido. enquanto a demanda anual de corpos para a dissecação pela crescente classe médica ultrapassava esse número dez vezes.
Um infame comércio de cadáveres passou então a prosperar. No entanto, aqueles que tinham perdido algum ente querido logo desenvolveram uma arma contra isso: o mortsafe.
O primeiro mortsafe foi feito por volta de 1816. Eles baseavam-se em diferentes desenhos e a única coisa que tinham em comum era o fato de que eram pesados, o que tornava muito difícil a exumação de um recém-falecido. O mortsafe era engenhoso: um complexo de barras de ferro e placas fincadas no chão e que se elevavam acima dele a fim de dar sustentação a uma pesada pedra.
The Mortsafe: Or How to Protect Your Loved Ones from the Bodysnatchers, Kuriositas

sábado, 11 de junho de 2016

868 - Palestra. Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente

Esteve em Fortaleza para proferir a conferência Distúrbios funcionais do tubo digestivo no lactente o Dr. José César da Fonseca Junqueira, professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O evento aconteceu na noite de quarta-feira (8), no restaurante Geppos, e contou com a audiência de pediatras e gastroenterologistas de nossa cidade.
Tópicos
Regurgitação: a primeira causa de mudança de fórmula. A criança regurgitadora. Guidelines: Rome III ► Rome IV. Principais sintomas da DRGE: choro intenso, náusea e baixo ganho ponderal. Ácido clorídrico ;► pH = 4 ► ativação do pepsinogênio ► pepsina. Esofagite: rara em lactente. Facilitadores da DRGE: prematuridade, paralisia cerebral, laringotraqueomalácia e constipação. Exames: manometria, impedância e pHmetria. Tratamento: postural, procinéticos, inibidores da secreção ácida (ranitidina, omeprazol e lansoprazol) e fórmulas espessadas. Goma jataí: para RGE não complicado.
Link para o artigo Doença do refluxogastroesofágico: diagnóstico e tratamento, do prof. Junqueira, publicado na Revista de Pediatria da SOPERJ

quarta-feira, 8 de junho de 2016

867 - O Guia dos Pais Bárbaros




Os conselhos sobre como cuidar de crianças já percorreram um longo caminho, baby
Cuidar de bebês na modernidade não é fácil. Livros de puericultura e blogues são preenchidos com tantos conselhos contraditórios, que fazem você ficar confuso.
Mas há uma boa notícia. Você não vive em séculos passados, quando esses conselhos não eram apenas contraditórios: eram também bizarros e quase criminosos.
Uma sugestão popular de outrora: "Coloque o bebê no canto e deixe-o (sim, com o bebê sendo chamado de "it", como era de costume) por lá.
Aconselhava o livro "The Mother and Her Child", de 1916: "Lide com o bebê tão pouco quanto for possível." "Vire o bebê, ocasionalmente, de um lado para o outro, ao alimentá-lo, trocar as fraldas, mantê-lo aquecido, e deixe-o sozinho; o choro é absolutamente essencial para o desenvolvimento de pulmões fortes e saudáveis." "Você não gostaria de estragar a sua criança com algo tão bárbaro como o toque humano!"
Um manual de 1894 era também em prol da negligência: "Chorar é o exercício do bebê ", explicou o Dr. L. Emmett Holt. O bom médico desaconselhava que brincassem com o bebê antes dos 6 meses de idade para não lhe causar nervosismo e agitação.
Esses pequenos seres despertam sentimentos afetivos, mas, no passado, seria sábio você manter seus lábios para si mesmo. "Protestamos fortemente contra esse beijar a esmo e promíscuo nos bebês", entoava "The Mother and Her Child". "Afinal, beijar pode transmitir sífilis e doenças semelhantes. Se você não consegue controlar-se, então beije no topo da cabeça dele".
Miss Cellania, Neatorama

domingo, 5 de junho de 2016

866 - O consumidor conforme a idade

Quanto mais velho você fica, mais coisas vêm com esta frase:
Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

864 - Dr. Heimlich finalmente usa sua manobra

Aos 96 anos, o Dr. Heimlich, finalmente, começou a usar a manobra salva-vidas que ele inventou: https://t.co/JSB4bU4og7 pic.twitter.com/vKO4kfU9mG
EUA (@USATODAY) – Henry Heimlich, o inventor da manobra que já salvou inúmeras vítimas de asfixia por corpo estranho, tem 96 anos e vive num lar de idosos em Cincinnati. Os funcionários dessa instituição são treinados na manobra de Heimlich, mas, na segunda-feira passada, quando Patty Ris, de 87 anos, teve um pedaço de hambúrguer alojado nas vias respiratórias, eles cederam a vez ao Dr. Heimlich.
O médico realizou o que ele havia ensinado a todos durante décadas, e a obstrução foi imediatamente desfeita. Ris agora está bem! O maior mérito é que esta foi a primeira vez que Heimlich usou sua manobra para salvar a vida de alguém.
Em entrevista por telefone, na quinta-feira, Heimlich contou o que aconteceu. Ris estava sentada a uma mesa, ao lado dele. "Quando eu usei a manobra, ela se recuperou rapidamente", disse ele. "Isso me fez refletir sobre quão maravilhoso é este procedimento, que tem sido capaz de salvar todas essas vidas".
Seu filho, Phil Heimlich, disse que o pai regularmente atende pessoas que foram salvas ou salvaram outras pessoas de asfixia por corpo estranho. "Só o fato de que um homem de 96 anos de idade pode realizar isso, já é impressionante", disse ele.
Heimlich vive há seis anos nesse lar de idosos, mas ainda permanece ativo e em forma.
No Vietnã, ele é mais conhecido por outro de seus inventos: a válvula de drenagem torácica Heimlich. Diz ele: "A coisa mais comovente em minha vida aconteceu em 1993, quando fui para o Vietnã, com 25 cirurgiões de tórax. Ao ser apresentado como Dr Heimlich, e tendo o nome conhecido por todos. eu pensei que era por causa da manobra de Heimlich. Mas, em seguida, o homem que me apresentou disse que era por causa da válvula de drenagem torácica, que já salvara milhares de vidas no Vietnã".
De uma nota no Deaconess:
A carreira de Dr. Heimlich é notável pela abundância de soluções criativas e simples que, a partir de 1945, ele indicou para problemas de saúde aparentemente insuperáveis,. Embora atribuído também a um Grupo Naval dos EUA na China, durante a Segunda Guerra Mundial, Dr. Heimlich inventou um tratamento inovador para as vítimas de tracoma, uma infecção bacteriana das pálpebras, então incurável e que estava causando cegueira na Ásia e no Oriente Médio. Ao usar uma mistura de sulfadiazina em uma base de creme de barbear nos pacientes com tracoma, um tratamento que se mostrou eficaz em centenas de pessoas.
De outra nota no Metafilter:
Seu filho, Peter M. Heimlich, alega que, em agosto de 1974 seu pai publicou o primeiro de uma série de relatos de casos fraudulentos, a fim de promover o uso de compressões abdominais para o salvamento de vítimas de quase-afogamento. Peter já gastou muito tempo acusando o pai e não somente por esta conduta.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

863 - É de arrepiar!

