sábado, 31 de janeiro de 2015

704 - A síndrome da vibração fantasma

Você está sentado à mesa, de pé na cozinha, assistindo a TV etc. De repente, o telefone celular vibra, informando que você tem uma nova mensagem de texto, chamada ou e-mail. Você leva a mão ao bolso em que costuma deixar o aparelho, apenas para descobrir que essa mensagem não existe ou que, talvez, o telefone móvel nem mesmo esteja naquele momento em seu bolso.
A vibração parecia tão real, mas talvez não o fosse. Independentemente disso, não foi causada pelo seu telefone celular.
Aquela  sensação de ter a bunda agarrada por um fantasma. E praticamente todo mundo já se sentiu acariciado por ele.
Se isso já aconteceu com você, tenha a certeza de que você não está sozinho.
Em 2010, uma equipe de pesquisadores do Baystate Medical Center, em Springfield, Massachusetts, pediu a 232 de seus colegas que respondessem um questionário sobre vibrações fantasmas de telefones celulares. Dos 176 que responderam o questionário, 115 (68%) afirmaram que já haviam experimentado os desconcertantes alertas falsos, como o que foi descrito acima. Conclusão: "A síndrome da vibração fantasma é comum entre aqueles que usam dispositivos eletrônicos." (1)
O que provoca isso?
Há um monte de teorias. Poderia ser porque os telefones celulares produzem sinais elétricos que transmitem a sensação de vibração diretamente para os nervos do portador da síndrome ou, simplesmente, por causa de alguma antecipação mental de alertas (vibranxiety). (2)
Este aspecto de antecipação não é muito diferente de qualquer outro tipo de condicionamento psicológico. "Estamos tão acostumados com a vibração de nossos telefones que o cérebro nos faz sentir que está a acontecer – quando ele "quer", e não quando ela realmente acontece. (3)
Há uma evidência mais recente que sugere que tudo se passa em nossas cabeças. Em julho de 2012, pesquisadores publicaram outro estudo sobre o fenômeno das vibrações fantasmas em estudantes de graduação. A grande maioria experimentava as tais vibrações. (4)
Mas é nos extrovertidas e nos neuróticos que isso acontece com mais freqüência. Os extrovertidos, como explica Slate, verificam muito seus telefones porque manter contato com os amigos é uma parte importante de suas vidas. Já os neuróticos, por sua vez, como se preocupam muito com o estado de suas relações, procuram obter o maior número possível de mensagens de texto para saber o que outras pessoas dizem deles. (5)
Em qualquer caso, acreditam os pesquisadores que essas vibrações falsas (apesar de chatas) são inofensivas e que poucas pesquisas (argh!) já foram feitas sobre elas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

703 - Deu à luz um bebê uma hora após saber que estava grávida

Katherine Kropas, 23 anos, trabalha num serviço de buffet em Weymouth, Massachussets. Ela não se sentia bem. Seus tornozelos estavam inchados. Alguns dias depois, ela sentiu fortes dores no abdome. Então, Kropas foi levada por sua avó ao hospital. Os médicos descobriram a causa da dor: Kropas estava prestes a ter um bebê – e dos grandes!
O bebê, que é uma menina saudável, pesou 4,5 quilos ao nascer.
Katie com a filha Ellie
Ben Hamar, o médico do South Shore Hospital que fez o parto, disse que há uma série de situações que podem esconder a gravidez das mulheres. dentre as quais o tamanho do seu corpo e a menstruação irregular. De cada 3.500 nascimentos, que ele vê anualmente no South Shore Hospital, há pelo menos um caso em que a mãe descobre a gravidez semanas ou dias antes do nascimento da criança, acrescenta o médico.
No Acta
278 - Gravidez de alta duração |  651 - A gravidez em 6 segundos, segundo Vine
No EntreMentes
Mãe e filho poderiam nascer do mesmo útero |  O primeiro bebê nascido de um útero transplantado

domingo, 25 de janeiro de 2015

702 - Homeopatia: natural ou sobrenatural?

Um dos remédios mais utilizados em homeopatia é o Oscillococcinum, que é prescrito para o tratamento da gripe. Feito a partir de fígado de pato e diluído em 10 ou 100 partes de água, repetidamente, até atingir o número de 200 diluições (200C).
Só que, por volta da décima segunda diluição (12C), já não existe uma única molécula do produto dissolvido na água. A Constante de Avogadro prova isso, o que Hannemann ao fundar a homeopatia não sabia.
Praticantes de homeopatia não negam esse desacordo com a química. A homeopatia foi desenvolvida antes dos conceitos de átomos e moléculas surgirem.
Mesmo assim, as diluições prosseguem por mais 188 vezes. Em 200C a proporção é de uma parte do extrato de fígado de pato para 100 seguido de 400 zeros partes de água.
Como não há mais o extrato que foi diluído, os homeopatas tentam justificar a ação do remédio pela "memória da água". A existência dessa suposta memória é algo que dura fetossegundos.
Se isso fosse o caso, toda a água do planeta seria um tratamento homeopático para todo mal, porque alguma vez ela tocou em toda erva, mineral ou fígado de animal da prateleira homeopática.
Ler também
Guía completa para desmontar las mentiras sobre la homeopatia, Per Ardua ad Astra
Una bacteria inexistente, un pato inocente y unas amenazas insensatas, Naukas
Como agarrar um milionário
O milionário não é o pobre do pato cujo fígado vai já virar extrato. É o dono dele que, após preparar um remédio homeopático, o  Oscillococcinum 200C, terá produto suficiente para tratar as pessoas gripadas em todo o mundo nos próximos milhões de anos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

701 - SICKO SOS Saúde

Rick cortava um pedaço de madeira numa serra circular de mesa. Quando um nó na madeira que ele segurava o fez perder a ponta de dois dedos. Seu primeiro pensamento? Não tenho plano de saúde. Quanto vai custar? Terei de pagar em dinheiro por isso. Serão, talvez, três mil dólares... ou mais. Foi quando o hospital lhe deu a decisão de escolher: repor o dedo médio por 60 mil dólares ou o dedo anular por 12 mil. Sendo um romântico inveterado, Rick escolheu repor o dedo anular. Pela bagatela de 12 mil. E a ponta do dedo médio de Rick agora desfruta de um novo lar: um aterro sanitário em Oregon.

SICKO SOS Saúde é um documentário de Michael Moore, o consagrado autor de "Fahrenheit 9/11" e "Tiros em Columbine". Neste vídeo, o cineasta destaca o sistema de saúde e as empresas de planos de saúde nos EUA que, em nome do lucro, negam assistência e tratamentos aos pacientes.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

700 - Dormindo com plantas

É perigoso dormir com plantas no quarto porque elas respiram oxigênio à noite?
A resposta a esta curiosa pergunta é muito simples:
Não é nada perigoso. É uma lenda urbana.
Durante o dia as plantas captam dióxido de carbono e liberam oxigênio. Mas esta é a fotossíntese, não é a forma como elas respiram, algo que as plantas fazem, tanto de dia quanto de noite, recolhendo o oxigênio do ar e produzindo o dióxido de carbono.
Se fosse perigoso ter uma planta no quarto porque, ao respirar, ela poderia nos roubar oxigênio, o problema se verificaria de dia e de noite. E, se isso fosse verdade, nós teríamos frequentes notícias nos jornais de pessoas  que teriam sido mortas (por não saberem do fato e arriscarem a vida convivendo com plantas).
Só para nos dar uma ideia: uma pequena planta (de cultivo doméstico) pode consumir cerca de 0,1 litro de oxigênio por hora, enquanto um ser humano precisa de 50 litros de oxigênio por hora. Significa que precisamos de 500 vezes mais de oxigênio.
De fato, se fosse perigoso dormir com uma planta, dormir com a esposa (ou com o esposo) e com outros membros da família no quarto seria simplesmente mortal.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

