quinta-feira, 29 de julho de 2021

1213 - Doença e saúde

"O que a maioria dos médicos faz quando recebe um relatório laboratorial é, obviamente, verificar a faixa normal para os testes em questão. Tradicionalmente, um intervalo normal é calculado de forma que inclua 95% dos resultados encontrados em um grupo de pessoas normais ou saudáveis e, consequentemente, há um risco de 5% de uma pessoa saudável apresentar um exame de laboratório com resultado anormal. Então, imagine que você faz dez testes em uma pessoa normal. Nesse caso, o risco de pelo menos um desses testes ser anormal é (1 - 0,95 10), o que equivale a 0,40 ou 40%. Se você fizer vinte e cinco exames (o que não é incomum na prática clínica), essa chance é de 72%!"
Como Edmond A. Murphy coloca com tanta propriedade: 
"Portanto, uma pessoa normal é qualquer pessoa que não foi suficientemente investigada".
- Henrik R. Wulff, Stig Andur Pedersen e Raben Rosenberg, Philosophy of Medicine: An Introduction, 1990, citando Murphy, The Logic of Medicine, 1976

quinta-feira, 22 de julho de 2021

1212 - Virginia Apgar, uma mulher fantástica

por Alfredo Guarischi, médico
"Está tudo bem com meu filho?". Essa pergunta foi que Virgina Apgar (1909-1974) buscou responder a todas as mães. É também o título de seu livro publicado em 1972. Apgar quando se formou em medicina, na renomada faculdade de Columbia, Nova York, em quarto lugar numa turma de 81 homens e 9 mulheres, com apenas 24 anos de idade, já tinha o diploma de Zoologia. Enfrentou dificuldades financeiras, chegando a ser catadora de gatos.
Queria ser cirurgiã, mas foi "convidada" a optar pela anestesia. Na época, apenas 4% dos médicos americanos eram mulheres e 11% delas administravam anestesia, não considerada por alguns uma especialidade médica. Mas Apgar era determinada e, aos 28 anos de idade, se tornou a primeira professora de anestesia e chefe de serviço do Columbia Presbyterian Hospital.
Na época não se tinha uma maneira uniforme de descrever os problemas que ocorriam com os recém-nascidos, o que levou Apgar a estudar o desfecho de milhares de partos, naturais ou por cesariana. Classificou as condições clínicas dessas crianças pela Atividade (movimentação dos membros), Pulsação (coração forte), Gesticulação (reflexos ao estímulo), Aparência (rosada) e Respiração (choro) com uma pontuação de 0, 1 ou 2. Os bebês cuja soma dessas cinco condições era abaixo de 3 tinham problemas graves, e os com escore abaixo de 7 requeriam cuidados especiais.
Sua proposta pioneira foi publicada em 1953, sendo adotada em todo o mundo, contribuindo para criar rotinas de atendimento aos pequeninos. Virginia adorou o acrônimo APGAR (Activity, Pulse, Grimace, Appearance, Respiration) sugerido em 1961 por um aluno e que foi traduzido em diversas línguas. Muitos acabaram se esquecendo que Apgar é o sobrenome de Virginia, uma mulher que tocava violino e construiu seu próprio instrumento. Participou de três pequenas orquestras, incluindo a "Sociedade Acústica Catgut" – em homenagem ao fio usado em cirurgia. Cuidava de um orquidário, gostava de beisebol, pescar, colecionar selos e tomar aulas de pilotagem. Fez mestrado em saúde pública e posteriormente foi professora de pediatria e genética. Apgar não cozinhava bem e dizia que não se casou porque não encontrara um homem que soubesse cozinhar melhor que ela.
A partir da década de 1980, vários estudos afirmaram que seu escore era falho em prever o futuro completo das crianças e que deveria ser substituído por testes mais sofisticados e custosos. A vida seguiu... e recentes análises de milhões de recém-nascidos, comparando a proposta de Apgar com testes invasivos, confirmam a validade de seu método simples de avaliar o risco imediato de recém-nascidos, idealizado há 65 anos por essa mulher fantástica.
Transcrito do Blog do Marcelo Gurgel
Ilustração: doodle do Google

quinta-feira, 15 de julho de 2021

1211 - Appendicitis / Apendicite

De Zachary Cope, 
The Diagnosis of the Acute Abdomen in Rhyme, 1947:

The symptoms of a typical attack
A clearly ordered sequence seldom lack;
The first complaint is epigastric pain
Then vomiting will follow in its train,
After a while the first sharp pain recedes
And in its place right iliac pain succeeds,
With local tenderness which thus supplies
The evidence of where the trouble lies.
Then only — and to this I pray be wise —
Then only will the temperature rise,
And as a rule the fever is but slight,
Hundred and one or some such moderate height.
‘Tis only then you get leucocytosis
Which if you like will clinch the diagnosis,
Though in my own experience I confess
I find this necessary less and less.

Os sintomas de um ataque típico
Uma sequência claramente ordenada raramente falta;
A primeira queixa é a dor epigástrica
Então o vômito seguirá em sua sequência,
Depois de um tempo a primeira dor aguda recua
E em seu lugar a dor ilíaca direita sucede,
Com uma sensibilidade local que assim fornece
A evidência de onde está o problema.
Então só - e peço a isso seja sábio -
Só então a temperatura aumentará,
E como regra a febre é apenas leve,
Cento e uma ou alguma altura moderada.
Só então você terá leucocitose
Que, se quiser, firmará o diagnóstico,
Embora em minha própria experiência eu confesse
que acho isso cada vez menos necessário.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

1210 - "Les Petites Curies"

Marie Curie
A primeira mulher a receber o Prêmio Nobel, Marie continua a ser a única pessoa a receber um Nobel em duas ciências diferentes (Física e Química). 
Mas, além disso, ela foi uma heroína humanitária de visão, determinação e coragem incomparáveis.
Apesar da eficácia em salvar vidas com sua pequena frota móvel de raios-X, os esforços de Curie eram frustrados pela escassez de motoristas e técnicos qualificados.
Acima de tudo, ela precisava de um colaborador em quem pudesse confiar para consertar a feiura da guerra, radiografando os milhares de soldados que chegavam feridos em suas unidades móveis de raios-X (conhecidas como "Les Petites Curies").
Marie e Irène Curie
Ela encontrou em sua filha Irène Curie, de dezessete anos, o colaborador de que precisava.
Irène se tornaria uma cientista e também ganharia o Prêmio Nobel.
Marie Curie, Brain Pickings
Petites Curies, Wikipedia

quinta-feira, 1 de julho de 2021

1209 - Caderneta de vacinação para maiores de 60 anos

Influenza (gripe):
Recomendação: tomar uma vez por ano, geralmente entre abril e julho.
Disponível na rede pública. Há dois tipos de vacina, trivalente e quadrivalente. A quadrivalente só está disponível na rede particular.

Herpes zóster:
Recomendação: dose única após os 60 anos. É recomendada mesmo para aqueles que já tiveram varicela/zóster.
Disponível na rede privada.

Pneumocócica (VPP23):
Recomendação: primeira dose ao completar 60 anos e reforço após cinco anos
Disponível na rede pública. Há outra vacina pneumocócica chamada de conjugada (VPC13), que não está disponível na rede pública, mas pode ser tomada a partir dos 60 anos em um esquema combinado com a VPP23 (polissacarídica).

Dentre as vacinas de rotina indicadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) para maiores de 60 anos, estão algumas doses recomendadas para adultos, como a dupla adulto (contra difteria e tétano) a cada dez anos, as vacinas contra as hepatites A (2 doses) e B (3 doses) e a vacina contra a febre amarela (dose única).

quinta-feira, 24 de junho de 2021

1208 - Os vírus que vivem no intestino humano

Os vírus são as entidades biológicas mais numerosas do planeta. Agora, pesquisadores do Instituto Wellcome Sanger e do Instituto Europeu de Bioinformática da EMBL (EMBL-EBI) identificaram mais de 140.000 espécies virais que vivem no intestino humano, mais da metade das quais nunca foram vistas antes.
O artigo, publicado em 18 de fevereiro de 2021, na Cell, contém uma análise de mais de 28.000 amostras do microbioma intestinal coletadas em diferentes partes do mundo. O número e a diversidade dos vírus encontrados pelos pesquisadores foram surpreendentemente altos, e os dados abrem novos caminhos de pesquisa para a compreensão de como os vírus que vivem no intestino afetam a saúde humana.
O intestino humano é um ambiente com uma biodiversidade incrível. Além das bactérias, centenas de milhares de vírus chamados bacteriófagos, que podem infectar bactérias, também vivem ali.
Ilustração de um vírus bacteriófago
Sabe-se que desequilíbrios no microbioma intestinal podem contribuir para doenças e condições complexas como doença inflamatória intestinal, alergias e obesidade. Mas relativamente pouco se sabe sobre o papel que nossas bactérias intestinais e os bacteriófagos que as infectam desempenham na saúde e nas doenças humanas.
Usando um método de sequenciamento de DNA chamado metagenômica, os pesquisadores identificaram mais de 140.000 espécies virais que vivem no intestino humano, mais da metade das quais nunca foram vistas antes.
O Dr. Alexandre Almeida, pós-doutorado do EMBL-EBI e do Instituto Wellcome Sanger, disse: "É importante lembrar que nem todos os vírus são prejudiciais, mas representam um componente integrante do ecossistema intestinal. Por um lado, a maioria dos vírus que encontramos têm como material genético o DNA, que é diferente dos patógenos que a maioria das pessoas conhece, como o SARS-CoV-2 ou o Zika, que são vírus de RNA. Em segundo lugar, essas amostras vieram principalmente de indivíduos saudáveis que não compartilhavam nenhuma doença específica. É fascinante ver quantas espécies desconhecidas vivem em nosso intestino e tentar desvendar a ligação entre elas e a saúde humana."
Via ScienceDaily

quinta-feira, 17 de junho de 2021

1207 - "Estou bem, mas o que eu tenho?"

