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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

1319 - IMC e medidas alternativas

D. Mitchel L.Zoler, Ph.D.
O Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido, há anos, o método convencional consagrado para avaliar se uma pessoa está acima do peso ou tem obesidade, e ainda é amplamente utilizado como o parâmetro de limiar de elegibilidade ao tratamento com certos medicamentos de perda ponderal e à cirurgia bariátrica.
Mas o crescente reconhecimento das limitações do IMC tem feito com que muitos médicos considerem medidas alternativas de obesidade que possam avaliar melhor tanto a quantidade de gordura quanto a localização dela no organismo, um importante determinante das consequências cardiometabólicas do quadro.
As métricas alternativas são a circunferência da cintura e/ou a razão entre a cintura e a estatura (RCE); métodos de imagem como tomografia computadorizada, ressonância magnética e densitometria óssea; e impedância bioelétrica para avaliar o volume e a localização da gordura. Todos fizeram algumas incursões no controladíssimo território do IMC para a avaliação da obesidade.
No entanto, é provável que o IMC não desapareça tão cedo, dado a sua consolidação na prática clínica e na cobertura dos planos de saúde, além de sua relativa simplicidade e exatidão.
O IMC está incorporado em um grande conjunto de diretrizes para o uso de medicamentos e a realização de cirurgia. Está incorporado nas regulamentações da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos e para faturamento e cobertura dos planos de saúde. Seriam necessários dados extremamente sólidos e anos de trabalho para desfazer a infraestrutura construída em torno do IMC e substituí-lo por outra coisa.
Seria quase impossível substituir todos os estudos que usaram o IMC por pesquisas utilizando alguma outra medida. Infelizmente, o IMC é uma medida imperfeita da composição do organismo que difere por etnia, sexo, estrutura corporal e massa muscular.
A fórmula do IMC é o peso de uma pessoa em quilogramas dividido pelo quadrado de sua altura em metros. O IMC considerado "saudável" está entre 18,5 e 24,9 kg/m2; de 25 a 29,9 kg/m2 é considerado sobrepeso; e ≥ 30 kg/m2 é considerado obesidade. No entanto, determinados grupos étnicos têm cortes mais baixos para o sobrepeso ou a obesidade, dadas as evidências de que essas pessoas podem ter maior risco de comorbidades relacionadas com a obesidade com IMCs mais baixos.
O IMC foi escolhido como a ferramenta inicial de triagem da obesidade não por ter sido considerado perfeito ou a medida ideal, mas por sua simplicidade. Tudo o que você precisa é saber a altura e o peso e ter uma calculadora. Embora a RCE pareça promissora como um substituto ou complemento ao IMC, traz suas próprias limitações, particularmente o desafio de medir com exatidão a circunferência da cintura.
Medir a circunferência da cintura não só leva mais tempo, mas exige que o avaliador seja bem treinado sobre onde colocar a fita métrica e se certificar de estar medindo no mesmo lugar todas as vezes, mesmo quando pessoas diferentes fazem medições seriadas de cada paciente.
Se a RCE não é a resposta definitiva, então os exames de imagens avançados para avaliação da distribuição da gordura, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, seriam de escolha para o parâmetro oficial da obesidade?
Bem, embora a imagem com métodos como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética possa trazer maior acurácia e precisão para rastrear o volume da gordura de risco cardiometabólico de alguém, esses métodos também são prejudicados pelo custo relativamente alto e, no caso da tomografia computadorizada e da densitometria, pela questão da exposição à radiação.
Nos próximos cinco anos, o IMC será visto como um instrumento de triagem que classifica as pessoas em grupos de risco geral, que também precisa de outras medidas e variáveis, como idade, raça, etnia, história familiar, glicemia e pressão arterial para descrever melhor o risco para a saúde de uma pessoa.,
Extraído de: BMI Is a Flawed Measure of Obesity. What Are Alternatives? - Medscape - Apr 26, 2023.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