699 - Pulmão lesionado. A regeneração do órgão por células-tronco de pulmão

Pesquisadores descobrem um mecanismo de regeneração pulmonar
Uma equipe de pesquisa dirigida pelos professores do Laboratório Jackson Frank McKeon, Ph.D., e Wa Xian, Ph.D., informa sobre a função de determinadas células-tronco de pulmão na regeneração de pulmões danificados por doença.
O estudo, publicado na revista Nature, esclarece o funcionamento interno do conceito ainda emergente da regeneração pulmonar e assinala possíveis estratégias terapêuticas que aproveitam estas células-tronco de pulmão.
«A ideia de que o pulmão pode se regenerar demorou em se consolidar entre os investigadores biomédicos", diz McKeon, «em parte devido à diminuição constante que se observa em pacientes com doenças pulmonares graves como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a fibrose pulmonar».
Não obstante, assinala, existem exemplos em seres humanos que apontam para a existência de um sistema robusto para a regeneração pulmonar. «Alguns sobreviventes da síndrome de sofrimento respiratório agudo, ou ARDS, por exemplo, podem recuperar uma função pulmonar quase normal depois de uma destruição importante do tecido pulmonar».[..]
A equipe de pesquisa demonstrou que, quando são isoladas células-tronco de pulmão e depois transplantadas em um pulmão lesionado, elas contribuem para a formação de novos alvéolos, o que ressalta sua capacidade para a regeneração.
Nos Estados Unidos, cerca de 200.000 pessoas sofrem ARDS, uma doença com uma taxa de mortalidade de 40%, e existem 12 milhões de pacientes com DPOC. «Estes pacientes têm poucas opções terapêuticas hoje em dia», diz Xian. «Esperamos que nossa pesquisa possa levar a novas formas de ajudá-los».
Referências:
McKeon F. et al, p63+Krt5+ distal airway stem cells are essential for lung regeneration. Nature, 11/12/14, DOI: 10.1038/nature13903.
Fonte: 
Medical News Today [http://www.medicalnewstoday.com/releases/285381.php]

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

698 - Implicações dos transplantes de cérebro

Entre as complexidades formidáveis ​​que estariam envolvidos nos transplantes de cérebro, se esconde uma pergunta enigmática: se fosse o seu, "você" iria com o seu cérebro? Tais questões foram examinadas pelo professor Fredrik Svenaeus, da Universidade Södertörn, em Huddinge, Suécia.
 "Se eu ganhar um novo cérebro, eu (pelo menos possivelmente) torna-me-ia em outra pessoa. Neste sentido, o cérebro é o único órgão que não pode ser doado. Se você oferece o seu cérebro para ser transplantado em outro corpo, você se torna um receptor e não um doador de órgãos."
Finalmente, o professor lembra que, só por volta de 2070 (quando ele prevê que o primeiro transplante de cérebro poderá ter lugar), é que poderemos ter respostas firmes:
"Nós simplesmente temos de esperar por esse evento, para vermos se o que vai acontecer será capaz de responder à questão da mudança de identidade."
"Eu não tenho estado comigo desde o transplante."

sábado, 10 de janeiro de 2015

697 - Teixobactina, o novo antibiótico sem resistência detectável

Elephtheria terrae
Um grupo de cientistas anunciou nesta semana a descoberta de uma molécula que representa a primeira de uma nova classe de antibióticos. Em testes com camundongos, a droga conseguiu debelar formas resistentes de tuberculose, sem que o micróbio causador da doença adquirisse resistência. Batizada de "teixobactina", a nova substância é produzida por uma bactéria (Elephtheria terrae) encontrada no solo.
A empresa start-up de biotecnologia NovoBiotic, de Cambridge, nos Estados Unidos, que descobriu a molécula, estima que deve conseguir levá-la a um teste em seres humanos dentro de dois anos.
Se tudo correr bem, a droga estaria disponível no mercado por volta do fim da década.
O fármaco foi encontrado após os cientistas analisarem mais de 10 mil amostras de micróbios usando um novo método, que permite o cultivo desses organismos em seu hábitat natural.
A descoberta, que foi publicada na revista científica "Nature" (v. resumo), surge como um alento em um momento difícil para a infectologia. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o problema das bactérias resistentes a antibióticos ao status de crise global.
Segundo Kim Lewis, um dos cientistas que participaram do trabalho, a teixobactina ainda requer algumas alterações químicas antes de seguir para testes clínicos. Esse aprimoramento, que leva certo tempo, torna a administração da molécula mais fácil quando a intenção é produzir uma pílula ou uma solução para injeção.
Resumo 
A resistência aos antibióticos está se espalhando mais rápido do que a introdução de novos compostos na prática clínica, causando uma grave crise de saúde pública. A maioria dos antibióticos foi produzida pela triagem dos microrganismos do solo, mas este recurso limitado a bactérias cultiváveis esgotou-se na década de 1960. As abordagens sintéticas para a produção de antibióticos têm sido incapazes de substituir esta plataforma. Bactérias incultiváveis compõem cerca de 99% de todas as espécies em ambientes externos, e são uma fonte inesgotável de novos antibióticos. Desenvolvemos, porém, vários métodos para fazer crescer esses microrganismos pelo cultivo in situ ou usando fatores de crescimento específicos. Aqui, nós relatamos um novo antibiótico, a teixobactina, descoberto em bactérias não cultiváveis. A teixobactina atua destruindo a parede celular das bactérias e dos fungos, ao ligar-se a duas substâncias precursoras de dois lipídios da parede celular, cujo fabrico não é comandado pelos genes desses microrganismos. Não obtivemos quaisquer mutantes de Staphylococcus aureus ou de Mycobacterium tuberculosis que fossem resistentes a teixobactina. As propriedades deste composto sugerem um caminho para o desenvolvimento de antibióticos que evitam o desenvolvimento de resistência.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

696 - Os raios de Vênus

Durante o verão e o outono de 1896, o astrônomo Percival Lowell passou o seu tempo dedicado a estudar o planeta Vênus. Um dia, no final do outono, descobriu uma estranha mancha com raios finos na superfície do planeta, uma descoberta surpreendente que, curiosamente, só ele via.
Aglomeração de relâmpagos em Vênus?...
Como era de esperar, foi criticado pelos resultados. Em 1902, ainda que parcialmente, ele recuou, falando de um problema óptico, mas logo voltou a escrever com intolerante confiança a respeito de sua observação de Vênus.
Ele começou a especular sobre a ascensão de um funil de ar estagnado quente, criando um vazio parcial em que correntes de ar frio dariam lugar a um sistema de raios... Esse era o espírito de Percy.
Absolutamente ninguém podia ver o sistema de raios em atividade na superfície do planeta Vênus.
Tudo isso produziu uma notável falta de credibilidade que, supostamente, repercutiu em seus novos estudos, dessa vez sobre o planeta Marte. Anteriormente, fora ele que descrevera os canais marcianos, logo convertidos em uma suposição da existência de vida inteligente em Marte.
Mas... Por que só Percival Lowell podia ver raios em Vênus?... Seriam eles o produto da imaginação de um astrônomo?
O problema foi solucionado mais de cem anos depois, em 2003, em um artigo de William Sheehan e Thomas Dobbins, THE SPOKES OF VENUS: AN ILLUSION EXPLAINED (Os raios de Vênus: uma ilusão explicada). O artigo sustenta que Lowell tivesse deixado de forma intempestiva o telescópio e que, ao fazê-lo, o telescópio tivesse acidentalmente virado em uma espécie de oftalmoscópio, um instrumento utilizado para o exame dos olhos.
Em outras palavras, o que Percival Lowell observara na superfície de Vênus tinha sido a própria retina, sendo os raios os vasos sanguíneos da dita-cuja.
Percival Lowell y los rayos de Venus, El Baúl de Josete

domingo, 4 de janeiro de 2015

695 - O uso dos calçados na prevenção das doenças tropicais negligenciadas


REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE 
Resumo
O uso consistente de calçados pode ajudar a prevenir ou retardar a progressão de muitas doenças tropicais negligenciadas (DTN).
Foi realizada uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a associação entre o uso de calçados e o risco de adoecimento para aquelas DTN em que a via de transmissão ou de ocorrência se dão através dos pés.
Nós descobrimos que o uso de calçados reduz o risco de úlcera de Buruli, tungíase, ancilostomíase, estrongiloidíase, e leptospirose. Nenhuma associação significativa entre o uso de calçados e podoconiose foi encontrada e não havia dados disponíveis para micetoma, miíase ou picada de cobra.
Recomendamos que, ao lado das intervenções já existentes (água adequada, saneamento e higiene pessoal), o acesso aos calçados deve ser priorizado para acelerar o controle e a eliminação de várias DTN, e assim garantir uma redução das mesmas.
Referência
Association between Footwear Use and Neglected Tropical Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis
Autores: Sara Tomczyk, Kebede Deribel, Simon J. Brooker, Hannah Clark, Khizar Rafique, Stefanie Knopp, Jürg Utzinger, Gail Davey  | Publicação: 13/11/2014 | DOI: 10.1371/journal.pntd.0003285
Ilustração: Jeca Tatuzinho, por Belmonte
folheto do Biotônico Fontoura
Site recomendado
http://www.literaturaeshow.com.br/2010/08/jeca-tatuzinho-e-o-biotonico-fontoura.html

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

694 - Letra de médico

"A vida é muito curta para ficar caprichando na letra."