Uma senhora idosa telefona para o hospital e pergunta:
- É possível saber como está uma paciente?
Ao que a telefonista responde:
- Claro, senhora, diga-me o nome e o número do quarto, por favor.
- Otília das Couves, e o quarto é 208.
Após alguns minutos, a operadora informa:
- A paciente está bem, os exames estão dentro da normalidade e o médico diz que vai dar alta na semana que vem.
- Muito obrigada, eu estava realmente muito preocupada.
- Eu entendo, é angustiante quando se tem um parente hospitalizado.
- Parente? Estou perguntando sobre mim, sou Otília das Couves e estou no quarto 208. Mas ninguém me diz nada do que eu tenho.
http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=16362

quinta-feira, 10 de junho de 2021

1206 - Análise de um cartão McBee. O modelo da DNT


MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PROFILAXIA E CONTROLE DE DOENÇAS
DIVISÃO NACIONAL DE TUBERCULOSE (DNT)


Analisando um exemplar:
Feitos de cartolina na cor amarelo-claro, medindo 20 x 25 cm, apresentando próximo às bordas 114 pequenos orifícios.

Parte central - para a colocação dos seguintes dados:
  • nome, matrícula e prontuário
  • data da internação, data da alta ou óbito, estada (em dias)
  • cor, sexo, idade, estado civil, nacionalidade, profissão, categoria
  • casuística: título e subtítulo. Se o espaço não fosse suficiente para anotar a casuística, a anotação prosseguia no verso do cartão.
Bordas (no sentido dos ponteiros do relógio):
  • superior, para os dados de identificação
  • direita, para as condições do paciente à entrada 
  • inferior, para o tratamento clínico e cirúrgico realizados
  • esquerda, para as condições do paciente à saída

quinta-feira, 3 de junho de 2021

1205 - O limite superior da mortalidade humana

Num estudo publicado 25 de maio na Nature Communications, uma equipe de investigadores afirma ter identificado o limite superior da mortalidade humana: 150 anos. Este número supera o recorde atual para o ser humano mais velho - Jeanne Calment, que faleceu em 1997 aos 122 anos.
Com o recurso de um app e uma enorme quantidade de dados médicos de voluntários no Reino Unido e nos EUA, os cientistas acreditam que esta é a idade máxima que as pessoas podem esperar viver.
A inteligência artificial analisou as informações relacionadas à saúde e à boa forma, e os investigadores determinaram que a esperança de vida humana é mais significativamente baseada em dois aspectos: idade biológica (associada ao estresse, estilo de vida e doenças crônicas) e resiliência (a rapidez com que a pessoa volta ao normal após responder a um fator de estresse).
Com essas descobertas e tendências relacionadas, os investigadores estimam que, dos 120 aos 150 anos de idade, o corpo humano mostra "uma perda completa" de resiliência, resultando numa incapacidade de recuperar.
Humans Could Live up to 150 Years, New Research Suggests SCIENTIFIC AMERICAN
Jeanne Louise Calment (21 de fevereiro de 1875 - 4 de agosto de 1997) foi uma supercentenária francesa e o ser humano mais velho com a idade verificada, tendo alcançado uma vida útil de 122 anos e 164 dias. Sua longevidade atraiu a atenção da mídia e estudos médicos sobre sua saúde e estilo de vida. Calment atribuiu sua longevidade e aparência relativamente jovem para sua idade a uma dieta rica em azeite de oliva. Aos 118 anos, ela foi submetida a repetidos exames neurofisiológicos e tomografia computadorizada. Os testes mostraram que sua memória verbal e fluência de linguagem eram comparáveis às de pessoas com o mesmo nível de escolaridade, nas casas dos 80 e 90 anos.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

1204 - Filarioses


Troca de mensagens no FB com Everardo de Carvalho (foto), pesquisador de oncocercose (Unicamp e Ministério da Saúde):
[...] Em sua conferência, sobre as moléstias tropicais, (Dr. Camurça) destacou a oncocercose, doença causada pelas microfilárias do verme Onchocerca volvulus. Raramente fatal, é uma causa infecciosa de cegueira, que é também conhecida por "cegueira dos rios". Essa doença é transmitida por mosquitos do gênero Simulium, conhecidos por pium no Norte do Brasil e por borrachudo nas outras regiões.
A palestra do colega de Manaus foi à noite, num caramanchão (devidamente telado) que eu mandei construir, uns dias antes, no terreno do hospital. No dia seguinte, a aula de laboratório sobre a oncocercose. A ocasião em que o colega nos mostrou as microfilárias em fragmentos de pele tirados a gilete, macerados com soro fisiológico e postos sem coloração ao microscópio. Pertencia o material examinado a índios de uma tribo Tikuna que, em nome dos altos propósitos da ciência, haviam comparecido ao hospital para os tais exames. Em vista de cujos resultados pontificou o especialista: a oncocercose era endêmica entre eles! [...]
http://gurgel-carlos.blogspot.com/.../pium-e-carapana.html
Paulo Gurgel, para mim é novidade a oncocercose entre os Tikuna. Até meados da década de 2000, ainda estava restrita aos Yanomamis que viviam na Serra do Parima, com prevalência acima de 90% comprovada por exame oftalmológico, uveíte ativa. A espécie de simulídeo envolvido na transmissão é endêmica somente acima de 700 metros de altitude.
Usamos ivermectina como ferramenta terapêutica mas ela se limita a ação sobre as microfilarias e não sobre os parasitas adultos que sobrevivem até 14 anos. A experiência mexicana em Chiapas de eliminação dos nódulos subcutâneos não foi positiva.
O meu foco na pesquisa era como uma categoria nosologica ocidental era incorporada no mosaico de interpretação cultural yanomami e como obter adesão de longo prazo ao tratamento levando em conta os regimes semi-nomádico desses povos.
Localização no tempo e no espaço do meu relato: 1974, município de Benjamin Constant, no Alto Solimões.
Paulo Gurgel, entre os Tikuna somente Mansonella ozzardi.
Paulo Gurgel!
Doença de além-mar: estudos comparativos da oncocercose na América Latina e África
http://doi.org/10.1590/S0104-59702003000100008
Tanto a O. volvulus quanto a M. ozzardi são nematoides filariais, vermes que causam doenças genericamente conhecidas como filarioses. Ambas pertencem à superfamília Filarioidea. A primeira causa a "cegueira dos rios"; quanto à segunda, que habita os mesentérios, peritônio e tecido subcutâneo do hospedeiro humano, precisa ter a patogenicidade mais bem esclarecida. A transmissão para o ser humano se dá pelo pium ou borrachudo (gênero Simulium), para a O. volvulus, e pelos mosquitos picadores (gênero Culicoides) e moscas negras (gênero Simulium), para a M. ozzardi.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

1203 - "Escritos em tempos da Covid-19"

O professor do curso de Medicina e membro do Grupo de Trabalho para enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, da Uece, Marcelo Gurgel, lançou na última sexta-feira (14), às 13h, durante a sessão de encerramento da XIX Bienal da Academia Cearense de Medicina (ACM), o livro "Escritos em tempos da Covid-19".
Leia abaixo o resumo da obra, descrito pelo autor:
Em fevereiro pretérito completou-se um ano da identificação oficial do primeiro caso da Covid-19 no Brasil, aportada em 26 de fevereiro de 2020.
Como vaticinou o adivinho a César para se ter “cuidado com os idos de março”, o Ceará, logo a seguir, diagnosticou o seu caso-índice dessa doença em 15 de março de 2020.
Em 17/03/2020 deu-se a reunião que oficializou o “Grupo de Trabalho de Enfrentamento à pandemia do coronavírus no âmbito da Fundação Universidade Estadual do Ceará, composto por docentes ueceanos, para assessorar as decisões gerenciais das autoridades universitárias no tocante ao combate da Covid-19.
A vigência dessa pandemia agregou compromissos inerentes a essa nova situação. Assim, sob o pressuposto de ser médico sanitarista e formador de opinião, contribuímos com mais de meia centena de entrevistas concedidas às mídias locais, que estão aqui referidas, e publicamos dezenas de artigos, nos moldes de crônicas e ensaios, na grande mídia cearense, todos eles focados na Covid-19, ora oportunamente enfeixados nesse livro.
Como professor, pesquisador e professor universitário, trouxemos à baila diversos estudos científicos relacionados com a pandemia por SARS-CoV-2, que foram convertidos em trabalhos apresentados, artigos, capítulos e livros, os quais encontram-se sumarizados nessa obra.
Apesar das muitas perdas e dos sofrimentos impingidos à nossa gente, uma pitada de tom burlesco foi adicionada ao final desta publicação, inserindo-se nela alguns causos jocosos, mitigando a aridez de tão excruciante temática.
Conferindo um toque cultural ao livro em epígrafe, foi inclusa uma “iconografia pestilencial” com reprodução de pinturas e gravuras pelacionadas com as grandes epidemias que assolaram a humanidade.
Com o desiderato de uma saudável leitura, invoquemos ao Criador para que, com o suporte da Ciência, sobrevenham dias melhores em nossas vidas.
Localizador do tema Covid-19

