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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

1344 - Alimentos ultraprocessados

Os ultraprocessados representam quase 75% de todos os alimentos consumidos nos Estados Unidos e cerca de 60% da ingestão calórica diária dos estadunidenses. Um conjunto significativo de pesquisas vem associando o consumo desses alimentos — repletos de açúcar, sal, gordura, corantes artificiais ou conservantes — a problemas como câncer, diabetes e doenças cardíacas.
Mais recentemente, um número crescente de estudos também tem associado esse tipo de alimento a prejuízos na saúde cerebral, inclusive com um aumento do risco de demência, transtornos depressivos e de ansiedade. Além disso, alguns especialistas têm defendido a implementação de políticas de saúde pública destinadas a reduzir o consumo de ultraprocessados.
No entanto, quais os fundamentos científicos por trás da associação entre os ultraprocessados e a saúde cerebral e o que isso significa para médicos e pacientes?
Uma avaliação rigorosa
Por serem um dos pilares da alimentação em diversos países ao redor do mundo, os ultraprocessados têm sido avaliados rigorosamente devido à sua associação com doenças importantes. Os ingredientes usados na preparação desses alimentos têm pouco ou nenhum valor nutricional, já que a sua principal função é aumentar a vida útil e a palatabilidade dos produtos. Algumas evidências recentes sugerem que esses alimentos podem ser tão viciantes quanto o tabaco. Além disso, dois estudos de análise agrupada usando a Yale Food Addiction Scale mostraram que 14% dos adultos e 12% das crianças nos EUA podem ser dependentes de ultraprocessados.
A ferramenta mais utilizada para determinar se um alimento é ou não ultraprocessado foi desenvolvida em 2009 por pesquisadores brasileiros. A classificação NOVA é um sistema que divide os alimentos e bebidas em quatro grupos:
  • Alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, vegetais, leite e carne;
  • Ingredientes culinários processados, como açúcar refinado, manteiga e óleos derivados de sementes, nozes e frutas;
  • Alimentos processados, como extrato de tomate, bacon, atum enlatado e vinhos; e
  • Alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, sorvetes, cereais matinais e refeições pré-embaladas.
Kelli Whitlock Burton, Medscape

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

1169 - Alimentos ultraprocessados

Uma nota técnica do Ministério da Agricultura enviada ao Ministério da Saúde fez críticas e pediu a revisão do "Guia Alimentar para a População Brasileira", principalmente no que se refere à redução de alimentos ultraprocessados.
Alimentos ultraprocessados
São aqueles fabricados pela indústria com a adição de gordura, sal, açúcar, conservantes e demais substâncias que alteram o alimento in natura. São exemplos:
  • Refrigerante
  • Carne processada, como salsichas e hambúrgueres
  • Biscoitos industrializados
  • Salgadinhos
  • Macarrão instantâneo
Na nota técnica, o Ministério da Agricultura avaliou a classificação - chamada de NOVA - como "confusa, incoerente, que impede ampliar a autonomia das escolhas alimentares".
"A recomendação mais forte nesse momento é a imediata retirada das menções à classificação NOVA no atual guia alimentar e das menções equivocadas, preconceituosas e pseudocientíficas sobre os produtos de origem animal", diz trecho do documento da pasta.
O posicionamento do governo foi duramente criticado por especialistas, que lembram que órgãos internacionais e outros países adotam os padrões do guia brasileiro.
O Guia Alimentar oferece informações sobre alimentação e saúde com base em uma classificação que divide os alimentos de acordo com o nível de processamento em sua produção, além de alertar sobre doenças como obesidade e diabetes.
Reprodução de trecho do Guia Alimentar — Foto: Ministério da Saúde
Contra essa nota técnica do Ministério da Agricultura, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) publicou seu posicionamento. O órgão científico é criador da classificação NOVA e ajudou na elaboração do Guia Alimentar.
"Tais críticas se resumem a afirmações não amparadas por qualquer evidência científica", afirma a nota do Nupens. Os pesquisadores da USP também rebatem a afirmação da nota técnica do Ministério da Agricultura de que o Guia Alimentar brasileiro seria "um dos piores do mundo".
"Assim não pensam organismos técnicos das Nações Unidas, como a FAO, a OMS e o UNICEF, que consideram o Guia brasileiro um exemplo a ser seguido. Assim não pensam os Ministérios da Saúde do Canadá, da França, do Uruguai, do Peru e do Equador, que têm seus guias alimentares e suas políticas de alimentação e nutrição inspirados no Brasil", afirmou o Nupens.
Lançado em novembro de 2014 pelo Ministério da Saúde, o Guia Alimentar tem como máxima o consumo mínimo de alimentos ultraprocessados.
"Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. A regra de ouro é: descasque mais e desembale menos", informa o texto do Guia Alimentar de 2014.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