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

693 - A vitamina C e o zinco na prevenção do resfriado comum

"A primeira coisa que muitas pessoas vão tentar na prevenção do resfriado comum é complementar a dieta com vitaminas C e D", diz Michael Allan, da Universidade de Alberta, no Canadá, que recentemente analisou os dados disponíveis na literatura médica para os remédios mais populares. "Mas a evidência é terrível para elas." Dosagens altas de vitamina C mostram-se capazes de proteger levemente de adoecer as pessoas que se submetem a grande esforço físico, como corredores de maratona, mas para uma pessoa comum reduzem o risco em apenas 3 por cento.
"Se um adulto apresenta dois resfriados por ano, ele só vai evitar um resfriado a cada 15 anos", diz Allan. Pastilhas de zinco pode ter uma sustentação mais firme. Baseado em três ensaios clínicos, Allan diz que crianças que tomam suplementos regulares de zinco sofrem aproximadamente 1 a 1,5 menos resfriados por ano, em média – em comparação com o de seis a oito, que é normal para as crianças em idade escolar. Há também alguma evidência de que o zinco pode reduzir a duração de um resfriado por um dia ou mais. Dado que ele tem um gosto adstringente desagradável, e precisa ser tomado durante todo o ano para o benefício integral, Allan não tem certeza se o recomendaria para uso geral.
166 - Alhos e bugalhos | 220 - Doenças respiratórias no Brasil. Pesquisa por entrevistas | 604 - Google Flu Trends

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

692 - Um asilo lunático

figura 1 - TALA
O Trans-Allegheny Lunatic Asylum (figura 1), em West Virginia, construído entre 1858 e 1881, é o maior edifício de alvenaria de pedra cortada a mão da América do Norte e é, supostamente, o segundo maior do mundo (depois do Kremlin).
Ele foi projetado pelo renomado arquiteto Richard Andrews, seguindo o plano de Kirkbride, que pedia alas para longas caminhadas dispostas em uma formação escalonada, garantindo que cada uma das estruturas de ligação recebesse em abundância luz solar e ar fresco com fins terapêuticos.
O hospital original, projetado para abrigar 250 pacientes, foi aberto para internações em 1864 e atingiu o seu auge na década de 1950, com 2.400 pacientes em condições de superlotação e geralmente pobres.
Mudanças no tratamento da doença mental e a deterioração física das instalações forçaram seu fechamento em 1994, causando um efeito devastador sobre a economia local, a partir do qual ainda não se recuperou.
Passeios diários (ghost tours) neste antigo sanatório mental são oferecidos durante todo o ano. Reservas aqui.

Lista dos motivos para a admissão no TALA (figura 2).
É uma fonte em potencial de nomes para bandas de Heavy Metal Rock.
figura 2
483 - Lunático

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

691 - As principais causas de morte no Brasil

A doença isquêmica do coração, o derrame (AVC) e a pneumonia são as principais causas de morte no Brasil e respondem por 32 por cento dos óbitos registrados em 2013. Os dados fazem parte de um estudo sobre a mortalidade em 188 países, publicado (18/12/13) no periódico The Lancet.
Paulo Lotufo, professor da Universidade de São Paulo e um dos autores do estudo, avalia como positiva a queda da mortalidade geral no país, com declínio em praticamente todas as causas. Mas o que compromete o perfil brasileiro, segundo ele, é a presença de fatores externos como a violência e os acidentes de trânsito entre as principais causas de morte.
De acordo com o relatório, violência e ferimentos provocados por acidentes de trânsito estão no topo da lista de causas de morte entre brasileiros com idade entre 15 e 49 anos, resultando em 72.373 vítimas em 2013.
Confira abaixo as principais causas de morte no Brasil, acompanhadas do número de óbitos, em 1990 e em 2013:
Ano 1990
1. Doença isquêmica do coração (135.781)
2. Derrame (94.588)
3. Pneumonia (61.366)
4. Complicações neonatais decorrentes de parto prematuro (42.646)
5. Ferimentos em acidentes de trânsito (41.166)
6. Doenças diarreicas (36.947)
7. Violência (35.859)
8. Doença pulmonar obstrutiva crônica (34.007)
9. Diabetes (23.024)
10. Anomalias congênitas (17.076)
Ano 2013
1. Doença isquêmica do coração (182.560)
2. Derrame (143.771)
3. Pneumonia (70.074)
4. Doença pulmonar obstrutiva crônica (62.961)
5. Diabetes (56.018)
6. Violência (50.306)
7. Doença de Alzheimer (47.776)
8. Ferimentos em acidentes de trânsito (46.311)
9. Doença crônica dos rins (31.873)
10. Câncer de pulmão (29.043)
Expectativa de vida
O levantamento aponta que a expectativa de vida em 2013 para mulheres brasileiras foi 78,4 anos e, para os homens, 71,6 anos. Em 1990, a expectativa de vida para mulheres que viviam no país era 73 anos e, para os homens, 65,5 anos.
Fonte: EBC

sábado, 20 de dezembro de 2014

690 - O que acontece quando você come demais

Jantar de Ação de Graças: peru, recheio, purê de batatas, um pouco mais de peru, molho cranberry, ainda mais peru? Uhhh ... [Peru atravessa a tela.]  Ainda tem espaço para essa torta? Por enquanto, folgue a calça, estire-se no sofá e vamos saber por que você se sente tão cheio após uma grande refeição. [Reações à introdução] Parte da razão é física. Seu estômago pode esticar até o volume de cerca de um litro - que é o tamanho de um burrito. Quando você ingere uma grande refeição, você enche o seu estômago além dos limites, Apertando os outros órgãos vizinhos, dá uma sensação de abdome repleto. Seu estômago e seus intestinos também se enchem de gases quando você come, aumentando essa sensação de enchimento. Cada vez que você engole, um pouco de ar vai junto – ainda mais se você estiver bebendo refrigerante ou cerveja. Dentro de seu estômago, o gás faz a bebida efervescente ocupar mais espaço do que o líquido que entrou. Felizmente, seu corpo tem uma boa maneira (sic) para se livrar do excesso de gases no estômago: [Arroto]. Para algumas pessoas, outro resultado desconfortável de uma grande refeição é a azia. O estômago produz ácido clorídrico para quebrar a comida. Mais comida para quebrar significa mais ácido, que pode irritar a mucosa do estômago e refluir para o esôfago, dando uma sensação de queimação. Antiácidos usam bases (lembre-se: o oposto de um ácido é uma base) como o bicarbonato de cálcio para neutralizar o ácido. Essa reação produz mais dióxido de carbono, o que pode aumentar a sensação de enchimento, Pelo menos até o próximo arroto. A outra parte da sensação de plenitude é mental. Quando você comeu o suficiente moléculas mensageiras do corpo, hormônios, avisam o seu cérebro que é hora de parar. Bro! Bro! .... É hora de parar! Quando você come uma refeição de alto teor calórico, as células de seus intestinos secretam um hormônio chamado peptídio tirosina-tirosina ou PYY. PYT, não! Essa é uma canção de Michael Jackson! Quando o PYY atinge o cérebro, liga-se a receptores que lhe dão a sensação de que você está cheio, ou até mesmo um pouco enjoado. Alguns hormônios reagem mais intensamente a refeições ricas em gorduras, hidratos de carbono ou proteínas, mas todos eles têm a mesma finalidade: fazer você colocar o garfo ao lado do prato! Então, da próxima vez que a sua mãe perguntar se você quer outra porção, tire um minuto para ouvir o que seu corpo está tentando lhe dizer. Não se importa realmente? Então, não se surpreenda se você não estiver se sentindo bem depois. Agora, clique no botão de se inscrever e confira nossos outros vídeos sobre a alimentação, se você tem estômago para isso.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