quinta-feira, 13 de maio de 2021

1202 - Um conhecimento antigo interessante

Praticado por curandeiros africanas, há um tipo de sutura que se utiliza de cabeças de formigas:
426 - O poder curativo das formigas
Na amazônia brasileira, também há índios que usam esta mesma forma de suturar. 
Inspirando-se em tais práticas, a pesquisadora brasileira Thays Obando Brito, da Universidade Federal do Amazonas, desenvolveu um novo grampo para sutura, que imita o formato da mandíbula das formigas-cortadeiras do gênero Atta, também conhecidas como saúvas.
Lucas Ferreira, http://pt.quora.com

quinta-feira, 6 de maio de 2021

1201 - Inalação acidental de preservativo

O caso, descrito em 2004 na National Library of Medicine, foi classificado como o primeiro com suas características. Não foi por menos, é claro.
Uma senhora de 27 anos apresentou tosse persistente, expectoração e febre nos últimos seis meses. Apesar do uso de antibióticos para tratamento de infecção respiratória e do tratamento de tuberculose (não confirmada) nos quatro meses anteriores, seus sintomas não melhoraram. Uma radiografia de tórax subsequente mostrou consolidação não homogênea no lobo superior direito. A videobroncoscopia revelou uma estrutura tipo bolsa invertida no brônquio do lobo superior direito e a remoção broncoscópica confirmou a presença de um preservativo ("camisinha").
A história retrospectiva detalhada confirmou a inalação acidental do preservativo durante uma prática de sexo oral.
Arya CL, Gupta R, Arora VK. Accidental condom inhalation. Indian J Chest Dis Allied Sci. 2004 Jan-Mar;46(1):55-8. PMID: 14870871.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

1200 - Caracterização de alta dimensão das sequelas pós-agudas da COVID-19

Um estudo publicado (22/04) na revista científica Nature sobre a Covid persistente, um dos termos que se refere aos sintomas que permanecem após a Covid-19, indica que pessoas que se curaram da doença têm 59% mais chances de morrer dentro de seis meses do que as pessoas que não foram contaminadas pelo coronavírus.
RESUMO
As manifestações clínicas agudas de COVID-19 são bem caracterizadas; no entanto, suas sequelas pós-agudas não foram descritas de forma abrangente. Aqui, usamos os bancos de dados nacionais de saúde do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA para identificar de forma sistemática e abrangente as sequências de incidentes por 6 meses, incluindo diagnósticos, uso de medicamentos e anormalidades laboratoriais em sobreviventes de COVID-19 aos 30 dias. Mostramos que, além dos primeiros 30 dias de doença, as pessoas com COVID-19 apresentam maior risco de morte e maior utilização dos recursos de saúde. Nossa abordagem de alta dimensão identifica sequelas incidentes no sistema respiratório e vários outros, incluindo sistema nervoso e distúrbios neurocognitivos, distúrbios de saúde mental, distúrbios metabólicos, distúrbios cardiovasculares, distúrbios gastrointestinais, mal-estar, fadiga, dores musculoesqueléticas e anemia. Mostramos o aumento do uso incidente de várias terapêuticas, incluindo analgésicos (opioides e não opioides), antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais e evidências de anormalidades laboratoriais em vários sistemas orgânicos. A análise de uma série de resultados pré-especificados revela um gradiente de risco que aumentou ao longo da gravidade da infecção aguda por COVID-19 (não hospitalizado, hospitalizado, admitido em terapia intensiva). Os resultados mostram que, além da doença aguda, o fardo substancial da perda de saúde - abrangendo vários sistemas de órgãos pulmonares e extrapulmonares - é vivenciado pelos sobreviventes do COVID-19. Os resultados fornecem um roteiro para informar o planejamento do sistema de saúde e o desenvolvimento de estratégias de cuidados multidisciplinares para reduzir a perda crônica de saúde entre os sobreviventes do COVID-19.
Al-Aly, Z., Xie, Y. & Bowe, B. High-dimensional characterization of post-acute sequalae of COVID-19. Nature (2021).
http://doi.org/10.1038/s41586-021-03553-9

quinta-feira, 22 de abril de 2021

1199 - Um espécime enervante

Rufus Weaver foi um anatomista do final do século XIX. Sua especialidade era preparar amostras anatômicas, ou seja, preservar partes e órgãos do corpo humano para as aulas de medicina da Hahnemann Medical College. O projeto mais famoso de Weaver foi a recuperação, preservação e exibição de todo um sistema nervoso humano, o que nunca havia sido feito antes. Em 1888, Weaver dissecou um corpo e separou o sistema nervoso - nervos, cérebro e globos oculares, e o preservou como você vê aqui. O espécime é enervante para quem o vê, e você deve estar se perguntando quem foi essa pessoa. Não foi até 1915 que ela foi identificada como "Harriet Cole", uma mulher negra que trabalhava na faculdade, a qual teria deixado seu corpo para a ciência.
Visitantes tiram fotos de "Harriet Cole"
Essa história é difícil de acreditar, considerando que alguém doar o corpo para a ciência não era uma atitude frequente em 1888. Os cadáveres de espécimes médicos da época vinham de roubos de túmulos e reclamação de corpos que de outra forma seriam enterrados pelo estado. Alaina McNaughton, Matt Herbison e Brandon Zimmerman têm tentado rastrear o mistério de Harriet Cole. Ela era uma pessoa real e a dona desse sistema nervoso? Weaver deixou poucas pistas sobre como preparou a amostra, e a identidade do doador não estava em seus registros.
Fonte: The Mystery of "Harriet Cole", por Jessica L. Heister. Atlas Obscura

quinta-feira, 15 de abril de 2021

1198 - Melocirurgia

Em inglês, elas são chamadas de earworms ("vermes de ouvido"). Em português do Brasil, a denominação é um pouco menos nojenta: música-chiclete. O efeito é o mesmo em qualquer lugar do mundo. São músicas que grudam na cabeça de onde não saem mais com bons modos.
Música: não abuse

quinta-feira, 8 de abril de 2021

1197 - Vacinação pode ter evitado 2.ª onda da Covid-19 em profissionais da saúde no Ceará

Levantamento realizado pela Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), aponta uma relação direta entre a vacinação e a diminuição do número de casos de Covid-19 entre profissionais de saúde cearenses. A leitura dos dados indica que a imunização seria um dos possíveis fatores responsáveis por evitar os efeitos de uma segunda onda da doença neste grupo.
A análise dos indicadores foi feita considerando as informações da plataforma IntegraSUS. A cientista de dados da ESP/CE, Camila Colares, ficou encarregada de gerar um gráfico baseado nos resultados percebidos no comparativo das curvas de contágio entre a população em geral e profissionais de saúde do Ceará.
Ela explica que, no período referente à primeira onda da Covid-19 no Estado, principalmente entre abril e junho de 2020, houve aumento paralelo dos casos registrados em trabalhadores da saúde e de outros grupos da sociedade.Entretanto, analisando os indicadores de janeiro a março de 2021, nota-se que as curvas dos dois grupos adotam comportamentos distintos. "Enquanto a curva da população geral indica a ocorrência da segunda onda de Covid-19, a dos profissionais de saúde permanece estável", argumenta a cientista.
O cientista-chefe da Saúde do Ceará, José Xavier Neto, ressaltou a eficácia da vacinação como um possível resultado que impactou diretamente na imunização dos profissionais de saúde e na consequente diminuição dos números de trabalhadores infectados. "Isso significa que a vacina funciona e, quanto mais pessoas forem vacinadas, mais indivíduos protegidos teremos".
O consultor em infectologia da ESP/CE, Keny Colares, associa a celeridade no processo de imunização desse grupo também aos planos de operacionalização da vacinação, tanto na escala municipal quanto na estadual. "O gráfico mostra uma mudança na curva bem interessante e é um dado ilustrativo dos primeiros benefícios da vacinação, já que essa população dos profissionais de saúde tem tido acesso à vacinação mais rapidamente", afirma.
http://www.esp.ce.gov.br/2021/04/05/vacinacao

quinta-feira, 1 de abril de 2021

1196 - Covid-19: o que muda depois que eu tomar a vacina?