1168 - Guia alimentar para a população brasileira

Publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, o GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, fez-se necessária a apresentação de novas recomendações. A segunda edição do guia passou por um processo de consulta pública, que permitiu o seu amplo debate por diversos setores da sociedade e orientou a construção da versão final, aqui apresentada.
Tendo por pressupostos os direitos à saúde e à alimentação adequada e saudável, o guia é um documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS e também em outros setores. Considerando os múltiplos determinantes das práticas alimentares e, a complexidade e os desafios que envolvem a conformação dos sistemas nalimentares atuais, o guia alimentar reforça o compromisso do Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e a realização do direito humano à alimentação adequada.
O que você encontra neste GUIA ALIMENTAR
O capítulo 1 descreve os princípios que nortearam sua elaboração. Estes princípios justificam, de início, o tratamento abrangente dado à relação entre alimentação e saúde, levando em conta nutrientes, alimentos, combinações de alimentos, refeições e dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. A seguir, esses princípios fundamentam a proposição de recomendações que consideram o cenário da evolução da alimentação e da saúde no Brasil e a interdependência entre alimentação adequada e saudável e sustentabilidade do sistema alimentar. Por fim, apoiam o uso que este guia faz do conhecimento gerado por diferentes saberes e sustentam o seu compromisso com a ampliação da autonomia das pessoas nas escolhas alimentares e com a defesa do direito humano à alimentação adequada e saudável.
O capítulo 2 enuncia recomendações gerais sobre a escolha de alimentos. Estas recomendações, consistentes com os princípios orientadores deste guia, propõem que alimentos in natura ou minimamente processados, em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, sejam a base da alimentação.
O capítulo 3 traz orientações sobre como combinar alimentos na forma de refeições. Essas orientações se baseiam em refeições consumidas por uma parcela substancial da população brasileira que ainda baseia sua alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados e em preparações culinárias feitas com esses alimentos.
O capítulo 4 traz orientações sobre o ato de comer e a comensalidade, abordando as circunstâncias – tempo e foco, espaço e companhia – que influenciam o aproveitamento dos alimentos e o prazer proporcionado pela alimentação.
O capítulo 5 examina fatores que podem ser obstáculos para a adesão das pessoas às recomendações deste guia – informação, oferta, custo, habilidades culinárias, tempo e publicidade – e propõe para sua superação a combinação de ações no plano pessoal e familiar e no plano do exercício da cidadania.
As recomendações deste guia são oferecidas de forma sintetizada em "Dez Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável".
Em uma seção final, são relacionadas sugestões de leituras adicionais, organizadas por capítulos, as quais aprofundam os temas abordados e discutidos neste material.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 156 p. : il. ISBN 978-85-334-2176-9

terça-feira, 4 de maio de 2010

92 - Princípios da alimentação saudável

Para todas as fases da vida, uma alimentação saudável é aquela:


adequada em quantidade e qualidade para oferecer, de forma equilibrada, todos os nutrientes necessários à vida;
variada, de forma a facilitar essa oferta dos nutrientes;
segura, dos pontos de vista higiênico e genético;
disponível (garantia de acessos físico e financeiro);
atrativa, do ponto de vista sensorial;
que respeita a cultura alimentar do indivíduo e do grupo a que se destina.

Além de atender a esses princípios, uma alimentação saudável deve levar em conta a dimensão do prazer que os atos de preparar e de realizar uma refeição envolvem em todos os seus aspectos simbólicos. Considerando-se que, na alimentação, está implícito um rico ritual de criatividade, afeto, amor, partilha, solidariedade e comunhão entre os seres humanos e a natureza, permeado pelas características culturais de cada grupamento inclusive por suas dimensões espirituais.

BRASIL, Ministério da Saúde. Obesidade. Brasília, 2006 (Série Cadernos de Atenção Básica, nº. 12).

Publicado em EntreMentes