689 - Vendas de maços de cigarros per capita nos Estados Unidos

Número anual de maços per capita por Estado
Período: 1970 – 2012

domingo, 14 de dezembro de 2014

688 - Henna com PPD

Esta notícia saiu em 2008 no NY Times, mas merece ser recontada.
As tatuagens de Henna são amplamente disponíveis e geralmente inofensivas. Mas certos tipos podem causar uma potente reação alérgica.
A Henna é uma tintura vegetal que pode ser marrom, vermelha ou verde, a qual, aplicada na pele, desaparece em questão de dias. Mas, para produzir uma cor mais escura, alguns tatuadores adicionam um produto químico chamado parafenilenodiamina ou PPD.
A Food and Drug Administration diz que o único uso legal para PPD em cosméticos é como tintura de cabelo.
Esta fotografia, publicada na edição de 6 de agosto do The New England Journal of Medicine, mostra as mãos cheias de bolhas de uma mulher do Kuwait, de 19 anos, que aplicara a tatuagem temporária para ir a um casamento, oito dias antes.
Ela foi tratada com corticosteroides tópicos.
"As bolhas duraram uma semana", disse Colby C. Evans, dermatologista do Texas e coautor do artigo. "Mas deixaram uma pigmentação escura que levará seis meses ou mais para desaparecer".
Henna sem PPD é mais seguro?
"Houve alguns casos de alergia a Henna em si, porém raros", disse Evans. "Já a alergia ao PPD é extremamente comum".
N. do E.
Não confundir o PPD - parafenilenodiamina (adicionado à henna) com o PPD - protein purified derivative que é usado em testes para a detecção da infecção tuberculosa.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

687 - Raios em domicílio

1 Na Austrália, cerca de 30 pessoas por ano sofrem lesões por descargas de raios quando falam ao telefone fixo.
Ray McDonnell sabia desses perigos. Mas deu pouca atenção a uma tempestade elétrica ao pegar o telefone que tocava na hora do jantar. Ele foi imediatamente eletrocutado. Quando recuperou os sentidos, sentiu um cheiro de queimado muito forte e constatou que apresentava queimaduras no pescoço, braço, peito e... no ouvido.
A corrente elétrica de um raio que é recebido diretamente é de 30 mil amperes, em média. Conduzida através de cabos de telefone é muito menor, mas pode chegar a centenas de amperes. O problema é que, neste último caso, a corrente elétrica penetra no corpo humano através de uma parte muito sensível, o ouvido.
Lightning Phone, por Damien Hansen
Leitura complementar
Ruídos acústicos e trovoadas. In: Orientação ao Consumidor, Telstra
2 Em 30 de junho de 1960, um temporal atingiu Columbia, Missouri, e fez o tempo não só ficar parado, mas ir para trás.
O Columbia Missourian informou que o Sr. C. W. Brenton olhou para o relógio elétrico às 19h55 e ficou surpreso ao ver que o relógio estava andando para trás.
Durante a tempestade, raios haviam entrado em sua casa pelos fios da eletricidade e fundido alguns da fiação do relógio. Isto aparentemente inverteu o campo magnético do motor, fazendo com que os ponteiros passassem a se mover no sentido contrário.
Peter Viemeister, The Lightning Book, 1961
Português no lar
"A domicílio" ou "em domicílio"? Tire sua dúvida aqui.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

684 - Para a alegria da vida

O mamilo do guitarrista
A fissura do mamilo, também conhecido como mamilo do corredor (foto), do ciclista, do surfista, do halterofilista, do guitarrista etc. é uma condição que pode ser causada pela fricção repetida de uma camisa (T-shirt) ou de outra roupa da parte superior do corpo (inclusive do interior de um emblema) contra os mamilos durante um período prolongado de exercício.
Resultam disso: dor, secura ou irritação, sangramento em um ou ambos os mamilos.
(A patologia também pode acontecer em mulheres que amamentam.)
Hoax
Em 1974, a médica britânica Elaine Murphy, leu uma carta no British Medical Journal (BMJ) sobre o "mamilo do guitarrista", e pensou que a correspondência fosse uma piada, Então, escreveu uma carta para o BMJ e enviou-a com a assinatura do marido.
Para sua surpresa, o jornal a publicou:
Sir,
Embora eu nunca tenha visto o mamilo do guitarrista, como relatado pelo Dr. P. Curtis (27 de abril, p 226), uma vez me deparei com um caso de cello scrotum (escroto de violoncelista) causado pela irritação do corpo do violoncelo. O paciente em questão era um músico profissional e tocava esse instrumento em práticas, ensaios e concertos durante várias horas por dia.
JM Murphy 
A condição foi referenciada em outras revistas médicas nos anos que se seguiram. Quando foi mencionada novamente no BMJ, em 2008, o casal Murphy admitiu a farsa.
"Qualquer pessoa que já assistiu a um violoncelo sendo tocado iria perceber a impossibilidade física de nosso comunicado", escreveu Murphy, à época um membro da Câmara dos Lordes.
"Podemos ter que solicitar agora uma retratação formal ou correção", disse um porta-voz da revista. "Uma vez que essas coisas entram na literatura científica, elas ficam lá para sempre. Mas tudo isto contribui para a alegria da vida".
Occupational hazards, Futility Closet

sábado, 29 de novembro de 2014

683 - O desfibrilador voador

Um estudante holandês de 23 anos apresentou um protótipo de um drone ambulância, um desfibrilador voador capaz de chegar a uma vítima de ataque cardíaco dentro daqueles preciosos minutos em que uma vida pode ser salva.
Desenvolvido pelo estudante de graduação de engenharia Alec Momont, ele pode voar em velocidades de até 100 quilômetros por hora. Pintado em amarelo (cor característica dos serviços de emergência na União Europeia - UE) e impulsionado por seis hélices, o drone ambulância pode transportar uma carga de quatro quilogramas - neste caso, um desfibrilador.
"Cerca de 800 mil pessoas sofrem uma parada cardíaca na UE a cada ano e apenas 8 por cento delas sobrevivem. E a principal razão para isso é o tempo de resposta relativamente longo dos serviços de emergência - de cerca de 10 minutos, enquanto a morte cerebral pode ocorrer entre quatro e seis minutos", diz Momont. "O drone ambulância pode fazer um desfibrilador chegar a um paciente situado em uma área de 12 quilômetros quadrados dentro de um minuto, aumentando a sua chance de sobrevivência de 8 para 80 por cento."
Nerdoholic

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

682 - De mal a pior



Um curativo que combina com a pele?
Não, não chega nem perto.
É de uma linha de curativos que fazem o corte parecer pior do que realmente é.
Macabro, não? Mas, por alguma estranha razão, as crianças estão gostando deles.

domingo, 23 de novembro de 2014

681 - Lambendo o perigo

Da esquerda para a direita: MRSA, gripe, catapora, E. coli, e HIV.
A artista Wei Li fez estes picolés com formas de conhecidos microrganismos patogênicos. Mas são perfeitamente seguros, pois são feitos de água com açúcar. Assim como os picolés comuns.
Li explica que quer criar uma experiência sensorial confusa (sic) nas pessoas.
"Antes de prová-los com a língua", diz ela, "você deve saboreá-los mentalmente". E só então "enfrentar o perigo" com suas lambidas.
Ela usou uma impressora 3D para criar os moldes para os picolés.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

680 - O que pode estar ampliando o alcance das doenças tropicais?