Prof. Julio Abreu, médico e Doutor em Pneumologia:

Eula Biss:
1 - Se imaginarmos a ação de uma vacina não apenas em termos de como ela afeta um único corpo, mas também em termos de como ela afeta o corpo coletivo de uma comunidade, é justo pensar na vacinação como uma espécie de banco de imunidade.
2 - As contribuições para este banco são doações para aqueles que não podem ou não serão protegidos por sua própria imunidade. Este é o princípio da imunidade de rebanho, e é por meio desta que a vacinação em massa se torna muito mais eficaz do que a vacinação individual.

quinta-feira, 25 de março de 2021

1195 - Taturanas assassinas

taturana (s.f.), é o estágio larval (lagarta) de insetos do gênero Lonomia.
Também conhecidas como lagartas-de-fogo, elas possuem pilosidades com propriedades urticantes (o que justifica não terem aves e mamíferos como inimigos naturais) e, por vezes, são potencialmente perigosas. Algumas espécies são letais, como a Lonomia obliqua, sendo por este motivo denominadas "taturanas assassinas", pois podem provocar hemorragia, insuficiência renal e até levar à morte.
Lonoma obliqua
O único remédio eficaz para acidentes com Lonomia é o soro antilonômico, feito a partir das cerdas de taturana no Instituto Butantan.
Depois da metamorfose para mariposa, acasalam durante dez horas. A fêmea morre em oito dias, e o macho, em seis. Na fase adulta, não se alimentam mais.
Fonte: Wikipédia
(LINK futuro p/ blog EM)

quinta-feira, 18 de março de 2021

1194 - DNA: uma nova reviravolta na vida

28/02/1953 James Watson, desde a madrugada deste sábado, passou seu tempo no Laboratório Cavendish, em Cambridge, embaralhando modelos de recortes de papelão das moléculas das bases do DNA: adenina (A), guanina (G), citosina (C) e timina (T) . Depois de um tempo, em uma centelha de engenhosidade, ele descobriu seu par complementar. Ele percebeu que A unido a T tinha uma semelhança próxima com C unido a G, e que cada par poderia se manter unido por meio de ligações de hidrogênio. Esses pares também poderiam se encaixar perfeitamente como degraus que se encontram em ângulos retos entre duas estruturas helicoidais antiparalelas de açúcar-fosfato de DNA enroladas em torno de um eixo comum. Tal estrutura era consistente com a evidência do padrão de difração de raios-X conhecido. Cada hélice separada com sua metade dos pares poderia formar um modelo para reproduzir a molécula: o segredo da vida.
Primeiro anúncio de Francis Crick e James Watson de que haviam chegado à conclusão sobre a estrutura de dupla hélice da molécula de DNA. Seu artigo, A Structure for Deoxyribose Nucleic Acid, foi publicado na edição de 25 de abril de 1953 da revista Nature.


DNA - uma nova reviravolta na vida (resumo editorial)
A determinação em 1953 da estrutura do ácido desoxirribonucléico (DNA), com suas duas hélices entrelaçadas e bases orgânicas emparelhadas, foi um tour de force na cristalografia de raios-X. Mas, mais significativamente, também abriu o caminho para uma compreensão mais profunda do que talvez seja o processo biológico mais importante. Nas palavras de Watson e Crick: "Não escapou à nossa observação que o par específico que postulamos sugere imediatamente um possível mecanismo de cópia do material genético."

quinta-feira, 11 de março de 2021

1193 - Sundowning: a confusão do fim do dia

O termo sundowning ("pôr do sol") aqui se refere a um estado de confusão que ocorre no final da tarde e se estende pela noite. O sundowning pode causar uma variedade de comportamentos, como confusão, ansiedade, agressão ou ignorar instruções. O sundowning também pode levar a um ritmo lento ou errante.
O sundowning não é uma doença, mas um grupo de sintomas que ocorrem em um horário específico do dia e que podem afetar pessoas com demência, como a doença de Alzheimer. 
A causa exata desse comportamento é desconhecida.

Os fatores que podem agravar a confusão no final do dia incluem:
  • Fadiga
  • Iluminação baixa
  • Sombras aumentadas
  • Perturbação do "relógio interno" do corpo
  • Dificuldade em separar a realidade dos sonhos
  • Presença de infecção, como infecção do trato urinário
Dicas para reduzir o sundowning:
  1. Tente manter uma rotina previsível de hora de dormir, acordar, refeições e atividades.
  2. Planeje atividades e exposição à luz durante o dia para estimular a sonolência noturna.
  3. Limite a soneca durante o dia.
  4. Limite a cafeína e o açúcar às primeiras horas da manhã.
  5. Mantenha uma luz noturna acesa para reduzir a agitação que ocorre quando os arredores são escuros ou desconhecidos.
  6. À noite, tente reduzir o ruído de fundo e atividades estimulantes, incluindo assistir TV, que às vezes pode ser perturbador.
  7. Em um ambiente estranho ou desconhecido, traga itens familiares - como fotografias - para criar um ambiente mais familiar e descontraído.
  8. Toque uma música suave familiar à noite ou sons relaxantes da natureza, como o som das ondas.
  9. Converse com o médico do seu ente querido se você suspeitar que uma condição subjacente, como uma infecção do trato urinário ou apnéia do sono, pode estar piorando o comportamento ao pôr do sol, especialmente se o pôr do sol se desenvolve rapidamente.
Algumas pesquisas sugerem que uma dose baixa de melatonina - um hormônio natural que induz a sonolência - sozinha ou em combinação com a exposição à luz forte durante o dia pode ajudar a aliviar o sundowning.
Fonte: Sundowning: Late-day confusion. Resposta de Jonathan Graff-Radford, MD, MAYO CLINIC
Sundowning em uma  portadora de metástase de melanoma cerebral. Caso descrito por um leigo: Mike, em sua coluna Friday Firesmith, no BITS AND PIECES

quinta-feira, 4 de março de 2021

1192 - A fórmula de Rich

Patogenicidade – propriedade de um microrganismo provocar alterações fisiológicas no hospedeiro, ou seja, capacidade de produzir doença.

Interessante como esta antiga fórmula para explicar a patogenicidade na tuberculose pode ser aplicada em outras enfermidades infecciosas (como na Covid-19, por exemplo).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

1191 - A Iniciativa GISAID

A Iniciativa GISAID promove o rápido compartilhamento de dados de todos os vírus influenza e do coronavírus causador da COVID-19. Isso inclui a sequência genética e dados clínicos e epidemiológicos relacionados associados a vírus humanos e dados geográficos e específicos de espécies associadas a vírus aviários e de outros animais, para ajudar os pesquisadores a compreender como os vírus evoluem e se espalham durante epidemias e pandemias.
Um ano desde que os primeiros genomas de SARS-CoV-2 foram lançados para o mundo em 10 de janeiro de 2020 00: 41UTC (eis a primeira imagem disponível do coronavírus recém-descoberto em Wuhan).
Um ano atrás, respostas críticas de saúde pública em todo o mundo foram iniciadas, quando o China compartilhou via GISAID os primeiros genomas inteiros do SARS-CoV-2 e dados associados.
Esses dados com curadoria de alta qualidade disponibilizados por meio do GISAID permitiram o início do desenvolvimento das primeiras vacinas, testes de diagnóstico e outras respostas a uma velocidade sem precedentes, incluindo as primeiras vacinas a serem aprovadas e disponibilizadas (Polack et al N Engl J Med 2020 ), e o desenvolvimento dos primeiros testes moleculares baseados em NAAT e RT-PCR para detectar o coronavírus pandêmico (Bohn et al Clin Chem Lab Med 2020).
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SURGIMENTO DE MUTAÇÕES PARA INICIANTES 👉
1. Vírus precisam invadir uma célula para usar algumas de suas estruturas como uma máquina copiadora.
2. Usando material em conjunto com o maquinário celular, o vírus produz milhões de cópias.
3. A copiadora não é perfeita, então algumas cópias não saem exatamente iguais a original.
4. Esses erros nas cópias (mutações) ocorrem aleatoriamente, mas, em geral, uma taxa mínima de erros a cada x número de cópias é esperada, dependendo do vírus e do gene copiado.
5. Alguns erros na cópia (mutações) não vão afetar em nada o desempenho do vírus: seja a capacidade de gerar novas cópias, a de se transmitir ou a de infectar mais facilmente. Outras vão até prejudicar o vírus nessas capacidades. Essas tendem a simplesmente desaparecer, simplesmente porque as cópias originais são mais capacitadas p/ se copiarem, transmitirem ou infectarem que as novas. É a teria de Darwin em tempo real.
6. O problema acontece quando um desse erros provoca uma alteração na estrutura de proteínas importantes que o vírus utiliza p/ se transmitir ou infectar células. É como se o vírus aperfeiçoasse alguma ou algumas ferramentas que utiliza para chegar a outro hospedeiro e/ou invadir novas células.
7. Cópias com mutações favoráveis possuem uma vantagem adaptativa sobre as cópias originais e, portanto, tendem a prevalecer sobre essas à medida que infectam novas células e novamente se copiam.
8. Qual a chance de acontecer um erro na cópia que favorece o vírus? É uma questão de probabilidades. Se é esperado a ocorrência de um erro (mutação) a cada x cópias, se você tem 10, 100 ou 1000 processos de cópias a chance de mutações acontecerem são de 10x, 100x e 1000x, respectivamente. Lembrem, nem todas serão mutações favoráveis. Supondo que em um paciente emergiu uma cópia mutante que acabou se sobrepondo sobre as originais, isso é garantia de sucesso? Claro que não, pois esse mutante ainda precisa se transmitir para outro indivíduo para se manter, porque o ciclo invariavelmente vai acabar naquele organismo, por resolução da doença pelo sistema imune (maioria das vezes) ou pelo óbito do paciente. Em suma, a mutante precisa passar adiante!
9. Então, onde temos mais chance de ter mutantes circulando? Considere as variáveis: taxa de mutação (erros de cópia) esperada (isso é fixo, não podemos mudar), número de cópias ativas acontecendo (conseguimos modificar diminuindo o número de pessoas infectadas), e número de oportunidades de transmissão (isso conseguimos mantendo as medidas individuais e coletivas de proteção). Logo, chance de mutante com vantagem adaptativa sobre original = n.º de mutações esperadas a cada X cópias X n.º de cópias sendo feitas X n.º de transmissões ocorrendo. Portanto, facilmente se compreende que a maior chance de aparecer um mutante são em contextos de muitas infecções e poucas medidas de controle.
Thread de Alexandre Zavascki

