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segunda-feira, 30 de março de 2015

723 - O teste rápido da tuberculose

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), unidade da Secretaria da Saúde, foi habilitado pelo Ministério da Saúde para ser o coordenador da realização do teste rápido de tuberculose. Com a habilitação, o Lacen fica responsável pelo treinamento e supervisão do serviço no Estado.
O teste é feito através do equipamento Gene Xpert (foto), apto a emitir o diagnóstico laboratorial da doença em apenas duas horas, agilizando assim o início do tratamento dos pacientes bacilíferos.
O diagnóstico de tuberculose é normalmente realizado pelo exame da baciloscopia do escarro pela coloração de Ziehl-Neelsen, um exame simples que pode ser realizado em todos os laboratórios. O processo todo, desde a chegada do material a ser examinado ao laboratório até a emissão do resultado, demora entre 24 e 48 horas.
O novo equipamento tem alta sensibilidade e especificidade que diminuem as chances de um laudo falso negativo e ainda indica se o paciente tem resistência a um dos medicamentos utilizados no tratamento.
O equipamento, fornecido pelo Ministério da Saúde, está funcionando em vários hospitais e unidades: Hospital de Messejana Dr Carlos Alberto Studart Gomes; Unidade Prisional Otávio Lobo; Centro de Saúde de Sobral; Centro de Especialidades Médicas José de Alencar; Hospital Abelardo Gadelha Rocha, em Caucaia: e, em breve no Hospital São José de Doenças Infecciosas, que está em fase de recebimento e implantação da metodologia.
Na realização do exame por meio do Gene Xpert coloca-se a amostra de escarro a ser examinada em um cartucho, semelhante ao de uma impressora, o qual, em seguida, é colocada no equipamento Gene Xpert e, em 50 minutos, sai o resultado como positivo ou negativo. O teste é muito mais sensível que a baciloscopia comum, ou seja, ele detecta mais resultados positivos e ainda indica se existe resistência à rifampicina, um medicamento utilizado no tratamento da tuberculose.

sábado, 10 de janeiro de 2015

697 - Teixobactina, o novo antibiótico sem resistência detectável

Elephtheria terrae
Um grupo de cientistas anunciou nesta semana a descoberta de uma molécula que representa a primeira de uma nova classe de antibióticos. Em testes com camundongos, a droga conseguiu debelar formas resistentes de tuberculose, sem que o micróbio causador da doença adquirisse resistência. Batizada de "teixobactina", a nova substância é produzida por uma bactéria (Elephtheria terrae) encontrada no solo.
A empresa start-up de biotecnologia NovoBiotic, de Cambridge, nos Estados Unidos, que descobriu a molécula, estima que deve conseguir levá-la a um teste em seres humanos dentro de dois anos.
Se tudo correr bem, a droga estaria disponível no mercado por volta do fim da década.
O fármaco foi encontrado após os cientistas analisarem mais de 10 mil amostras de micróbios usando um novo método, que permite o cultivo desses organismos em seu hábitat natural.
A descoberta, que foi publicada na revista científica "Nature" (v. resumo), surge como um alento em um momento difícil para a infectologia. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o problema das bactérias resistentes a antibióticos ao status de crise global.
Segundo Kim Lewis, um dos cientistas que participaram do trabalho, a teixobactina ainda requer algumas alterações químicas antes de seguir para testes clínicos. Esse aprimoramento, que leva certo tempo, torna a administração da molécula mais fácil quando a intenção é produzir uma pílula ou uma solução para injeção.
Resumo 
A resistência aos antibióticos está se espalhando mais rápido do que a introdução de novos compostos na prática clínica, causando uma grave crise de saúde pública. A maioria dos antibióticos foi produzida pela triagem dos microrganismos do solo, mas este recurso limitado a bactérias cultiváveis esgotou-se na década de 1960. As abordagens sintéticas para a produção de antibióticos têm sido incapazes de substituir esta plataforma. Bactérias incultiváveis compõem cerca de 99% de todas as espécies em ambientes externos, e são uma fonte inesgotável de novos antibióticos. Desenvolvemos, porém, vários métodos para fazer crescer esses microrganismos pelo cultivo in situ ou usando fatores de crescimento específicos. Aqui, nós relatamos um novo antibiótico, a teixobactina, descoberto em bactérias não cultiváveis. A teixobactina atua destruindo a parede celular das bactérias e dos fungos, ao ligar-se a duas substâncias precursoras de dois lipídios da parede celular, cujo fabrico não é comandado pelos genes desses microrganismos. Não obtivemos quaisquer mutantes de Staphylococcus aureus ou de Mycobacterium tuberculosis que fossem resistentes a teixobactina. As propriedades deste composto sugerem um caminho para o desenvolvimento de antibióticos que evitam o desenvolvimento de resistência.