Você acha que as doenças tropicais só ocorrem nos países em desenvolvimento?
Mude de ideia.
Diante do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem divulgando sobre estas doenças:
Malária
Dengue
Encefalites
Peste bubônica
Cólera.
Segundo a OMS, devido ao aquecimento global, elas estão se espalhando para as regiões temperadas do planeta.
É que os concomitantes aumentos da temperatura e da umidade em nosso planeta, fenômenos associados ao aquecimento global, estão fazendo proliferar os insetos e os roedores que espalham estas doenças.
N. do E.
Há outros fatores que auxiliam na propagação global dessas doenças, tais como o crescimento populacional, a urbanização descontrolada, as limitações dos sistemas de saúde e os grandes fluxos migratórios.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

679 - Bebidas açucaradas e envelhecimento celular

O consumo de refrigerantes açucarados pode estar ligado ao envelhecimento acelerado do DNA
Bebidas gaseificadas ricas em açúcar (tipo "cola") têm estado sob o fogo de militantes da saúde por contribuírem para a obesidade e o diabetes tipo 2, mas surge agora o primeiro estudo a sugerir uma ligação dessas bebidas com o envelhecimento das pessoas.
O estudo, publicado no American Journal of Public Health, solicitou informações a 5.309 adultos saudáveis ​​com idade entre 20 e 65 anos sobre o seu consumo de refrigerantes e examinou o DNA de células brancas do sangue de todos eles.
A associação entre o consumo de bebidas açucaradas e o nível de envelhecimento celular mostrou-se alarmante.
A equipe da pesquisa descobriu que os telômeros (tampões de proteção do DNA nas extremidades dos cromossomos e que funcionam como relógios biológicos) eram menores em pessoas que consumiam habitualmente essas bebidas. As pessoas que relataram beber uma garrafa de 350 ml de refrigerante por dia tinham, em média, um DNA característico de células 4,6 anos mais velhas.
No entanto, é importante observar que esta pesquisa ainda está em estágio preliminar. Necessitam-se de mais estudos para demonstrar cabalmente se existe uma relação de causa-efeito entre o consumo de bebidas açucaradas e o envelhecimento celular.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

678 - A história de Íris

Nossa história é sobre uma garota chamada Íris.
Íris é muito sensível. Tão sensível, que sempre está em lágrimas. Ela chora quando está triste, quando está feliz e até quando algumas coisas chegam perto dela.
Ela possui glândulas lacrimais especiais para gerar novas lágrimas, e tubos especiais chamados punctas lacrimais, para drenar lágrimas antigas.
Ela chora tanto, que perde 296 ml de lágrimas por dia. Trinta e oito litros por ano! Na verdade, se analisarmos de perto, veremos que ela chora um pouquinho o tempo todo.
As lágrimas basais que Íris produz constantemente formam uma fina cobertura de três camadas, que a cobrem e a protegem da poeira e dos ciscos. Bem próximo à Íris, fica a camada de muco, que mantém tudo ligado a ela. Em cima dessa camada, fica a camada aquosa, que mantém Íris hidratada, expulsa bactérias invasoras e protege sua pele, ou a córnea, de lesões. Por fim, temos a camada de lipídeos, uma película externa oleosa, que mantém a superfície lisa para que a Íris enxergue através dela, e evita que as demais camadas evaporem.
Geralmente, Íris passa o dia sem realmente perceber as lágrimas basais, fazendo seu trabalho. Essa é meio que a função delas. Mas, um dia, ela encontra um garoto chamado Cebola. Íris fica imediatamente apaixonada.
Cebola estava lindo em sua jaqueta roxa e brilhante, e tinha um cheiro incrível!
Então, Íris convida Cebola para jantar em sua casa, mas quando Cebola entra e tira a jaqueta, algo terrível acontece. Quando Cebola tira a jaqueta, uma reação química acontece, convertendo os sulfóxidos, que o fazem ter um cheiro tão bom, em ácido sulfênico, que, então, torna-se uma substância desagradável com um nome extenso: sulfóxido de tiopropanal.
O gás atormenta Íris e, de repente, ela não consegue evitar e começa a chorar descontroladamente. Essas lágrimas de reflexo são diferentes das lágrimas basais, às quais Íris está acostumada. Por serem feitas para remover substâncias prejudiciais ou partículas, elas são liberadas em quantidades bem maiores, e sua camada aquosa também contém mais anticorpos para deter quaisquer microrganismos que possam tentar entrar.
Tanto Íris quanto Cebola ficam arrasados. Eles sabem que não podem levar adiante seu relacionamento, já que Íris vai se machucar e chorar toda vez que Cebola tirar sua jaqueta. Então, eles decidem se separar.
Quando Cebola sai pela porta, Íris para de chorar. E imediatamente recomeça. Só que, agora, ela não está chorando lágrimas de reflexo, mas lágrimas de emoção. Quando alguém fica triste ou feliz demais, parece uma perda de controle, o que pode ser perigoso. Então, as lágrimas de emoção são enviadas para estabilizar o humor o mais rápido possível, junto com outras reações físicas, tais como frequência cardíaca aumentada e respiração mais lenta. Mas os cientistas ainda não têm absoluta certeza sobre como ou por que as lágrimas em si são úteis. Talvez sejam um mecanismo social para conseguir empatia ou mostrar submissão. Mas alguns estudos também descobriram que lágrimas de emoção contêm níveis mais altos de hormônios do estresse, como ACTH e encefalina, uma endorfina e analgésico natural. Neste caso, as lágrimas de emoção também estão, diretamente, acalmando Íris, bem como sinalizando seu estado emocional aos outros.
Lamento que as coisas não tenham dado certo com o Cebola, Íris. Mas não se preocupe. Contanto que você tenha todos os três tipos de lágrima, trabalhando para manter você equilibrada e saudável, as coisas vão melhorar.
Você vai ver.
Traduzido por PGCS

terça-feira, 11 de novembro de 2014

677 - A solução à brasileira

Pesquisadores do Reino Unido mantêm-se na liderança das pesquisas sobre piolhos pubianos ("chatos").
Em 2006, foram Nicola Armstrong e Janet Wilson, do Departamento de Medicina Geniturinária, em Leeds, que se destacaram com este trabalho: Did the "Brazilian" kill the pubic louse? No qual apontavam uma relação entre o desaparecimento do habitat primário (pelos pubianos) do parasita e o número de casos de infestações por Pthirus pubis descritos por profissionais médicos. A DEPILAÇÃO À BRASILEIRA
Agora, um estudo de acompanhamento realizado por Shamik Dholakia, Jonathan Buckler, John Paul Jeans, Andrew Pillai, Natasha Eagles e Shruti Dholakia no Hospital Geral Milton Keynes, em Buckinghamshire, Reino Unido, com base em 3850 questionários preenchidos durante um período de dez anos, não só confirma a diminuição da incidência de infestações por piolhos pubianos como liga a mudança fortemente às práticas de remoção dos pelos pubianos.
No relatório "Pubic Lice: An Endangered Species?" (Os Piolhos Púbicos: Uma Espécie em Extinção?), publicado recentemente em Sexually Transmitted Diseases 41 (6): 388-391, eles afirmam com firmeza:
Resultados: Observou-se uma correlação significativa e forte entre a queda de infestações por piolhos pubianos e o aumento na remoção dos pelos pubianos.
Conclusões: O aumento da incidência de depilação, pela destruição do habitat natural do parasita,pode levar a padrões atípicos de infestações por piolhos pubianos ou à sua erradicação completa.
No entanto, eles ainda veem algum futuro para a espécie. Nos padrões atípicos de infestações em que os piolhos púbicos podem colonizar outros habitats, como os pelos do peito e das sobrancelhas.

561 - O uso do mercúrio contra a pediculose na Renascença

sábado, 8 de novembro de 2014

676 - PPD. As recomendações do MS em caso de falta do teste

O teste da tuberculina, também chamado de PPD (Derivado Proteico Purificado), usado para diagnosticar tuberculose latente, ou seja, antes dos sintomas da doença aparecerem, vai deixar de ser fabricado. O Ministério da Saúde divulgou NOTA INFORMATIVA para programas estaduais e municipais indicando as condutas a serem adotadas na falta do teste.
Segundo o Ministério da Saúde, o país ainda está abastecido do PPD, e a falta deste produto não vai comprometer o Programa Nacional de Tuberculose. A pasta afirma que está em contato com a Organização Mundial da Saúde para buscar alternativas para o problema.
Em 2013, a incidência de tuberculose foi 35 casos por 100 mil habitantes, 21,17% menor do que em 2003, quando esta taxa era 44,4 por 100 mil. O número de casos novos teve redução de 10,5%, passando de 78.606, em 2003, para 70.372 casos novos registrados em 2013.
Considerado importante problema de saúde pública, a tuberculose é uma doença causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que afeta vários órgãos do corpo, mas principalmente os pulmões. É transmitida pelo ar, quando o paciente tosse ou espirra. Os principais sintomas são tosse prolongada, geralmente mais de três semanas, com ou sem catarro, cansaço, emagrecimento, febre noturna e suor noturno.
09/11/2014 - Atualizando...
O problema ocorre porque o laboratório produtor do PPD (com sede na Dinamarca) foi vendido e interrompeu a fabricação.
Há dinheiro para comprar, mas não há quem venda. Agora, é discutir o que fazer, como substituir", diz Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e integrante do comitê técnico que assessora o Ministério da Saúde.
Nos Estados Unidos, o PPD foi substituído pelo Igra (ensaios de detecção de interferon gama em sangue, na sigla em inglês), exame mais caro, o que dificulta a compra em larga escala. Esse exame está disponível em laboratórios privados. É caro. Há a sugestão de que testes Igra sejam incorporados ao Programa de Controle da Tuberculose, mas isso depende de estudos econômicos.
Outra sugestão é que a tecnologia de produção do PPD seja transferida para algum laboratório brasileiro.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

675 - As vacinas funcionam!