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

1190 - Alimentos mofados

Os mofos ou bolores são uma concentração muito grande de fungos, organismos considerados decompositores na natureza e presentes em qualquer lugar em que haja matéria orgânica disponível. Assim, a tal "penugem" que costumamos ver no alimento mofado são as hifas, ou seja, as estruturas filamentares que compõem o corpo dos fungos.
O fungo, por si só, não causa mal. Mas alguns tipos deles produzem micotoxinas (substâncias tóxicas) que causam desde intoxicações alimentares até câncer hepático. Como existem milhares de tipos de mofos, fica difícil saber se o que se desenvolveu em determinado alimento fará mal ou não à saúde. Então, na dúvida, o melhor é não consumir o pão, a fruta, o iogurte ou qualquer outra comida com o aspecto mofado.
Contudo, nem todos os alimentos mofados podem ser considerados maléficos ao organismo humano. Desde muito tempo, os fungos são utilizados na preparação de queijos como o gorgonzola (imagem abaixo), certos tipos de salame e bebidas fermentadas. Nesses casos, os fungos são de utilização controlada e suas propriedades são conhecidas.
Leitura complementar
Somos queijo gorgonzola, por Maitê Proença. Blog EM

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

1189 - Adermatoglifia

Esta condição única, que se manifestou na família de Apu Sarker, é o resultado de uma mutação genética rara. A condição, chamada de adermatoglifia, faz com que as pessoas afetadas por ela não tenham impressões digitais e apresentem uma quantidade reduzida de glândulas sudoríparas nas mãos.
Conforme detalhes da BBC:
  • Apu, de 22 anos, mora com sua família em uma vila no distrito de Rajshahi, ao norte de Bangladesh. Ele trabalhava como assistente médico até recentemente. Seu pai e seu avô eram agricultores.
  • Os homens da família de Apu compartilham esta mutação genética tão rara que afeta apenas um pequeno punhado de famílias no mundo: eles não têm impressões digitais.
  • Na época do avô de Apu, não ter impressões digitais não era grande coisa. "Acho que ele nunca pensou nisso como um problema", disse Apu.
  • Mas, ao longo das décadas, os pequenos sulcos que existem em nossos dedos - conhecidos como dermatoglifos - se tornaram os dados biométricos mais coletados do mundo.
  • Nós os usamos para tudo, desde passar por aeroportos até votar e abrir nossos smartphones.
351 - Sem impressões digitais

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

1188 - Tosses e (espirros) cinematográficos

O site Every Movie Cough é "A mais completa coleção do mundo em tosses (e espirros) cinematográficos". Mike Lacher e Jason Eppink trabalharam muito nesta compilação.
Você pode assistir a esta coleção em um megavídeo e também navegar na galeria de tosses / espirros por categorias e em clipes individuais.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

1187 - Elixires radioativos

O elemento químico rádio foi descoberto em 1898 por Marie e Pierre Curie. [1]
Naqueles dias, porém, as pessoas não tinham ideia de seus efeitos nocivos. De fato, as pessoas encaravam esse metal luminoso como uma cura médica - algo que, de alguma forma poderia melhorar quase tudo.
Não demorou muito para as pessoas começarem a usar o rádio em produtos domésticos como batom, chocolate (na Alemanha), tônicos e até em relógios. [2] No entanto, logo se descobriu que muitas pessoas que consumiam rádio para aumentar sua vitalidade ou beleza estavam desenvolvendo efeitos colaterais horríveis e permanentes e morrendo.
Isso, finalmente, fez o público perceber que colocar rádio em tudo não era uma resposta a seus problemas.
Uma história
O Radithor [3] foi fabricado de 1918 a 1928 pela Bailey Radium Laboratories, Inc., de East Orange, New Jersey. Dizia-se que o caro produto curava a impotência, entre outros males. Eben Byers , um rico socialite americano, atleta, industrial e graduado do Yale College, morreu de envenenamento pelo rádio do Radithor em 1932. Byers foi enterrado em um caixão forrado de chumbo; [4] quando exumado em 1965 para estudo, seus restos mortais ainda eram altamente radioativos. A morte de Byers levou ao fortalecimento dos poderes da Food and Drug Administration e ao fim da maioria dos medicamentos patenteados baseados em radiação . Um artigo do Wall Street Journal (1.º de agosto de 1990) descrevendo o incidente de Byers foi intitulado "A água do rádio funcionou bem até que sua mandíbula caiu". [5]
Em 1938, a Lei de Medicamentos, Cosméticos e Alimentos poibiu a fabricação e a comercialização desses elixires radioativos.
Referências
[1] http://blogdopg.blogspot.com/2016/07/uma-lareira-de-alto-risco.html
[2] http://blogdopg.blogspot.com/2020/12/radium-girls.html
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Radithor
[4] http://blogdopg.blogspot.com/2018/07/o-livro-de-receitas-em-caixa-de-chumbo.html
[5] http://www.multibriefs.com/briefs/cb-advanced/CB-ADVANCED111417.php

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

1186 - Atualizações e recomendações sobre a COVID-19

(documento elaborado em 09/12/2020)
2) Sobre o tratamento precoce nos primeiros dias de sintomas
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento farmacológico precoce para COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco,vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a COVD-19.
Essa orientação da SBI está alinhada com as recomendações das seguintes sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como: Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e da Europa (ESCMID), Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), Centros Norte Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) eAgência Nacional de Vigilância do Ministério da Saúde do Brasil (ANVISA).
Na fase inicial, medicamentos sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos, como paracetamol e/ou dipirona, podem ser usados para pacientes que apresentam dor e/ou febre.
http://drive.google.com/file/d/17wfxUCfUzhY4fWb1xiX2VsTi3noQsOfc/view

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

1185 - Como tocar um instrumento musical beneficia o cérebro

Quando você escuta música, múltiplas áreas do seu cérebro são ativadas e usadas. Mas, quando você toca um instrumento, há um trabalho mental e de todo o corpo. O que acontece? Neste curta de animação de Colman Graham, explica Anita Collins o "espetáculo de fogos de artifício" que ocorre no cérebro de um músico quando ele toca.

InDICAção do VÍDEO: Nelson José Cunha

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

1184 - Da descoberta de uma doença ao desenvolvimento de sua vacina

Daniel Carpenter, cientista político da Universidade de Harvard, disse que é sem precedentes ir da descoberta de uma doença (a Covid-19) ao desenvolvimento de uma vacina em 11 meses. O prazo mais curto anteriormente era para a vacina contra caxumba, que demorou quatro anos. A maioria das vacinas é produzida para doenças que existem há muito tempo, depois de anos de pesquisas muitas vezes marcadas por fracassos e decepções. O tempo médio para o desenvolvimento de uma vacina é 10,7 anos. No caso da AIDS, ainda não há vacina, quase quatro décadas após a identificação do HIV.
Quanto tempo demorou para desenvolver outras importantes vacinas
Pólio: 7 anos (1948-1955)
Sarampo: 9 anos (1954-1963)
Varicela: 34 anos (1954-1988)
Caxumba: 4 anos (1963-1967)
HPV: 15 anos (1991-2006)
Coronavírus: 11 meses (2020)
Fontes:
Centro de Infecção e Imunidade; Instituto Nacional de Saúde; Centros de Controle e Prevenção de Doenças
AARON STECKELBERG / THE WASHINGTON POST
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13/04/2021 - Atualizando ...
Por que foi tão difícil para os cientistas encontrar uma vacina para o COVID-19?
Não foi. Nas breves palavras do CEO da Moderna, Stéphane Bancel: "Este não é um vírus complicado".
Sua equipe desenvolveu sua vacina em janeiro de 2020, após receber a sequência genética de cientistas chineses (que, para seu crédito, rapidamente a postaram em servidores internacionais antes que seu governo tivesse a chance de opinar sobre se isso era permitido ou não).
Todo o processo, desde o recebimento da sequência até a conclusão do projeto, levou dois dias.
Assim que em janeiro de 2020, a Moderna tinha uma vacina 94% eficaz contra o vírus - uma das melhores que temos até agora. Desde então, tudo tem sido rodadas de testes e aprovação dos órgãos reguladores. E mesmo isso foi surpreendentemente curto em termos históricos. Aqui está um gráfico da Nature para mostrar como ele se compara a outros:
http://www.quora.com/Why-has-it-been-so-difficult-for-scientists-to-find-a-vaccine-for-COVID-19/answer/Paul-Mainwood