1250 - O Índice de Quételet

Foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Adolphe Quételet (1796-1874). Rebatizado de Índice de Massa Corpotal - IMC, em 1972, foi pouco tempo depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método prático de classificar baixo peso, sobrepeso e obesidade em adultos.
O IMC é calculado dividindo o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado.
Adolphe Quételet é considerado o pai da Antropometria Científica.

quinta-feira, 26 de março de 2020

1142 - Relevância comparativa entre aptidão física e adiposidade na expectativa de vida

Um estudo observacional do Biobank do Reino Unido
Francesco Zaccardi, MD, PhD;  Melanie J. Davies, MD; Kamlesh Khunti, MD, PhD; Tom Yates, PhD
DOI: https://doi.org/10.1016/j.mayocp.2018.10.029
RESUMO
Objetivo
Investigar até que ponto duas medidas de condicionamento físico - ritmo de caminhada e força de preensão manual - estão associadas à expectativa de vida em diferentes níveis de adiposidade, pois ainda é debatida a importância relativa do condicionamento físico e adiposidade nos resultados de saúde.
Pacientes e métodos
Ritmo habitual de caminhada (auto-definido como lento, constante / médio, acelerado), força de preensão manual avaliada pelo dinamômetro, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura e percentual de gordura corporal determinados na linha de base no estudo prospectivo de coorte do Biobank do Reino Unido (março 13 de junho de 2006 a 31 de janeiro de 2016). A expectativa de vida foi estimada aos 45 anos de idade.
Resultados
A idade mediana e o IMC dos 474.919 participantes incluídos nesta análise foram 58,2 anos e 26,7 kg / m2 , respectivamente; durante um acompanhamento médio de 6,97 anos, ocorreram 12.823 mortes. Os participantes que relataram ritmo acelerado de caminhada tiveram maiores expectativas de vida em todos os níveis de IMC, variando de 86,7 a 87,8 anos em mulheres e 85,2 a 86,8 anos em homens. Por outro lado, os indivíduos que relataram ritmo lento de caminhada tiveram menor expectativa de vida, sendo o menor observado em caminhantes lentos com IMC menor que 20 kg / m2 (mulheres: 72,4 anos; homens: 64,8 anos). Diferenças menores e menos consistentes na expectativa de vida foram observadas entre os participantes com alta e baixa força de preensão manual, principalmente em mulheres. O mesmo padrão de resultados foi observado para a circunferência da cintura ou o percentual de gordura corporal.
Conclusão
Verificou-se que os caminhantes acelerados tinham uma expectativa de vida mais longa, constante em diferentes níveis e índices de adiposidade. Esses achados podem ajudar a esclarecer a importância relativa da aptidão física e da adiposidade na mortalidade.
Abreviações e Acrônimos:
IMC (índice de massa corporal), IC (intervalo de confiança), FC (razão de risco), IQR (intervalo interquartil), NHS (Serviço Nacional de Saúde)
"Em outras palavras, os resultados sugerem que, talvez, a aptidão física seja um indicador melhor da expectativa de vida do que o índice de massa corporal (IMC), e que incentivar as pessoas a caminhar com mais vigor possa adicionar anos às suas vidas." (Tom Yates)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

853 - A evolução da Miss América

Ao longo do tempo, a vencedora do concurso anual de Miss América tem sido uma mulher cada vez mais magra. Psychguides.com construiu este gráfico em que compara o IMC (Índice de Massa Corporal) das vencedores do concurso com o IMC médio da mulher americana jovem (20 a 29 anos) à mesma época.

Nas primeiras gerações, os escores de IMC para as vencedores do Miss America situaram-se na faixa do peso saudável (18,5 – 24,9), mas logo começaram a sua descida para a faixa do baixo peso. Usando dados históricos das vencedores do concurso e das mulheres americanas jovens, o site encontrou que as únicas décadas em que o IMC da Miss America caiu no mesmo intervalo das mulheres americanas jovens foram 1940 e 1950. Nas décadas seguintes, as vencedores do concurso tornaram-se significativamente mais magras, enquanto o IMC da mulher média passou a aumentar. Agora, mais do que nunca, a imagem ideal de beleza retratada pelo concurso não representa a imagem das mulheres americanas.