Parabéns!
No meio científico isso é chamado de piloereção, um dos mecanismos geradores de calor para a pele. No mundo dos sentimentos sinaliza que a alma concorda com o coração.

terça-feira, 24 de maio de 2016

862 - Conselhos


Pinçando o 7
A única coisa a fazer com os bons conselhos é passá-los a outros; pois nunca têm utilidade para nós próprios. ~ Oscar Wilde

sábado, 21 de maio de 2016

861 - Calendários macabros

Nos dias de hoje, estamos acostumados com a publicidade farmacêutica em tons suaves e parágrafos de letra miúda. Mas, no final da década de 1890, uma empresa de St. Louis, nos Estados Unidos, divulgava seu produto para aliviar a dor com a distribuição de calendários macabros mostrando esqueletos em situações do quotidiano.
Ironicamente, a acetanilida, a substância presente na Antikamnia, que tinha entre seus efeitos colaterais o de provocar a cianose, acabou por se revelar uma droga perigosa, inclusive letal.
Ilustrador do calendário: Louis Crusius
Mas, apesar de seus perigos, Antikamnia parece ter sido eficaz no alívio da dor e da febre. Cerca de 50 anos depois, os cientistas descobriram um produto metabólico a ela relacionado, que é conhecido atualmente pelo nome de paracetamol.
The Deadly Pain Medicine Vendido por esqueletose-sold-skeletons, Mental Floss

quarta-feira, 18 de maio de 2016

860 - O painel mata-mosquito

O painel que atrai e mata o Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Como funciona
  1. Um dispositivo joga no ar uma solução à base de ácido lático e CO2, que reproduz o odor produzido pelo suor e a respiração humana.
  2. A combinação dessas duas substâncias atrai o mosquito em uma distância de até 4 km.
  3. Luzes fluorescentes potencializam a atração, facilitando que o inseto se aproxime da peça.
  4. Como o Aedes voa, em média, a 1 metro e 20 de altura, o mecanismo de captura foi instalado na base do painel.
  5. Esse sugador captura o mosquito, que fica preso dentro da peça.
  6. Depois de preso, o mosquito morre desidratado.

Toda a tecnologia do projeto está disponível online, em modo de Creative Commons, para que as pessoas do Brasil e do mundo possam replicar a ideia.
This Billboard Kills Mosquitoes, Neatorama
No Acta
396 - Aedes transgênico
569 - Picadas de insetos
834 - A técnica do inseto estéril

domingo, 15 de maio de 2016

859 - O destino da frenologia

A estrutura lógica e fácil de aprender da teoria frenológica rapidamente capturou a imaginação de milhares de seguidores. A precisão e certeza científica de seus termos e mapas avançou em um momento onde os principais inimigos do racionalismo eram a religião, a subjetividade e a autocracia. Devido a isso, Gall (o médico austríaco Franz Joseph Gall, que foi pioneiro no noção de que diferentes funções mentais são de fato localizadas em diferentes partes do cérebro) ganhou o apoio, se não as mentes, de muitas figuras científicas e políticas importantes em muitas partes do mundo. Ele era o seu campeão, em um terreno dominado pelos ensinamentos de filósofos religiosos.
Eventualmente, a frenologia foi atacada pelo estabelecimento científico, que não podia corroborar a teoria de Gall com achados concretos. Já em 1808, o Instituto de France montou uma comissão de sábios. liderado por Cuvier, que declarou que a frenologia não era para ser confiável (alguns historiadores suspeitam que eles tampouco tiveram alguma evidência científica para apoiar esta reivindicação, e que a conclusão foi forçada por Napoleão Bonaparte, que estava furioso porque, com a interpretação de Gall de seu crânio, "perdera"algumas qualidades nobres que ele achava que tinha.
A frenologia foi equiparado a outras formas de charlatanismo, principalmente devido aos abusos nas mãos de empresários comerciais obscuros. Sua morte aconteceu no último trimestre do século dezanove. No entanto, ela gerou muitos outros ramos científicos ou pseudocientíficos com base na análise quantitativa de características faciais e cranianos, tais como a craniologia, a antropometria e a psicognomia, muitas das quais sobreviveram até as eras modernas . Surpreendentemente, ainda existem seguidores e crentes da frenologia ao redor do mundo.
Extraído de: Phrenology: the History of Brain Localization, por Renato M.E. Sabbatini, PhD. In: Brain and Mind
(Image credit: Wellcome Library no. 11847i, Photo number: V0011119)

quinta-feira, 12 de maio de 2016

858 - Um trocadilho médico





"Minha irmã teve recentemente uma parte de seu cólon removido por causa do câncer. Dei-lhe esta camisa para comemorar o sucesso da cirurgia."

418 - Um trocadilho médico

segunda-feira, 9 de maio de 2016

857 - Técnicas de lavagem das mãos

Manter as mãos limpas é a melhor maneira de prevenir a propagação de infecções. Entretanto, é surpreendente saber que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) discordam sobre como fazê-lo mais eficazmente.
Qual deles oferece a melhor opção?
Resultados - Pesquisadores da Glasgow Caledonian University demonstraram que a prática de higienização das mãos em seis etapas da OMS é superior ao protocolo de três etapas do CDC.
Humor
NÃO LAVOU AS MÃOS

sexta-feira, 6 de maio de 2016

856 - O gás de buzina




São dois gases derivados do petróleo - o butano e o propano - misturados na proporção de 70 para 30 por cento, respectivamente. Assim é que o frasco padrão, com 300 ml de gás de buzina, contém 210 ml de butano e 90 ml de propano.
Pressionando-se a válvula do frasco, os gases são liberados e fazem soar uma corneta que integra o conjunto.
É esse barulho estridente da corneta que popularizou o gás de buzina em bailes de formatura, eventos esportivos, manifestações políticas e festas de condomínio.
Quando inalado, o gás de buzina provoca alucinações e euforia pelo comprometimento da oxigenação cerebral, o que leva muitos jovens desavisados a usá-lo exatamente em busca desses efeitos. E, como essas sensações são fugazes (pois duram apenas cerca de 10 segundos), os usuários tendem a consumir o gás repetidamente.
Mas o gás, que sai do frasco a uma temperatura de - 20º C, também causa lesões pulmonares e cardíacas, por vezes fulminantes. No Brasil, já há registro de vários casos de morte pelo gás de buzina.
Além disso, o consumo crônico do gás causa danos cerebrais com consequências conhecidas como a diminuição da memória e da capacidade de aprendizado.

sábado, 30 de abril de 2016

854 - Óculos especiais para nós

Cerca de 60 por cento das pessoas com síndrome de Down têm problemas de visão, de acordo com o National Institute of Child Health and Human Develpment. Mas a maioria dos óculos disponíveis não se encaixa nas características faciais das pessoas que são portadoras da síndrome.
Maria Dellapina, uma mãe solteira de 4 filhos, tomou conhecimento desse problema a partir do momento em que sua filha Erin passou a precisar de óculos. Nenhuma armação encaixava-se na ponte nasal e rosto achatado de Erin.
Então, em 2004, ela fundou a Specs4us, uma empresa que produz óculos para crianças e adultos que têm essas necessidades especiais.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

853 - A evolução da Miss América

Ao longo do tempo, a vencedora do concurso anual de Miss América tem sido uma mulher cada vez mais magra. Psychguides.com construiu este gráfico em que compara o IMC (Índice de Massa Corporal) das vencedores do concurso com o IMC médio da mulher americana jovem (20 a 29 anos) à mesma época.