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

1183 - "WhatsAppite"

Deu no THE LANCET:
Uma médica emergencial de 34 anos, grávida de 27 semanas, apresentou dor bilateral no punho com início súbito ao acordar uma manhã. Ela não tinha história de trauma e não havia praticado atividade física excessiva nos dias anteriores. O exame das mãos revelou desconforto à palpação bilateral do estiloide radial e mobilização do polegar. O exame físico foi negativo para o sinal de Phalen e o sinal de Tinel, mas positivo para o sinal de Finkelstein. Devido à gravidez da paciente, não foram realizadas radiografias para descartar rizartrose. O diagnóstico foi tendinite do extensor longo do polegar bilateral.
A paciente estava de plantão no dia 24 de dezembro (véspera de Natal) e, no dia seguinte, respondeu às mensagens que haviam sido enviadas para ela em seu smartphone por meio do serviço de mensagens instantâneas WhatsApp. Ela segurou seu telefone celular, que pesava 130 g, por pelo menos 6 h. Durante esse tempo, ela fez movimentos contínuos com os dois polegares para enviar mensagens.
O diagnóstico da dor bilateral no punho foi WhatsAppitis. O tratamento consistia em antiinflamatórios não esteroidais e abstinência total do telefone para envio de mensagens. Por causa da gravidez, a paciente tomou apenas paracetamol (1 g a cada 8h por 3 dias) com melhora parcial, e não se absteve totalmente de usar o telefone, com troca de novas mensagens no dia 31 de dezembro (Réveillon).
A chamada nintendinite foi descrita pela primeira vez em 1990, e desde então várias lesões associadas a videogames e novas tecnologias foram relatadas. Inicialmente relatado em crianças, esses casos agora são vistos em adultos. A tenossinovite causada por mensagens de texto com telefones celulares pode muito bem ser uma doença emergente. Os médicos precisam estar atentos a essas novas doenças.
DOI: http://doi.org/10.1016/S0140-6736(14)60519-5

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

1182 - Citações sobre a respiração

  • Inspire o futuro, expire o passado. - Autor desconhecido
  • Se você acordou respirando, parabéns! Você tem outra chance. - Andrea Boydston
  • Respire, é apenas um dia ruim, não uma vida ruim. - Autor desconhecido
  • A respiração é o elo entre a mente e o corpo. - Dan Brule
  • A vida não é medida pelo número de respirações que fazemos, mas pelos momentos que nos deixam sem fôlego. - Autor desconhecido
  • Respirar sonhos como o ar. - F. Scott Fitzgerald

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

1181 - Cálculos urinários vistos à microscopia eletrônica

A passagem de pedras (cálculos) pelo aparelho urinário é uma das experiências mais dolorosas pelas quais uma pessoa pode passar, e esta imagem de uma delas sob um microscópio eletrônico de varredura nos mostra como elas se parecem de perto.
As imagens são de um laboratório do Eastfield College em Dallas. Seu coordenador, Murry Gans, tirou as fotos em 2012, depois que um colega trouxe para ele uma pedra nos rins para examinar como todos os colegas o fariam.
As pedras nos rins se desenvolvem quando a urina não consegue diluir todas as substâncias nela contidas, como cálcio e ácido úrico. Essas substâncias se unem e formam esses cristais pontiagudos assustadores. Se uma pedra sair do rim e entrar em um dos ureteres (dutos que levam a urina para a bexiga), ela pode causar uma quantidade significativa de dor até cair na bexiga ou passar para fora do corpo pela micção.
Não existe uma causa única para a formação. Alguns distúrbios metabólicos, condições genéticas e escolhas alimentares podem contribuir para seu desenvolvimento. O tamanho das pedras também varia, desde uma pedra tão pequena que não dói ao passar até outra que precisa ser quebrada com um tratamento por ondas de choque.
Mais fotos das pedras podem ser vistas no Blog de Gans.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

1180 - Autenticação biométrica usando o estalo de dedo. Estudo


Quando se trata de sistemas de autenticação biométrica há muitos para escolher: a impressão digital, o reconhecimento do rosto, da mão, das características do olho (íris e retina), da voz, do odor corporal etc. etc. Mas nenhum é 100% perfeito, então há sempre uma demanda nessa área por melhoria e inovação.
Em 2016, equipes de pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia da Computação da Ocean University of China e da Escola de Ciência da Computação e Engenharia da University of New South Wales, Sydney, Austrália, propuseram (e testaram) um novo método de autenticação: o reconhecimento do estalo de dedo (snapping).
"A segurança dos dispositivos inteligentes é motivo de uma grande preocupação hoje em dia. Por exemplo, vários métodos foram aplicados para autenticação de usuário em smartphones e relógios inteligentes, como senha, PIN e impressão digital. Eles podem ser facilmente roubados por invasores ou precisam de sensores extras para entrada. Neste artigo, um novo recurso biométrico, o estalo de dedo, é aplicado para autenticação de pessoas. O som do dedo estalando é fácil de capturar com o microfone embutido nos dispositivos inteligentes. Além disso, é fácil de executar e não requer lembrança explícita, pois o estalar de dedos depende apenas da memória muscular."
"Estalar os dedos é o ato de fazer o som pelo impulso de um dedo contra a palma da mão. Isso é feito juntando o polegar com outro dedo (geralmente o indicador) e, em seguida, movendo o outro dedo imediatamente para baixo para atingir a palma. Tal ato de estalar o dedo envolve características fisiológicas que se referem a traços herdados que estão relacionados ao corpo humano, já que o som do estalo do dedo é diferenciado pelo tamanho da palma da mão, forma de encaixe do dedo e textura da pele. Além disso, também envolve características comportamentais que se referem ao padrão aprendido de uma pessoa, pois é o movimento do dedo que cria o som."
http://www.improbable.com/2020/10/12/person-authentication-using-finger-snapping-study/
Yang Y., Hong F., Zhang Y., Guo Z. Person Authentication Using Finger Snapping - A New Biometric Trait. In: http://doi.org/10.1007/978-3-319-46654-5_84 (O texto completo pode ser encontrado aqui.)

N. do E.
Outro interessante traço biométrico a ser estudado como autenticação de indivíduo, penso que seria o Tsk tsk! Fica a sugestão.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

1179 - Monumento a Jupille





Em 1885, Jean Baptiste Jupille, de 15 anos, foi severamente mordido enquanto matava com as próprias mãos um cão raivoso para proteger cinco outros jovens pastores em Villers-Farley, França.
--- Monumento a Jupille (escultura de d'Athanase Fossé, Wikimedia Commons)

Ele teve a sorte de ser levado ao laboratório de Louis Pasteur onde se tornou a segunda pessoa a ser tratada pela vacina experimental contra a raiva. Emile Roux, o colaborador de Pasteur, havia atenuado o poder da infecção viral expondo ao ar seco e estéril tiras de medula espinhal retirada de um coelho morto pela raiva. A vacina era um pequeno pedaço de medula triturada e suspensa em caldo esterilizado. Fora usada pela primeira vez em Joseph Meister, em 6 de julho de 1885.

Em 12 de abril de 1886, 726 pessoas já haviam sido tratadas por esta vacina.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

1178 - Descoberta nova localização de glândulas salivares

"Qualquer livro de anatomia mostrará apenas três localizações de glândulas salivares: parótidas, submandibulares e sublinguais. Agora, achamos que há uma quarta", disse o Dr. Matthijs Valstar, um cirurgião e pesquisador do Netherlands Cancer Institute e autor do estudo publicado no mês passado na revista Radiotherapy and Oncology.
A nova descoberta pode ajudar a explicar por que as pessoas que se submetem à radioterapia para câncer de cabeça ou pescoço muitas vezes acabam com a boca cronicamente seca e problemas de deglutição. Como essas glândulas obscuras não eram conhecidas pelos médicos, ninguém jamais tentou poupá-las em tais tratamentos.
O estudo completo está aqui:
"Até onde sabemos, esta é a primeira descrição de localizações pareadas de glândulas macroscópicas (sero)mucosas na parede póstero-lateral da nasofaringe humana e uma indicação de sua relevância clínica na RT (radiation toxicity) para HNC (head and neck cancer). Com base em sua localização predominante sobre o tórus tubário, propomos o nome "glândulas tubárias". A localização dessas glândulas estava presente como estruturas macroscópicas nos exames de PSMA PET/CT (positron emission tomography/computed tomography with prostate-specific membrane antigen) de todos os 100 indivíduos estudados e em dois cadáveres investigados (um de cada gênero). Microscopicamente, elas de fato mostraram tecido de glândula salivar, altamente concentrado bilateralmente próximo ao tórus tubário, com aberturas de duto de drenagem macroscopicamente visíveis em direção à parede nasofaríngea. A RT de alta dose nesta área leva a uma toxicidade clínica significativa. Esses achados apóiam a identificação das glândulas tubárias como uma nova entidade anatômica e funcional, representando uma parte do sistema das glândulas salivares."