Não obstante os comprovados benefícios das vacinas, muitas pessoas desconhecem como elas funcionam e inclusive desconfiam de sua ação. As vacinas sempre são mais seguras do que as enfermidades infecciosas que elas protegem. Contra algumas dessas enfermidades não há sequer tratamento efetivo, e as vacinas são a única opção para lutar contra elas.
As vacinas salvam milhões de vidas.
Vídeo
Vacinas e vacinações 
por Carlos Vogt,  10/10/2014 - Editorial da Com Ciência 
(revista eletrônica de jornalismo científico)
Certamente, as vacinas mudaram a qualidade e a expectativa de vida das populações ao longo de uma história que se inicia no final do século XVIII e que se desenvolve, por sucessivas e importantes descobertas, para a melhoria da saúde pública e o bem-estar social.
Essa história tem início em 14 de maio de 1796, quando o médico inglês Edward Jenner dá o primeiro passo para a imunização de um menino de 8 anos à varíola, e com isso descobre a vacina.
A história da vacina está, assim, ligada à história da luta contra a varíola e o próprio nome do procedimento, da técnica e da tecnologia de imunização está, na origem e definitivamente, ligado às formas de manifestação da doença nas vacas e nos humanos: na publicação em que nasce o termo "vacina", a expressão usada por Jenner é, em latim, "varíola vaccinae", "varíola da vaca". Da designação de um produto específico, o termo, por metonímia, passa a designar, genericamente, o procedimento para todos os casos de sua aplicação.
A consagração do nome e do procedimento iria se dar em outubro de 1885, quando Louis Pasteur comunicou à Academia de Ciências, na França, a descoberta do imunizante contra a raiva, dando-lhe, em homenagem a Jenner, o nome de vacina.
A partir daí, o final do século XIX e o século XX inteiro iriam conhecer, num processo dinâmico de inovações, que se estende e se aprofunda neste início do novo século, uma sequência impressionante de descobertas que foram consolidando a importância do papel das vacinas para a saúde das populações do globo.
Assim o caso da vacina tríplice, da BCG, da febre amarela, da Sabin, da hepatite B, da gripe e de tantas outras pesquisas e descobertas que se vislumbram e que estão em curso, como é o caso da vacina da dengue.
Contra a varíola, eu, como os de minha geração, experimentamos várias das técnicas de vacinação aplicadas às escolas públicas nos anos 1940 e 1950. Escarificação e broca eram as minhas mais temidas, sendo que a última, que consistia em girar um tubo capilar cortado com a vacina sobre a pele era a campeã de meus temores. Nunca fiquei com a marca que a maior parte de meus amigos e colegas herdaram das vacinações. E disso, não sei porque tive inveja, quando menino. Depois perdi, hoje não tenho mais, mas guardo, na lembrança, o sentimento de necessidade e revolta que os rituais de vacinação provocavam e que foram, com o tempo, sendo cada vez mais incorporados aos hábitos e costumes das sociedades contemporâneas.

domingo, 2 de novembro de 2014

674 - O pulmão de aço

Inventado nos Estados Unidos em 1928, o pulmão de aço estava entre as primeiras máquinas do suporte à vida. Consiste basicamente de uma câmara hermética conectada a uma bomba de ar.
A máquina foi originalmente concebida para ajudar as vítimas da inalação de gases. Mais tarde, os pulmões de aço se tornariam famosos por manter vivos os pacientes de poliomielite. Em casos graves, quando a doença paralisava os músculos respiratórios, o pulmão de aço assegurava a respiração dos pacientes.
O pulmão de aço ajuda o paciente a respirar por meio de pressões negativas. As quais sugam o ar para fora fora da câmara da máquina, fazendo com que os pulmões do paciente expandam, e este possa respirar.
Muitos pacientes de pólio se recuperavam depois de passar algum período no pulmão de aço. Outros, porém, passavam o resto de suas vidas na máquina. Para estes pacientes, a máquina salvava a vida, mas a um preço elevado do ponto de vista da qualidade de vida.
Ainda hoje, há pacientes que usam pulmões de aço para respirar. São casos pouco frequentes. Graças às vacinas, que praticamente eliminaram os casos de pólio, e aos atuais aparelhos de ventilação mecânica cujas vantagens operacionais e de resultados são inegáveis.
Website recomendado:
http://www.sciencemuseum.org.uk/broughttolife/themes/treatments/iron_lung.aspx
19/12/2014 - Atualizando...
Esta nota (674) foi republicada em 18/12/2014 no Jornal GGN.
10/02/2016 - Atualizando...
Martha Mason, a mulher que passou mais de 6O anos imobilizada em um pulmão de aço

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

673 - Micróbios em ponto de cruz



No site Etsy, Alicia Watkins "vende vírus e bactérias" em ponto de cruz. Já feitos ou em telas para que você os faça.
Ponto de cruz, para quem não sabe, é uma técnica de bordado.

Tudo em tricô
420 - Doença

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

672 - Carvão mineral aumentou emissões de gás carbônico no mundo

A relação entre o consumo de energia e as emissões de CO2 mundiais piorou nos últimos dez anos, de acordo com o boletim "Energia no Mundo".
Com o crescimento de 28% na demanda mundial de energia, entre 2003 e 2013, e maior uso relativo de carvão mineral em relação ao petróleo e gás, as emissões de gases do efeito estufa passaram de 2,33 tCO2/tep em 2003 para os atuais 2,37 tCO2/tep. (*)
Quanto ao consumo mundial de petróleo, o boletim aponta que em 2013 foram consumidos 91,3 milhões de barris por dia (Mbbl/d), equivalente a 31 vezes o consumo do Brasil no mesmo ano. Já o consumo de gás natural mundial foi de 3.348 bilhões de metros cúbicos (Gm³), volume 89 vezes maior que o consumido no Brasil.
No carvão mineral, o consumo mundial foi de 3.827 Mtep no ano passado, o que equivale a 232 vezes o consumo do Brasil.
 O boletim Energia no Mundo é produzido anualmente pelo Núcleo de Estudos Estratégicos de Energia do Ministério de Minas e Energia, e apresenta gráficos e dados sobre as matrizes energética e elétrica de 89 países. O documento também traz indicadores sobre a produção e o consumo de energia nesses países e suas relações com o PIB, população, emissões de CO2, entre outros.
N. do E.
(*) tep = tonelada equivalente de petróleo. Em 2013, o Brasil emitiu 1,55 tCO2/tep (este indicador é 37% menor do que o indicador mundial).
A extração e o transporte do carvão mineral, sem o cumprimento das medidas de controle recomendadas, causam o adoecimento pela pneumoconiose dos trabalhadores do carvão.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

670 - O metal pesado que abalou um império

Macio, flexível e maravilhosamente onipresente, o chumbo foi muito usado pelos antigos romanos para fazer moedas, canos, panelas e jarras para vinho. Era ainda utilizado na fabricação de tintas e pós faciais. E o resultado disso tudo foi "a morte por envenenamento lento do maior império que o mundo já conheceu".
Dois terços dos imperadores romanos – de Calígula a Nero – mostravam sintomas de envenenamento pelo chumbo. Análises de ossos retirados de cemitérios romanos da época acusaram depósitos de chumbo que mediam três vezes o padrão da Organização Mundial de Saúde para o envenenamento grave pelo metal.
Em muitos aspectos, o chumbo é uma má notícia para o corpo humano: ele danifica os rins e o coração, prejudica a produção das hemácias e inibe o crescimento das células ósseas. Além disso, afetando a regulação do crescimento dos neurônios e da formação das sinapses, interrompe o processo cognitivo.
Alguns historiadores acreditam que o veneno comprometia não apenas o cérebro dos imperadores romanos, mas de todos em Roma. De repente, Calígula declarando sua própria divindade, nomeando seu cavalo para o Senado e ordenando seus soldados que marchassem para o oceano ("para lutar contra o deus do mar") fazem um pouco mais de sentido.

