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sábado, 8 de novembro de 2014

676 - PPD. As recomendações do MS em caso de falta do teste

O teste da tuberculina, também chamado de PPD (Derivado Proteico Purificado), usado para diagnosticar tuberculose latente, ou seja, antes dos sintomas da doença aparecerem, vai deixar de ser fabricado. O Ministério da Saúde divulgou NOTA INFORMATIVA para programas estaduais e municipais indicando as condutas a serem adotadas na falta do teste.
Segundo o Ministério da Saúde, o país ainda está abastecido do PPD, e a falta deste produto não vai comprometer o Programa Nacional de Tuberculose. A pasta afirma que está em contato com a Organização Mundial da Saúde para buscar alternativas para o problema.
Em 2013, a incidência de tuberculose foi 35 casos por 100 mil habitantes, 21,17% menor do que em 2003, quando esta taxa era 44,4 por 100 mil. O número de casos novos teve redução de 10,5%, passando de 78.606, em 2003, para 70.372 casos novos registrados em 2013.
Considerado importante problema de saúde pública, a tuberculose é uma doença causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que afeta vários órgãos do corpo, mas principalmente os pulmões. É transmitida pelo ar, quando o paciente tosse ou espirra. Os principais sintomas são tosse prolongada, geralmente mais de três semanas, com ou sem catarro, cansaço, emagrecimento, febre noturna e suor noturno.
09/11/2014 - Atualizando...
O problema ocorre porque o laboratório produtor do PPD (com sede na Dinamarca) foi vendido e interrompeu a fabricação.
Há dinheiro para comprar, mas não há quem venda. Agora, é discutir o que fazer, como substituir", diz Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e integrante do comitê técnico que assessora o Ministério da Saúde.
Nos Estados Unidos, o PPD foi substituído pelo Igra (ensaios de detecção de interferon gama em sangue, na sigla em inglês), exame mais caro, o que dificulta a compra em larga escala. Esse exame está disponível em laboratórios privados. É caro. Há a sugestão de que testes Igra sejam incorporados ao Programa de Controle da Tuberculose, mas isso depende de estudos econômicos.
Outra sugestão é que a tecnologia de produção do PPD seja transferida para algum laboratório brasileiro.

quarta-feira, 17 de março de 2010

44 - PPD e tuberculose

Tenho publicado no Scribd o material de apresentação de algumas de minhas palestras. Foi, no referido website, que uma leitora me formulou a seguinte pergunta:
“Meu primo de oito anos fez um exame de PPD que deu o resultado de 15 mm. Ele está com tuberculose?”

PPD são as iniciais de uma expressão inglesa que significa “derivado protéico purificado”. Referente a um material antigênico, obtido a partir de bacilos da tuberculose, o qual tem utilização em medicina para identificar os indivíduos que já foram ou estão sendo infectados por esta espécie de bacilo. Trata-se, portanto, de um teste.
Através de uma seringa, esse material é injetado na pele do indivíduo a ser testado, em nível intradérmico. Três dias após, é feita a medida do maior diâmetro alcançado na área de endurecimento que se forma na pele.
São estes os resultados possíveis para o teste:
0 a 4 milímetros = não reator
5 a 9 milímetros = reator fraco
10 ou mais milímetros = reator forte
E são estas as respectivas interpretações:
Não reator: o indivíduo é não infectado (ou é portador de um estado imunológico que impede de reagir ao teste como acontece em doentes de AIDS, por exemplo).
Reator fraco: o indivíduo foi infectado por outras micobactérias (que não causam a tuberculose) ou foi vacinado pelo BCG, não recentemente.
Reator forte: o indivíduo já foi infectado, podendo ou não estar doente de tuberculose, ou foi vacinado pelo BCG, recentemente.
Na situação de reator forte, ressalvando-se a influência do BCG tomado recentemente, interpreta-se que o indivíduo testado passou pela experiência da infecção tuberculosa. Como já aconteceu a mais de 50 milhões de brasileiros da atual população do país, sem que isto signifique a ocorrência da doença. Em 95 por cento dos casos, a previsão é de que estes indivíduos já infectados não evoluam para a enfermidade (em crianças, este aspecto evolutivo “benigno” é menor).
No entanto, cerca de 100 mil brasileiros adoecem a cada ano de tuberculose. São aqueles que passam a apresentar os sintomas relacionados com esta doença: tosse, expectoração, febre, anorexia, emagrecimento etc. Nos quais, para a tuberculose ser confirmada, haverá a necessidade da realização de exames complementares, como baciloscopia e cultura de amostras de escarro e de lavado brônquico, histopatologia de tecidos biopsiados e outros exames. Em crianças, pela dificuldade na obtenção de material para tais exames, muitas vezes o diagnóstico será feito por história de contato com adulto tuberculoso, situação de reator forte (em não vacinado pelo BCG), quadro clínico compatível e imagens radiológicas sugestivas para tuberculose.
É recomendação do Ministério da Saúde do Brasil que se proceda a quimioprofilaxia pela isoniazida, durante 6 meses, na criança com idade inferior a 15 anos e que também se encontre em todas as seguintes condições:
- reatora forte ao PPD;
- não vacinada pelo BCG;
- contatante de paciente tuberculoso eliminador de bacilos;
- não doente.
Esta última exigência é muito importante ser atendida, pois se a criança estiver doente a conduta correta será o tratamento pelo esquema padronizado.

PS >
As informações prestadas nesta nota não dispensam que a criança seja levada a uma consulta médica.

Publicado em EntreMentes