Nas primeiras gerações, os escores de IMC para as vencedores do Miss America situaram-se na faixa do peso saudável (18,5 – 24,9), mas logo começaram a sua descida para a faixa do baixo peso. Usando dados históricos das vencedores do concurso e das mulheres americanas jovens, o site encontrou que as únicas décadas em que o IMC da Miss America caiu no mesmo intervalo das mulheres americanas jovens foram 1940 e 1950. Nas décadas seguintes, as vencedores do concurso tornaram-se significativamente mais magras, enquanto o IMC da mulher média passou a aumentar. Agora, mais do que nunca, a imagem ideal de beleza retratada pelo concurso não representa a imagem das mulheres americanas.

domingo, 24 de abril de 2016

852 - Por que existem as sardas?

As sardas não existem apenas para dar destaque a seus portadores. E há uma razão genética por que algumas pessoas as possuem e outras, não.
As sardas são áreas de pele em que há aumento da melanina. Ninguém nasce com sardas. Elas são produzidas, a partir da exposição solar (por isso, aumentam durante o verão), por células chamadas melanócitos que se aglomeram em pequenas áreas de pele.
E a melanina, que é a proteína responsável pela cor da pele, olhos e cabelos das pessoas, além disso funciona como um protetor solar natural.
Vídeo

quinta-feira, 21 de abril de 2016

851 - Tuberculose, ainda um problema de saúde pública no País

Crédito
Fortaleza é um dos municípios prioritários para o controle de tuberculose no Brasil. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, em 2014, para cada 100 mil habitantes de nossa Capital, 58 foram diagnosticados com tuberculose, sendo esta incidência maior do que a incidência no Ceará (38) e no Brasil (33).
Dra. Mônica Facanha, Blog do MG

A transmissão da tuberculose ocorre pela tosse, espirro e até pela fala. E a forma de controlar a doença é identificar os casos suspeitos, confirmar a enfermidade e tratar as pessoas acometidas pela tuberculose para que elas deixem de contaminar o meio ambiente. Cada pessoa portadora de tuberculose pulmonar, enquanto não está sendo tratada, é capaz de transmitir a infecção tuberculosa a outras 10 a 15 pessoas e, dentre estas, uma ou duas adoecerão nos próximos dois anos.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

850 - Psicoterapia para ratos deprimidos

CHICAGO – Emitido pela Northwestern University, o comunicado Psychotherapy for depressed rats shows genes aren’t destiny (Psicoterapia para ratos deprimidos mostra que genes não são destino) começa assim dizendo:
Os genes não são o único fator que determina se uma pessoa vai sofrer de depressão. O ambiente é também um fator importante e, quando estimulado, pode substituir a natureza.
Quando ratos geneticamente criados para a depressão receberam o equivalente a uma "psicoterapia de rato", seu comportamento depressivo foi aliviado. E, depois da terapia, estes ratos passaram a apresentar alguns dos seus biomarcadores no sangue para a depressão alterados para níveis não-deprimidos.
"O ambiente pode modificar uma predisposição genética para a depressão", disse Eva Redei, principal autora do estudo e professora de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Northwestern University Feinberg School of Medicine.
DESAFIO – Se você é um psiquiatra que, em uma base regular, vem atuando com êxito em psicoterapia para ratos, nós gostaríamos de ouvir detalhes de seus métodos e de sua tabela de honorários.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

849 - Tatuagens tecnológicas

A companhia estadunidense Chaotic Moon acaba de apresentar uma nova técnica de tatuagem chamada Tech Tats para fins estritamente médicos e esportivos. Como explicam seus criadores, essa tatuagem eletrônica ao ser colocada na pele proporciona informações médicas do seu portador, em tempo real, que podem ser usadas tanto para o controle de enfermidades crônicas como para a detecção dos sinais vitais durante a prática de esportes. A tatuagem eletrônica não produz dor durante a execução, pois prescinde do uso de máquina e agulhas para introduzir pigmentos na pele. Ao invés das tintas vegetais ou acrílicas, comumente utilizadas pelos tatuadores tradicionais, emprega-se na Tech Tats uma tinta eletrocondutora especial que é depositada sobre a pele por um aplicador ou transferida a partir de um adesivo.
A tatuagem se complementa com um microcontrolador e LEDs que dão uma aparência de circuito eletrônico personalizado a ela. Os dados coletados são transmitidos para o smartphone do usuário através de um aplicativo projetado para essa fim.

A empresa, com sede em Austin, pretende aperfeiçoar a tecnologia Tech Tats, tendo em vista a futura comercialização do produto. Será personalizado e configurado com as funções desejadas pelo usuário. Assim, além da estética futurista e da novidade dos microLEDs aderidos à pele, a tatuagem poderá ajudar a controlar  a glicose, os hormônios tiroidianos etc. Inclusive realizar a geolocalização de portadores de Alzheimer que tenham se perdido.
Fonte: http://blogthinkbig.com/tech-tats-tatuajes-electronicos-con-fines-medicos-y-deportivos c/ vídeo
93 - Uma revista feita nas coxas
346 - Não ressuscitar
688 - Henna com PPD
706 - A tatuagem paramédica
766 - Paizão
810 - É verão!
Poderá também gostar de ver
O homem tablatura | Wood tattoo | A estupidez de óculos

terça-feira, 12 de abril de 2016

848 - Hospital de Messejana capacita profissionais em transplante de coração

Fonte; Agência Brasil
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, em Fortaleza, está capacitando 60 profissionais da saúde de cinco estados como forma de ajudar na criação e no aperfeiçoamento de serviços de transplantes cardíacos pelo Brasil.
Considerado referência no Norte e no Nordeste e uma das três maiores instituições do Brasil em número de transplantes, o Hospital de Messejana, da rede pública do Estado do Ceará, recebe mensalmente médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais vindos de hospitais do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Maranhão e Bahia para aulas teóricas e práticas.
Esta semana, eles estiveram em Fortaleza para a terceira atividade presencial da capacitação, que tem duração total de dois anos. O Centro de Tutoria em Doação de Órgãos e Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana, responsável pela capacitação, surgiu a partir de uma portaria do Ministério da Saúde, de 2012, que estimulava unidades de saúde do Brasil a participar da formação de novas equipes de transplantes em hospitais do do país.
(Ler mais.)
Desde 1998, o Hospital de Messejana já fez 340 transplantes de coração em adultos e crianças. Atualmente, a média destas cirurgias é 20 por ano. A unidade também faz transplantes de pulmão.
No Acta:
63 - Captação de órgãos e tecidos para transplantes
269 - O 1º transplante do pulmão do Norte e Nordeste
335 - Transplantes de pulmão no Hospital de Messejana
493 - HM 80 anos
825 - SUS é a maior obra da história do Brasil

sábado, 9 de abril de 2016

847 - Cem mil visualizações

Acta Pulmonale atinge hoje, conforme o histórico do Blogger dos últimos 5 anos, a marca das 100 mil visualizações de página.
Iniciado em 05/02/2010, AP disponibiliza até o momento, em sua página principal e arquivos, 847 postagens e 96 comentários.
Somos gratos a todos que nos prestigiam.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