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

1177 - DNA do Neandertal pode estar associado a casos de COVID-19 grave

Um trecho de DNA do Neandertal estaria associado a alguns casos de COVID-19 grave, mas não está claro o quanto isso representa um risco.
Os fatores de risco para COVID-19 são vários: velhice, obesidade, problemas cardíacos. Mas os primeiros estudos genéticos identificaram outra característica que algumas pessoas que desenvolvem COVID-19 grave parecem compartilhar: um agrupamento de variações genéticas em seu terceiro cromossomo.
E essa sequência de DNA provavelmente deriva de neandertais, diz Hugo Zeberg, do Instituto Max Planck.
"É impressionante que esta variante tenha durado 50.000 anos."
Cinqüenta mil anos atrás é o tempo aproximado do cruzamento entre humanos e neandertais. E ao longo dos milênios, essas variantes de Neandertal se tornaram mais comuns em algumas populações de Homo sapiens do que em outras.
Por exemplo, 16% das pessoas de ascendência europeia carregam pelo menos uma cópia do trecho de Neandertal. Metade dos sul-asiáticos, idem - e quase dois terços dos bangladeshis.
"E é fascinante ser tão alto - aponta para o fato de que deve ter sido benéfico no passado. É muito mais alto do que esperávamos. No entanto, foi totalmente eliminado no Leste Asiático e na China. Então, algo aconteceu, elevando a frequência em certos lugares e removendo-a totalmente em outros."
Os detalhes estão na revista Nature. [Hugo Zeberg e Svante Pääbo, The major genetic risk factor for severe COVID- 19 is inherited from Neanderthals.Trad.: O principal fator de risco genético para COVID-19 grave é herdado de Neandertais]
Zeberg e seu colega escrevem que talvez o DNA de Neandertal aumente o risco de desenvolver COVID-19 grave - e eles apontam para o fato de que, no Reino Unido, pessoas de ascendência de Bangladesh têm o dobro do risco de morrer de COVID-19 do que população geral.
Mas, como o epidemiologista Keith Neal, da Universidade de Nottingham, apontou por e-mail, os afrodescendentes no Reino Unido também estão sendo mais afetados pelo vírus - apesar de quase não possuírem genes de Neandertal.
Em vez disso, são os fatores sociais - como famílias superlotadas e multigeracionais ou empregos na linha de frente - que têm maior probabilidade de direcionar as tendências vistas no Reino Unido. Segundo Andrew Hayward, diretor do Instituto de Epidemiologia e Saúde da University College London.
E, como os dois epidemiologistas apontaram, vale lembrar que você só pode desenvolver COVID-19 grave se estiver exposto ao vírus.
—Christopher Intagliata
O texto acima, sugerido por Jaime Nogueira, é uma transcrição deste podcast.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

1176 - Determinismo nominativo no mundo médico





Mari Stoddard mantém a prestigiada The Doctor's Names List, uma lista de exemplos de determinismo nominativo no mundo médico.
Determinismo nominativo é o nome que se dá a um fenômeno comum relacionado a pessoas que trabalham em profissões que se harmonizam com seus nomes de família.
Exemplos da lista de Stoddard são estes três médicos da área de medicina de emergência: Dr. Pulse, Dr. Cure e Dr. Gore
A expressão, apud Marc Abrahams, "vem de nosso velho amigo e colaborador John Hoyland", que criou e escreveu durante décadas a coluna "Feedback" da revista New Scientist.
Arquivos
583 - A bradicardia na família Brady (Nova Acta)

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

1175 - Anjos Secretos

Trinta artistas de países lusófonos reuniram-se, virtualmente, para gravar o videoclipe da canção Anjos Secretos, composta por Francis Hime e pelo fadista Jorge Fernando em homenagem aos profissionais de saúde do todo o mundo, que estão na linha da frente da luta contra a Covid-19. Com direcção de Paulo Mendonça, o vídeo foi realizado exclusivamente com gravações feitas através de smartphones.

O valor gerado com as visualizações do vídeo reverte a favor da organização Médicos Sem Fronteiras.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

1174 - Homenagem aos médicos que se foram durante o combate à Covid-19

Durante a pandemia provocada pela Covid-19, centenas de médicos perderam suas vidas. Vários deles foram contaminados atuando na linha de frente contra o novo coronavírus. Independentemente de onde houve o contágio, todos cumpriram em vida a nobre função de oferecer cuidados que aliviam o sofrimento e podem levar à cura. Mais do que números (375), eles eram homens e mulheres que expressaram em cada dia de existência seu amor pela profissão.
Para homenagear esses médicos e médicas, que partiram de forma abrupta, deixando familiares, amigos e pacientes órfãos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou um MEMORIAL VIRTUAL que ao mesmo tempo faz uma homenagem a essas trajetórias e dimensiona as perdas causadas pela doença nesse segmento específico. A plataforma entrou no ar nesta terça-feira (27), às 19h.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

1173 - A intersecção entre ciência e religião

Os avanços científicos e tecnológicos tiveram efeitos profundos na vida humana. No século 19, a maioria das famílias podia esperar perder um ou mais filhos devido a doenças. Hoje, nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, a morte de uma criança por doença é incomum. Todos os dias contamos com tecnologias possibilitadas pela aplicação de conhecimentos e processos científicos. Os computadores e telefones celulares que usamos, os carros e aviões em que viajamos, os medicamentos que tomamos e muitos dos alimentos que comemos foram desenvolvidos em parte por meio de descobertas obtidas em pesquisas científicas. A ciência melhorou os padrões de vida, permitiu aos humanos viajar para a órbita da Terra e para a lua, e nos deu novas maneiras de pensar sobre nós mesmos e o universo.
A biologia evolutiva foi e continua a ser a pedra angular da ciência moderna. Este site das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina (EUA) documenta algumas das principais contribuições que uma compreensão da evolução fez para o bem-estar humano, incluindo suas contribuições para prevenir e tratar doenças humanas, desenvolver novos produtos agrícolas e criar inovações industriais. De forma mais ampla, a evolução é um conceito central na biologia que se baseia tanto no estudo das formas de vida passada quanto no estudo da relação e diversidade dos organismos atuais. Os rápidos avanços que estão sendo feitos agora nas ciências da vida e na medicina baseiam-se em princípios derivados de uma compreensão da evolução. Esse entendimento surgiu tanto através do estudo de um registro fóssil em constante expansão e, igualmente importante, através da aplicação de modernas ciências e tecnologias biológicas e moleculares ao estudo da evolução. É claro que, como acontece com qualquer área ativa da ciência, muitas questões fascinantes permanecem, e este livreto destaca algumas das pesquisas ativas em andamento que tratam de questões sobre a evolução.
No entanto, as pesquisas mostram que muitas pessoas continuam a ter dúvidas sobre nosso conhecimento da evolução biológica. Eles podem ter sido informados de que a compreensão científica da evolução é incompleta, incorreta ou duvidosa. Eles podem estar céticos de que o processo natural de evolução biológica poderia ter produzido uma variedade tão incrível de seres vivos, de bactérias microscópicas a baleias e sequoias, de simples esponjas em recifes de coral a humanos capazes de contemplar a história da vida neste planeta. Eles podem se perguntar se é possível aceitar a evolução e ainda aderir às crenças religiosas.
O site responde a essas perguntas. Ele foi escrito para servir como um recurso para pessoas que se encontram envolvidas em debates sobre evolução. Ele fornece informações sobre o papel que a evolução desempenha na biologia moderna e as razões pelas quais apenas explicações com base científica devem ser incluídas nos cursos de ciências das escolas públicas. Os leitores interessados ​​podem incluir membros do conselho escolar, professores de ciências e outros líderes educacionais, legisladores, acadêmicos jurídicos e outros membros da comunidade que estão comprometidos em fornecer aos alunos educação científica de qualidade.
http://www.nationalacademies.org/evolution/science-and-religion