sábado, 18 de outubro de 2014

669 - DIA DO MÉDICO. Pensamentos

Uma curta coletânea de pensamentos sobre o médico
O bom médico conhece bem os guidelines, mas o ótimo médico sabe quando não utilizá-los. ~ J. W. Hurst
Nunca vá a um médico que deixa as plantas morrerem no consultório. ~ Erma Bombeck, As plantinhas do consultório
Nunca aceite uma bebida de um urologista. ~ Erma Bombeck
A natureza é o mestre do médico, já que ela é mais antiga do que ele e ela existe dentro e fora do homem. ~ Paracelso
Não é suficiente dizer aos enfermos: "Coragem! Isto passará". Tais palavras devem vir animadas pelo coração, para que elas cheguem até à alma e o coração de quem sofre. ~ Esquirol, médico francês
Nosso médico nunca operaria, a menos que fosse necessário. Ele era assim. Se ele não precisasse de dinheiro, ele nunca encostaria a mão em você. ~ Herb Shriner
Um paciente deve pagar a consulta que o médico cobra para ajudar o médico a viver. Deve comprar todos os remédios recomendados para ajudar o farmacêutico a viver. E deve jogar fora todos esses remédios adquiridos para ele mesmo viver. ~ Anônimo
Nós médicos deveríamos aprender com os farmacêuticos a ler a escrita de nossos colegas. ~ Paulo Gurgel

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

668 - Gaiolas para bebês

O sol é fundamental para a saúde e o funcionamento do corpo. Por meio dos raios do tipo ultravioleta B, nosso organismo obtém a vitamina D e, com ela, melhora a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos, e o desempenho do sistema ecológico. A exposição solar é responsável por cerca de 90% da aquisição de vitamina D pelo homem, e os alimentos (como leite, gema de ovo, manteiga, peixes de água fria e óleo de fígado de bacalhau) respondem pelos outros 10%.
Gaiolas, do tipo mostrado acima, já foram usadas para que os bebês recebessem luz solar e ar fresco nos apartamentos (1937).
Ver também:
591 - Rússia, 1977

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

667 - O Diatomista

The Diatomist ( O Diatomista) é um documentário sobre Klaus Kemp, mestre da arte vitoriana do arranjo de diatomáceas.
As diatomáceas são algas unicelulares que criam carapaças de vidro (sílica amorfa) em torno de si. Microscopistas da era vitoriana organizavam-nas em padrões complexos, invisíveis a olho nu, mas espetaculares quando vistos sob ampliação óptica.
Klaus Kemp tem dedicado toda a sua vida a compreender e aperfeiçoar os arranjos de diatomáceas. É atualmente reconhecido como o último grande praticante dessa bela combinação de arte e ciência.
Slideshow 
221 - PNEUMOCONIOSE DIATOMÍTICA
22/10/2014 - Atualizando...
As "diatomáceas das lagoas" também estão presentes no soneto "Budismo Moderno". Augusto dos Anjos valia-se do "cientificismo" como recurso lírico.
19/12/2014 - Atualizando...
Esta nota (667) foi republicada em 14/12/2014 no Jornal GGN.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

666 - A morte por explosão no espaço sideral

Este é um dos mitos criado por Hollywood. Muitas vezes, os cineastas não estão realmente preocupados com os fatos. Eles costumam tomar liberdades com a realidade a fim de fazer uma cena parecer mais interessante.
Dos filmes, sabemos que no instante em que um ser humano é exposto ao espaço sem uma roupa de proteção, ele é um caso perdido. Muito provavelmente, vai explodir em um espetáculo de sangue e vísceras (dependendo da classificação do filme).
É certo que a exposição ao espaço vai certamente matá-lo.  Mas não de uma maneira tão visceral assim. Exposto ao espaço, um ser humano poderá sobreviver por cerca de meio minuto sem dano permanente. Não vai ser agradável, mas a morte não será instantânea. Provavelmente, irá morrer de asfixia por falta de oxigênio.
N. do T.
A película que trata este assunto corretamente, segundo o Microsiervos, é "2001: Uma Odisseia no Espaço".
492 - Sem a roupa espacial

terça-feira, 7 de outubro de 2014

665 - It's Payback Time

O mundo deles está com os dias contados. Uma misteriosa substância azul está levando-o à destruição catastrófica.
O que está por trás de tudo isso?
É um vídeo do STAND UP TO CANCER, que promoverá em 15 cidades da Grã-Bretanha, no dia 11 de outubro, uma marcha de sensibilização para a arrecadação de fundos para a luta contra o câncer.
N. do E.
Payback time, em Economia, refere-se ao período de tempo necessário para recuperar os fundos gastos em um investimento ou para que este alcance o ponto de equilíbrio . Por exemplo, um investimento de 1.000 dólares, que retorne a 500 por ano, teria um payback time ou período de retorno de dois anos. O valor do dinheiro no tempo não é levado em conta. O período de retorno mede quanto tempo leva para algo "pagar a si próprio".

sábado, 4 de outubro de 2014

664 - A doença do chapeleiro maluco

A expressão "louco como um chapeleiro" é provavelmente uma referência ao envenenamento por mercúrio.
E a chamada "doença do chapeleiro maluco" já foi também comum entre os modistas. É que, nos séculos 18 e 19, estes profissionais inalavam fumos de compostos à base de mercúrio, durante a fabricação de chapéus de feltro, e adoeciam devido à toxicidade mercurial.
The Mad Hatter, personagem de "Alice no País das Maravilhas", foi, presume-se, inspirado em um excêntrico comerciante de móveis chamado Theophilus Carter. Mas Carter não foi vítima da "doença do chapeleiro maluco".
Embora Lewis Carroll, o consagrado autor de "Alice...", ao que tudo indica, estivesse familiarizado com a alta prevalência da demência entre os chapeleiros.
Lewis Carrol no Acta
267 - O uso do narguilé
Mercúrio no Acta
305 - Um ano com Mercúrio! | 561 - O uso do mercúrio contra a pediculose na Renascença | 569 - A guerra dos químicos
28/11/2014 - Atualizando...
Esta nota (664) foi publicada no LN Online, em 26/11/14, acrescida por 5 comentários.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

663 - Exatidão x Precisão

Exatidão (= acurácia) consiste no grau de conformidade de um valor medido ou calculado em relação à sua definição ou com respeito a uma referência padrão.
Precisão é o grau de variação de resultados de uma medição. Não é o mesmo que exatidão, que se refere à conformidade com o valor real. A precisão tem como base o desvio-padrão de uma série de repetições da mesma análise.



A exatidão do instrumento pode ser alterada. Já a precisão, por ser uma característica do instrumento, não pode ser alterada.

domingo, 28 de setembro de 2014

662 - Fahrenheit 451

É um romance distópico de ficção científica, escrito por Ray Bradbury (1920-2012) (1) (2) e publicado pela primeira vez em 1953.
O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como "bombeiro" (que significa "queimador de livro", na história). E o número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius.
Curiosidade Em sua primeira edição, duzentos exemplares foram numerados, assinados pelo autor e encadernados em amianto "para salvá-los dos bombeiros" (retratados no romance). Estes exemplares são atualmente leiloados no eBay como raridades e seus adquirentes são aconselhados a mantê-los em sacos plásticos hermeticamente fechados.
Poderá também gostar de ler
A toalha de mesa de Carlos Magno

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

661 - A fortiori

A fortiori (pronuncia-se "a forcióri") é o início de uma expressão latina – a fortiori ratione – que significa "por causa de uma razão mais forte", ou seja, "com muito mais razão".
Poderá também gostar de ver
144 - O placebo: agradando de mais?
292 - O efeito placebo 2.0
387 - Placebo: agradarei
409 - Estudo duplo-cego
510 - Respondedores excepcionais