846 - Quem fratura um dedo fatura um amigo

Ellen Terry, aos 16 anos de idade
Em 1856, Ellen Terry, aos 10 anos de idade, estava prestes a dizer a fala final de Puck, em "Sonho de Uma Noite de Verão", de Shakespeare, quando um assistente de palco fechou um alçapão sobre seu pé, quebrando-lhe o hálux, vulgo dedo grande do pé. Ela gritou, e a gerente Ellen Kean ofereceu dobrar seu salário se ela terminasse a representação.
Assim, apoiada por Kean de um lado e por sua irmã Kate, por outro, ela recitou o monólogo.
"Como eu consegui, não sei!", escreveu Ellen em seu livro de memórias, de 1908. "Mas meu salário foi duplicado – de quinze xelins para trinta – e Mr. Skey, diretor do Bartolomew's Hospital, que estava por lá, naquela mesma noite foi até os bastidores para recolocar o meu dedo do pé no lugar certo. Ele ficou sendo meu amigo pela vida toda".
Fratura do hálux
http://www.clinicadeckers.com.br/html/orientacoes/ortopedia/109_fratura-halux.html
Por que nós ainda temos os dedos dos pés?
Sério, por quê? Eles são péssimos para pegar as coisas, quebram facilmente, e eles parecem, em um sentido puramente estético, meio estranhos.
Leia a resposta no Acta Obscura.

domingo, 3 de abril de 2016

845 - Vírus pegam vírus?

"Há vírus que podem ser infectados por outros vírus, apresentando uma resposta imune a essas infecções." ~ Chantal Abergel
Desenho: Beatrice
O fato é que todos temos que lidar com os vírus. Inclusive vocês vírus.

quinta-feira, 31 de março de 2016

844 - Amostras Artes



Ben Geada, um artista da Austrália, adicionou imagens de personagens de desenhos animados a embalagens para medicamentos que, de alguma forma, correspondem perfeitamente a eles.
Um deles é Peter Griffin, da Família Guy, em um pacote de pílulas para alívio de gases.
Você pode ver mais imagens da série em The Khool.

segunda-feira, 28 de março de 2016

843 - A invenção do estetoscópio

René Laennec é o autor do clássico "De l'Auscultation Médiate", publicado em agosto de 1819. Este refere-se à sua ideia de utilizar um instrumento, ou mediador, para ouvir os sons espontâneos do interior do corpo humano.
Prefácio de "De l'Auscultation Médiate"
"Em 1816, eu fui consultado por uma jovem mulher com sintomas de uma doença cardíaca, e nesse caso a percussão, bem como a apalpação, eram de pouca serventia, em virtude do grande grau de adiposidade da paciente. E o método da escuta direta era inadmissível, tendo em vista a idade e o sexo dela. De repente, me lembrei de um simples e bem conhecido fato da acústica: a grande nitidez com que se ouve o arranhar de um pino em uma extremidade de uma peça de madeira ao se aplicar o ouvido no outro lado. Então, eu transformei uma folha de papel em uma espécie de cilindro, apliquei uma das extremidades na região do coração da paciente e a outra, em meu ouvido. E fiquei surpreso e satisfeito ao descobrir que eu podia, assim, perceber os batimentos do coração de uma maneira mais clara e distinta do que, em alguma vez, eu tivesse sido capaz de perceber pela aplicação imediata do meu ouvido."
De cilindro de papel, o estetoscópio tornou-se de madeira e, em seguida, na segunda metade do século XIX, passou a ser flexível e com dois auriculares.
153 - Ouçam esta!
774 - "Sine cera"

sexta-feira, 25 de março de 2016

842 - Saúde do idoso

Veja os principais direitos da pessoa idosa quando o assunto é saúde.
Acompanhamento
A pessoa maior de 60 anos tem direito a um acompanhante durante todo o tempo em que estiver internado ou em observação, exceto se a internação for em UTI ou por decisão justificada do médico.
Amparo legal:
- Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, Artigo 16.
- Portaria MS/GM nº 280, de 07 de abril de 1999, Artigo 2º.
Escolha do tratamento
À pessoa idosa consciente sobre seu estado de saúde é assegurado o direito de optar pelo tratamento ao qual irá ser submetido.
Amparo legal:
- Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, Artigo 17.
Reabilitação
Os idosos têm direito a receber medicamentos do Poder Público, especialmente os de uso continuado, assim como próteses e outros recursos relativos ao tratamento para reabilitação e recuperação de sua saúde.
Amparo legal:
- Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, Artigo 15, Parágrafo 1º, Inciso V e Artigo 15, Parágrafo 2º.
Outros direitos
Legislação específica:
- Lei nº 9.656, de 03/06/1998
- Lei nº 10.048, de 08/11/2000
- Lei nº 10.741, de 01/10/2003
- Decreto nº 1.948, de 03/07/1996

terça-feira, 22 de março de 2016

841 - Conversa ao pé do ouvido (2)

Que orelha capta melhor um sarcasmo?
Estudos recentes com voluntários, realizados em duas universidades americanas e uma canadense, revelaram que as frases sarcásticas, ao serem ditas na orelha esquerda, obtêm tempos de resposta mais rápidos do que quando elas são faladas na orelha direita.
Acham os autores do trabalho que o hemisfério cerebral direito (relacionado com o ouvido esquerdo) é o que tem maior aptidão para a resolução das mensagens conflitantes, o que inclui os casos em que há sarcasmo.
Detection of sarcastic speech: The role of the right hemisphere in ambiguity resolution, Laterality 
No Acta
121 - Conversa ao pé do ouvido (1)
N. do E.
Cuidado com o sarcasmo: se você não é fluente pode machucar alguém.

sábado, 19 de março de 2016

840 - Testes sorológicos para HIV, sífilis e hepatites B e C

Sobre a conveniência e a oportunidade de os médicos oferecerem aos pacientes, em consulta médica, a solicitação de testes sorológicos para HIV, sífilis, hepatites B e C, bem como orientá-los sobre a prevenção destas infecções, o Conselho Federal de Medicina (CFM) RECOMENDA AOS MÉDICOS:
O médico verificará nas consultas se seus pacientes realizaram testes sorológicos para sífilis, HIV, hepatites B e C, e vacinação, no caso da hepatite B.
Caso os testes, ou a vacinação, não tenham sido realizados, o médico orientará o paciente, conforme o caso, sobre a necessidade, a oportunidade ou a conveniência de sua execução.
Quanto aos testes sorológicos para sífilis, HIV, hepatites B e C, deve o médico, especificamente:
I – Sugerir a realização dos testes sorológicos, incluindo esclarecimento e aconselhamento pré-teste, em ambiente adequado, respeitando e garantindo, sempre, a privacidade, o sigilo e a confidencialidade.
II – Solicitar os testes somente se o paciente e/ou seu representante/assistente legal concordar livremente com sua realização, após adequado esclarecimento.
Em nenhuma circunstância os exames serão compulsórios.
O médico, diante dos resultados, aconselhará sobre prevenção e encaminhará para tratamento, quando indicado.
Brasília-DF, 21 de janeiro de 2016, RECOMENDAÇÃO CFM Nº 2/2016

quarta-feira, 16 de março de 2016

839 - Frase em desuso

Por alguma razão desconhecida, muitos médicos sentem que eles devem saber toda a medicina. Assim, muitos médicos temem a frase, "eu não sei", tão obstinadamente, que ela saiu do seu léxico devido à atrofia pelo desuso.
 Ervin Epstein, California Medicine, vol. 82, no. 2 (1955) p. 116-117.