domingo, 18 de outubro de 2020

1172 - Letra de médico. Teorias

A letra de médico não nasce com ele, mas surge por ele tomar anotações à velocidade da luz durante 6 anos.
Não dá para generalizar: na área médica, como em qualquer outra, há quem tenha garranchos e quem escreva bem. Ainda assim, há teorias sobre a origem do mito. Uma diz que, antigamente, quando não existiam laboratórios farmacêuticos, médicos faziam prescrições que só os boticários conseguiam decifrar. Assim, evitavam que o paciente se arriscasse fazendo o próprio remédio. Outra afirma que a pressa para anotar as aulas na faculdade causaria a letra ruim. Uma terceira é a de que, no passado, a maioria dos doutores eram homens – e eles normalmente teriam a letra pior do que a das mulheres.
[http://super.abril.com.br/mundo-estranho/por-que-medico-tem-letra-ruim/...]
Leia-se: "Paracetamol"
Em seu livro Oro y espadas. Curiosidades históricas de la Argentina cuando era española, Daniel Balmaceda nos dá a explicação histórica para esse problema. No século XV, foi criado na Espanha o Real Tribunal del Protomedicato, um órgão técnico encarregado de supervisionar as profissões relacionadas à saúde (como médicos e farmacêuticos). Um século depois, esse tribunal também foi instalado nas colônias espanholas da América.
O Protomedicato estabeleceu que os médicos tinham que escrever as prescrições médicas em latim, porque era considerada a língua mais culta. No entanto, com o passar do tempo e o aumento da população, registrou-se um número maior de pacientes, que se queixaram de não entender as receitas, pois o latim não era uma língua ensinada aos habitantes em geral.
Nesse contexto, no início do século XIX, foi dada a ordem para deixar de lado o latim e escrever as receitas em espanhol. Os médicos não receberam muito bem essa mudança, pois consideraram que o uso da linguagem das pessoas comuns desacreditava seu trabalho.
Apesar do descontentamento, eles tiveram de obedecer à ordem. No entanto, decidiram usar uma fonte cursiva difícil de ler, em retaliação à ordem emitida pelas autoridades. "Essa foi a sua vingança pela intromissão dos pacientes na relação epistolar com os farmacêuticos. Hoje, no século XXI, podemos tentar ler uma receita e verificar que a vingança continua...", explica Balmaceda em seu livro.
[http://www.vix.com/es/cultura-pop/186958/misterio-resuelto-ya-sabemos-porque-los-medicos-escriben-feo]
No Brasil, uma lei federal, uma portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Código de Ética Médica exigem que as receitas sejam legíveis.
694 - Letra de médico
1156 - É verdade que só farmacêutico entende letra de médico?

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

1170 - Pantone ajuda a desestigmatizar a menstruação

CNN Style - A Pantone® lançou um novo tom de vermelho, denominado "Período", para ajudar a desestigmatizar a menstruação.
A nova tonalidade - um "tom vermelho energizante e dinâmico que incentiva a positividade do período", de acordo com um comunicado de imprensa - foi lançada como parte da campanha Seen + Heard, uma iniciativa da marca sueca de cuidados femininos Intimina.
A menstruação continua sendo um tabu em muitas partes do mundo, afetando a saúde, a educação e o status socioeconômico das pessoas.
Na Índia, por exemplo, as mulheres às vezes são proibidas de cozinhar ou tocar em alguém durante a menstruação, por serem consideradas impuras ou sujas, o que pode contribuir para uma cultura de silêncio e desinformação sobre práticas de higiene. E, em uma região centro-oeste do Nepal, um estudo de 2019 descobriu que a prática de fazer as meninas dormirem em cabanas de menstruação ainda prevalece , apesar de uma proibição nacional.
O estigma também afeta as mulheres nos Estados Unidos, onde a pobreza do período - a falta de acesso a produtos de higiene menstrual acessíveis - afeta uma em cada cinco adolescentes.
"Apesar do fato de que bilhões de pessoas experimentam a menstruação, ela tem sido historicamente tratada como algo que não deve ser visto ou falado publicamente", disse a gerente de marca global da Intimina, Danela Žagar, em nota à imprensa.
"E se olharmos para a cultura popular, as descrições de períodos variam de totalmente imprecisas e antipáticas a objeto de piadas e escárnio."
A Pantone, que é mais conhecida por sua Cor do Ano (que este ano foi para o Classic Blue, um bálsamo para tempos incertos), já lançou em outras oportunidades cores relacionadas a questões sociais e ambientais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

1169 - Alimentos ultraprocessados

Uma nota técnica do Ministério da Agricultura enviada ao Ministério da Saúde fez críticas e pediu a revisão do "Guia Alimentar para a População Brasileira", principalmente no que se refere à redução de alimentos ultraprocessados.
Alimentos ultraprocessados
São aqueles fabricados pela indústria com a adição de gordura, sal, açúcar, conservantes e demais substâncias que alteram o alimento in natura. São exemplos:
  • Refrigerante
  • Carne processada, como salsichas e hambúrgueres
  • Biscoitos industrializados
  • Salgadinhos
  • Macarrão instantâneo
Na nota técnica, o Ministério da Agricultura avaliou a classificação - chamada de NOVA - como "confusa, incoerente, que impede ampliar a autonomia das escolhas alimentares".
"A recomendação mais forte nesse momento é a imediata retirada das menções à classificação NOVA no atual guia alimentar e das menções equivocadas, preconceituosas e pseudocientíficas sobre os produtos de origem animal", diz trecho do documento da pasta.
O posicionamento do governo foi duramente criticado por especialistas, que lembram que órgãos internacionais e outros países adotam os padrões do guia brasileiro.
O Guia Alimentar oferece informações sobre alimentação e saúde com base em uma classificação que divide os alimentos de acordo com o nível de processamento em sua produção, além de alertar sobre doenças como obesidade e diabetes.
Reprodução de trecho do Guia Alimentar — Foto: Ministério da Saúde
Contra essa nota técnica do Ministério da Agricultura, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) publicou seu posicionamento. O órgão científico é criador da classificação NOVA e ajudou na elaboração do Guia Alimentar.
"Tais críticas se resumem a afirmações não amparadas por qualquer evidência científica", afirma a nota do Nupens. Os pesquisadores da USP também rebatem a afirmação da nota técnica do Ministério da Agricultura de que o Guia Alimentar brasileiro seria "um dos piores do mundo".
"Assim não pensam organismos técnicos das Nações Unidas, como a FAO, a OMS e o UNICEF, que consideram o Guia brasileiro um exemplo a ser seguido. Assim não pensam os Ministérios da Saúde do Canadá, da França, do Uruguai, do Peru e do Equador, que têm seus guias alimentares e suas políticas de alimentação e nutrição inspirados no Brasil", afirmou o Nupens.
Lançado em novembro de 2014 pelo Ministério da Saúde, o Guia Alimentar tem como máxima o consumo mínimo de alimentos ultraprocessados.
"Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. A regra de ouro é: descasque mais e desembale menos", informa o texto do Guia Alimentar de 2014.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

1168 - Guia alimentar para a população brasileira

Publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, o GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, fez-se necessária a apresentação de novas recomendações. A segunda edição do guia passou por um processo de consulta pública, que permitiu o seu amplo debate por diversos setores da sociedade e orientou a construção da versão final, aqui apresentada.
Tendo por pressupostos os direitos à saúde e à alimentação adequada e saudável, o guia é um documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS e também em outros setores. Considerando os múltiplos determinantes das práticas alimentares e, a complexidade e os desafios que envolvem a conformação dos sistemas nalimentares atuais, o guia alimentar reforça o compromisso do Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e a realização do direito humano à alimentação adequada.
O que você encontra neste GUIA ALIMENTAR
O capítulo 1 descreve os princípios que nortearam sua elaboração. Estes princípios justificam, de início, o tratamento abrangente dado à relação entre alimentação e saúde, levando em conta nutrientes, alimentos, combinações de alimentos, refeições e dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. A seguir, esses princípios fundamentam a proposição de recomendações que consideram o cenário da evolução da alimentação e da saúde no Brasil e a interdependência entre alimentação adequada e saudável e sustentabilidade do sistema alimentar. Por fim, apoiam o uso que este guia faz do conhecimento gerado por diferentes saberes e sustentam o seu compromisso com a ampliação da autonomia das pessoas nas escolhas alimentares e com a defesa do direito humano à alimentação adequada e saudável.
O capítulo 2 enuncia recomendações gerais sobre a escolha de alimentos. Estas recomendações, consistentes com os princípios orientadores deste guia, propõem que alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, sejam a base da alimentação.
O capítulo 3 traz orientações sobre como combinar alimentos na forma de refeições. Essas orientações se baseiam em refeições consumidas por uma parcela substancial da população brasileira que ainda baseia sua alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados e em preparações culinárias feitas com esses alimentos.
O capítulo 4 traz orientações sobre o ato de comer e a comensalidade, abordando as circunstâncias – tempo e foco, espaço e companhia – que influenciam o aproveitamento dos alimentos e o prazer proporcionado pela alimentação.
O capítulo 5 examina fatores que podem ser obstáculos para a adesão das pessoas às recomendações deste guia – informação, oferta, custo, habilidades culinárias, tempo e publicidade – e propõe para sua superação a combinação de ações no plano pessoal e familiar e no plano do exercício da cidadania.
As recomendações deste guia são oferecidas de forma sintetizada em "Dez Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável".
Em uma seção final, são relacionadas sugestões de leituras adicionais, organizadas por capítulos, as quais aprofundam os temas abordados e discutidos neste material.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. : il. ISBN 978-85-334-2176-9