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

660 - O colar de âmbar

Algumas mães acreditam que o colar de âmbar traz boas energias ao bebê e tem efeitos medicinais. A top model Gisele Bündchen foi uma das mamães que se renderam a essa crendice.
Mas o colar de âmbar não passa de uma bijuteria. Não há evidências científicas de que tenha quaisquer propriedades medicinais.
E é bom ficarem atentas, pois o colar pode causar acidentes com a criança, inclusive o seu enforcamento. Além disso, em caso de soltura das contas, há sempre o risco de serem ingeridas ou introduzidas em orifícios naturais (nariz, ouvidos) pela criança.
Que é âmbar
Uma resina de cor amarela proveniente de algumas espécies de árvores.
Pequenas janelas coloridas para o passado |  Um pesadelo dividido |  Vade retro

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

659 - A guerra dos químicos

Em meados da década de 1920, o governo estadunidense foi ao auge da sagacidade para combater o consumo de bebidas alcoólicas.
As estritas leis de proibição da época tinham provado serem fúteis, pois os americanos ainda estavam bebendo. Eles apenas o faziam às escondidas, frequentando bares clandestinos e comprando álcool nos sindicatos do crime. As gangues roubavam grandes quantidades de álcool industrial (que era usado em outras finalidades como, por exemplo, na esterilização de instrumentos) e o redestilava para remover as impurezas, antes de colocá-lo no mercado como bebida alcoólica.
Em seu esforço para ganhar a luta, o Bureau of Prohibition veio com uma ideia chocante:
E se for envenenado o abastecimento de álcool industrial? 
Em 1926, o governo federal comprou essa ideia, emitindo normas que exigiam que os fabricantes produzissem um álcool industrial mais letal. As novas fórmulas incluíam o acréscimo de sais de mercúrio, benzeno e querosene, e os resultados foram de arrepiar. As mortes relacionadas ao álcool dispararam, com os funcionários do próprio governo atribuindo mais de mil mortes ao programa apenas em seu primeiro ano.
As pessoas ficaram indignadas. "O governo dos Estados Unidos deveria ser cobrado pela responsabilidade moral por essas mortes", disse o médico legista nova-iorquino Charles Norris, um dos inimigos declarados da medida.
Mas o governo manteve-se firme em sua posição, mesmo quando a contagem de corpos continuava a crescer. Em Nova York, 400 pessoas morreram no primeiro ano. Cerca de 700 morreram no ano seguinte, e o padrão foi replicado em várias cidades do país. No entanto, os proibicionistas continuaram a defender a lei.
Foram precisos mais de 10.000 mortes e uma reação pública furiosa para o governo acabar a sua "guerra dos químicos". Aconteceu por volta de 1933, quando as normas – daquilo que Norris apelidara de "nossa experiência nacional em extermínio" – foram silenciosamente eliminadas e o programa foi oficialmente extinto.
Ver também
O beijo da temperança, blog EntreMentes

terça-feira, 16 de setembro de 2014

sábado, 13 de setembro de 2014

657 - Sorrir ou não?

Muito tempo atrás, eu li que era preciso algo como 43 músculos para franzir a testa, mas apenas 17 músculos para sorrir.
Ergo, deveríamos apenas sorrir (porque seria mais fácil).
Numa aula de anatomia na Faculdade, foi que eu percebi que esses números poderiam não estar certos. Tanto quanto eu aprendi, existem apenas 36 músculos chamados de músculos da expressão facial, e eles não estão todos envolvidos em sorrir e franzir a testa.
Na ilustração ao lado, os músculos de franzir a testa e os músculos de sorrir apresentam-se em quantitativos diferentes e enfrentam-se com um escore de 50 x 13.
Já neste fórum em que fiz uma "revisão sistemática", eu encontrei os seguintes resultados: 33 x 13, 100 x 10, 64 x 50, 317 x 20, 43 x 17, 37 x 1, 35 x 4, 65 x 15 e 72 x 14.
Afinal,
Quantos músculos são responsáveis ​​por sorrir e por franzir a testa?
Eu poderia arriscar um palpite, mas vou transferir a responsabilidade de responder para o Dr. David H. Song, cirurgião plástico e professor associado da Universidade de Chicago:
"Contando apenas os músculos que fazem contribuições significativas, concluo que sorrir usa um músculo a mais do que franzir o cenho (são 12 contra 11). Isso não significa, necessariamente, que o ato de sorrir seja mais difícil de realizar. Talvez seja, talvez não seja. Eu suponho que seria preferível comparar suas massas musculares: "músculos sorridentes" versus "músculos carrancudos" – para obter uma estimativa aproximada do consumo de energia (assumindo que todos os músculos consomem energia na mesma taxa por unidade de massa)." – The Straight Dope
Facial Fitness Pao
Atualize-se aqui sobre este interessante dispositivo de exercício facial inventado no Japão: クリスティアーノ・ロナウドがイメージキャラクターのMTG新商品 FACIAL FITNESS PAO(フェイシャルフィットネス パオ)のCMです。 「世界一の笑顔へ、もっと鍛えよう。1日2回、1回30秒からの集中ト
Tudo o que você tem a fazer é colocá-lo na boca e sair com ele por aí. Agitando-o um par de horas por dia, em pouco tempo você terá adquirido um sorriso, digamos, muscular.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

656 - Insônia


"EU NÃO DORMIREI ATÉ ENCONTRAR UMA CURA PARA MINHA INSÔNIA."

Rir também com: 620 - Sucedâneo

domingo, 7 de setembro de 2014

655 - O papel do estado na pesquisa de novos medicamentos

Silio Boccanera — Os grandes laboratórios farmacêuticos alegam pesquisar muito por novas drogas e medicamentos. Mas você diz em seu livro (*) que muito trabalho é feito pelo Estado. Como no caso dos Estados Unidos ajudando Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês). Fale sobre isso. 

Mariana Mazzucato — O que é legal sobre a indústria farmacêutica é que a divisão de produtos é muito clara. Alguns medicamentos são“me-too”, variações sutis de outros existentes, e alguns são realmente inovadores e revolucionários. Estes são novas entidades moleculares que têm prioridade de aprovação. E três quartos dessas novas entidades, com prioridade de aprovação, ou seja, dos medicamentos realmente revolucionários, são financiados pelo Estado através dos NIH. Grandes laboratórios farmacêuticos ainda são importantes, mas não para a parte revolucionária da pesquisa. Eles se concentram muito no desenvolvimento do “P&D” (pesquisa e desenvolvimento) e se concentram muito também em comprar de volta suas próprias ações. Tanto a Pfizer quanto a Amgen gastam muito de suas receitas líquidas na compra de suas próprias ações para valorizar seus preços. Isso volta à questão do curto prazo.
(*) “O Estado Empreendedor”, ainda sem versão no Brasil.
Trecho de uma entrevista concedida pela economista Marina Mazzucato (foto), da Universidade de Sussex na Inglaterra, ao jornalista Silio Boccanera, para o programa Milênio, da Globo News.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

654 - Água de Juventa

Juventa, segundo a concepção do
pintor francês Gaston Bussière
(1862-1929)
Para a mitologia romana, Juventa foi uma ninfa que Júpiter (Zeus, na mitologia grega) transformou numa fonte que rejuvenescia as pessoas, daí a origem da palavra juventude.
"A metáfora da água de Juventa traz em si o simbolismo da água viva. Era à fonte de Juventa que os mortos desciam, nela eram banhados e dela subiam vivos. Juventa era a deusa da juventude, sobretudo da adolescência." (Machado de Assis, na nota 27 de seu romance "Memórias póstumas de Brás Cubas").
Num de seus livros (de contos), Coelho Neto usou o título "Água de Juventa".
O mito do elixir da longa vida
Antigos sábios viam propriedades regenerativas na pérola do orvalho e na seiva vegetal. Na Bíblia há referência a uma "água da vida". Entre os antigos romanos, a ambrósia desempenharia o papel do elixir. E os alquimistas acreditavam que ele seria o ouro potável, a "água dos filósofos".
O mito da fonte da juventude
Os espanhóis pensavam estar situada nas Ilhas das Baamas. No século XVI, o explorador espanhol Ponce de Léon a procurou em Bimini, depois de conseguir do rei espanhol armas e homens para essa busca que deu com os burros n'água.
Ao que parece esse elixir é um gene oculto que, influenciado pelo estilo de vida, promove a longevidade e melhora a qualidade de vida das pessoas.
Referências
Infopédia, CiênciaHoje