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sábado, 10 de janeiro de 2015

697 - Teixobactina, o novo antibiótico sem resistência detectável

Elephtheria terrae
Um grupo de cientistas anunciou nesta semana a descoberta de uma molécula que representa a primeira de uma nova classe de antibióticos. Em testes com camundongos, a droga conseguiu debelar formas resistentes de tuberculose, sem que o micróbio causador da doença adquirisse resistência. Batizada de "teixobactina", a nova substância é produzida por uma bactéria (Elephtheria terrae) encontrada no solo.
A empresa start-up de biotecnologia NovoBiotic, de Cambridge, nos Estados Unidos, que descobriu a molécula, estima que deve conseguir levá-la a um teste em seres humanos dentro de dois anos.
Se tudo correr bem, a droga estaria disponível no mercado por volta do fim da década.
O fármaco foi encontrado após os cientistas analisarem mais de 10 mil amostras de micróbios usando um novo método, que permite o cultivo desses organismos em seu hábitat natural.
A descoberta, que foi publicada na revista científica "Nature" (v. resumo), surge como um alento em um momento difícil para a infectologia. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o problema das bactérias resistentes a antibióticos ao status de crise global.
Segundo Kim Lewis, um dos cientistas que participaram do trabalho, a teixobactina ainda requer algumas alterações químicas antes de seguir para testes clínicos. Esse aprimoramento, que leva certo tempo, torna a administração da molécula mais fácil quando a intenção é produzir uma pílula ou uma solução para injeção.
Resumo 
A resistência aos antibióticos está se espalhando mais rápido do que a introdução de novos compostos na prática clínica, causando uma grave crise de saúde pública. A maioria dos antibióticos foi produzida pela triagem dos microrganismos do solo, mas este recurso limitado a bactérias cultiváveis esgotou-se na década de 1960. As abordagens sintéticas para a produção de antibióticos têm sido incapazes de substituir esta plataforma. Bactérias incultiváveis compõem cerca de 99% de todas as espécies em ambientes externos, e são uma fonte inesgotável de novos antibióticos. Desenvolvemos, porém, vários métodos para fazer crescer esses microrganismos pelo cultivo in situ ou usando fatores de crescimento específicos. Aqui, nós relatamos um novo antibiótico, a teixobactina, descoberto em bactérias não cultiváveis. A teixobactina atua destruindo a parede celular das bactérias e dos fungos, ao ligar-se a duas substâncias precursoras de dois lipídios da parede celular, cujo fabrico não é comandado pelos genes desses microrganismos. Não obtivemos quaisquer mutantes de Staphylococcus aureus ou de Mycobacterium tuberculosis que fossem resistentes a teixobactina. As propriedades deste composto sugerem um caminho para o desenvolvimento de antibióticos que evitam o desenvolvimento de resistência.

segunda-feira, 11 de março de 2013

475 - Rãs no leite


Quando uma rã pula dentro de um balde de leite fresco, de acordo com um antigo conto russo, o leite não vai azedar. Tolice? Talvez não. Uma nova pesquisa, que acaba de ser publicada no American Chemical Society Journal of Proteome Research, dá sustentação ao ensinamento dessa história.
Uma equipe liderada pelo químico orgânico EM Lebedev, da Universidade de Moscou, revisou pesquisas anteriores sobre a rã marrom russa, que identificavam 21 diferentes peptídeos antibióticos nas secreções da pele do anfíbio. Aplicando recentes técnicas de laboratório, de maior sensibilidade, mais 76 compostos foram descobertos.
Obviamente, as rãs não estavam produzindo antibióticos para ajudar os homens a manter o leite de vaca fresco. Anfíbios têm pele fina, úmida e porosa que, normalmente, seria muito suscetível a infecções bacterianas. Contudo, as rãs têm evoluído a capacidade de combater as bactérias invasoras através da produção e secreção de compostos naturais com propriedades antibióticas.
Não é difícil imaginar que, no passado, rãs que acidentalmente saltaram em baldes abertos de leite evitaram que o leite se estragasse. E que esse efeito tenha animado a população rural a colocar os dois juntos.
Esses peptídios da pele da rã, suspeitam os cientistas da Universidade de Moscou, seriam potencialmente úteis para a produção de antibióticos que combatam as superbactérias.
Fontes
Don't Cry Over Spoiled Milk, Just Add Frogs!
Composition and Antimicrobial Activity of the Skin Peptidome of Russian Brown Frog Rana temporaria

sábado, 27 de novembro de 2010

226 - Antibióticos: só com receita sob retenção na farmácia

A partir de amanhã (28/11), os antibióticos vendidos nas farmácias e drogarias do país só poderão ser entregues ao consumidor mediante receita de controle especial em duas vias. A primeira via ficará retida no estabelecimento farmacêutico e a segunda deverá ser devolvida ao paciente com carimbo para comprovar o atendimento.
A nova norma da Anvisa definiu, também, o prazo de validade para essas receitas, que passa a ser de 10 dias, devido às especificidades dos mecanismos de ação dos antimicrobianos. E os prescritores devem estar atentos, para a necessidade de entregar, de forma legível e sem rasuras, as duas vias do receituário especial a seus pacientes.
Isto vale para mais de 90 substâncias antimicrobianas, que abrangem todos os antibióticos com registro no país, com exceção dos que têm uso exclusivo em ambiente hospitalar. O objetivo da Anvisa, ao ampliar o controle sobre esses produtos, é contribuir para a redução da resistência bacteriana na comunidade.

A íntegra da resolução da Anvisa.