domingo, 13 de março de 2016

838 - Comparando o mal

Vídeo Vine (de 6 segundos) em que a capacidade inspiratória de pulmões saudáveis é comparada com a de pulmões afetados pelo fumo.

quinta-feira, 10 de março de 2016

837 - Células terroristas

Não há cura para a biologia distópica
Por volta da virada do milênio, algumas conclusões perturbadoras surgiram na literatura biomédica. Macrófagos – células do sistema imunológico, cuja função é atacar e matar micróbios e outras ameaças para o corpo - não se reúnem em locais do tumor para destruir células cancerosas, como tem sido otimisticamente imaginado. Em vez disso, eles encorajam as células cancerosas a continuar a sua louca fúria reprodutiva. Frances Balkwill, a biólogo celular britânica que realizou alguns dos principais estudos de comportamento das células imunes "traíras", descreveu-se para seus colegas de campo como estando "horrorizada".
De um modo geral, a ciência médica continua a apresentar um rosto feliz para o público. Livros de auto-ajuda e websites aconselham pacientes com câncer a estimular o seu sistema imunitário para combater a doença.
... Mas as evidências do conluio de células imunitárias com o câncer continuam se acumulando. Macrófagos fornecem a células cancerosas fatores químicos de crescimento e ajudam a construir os vasos sanguíneos necessários a um tumor em crescimento. Então, eles estão intimamente envolvidos com o progresso mortal de câncer e podem ser responsáveis por até 50 por cento da massa de um tumor. Os macrófagos também parecem ser necessários ao câncer que avança para a sua fase mais terrível, a das metástases. Quando ratos cancerosos foram tratados para eliminar todos os seus macrófagos, os seus tumores metastáticos pararam de crescer.
Extraído de Terror Cells, por Barbara Ehrenreich. In: The Baffler

segunda-feira, 7 de março de 2016

836 - O controle do tabagismo na Alemanha nazista

O ditador Adolf Hitler era totalmente contra o tabaco: ninguém ousava acender um cigarro na presença do Führer!
E os nazistas promoveram um dos mais radicais e eficazes movimentos contra o tabagismo ao longo da história. Proibiram o fumo em restaurantes e nos sistemas de transportes públicos e também regulamentaram severamente a publicidade dos cigarros.
Entre outros críticas ao vício, as autoridades nazistas alegavam que fumar aumentava o risco de abortos nas mulheres, o que hoje é fato comprovado.
Imagem: veio daqui
http://www.ultracurioso.com.br/7-coisas-que-devemos-ao-nazismo/

sexta-feira, 4 de março de 2016

835 - "Quando não há vegetação rasteira a árvore parece mais alta"

Este é o título de um artigo recentemente publicado na revista Sexualities. No qual, o seu autor Matthew Hall, da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, analisa como os homens respondem sobre a questão de raspar os pelos pubianos e quais são suas implicações para a imagem corporal.
‘When there’s no underbrush the tree looks taller’: A discourse analysis of men’s online groin shaving talk. In: Sexualities 2015, Vol. 18(8) 997–1017

terça-feira, 1 de março de 2016

834 - A Técnica do Inseto Estéril

Em resposta à epidemia do vírus Zika na América Latina, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) realiza este mês uma reunião para tratar do uso de técnicas nucleares para o controle de mosquitos. O encontro deve acontecer nos dias 22 e 23 de fevereiro em Brasília, conforme anunciou o diretor-geral da entidade, Yukiya Amano.
Uma das medidas a serem discutidas é a adoção da chamada Técnica do Inseto Estéril, um tipo de controle de peste que utiliza radiação ionizante para esterilizar insetos machos. Segundo a AIEA, a estratégia tem sido utilizada com sucesso em todo o mundo há mais de 50 anos para o controle de diversos insetos que comprometem a agricultura.
Paula Laboissière - repórter da Agência Brasil, 09/02/2016
A técnica do inseto estéril é um método de controle biológico que consiste na libertação de grandes quantidades de insetos inférteis numa região. Os insetos libertados são geralmente machos, já que são as fêmeas que provocam danos, através da postura de ovos nas colheitas agrícolas ou, no caso dos mosquitos, da alimentação com sangue humano. Os machos tornados estéreis por radiação ionizante competem com os machos em estado selvagem pelas fêmeas. Se uma fêmea acasalar com um macho estéril, não terá descendência, reduzindo assim a população da próxima geração.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

833 - Crianças. Convivendo com a alergia

Por muito tempo admitiu-se que era necessário evitar os alérgenos. Hoje em dia, este princípio foi desacreditado, desde que certas regras sejam respeitadas
por Anne Prigent - Le Figaro
Uma vez que a alergia aparece é necessário conviver com ela. A única solução para evitar uma rinite, uma crise de asma, um edema…será fugir do alérgeno ou recorrer à dessensibilização, quando isso for possível. No entanto, algumas medidas tomadas antes mesmo do nascimento da criança limitarão os riscos de desenvolver uma alergia.
Não fumar durante a gravidez e depois do nascimento da criança
"A primeira regra a seguir é não fumar durante a gravidez" explica o Dr. Étienne Bidat, pediatra alergologista em Paris. Todos os estudos comprovam: isso favorece alergias na criança. Tal fato poderia estar diretamente ligado à modificação da expressão dos genes e, portanto ter uma influência sobre as gerações futuras: o tabagismo da avó gera asma nos netos”. Parar de fumar deverá obviamente continuar depois do nascimento. Por outro lado, nenhum regime alimentar específico é recomendado. Não é necessário evitar amendoins ou nozes, isso não protegerá o bebê, muito pelo contrário! Assim como é inútil hospedar o gato na vizinha ou tentar acabar constantemente com os ácaros, a menos que alguém na casa seja alérgico.
A diversificação alimentar é necessária
De fato, quando o assunto for alergia, nada é simples. Ao longo dos anos, pesquisas sobre a diversificação alimentar nas alergias, assim como o papel da amamentação se revelaram contraditórias. Mas hoje em dia, todos os especialistas parecem concordar: a amamentação continua sendo recomendada, sem dúvida, mas não traz nenhuma proteção contra as alergias e, sobretudo, não deve atrasar a diversificação alimentar, mesmo nas famílias com histórico de alergias. "Contrariamente ao que temos praticado por muitos anos, percebemos que era necessário introduzir alérgenos alimentares o mais cedo possível, explica o Dr. Jacques Robert, alergologista, consultor no CHU de Lyon. O melhor período para a diversificação alimentar situa-se entre 4 e 6 meses para induzir uma tolerância".
Nenhum alimento deve ser banido, até mesmo os mais alergênicos como o amendoim, embora especialmente temido por muitos anos. De fato, alimentar bebês com amendoins, considerados como de risco, reduz de 70 a 80% a ameaça que eles se tornem efetivamente alérgicos a este alimento, como revelou um estudo publicado em fevereiro deste ano no New England Journal of Medicine (NEJM). "É essencial introduzir como prioridade o que se come em casa, já que esses alérgenos alimentares se encontram em todos os ambientes do bebê e também podem entrar em contato com ele através da pele ou pelas vias respiratórias", especifica o Dr. Étienne Bidat.
A pele, uma barreira essencial
Se a presença de um eczema nos bebês é o sinal de um quadro alérgico, eles não se tornarão necessariamente todos asmáticos. " Pensava-se, há alguns anos, que todas as crianças alérgicas entravam numa marcha atópica. Isto é, elas começavam com um eczema, seguido por alergias alimentares e, finalmente, por alergias respiratórias, incluindo a asma", explica a Prof. Jocelyne Just, chefe do departamento de Asma e Alergologia do Hospital Trousseau em Paris. No entanto, vários estudos demonstraram que não era nada disso, certas crianças só apresentam uma alergia, outras desenvolvem duas e outras ainda, três em seguida ou simultaneamente. A questão é saber reconhecer quais são as crianças que entrarão nesta marcha atópica e, claro, se é possível impedir esta escalada.
Siga lendo em SAÚDE 247

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

832 - Por que suspiramos?

No The Guardian, A sigh's not just a sigh – it's a fundamental life-sustaining reflex (Um suspiro não é apenas um suspiro – é um reflexo fundamental de sustentação da vida).
Dois pequenos grupos de células nervosas no tronco cerebral – a região que é responsável pela respiração, pelo sono e por controlar o ritmo cardíaco – são elas que orquestram os suspiros.
O suspiro é disparado como uma resposta inconsciente, sempre que é necessário inflar alvéolos pulmonares que, espontaneamente, entram em colapso prejudicando as trocas gasosas nos locais em que o fenômeno acontece.
Suspiramos pelo menos uma dúzia de vezes por hora, em uma ação reflexa que tem por finalidade preservar o funcionamento normal dos pulmões. A maioria dos suspiros, portanto, não tem nada a ver com sentimentos como tristeza, paixão ou frustração, mas tem sim a ver com... não morrer.
Na revista Nature, os pesquisadores não têm respostas concretas sobre a relação entre os suspiros e os sentimentos, mas admitem que "alguns suspiros estão relacionados com o estado emocional. O fato é que quando se está estressado, suspira-se muito mais, e talvez porque algumas emoções liberem os neuropeptídeos do suspiro (a ser confirmado).
Mario Rigatto:
"O que pode o amor fazer ao coração?" perguntava-lhes eu. "Acelerar a freqüência de seus batimentos?". " Vejam em contraste, a riqueza das manifestações afetivas do pulmão: é com o pulmão que rimos, é com o pulmão que choramos, é com o pulmão que suspiramos; é do pulmão que saem todas as interjeições afetivas; e todos os ais de amor". E, completava: "O que pode uma discreta taquicardia sinusal, quando comparada à respiração arfante de uma mulher apaixonada?".

domingo, 21 de fevereiro de 2016

831 - A meta 80-90-90 do Unaids

O Unaids estabeleceu a meta de eliminar os níveis epidêmicos da aids até 2030 e definiu o prazo até 2020 para que os países acelerem a resposta à doença e alcancem os 90-90-90, meta que prevê que...
  • 90% das pessoas vivendo com HIV tenham sido diagnosticadas
  • 90% das pessoas diagnosticadas sejam tratadas com terapia antirretroviral
  • 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral suprimida.
O Brasil já atingiu uma das três metas de 90-90-90 do Unaids.
\o/ #Aids



  • O total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais mais do que dobrou entre 2009 e 2015, passando de 231 mil pacientes (2009) para 455 mil (2015) 
  • O SUS oferece gratuitamente 22 medicamentos para os pacientes soropositivos
  •  Desse total, 11 são produzidos no Brasil. A rede de assistência conta atualmente com 517 centros de testagem e aconselhamento, 712 serviços de assistência especializada, além de inúmeras unidades básicas de saúde.
  • quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

    830 - Imunoglobulinas M e G

    IgM (Imunoglobulina M) e IgG (Imunoglobulina G) são anticorpos que o organismo produz quando entra em contato com algum tipo de microrganismo invasor. A diferença entre elas é que a IgM é produzido na fase aguda da infecção, enquanto que a IgG, que também surge na fase aguda, é mais específica e serve para proteger a pessoa de futuras infecções, permanecendo por toda a vida.
    O exame sorológico IgM/IgG serve para detetar o estágio de diversas doenças, entre elas a dengue, a toxoplasmose, a rubéola, a hepatite B e a infecção pelo citomegalovírus.
    Interpretação
    1. IgM negativo (não reagente) e IgG negativo (não reagente): nunca entrou em contato com o patógeno (nunca teve a doença ou nunca tomou vacina) e está suscetível a ter a doença; 
    2. IgM positivo (reagente) e IgG negativo (não reagente): infecção aguda (dias, semanas); 
    3. IgM positivo (reagente) e IgG positivo (reagente): infecção recente (semanas ou meses);
    4. IgM negativo (não reagente) e IgG positivo (reagente): infecção antiga (meses ou anos), ou sucesso da vacina, e a pessoa está protegida para essa doença.

    segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

    829 - Microcefalia. Perguntas e respostas

    - O que é a microcefalia?
    A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm.
    - Quais as causas desta condição?
    Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
    - O que é o vírus Zika?
    O vírus Zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.
    - Já há confirmação que o aumento de casos de microcefalia no Brasil é causado pelo vírus Zika?
    A detecção do genoma do ZIKV realizada pelo Instituto Osvaldo Cruz em líquido amniótico de duas mulheres grávidas de fetos com microcefalia, seguida da detecção do ZIKV pelo IEC em neonato (caso fatal) com microcefalia, proporcionou à ciência o reconhecimento da associação entre ZIKV e os casos de microcefalia, ora observados no Brasil.
    - A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
    Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Já há a constatação da relação de infecção pelo vírus Zika com quadros graves e óbitos a partir da identificação de casos que evoluíram para óbito em estados diferentes e ambos com identificação do RNA viral do Zika e resultados negativos para os demais vírus conhecidos, como dengue, chikungunya entre outros.
    - Como é feito o diagnóstico de vírus zika e microcefalia? É possível detectar a microcefalia no pré-natal?
    O diagnóstico laboratorial específico de vírus Zika baseia-se principalmente na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos. O período virêmico ainda não está completamente estabelecido, mas acredita-se que seja de curta duração. Desta forma, seria possível a detecção direta do vírus em um período de 4 a 7 dias após do início dos sintomas. Entretanto, recomenda-se que o exame do material seja realizado, idealmente, até o 5º dia do aparecimento dos sintomas
    Em relação à microcefalia, após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
    Para mais informações acesse aqui o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika.
    - Qual o tratamento disponibilizado?
    Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS). Como cada criança desenvolve complicações diferentes - entre elas respiratórias, neurológicas e motoras – o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem comprometidas. Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, os serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar.
    Em relação ao vírus Zika, não existe tratamento específico, o tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida. - Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média?
    Até o dia 09 de janeiro, foram notificados à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde 3.530 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 720 municípios de 21 estados do Brasil. O estado de Pernambuco mantem-se com o maior número de casos (1.236), sendo o primeiro a identificar aumento de microcefalia em sua região e que conta com o acompanhamento de equipe do Ministério da Saúde desde o dia 22 de outubro. Em seguida, estão os estados de Paraíba (569), Bahia (450) Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Rio de Janeiro (122), Maranhão (119), Tocantins (75), Piauí (62), Goiás (7), Distrito Federal (5) e Mato Grosso do Sul (3).
    - Há registro de "surtos" de microcefalia em outros países?
    O Zika é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente Africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que a partir do ano de 1966 o vírus tenha se disseminado para o continente asiático.
    De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde, além dos 13 países/territórios que já apresentavam transmissão autóctone do vírus Zika na SE 51/2015 (Brasil, Chile - somente na Ilha de Páscoa, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname e Venezuela), foram confirmados casos em Porto Rico na SE 52/2015, totalizando-se 14 países/territórios.
    - Quais exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes?
    De acordo com o protocolo, os exames a serem realizados devem ser inespecíficos, que devem ser solicitados a fim de complementar a investigação e estadiamento dos casos, e exame específico. O diagnóstico laboratorial específico de vírus Zika baseia-se principalmente na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos. O período virêmico ainda não está completamente estabelecido, mas acredita-se que seja de curta duração. Desta forma, seria possível a detecção direta do vírus em um período de 4 a 7 dias após do início dos sintomas. Entretanto, recomenda-se que o exame do material seja realizado, idealmente, até o 5º dia do aparecimento dos sintomas.
    Para mais informações acesse aqui o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika.
    - Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?
    Pelo relatado dos casos até o momento, a maioria das gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus Zika, principalmente no primeiro trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.
    - Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde para as gestantes?
    Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho. Independente do destino ou motivo, toda grávida deve consultar o seu médico antes de viajar.
    - Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde para profissionais de saúde?
    É importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cefálico e da idade gestacional, assim como à notificação dos casos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), que é o sistema de informação oficial para registro de todos os casos identificados no pós-parto. Além disso, os casos suspeitos de microcefalia devem ser informados imediatamente às autoridades de saúde, por meio do Registro de Eventos de Saúde Pública Referente às Microcefalias (Resp).
    Por ser uma fonte de contato direto com a população, os profissionais também devem reforçar o alerta sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue, e orientar as gestantes sobre as medidas individuais de proteção contra o Aedes aegypti.
    Para mais informações acesse aqui o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika e o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. - As vacinas disponíveis no calendário de vacinação podem causar microcefalia?
    As vacinas ofertadas pelo PNI são seguras e não há nenhuma evidência na literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia. O Ministério da Saúde está acompanhando com prioridade as notificações e investigação dos casos de microcefalia, especialmente no Nordeste, discutindo o assunto com os Conselhos de Secretários estaduais e municipais de saúde, reunindo especialistas na área, declarando o fato como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Tem prestado todos os esclarecimentos à população sobre a situação atual e, junto com as Secretarias de Saúde, vem orientando as gestantes e envidando esforços para que as gestantes e crianças afetadas tenham toda a atenção em saúde.
    Cumpre ainda informar que em relação ‘as vacinas influenza e contra rubéola, citadas nas redes sociais, a vacina inativada influenza pode ser seguramente e efetivamente administrada a partir de 6 meses de idade e durante qualquer trimestre da gestação. Nenhum estudo até o momento tem demonstrado um risco aumentado de complicações maternas ou desfechos fetais adversos (mortes fetais, malformação, etc) associados com a vacinação contra a influenza. - Quais são os pacientes que, pelo protocolo do Ministério da Saúde, devem passar pelos testes diagnósticos para Zika?
    É prevista no protocolo a testagem para gestantes com exantema, gestante cujo feto apresente alterações do Sistema Nervoso Central, e recém-nascidos com suspeita de microcefalia.
    Para mais informações acesse aqui o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika - Quais são os testes, onde devem ser feitos e quais são os procedimentos para realizá-los?
    No Brasil, o exame preconizado para confirmação de vírus Zika é a reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR), realizada em laboratórios de referência da rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Até o momento, não existem ensaios sorológicos comerciais disponíveis para a detecção de anticorpos específicos para o vírus Zika. Há, entretanto, um esforço coletivo dos laboratórios de referência para o desenvolvimento de plataformas para realização de provas sorológicas específicas.
    - Há pacientes que não passarão por testes, mesmo que tenham sintomas? Por quê?
    Na maior parte dos casos suspeitos de dengue, Zika e chikungunya, a confirmação é feita por critério clínico-epidemiológico. Para Zika, ainda não existe diagnóstico sorológico disponível, sendo o PCR o teste de escolha para auxiliar na identificação de áreas com transmissão dessas doenças e orientação sobre as medidas de controle. A partir da confirmação de um caso em uma determinada localidade, os outros diagnósticos podem ser feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas, assim como já ocorre com a dengue e a chikungunya.
    - Que outros tipos de testes estão em desenvolvimento e onde?
    O Instituto Evandro Chagas (IEC) está desenvolvendo um teste sorológico de captura de IgM anti-ZIKV (ELISA in house). Por conta das particularidades brasileiras no que tange a circulação de outros Flavivírus, o que acarreta muitas reações sorológicas cruzadas, o teste está sendo recomendado com ressalvas e disponibilizado aos laboratórios sentinelas para o diagnóstico de ZIKV no país. Além do teste sorológico, o IEC realizou o sequenciamento genético completo do vírus Zika circulante no país.
    - Como esses testes contribuem para pesquisa e desenvolvimento?
    O sequenciamento do genoma completo de cepas do ZIKV isoladas de pacientes febris contribuirá fortemente para o entendimento de diversos aspectos desse agente viral. Ressalta-se a detecção de genoma do ZIKV em dois casos de óbito, que permitiu à comunidade científica internacional vislumbrar uma evolução não descrita ainda para as infecções por ZIKV, passível de estudos científicos futuros.
    - Em relação ao vírus Zika, existem orientações específicas para atendimento de crianças com microcefalia?
    Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS). Como cada criança desenvolve complicações diferentes entre elas respiratórias, neurológicas e motoras o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem comprometidas. Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, os serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar.
    - O vírus Zika atinge crianças menores de 6 anos e bebês podendo acarretar em problemas de mal funcionamento do cérebro?
    É importante evitar boatos e especulações. Não há casos documentados sobre sequelas provocadas pelo Zika em crianças a partir do nascimento. A microcefalia é uma condição identificada apenas no nascimento. Precisamos ressaltar é que pessoas de qualquer faixa etária podem ser contaminadas pelo vírus, não apenas as crianças.
    Alertamos também que as medidas de prevenção e eliminação dos mosquitos transmissores de doenças são fundamentais para proteger as famílias. Enquanto não há imunização para essas doenças, a recomendação do Ministério da Saúde é que a população mantenha as ações contínuas de prevenção. - A puérpera infectada com o vírus Zika pode amamentar?
    Já houve pesquisas que identificaram o vírus em leite materno, entretanto, não se obteve a sua multiplicação. Como não há evidência científica que demonstre a transmissão do vírus Zika pelo leite materno, o Ministério da Saúde recomenda que seja mantido o aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses de vida.
    - Quais são os repelentes indicados pelo Ministério da Saúde?
    Produtos repelentes de uso tópico podem ser utilizados por gestantes desde que estejam devidamente registrados na ANVISA e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo. Estudos conduzidos em humanos durante o segundo e o terceiro trimestre de gestação e em animais durante o primeiro trimestre, indicam que o uso tópico de repelentes a base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro. Produtos à base de DEET não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Em crianças entre 2 e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a 3 vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.
    Para mais informações acesse aqui a nota técnica divulgada pela Anvisa.
    - Haverá vacina?
    Consta no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e suas consequências investimentos para iniciar o desenvolvimento de vacinas contra o vírus Zika. Como o desenvolvimento de novas vacinas requer tempo para pesquisas, é essencial que sejam adotadas as medidas de prevenção e controle do mosquito, pois além do Zika, elas vão evitar outras doenças como a dengue e chikungunya.

    sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

    828 - A repartição do corpo humano por tipos de células

    O corpo de um homem adulto médio contém cerca de 30 trilhões de células humanas (*), a maioria delas glóbulos vermelhos. Estes representam 84 por cento das células do corpo, em número. Em peso, músculo e gordura são os pesos-pesados, que compõem 75 por cento da massa celular. Mas estas células tendem a ser grandes e representam apenas cerca de 0,2 por cento do número de células do corpo humano.
    Na imagem abaixo, uma repartição por tipos de células humanas mais comuns.

    (*) "Células humanas" não está sendo aqui uma expressão pleonástica. No corpo humano existem cerca de 40 trilhões de bactérias, a maioria delas vivendo no cólon. A proporção é de 1,3 célula bacteriana para cada célula humana. À margem da contagem,  os vírus, os fungos e outros seres biológicos. (N. do E.)
    No Acta:
    511 - Nós somos realmente nós?

    terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

    827 - Unidades Sanitárias Aéreas

    Noel Nutels (Ananyev, 1913 — Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1973) foi um médico e indigenista judeu brasileiro. Nascido na Ucrânia, ainda menino, veio para o Brasil com os pais para morar em Recife, no estado de Pernambuco.
    Em 1938, formou-se pela Faculdade de Medicina do Recife e, no mesmo ano, naturalizou-se brasileiro. Em 1941, mudou-se para Botucatu, São Paulo, para trabalhar no Instituto Experimental de Agricultura. Foi o médico da primeira expedição Roncador-Xingu, em 1943.
    A partir desse primeiro contato com os índios, resolveu se dedicar à defesa das populações indígenas e à erradicação das doenças oriundas do contato com o homem branco. Em 1931, passou a ser médico do Serviço de Proteção ao Índio (precursor da atual Fundação Nacional do Índio) e, em 1952, do Serviço Nacional de Tuberculose.
    Noel Nutels idealizou e dirigiu o Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas, SUSA (foto), criado em 1956 pelo Ministério da Saúde, com a finalidade de levar os serviços de saúde pública ao interior da selva amazônica.
    Arquivo
    506 - O Índio Cor-de-Rosa

    sábado, 6 de fevereiro de 2016

    quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

    825 - SUS é a maior obra da história do Brasil

    O Brasil criou o SUS (Sistema Único de Saúde) em 1988. Como lembra o doutor Drauzio Varella, "nós nos tornamos o único país com mais de 100 milhões de habitantes que ousou oferecer saúde para todos".
    Tivemos essa coragem nos anos 1980. Naqueles anos difíceis, uma série de heróis anônimos, de diferentes correntes políticas, criou um consenso. Não é uma questão de políticas do MDB ou da Arena, do PT, PSDB, PMDB ou DEM. O Brasil chegou à conclusão de que saúde era direito de todo mundo e de que a conta deveria ser rateada entre a população - tanto que colocou isso na Constituição.
    Foi uma das obras mais grandiosas da nossa história – maior do que Brasília, maior do que Itaipu. Essas obras são importantes, claro. Mas a existência do SUS permite que futuros engenheiros sobrevivam ao primeiro ano de vida.
    Entre 1990 e 2015, o Brasil derrubou drasticamente a taxa de crianças que morrem com poucos anos de vida. Os médicos da família chegam a milhões de pessoas. A vacinação, o transplante de órgãos e o combate à Aids se transformaram em referências internacionais. Recentemente, foi uma médica do SUS quem descobriu a relação entre vírus zika e microcefalia.
    O SUS é inspirado nos sistemas de saúde dos países da Europa Ocidental, como o NHS (National Health System) inglês. Admirado e respeitado, foi até homenageado na abertura da Olimpíada de 2012, em Londres.
    Fonte; BBC, 28/01/2016
    24/05/2016 - Atualizando ...
    Fiocruz publica carta em defesa do SUS

    domingo, 31 de janeiro de 2016

    824 - Parceria Brasil–EUA para a vacina contra o vírus Zika

    A presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiram criar um grupo de alto nível para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Zika. Os dois conversaram dia 29, por telefone, e concordaram em unir esforços para produzir a vacina e produtos terapêuticos contra o vírus. O Zika está relacionado à ocorrência de microcefalia em recém-nascidos.
    A base das pesquisas será a cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o National Institute of Health (NIH), que já estudam uma vacina contra a dengue, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
    Durante a ligação, Dilma e Obama determinaram que o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Castro, e o Departamento de Saúde dos Estados Unidos mantenham contato a fim de aprofundar a cooperação bilateral na área.
    Nesta semana, o governo federal intensificou as ações de mobilização para eliminar criadouros do Aedes aegypti. Outro vírus transmitido pelo mosquito, o chikungunya, provocou a morte de uma pessoa no Recife. de 17 anos, que teve miosite aguda associada ao vírus.
    07/02/2016 - Atualizando ...
    A melhor e única medida protetiva contra o Aedes ainda é a prevenção. Conforme recomenda a Fiocruz, basta dedicarmos dez minutos semanais para identificação e eliminação dos possíveis criadouros do mosquito transmissor em nossos domicílios. Dos gestores, espera-se que saiam de sua procrastinação e estabeleçam programas bem planejados e eficazes de controle do mosquito. Aliemo-nos, como rigorosos fiscais de nós mesmos, e confiemos no empenho científico exitoso. Celina Côrte Pinheiro, em OPINIÃO, O POVO online