quarta-feira, 12 de agosto de 2015

767 - O queixo exclusivo da espécie humana

Por que os seres humanos modernos somos a única espécie que têm queixo? Os pesquisadores dizem que não é devido a forças mecânicas, tais como mastigação, mas que essa exclusividade se deve a uma adaptação evolucionária. Como nossos rostos ficaram menores. em nossa evolução de humanos arcaicos para a espécie a que hoje pertencemos, isso exigiu uma "reformulação do crânio", a qual, com a progressão, expôs a proeminência óssea que existe na parte mais baixa de nossas cabeças.
Leia-se: queixo.
Na figura abaixo, observe-se: um crânio do Homo sapiens (à esquerda) e um crânio do Homem de Neandertal (à direita). Só o crânio do Homo sapiens, cujo rosto é cerca de 15% menor, é que apresenta o queixo.
Crédito: Tim Schoon, Universidade de Iowa
O "crescimento" do queixo, portanto, teria a ver com a forma como o rosto se adaptou às mudanças nas dimensões do crânio. Meio parecido ao que precisaríamos fazer para encaixar as peças em um quebra-cabeças tridimensional.
Referências
N. E. Holton, L. L. Bonner, J. E. Scott, S. D. Marshall, R. G. Franciscus, T. E. Southard. The ontogeny of the chin: an analysis of allometric and biomechanical scaling. Journal of Anatomy, 2015; DOI: 10.1111/joa.12307
University of Iowa. Why we have chins: Our chin comes from evolution, not mechanical forces. ScienceDaily. ScienceDaily, 13 April 2015.

13/10/2016 - Atualizando ...
The enduring puzzle of the human chin, Wiley Online Library

domingo, 9 de agosto de 2015

766 - Paizão

Charlotte Campbell, de Taupo, Nova Zelândia, conseguiu seu primeiro implante coclear em 2013, quando ela tinha quatro anos. Agora ela tem dois implantes.
Quando o segundo foi colocado, seu pai Alistair decidiu ter seu próprio "implante" como demonstração de apoio. E para tê-lo recorreu à tatuagem.
Ao ver a versão tatuada de um implante coclear no pai, a menina riu, tocou-o e lhe disse que era "cool".
O cabelo deve voltar a crescer, mas Campbell (que não tem outras tatuagens) pode raspar a cabeça em "ocasiões especiais". Ou se Charlotte apenas quiser ver a tatuagem.
Achamos que ele deve manter a cabeça raspada. Calvo é mais bonito, especialmente neste caso.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

765 - Sorria... mesmo sem saber a quem

A equipe que julgou recentemente um concurso de trabalhos científicos em Londres deu um duro danado. Teve que escolher, dentre 600 trabalhos, apenas dois deles. Sendo um, na categoria cientistas profissionais (pós-graduação e acima), e outro, na categoria não profissionais (incluindo alunos de graduação).
Richard Stephens foi o vencedor da primeira categoria, com o trabalho "Don't say cheese, say cheeks" ("Não diga queijo, diga bochechas") sobre o ato de sorrir. Não li o artigo, mas imagino que traga conclusões aplicáveis em fotografia.
Na segunda categoria, ganhou Kate Szell, com o trabalho intitulado "Prosopagnosia - um problema comum, comumente ignorado". Também conhecida como "cegueira para feições", a prosopagnosia é a incapacidade de reconhecer as pessoas pelo rosto. Neste distúrbio neurológico, a capacidade de reconhecer os rostos das pessoas está afetada, embora a de reconhecer os objetos possa estar relativamente intacta. As pesquisas disponíveis sugerem que 2 por cento da população sofre de algum grau desse distúrbio.
No Preblog: LAPSOS DE MEMÓRIA

domingo, 2 de agosto de 2015

764 - A impressão 3D chega aos medicamentos

A revolução da impressão 3D poderá ser estendida ao mundo dos medicamentos.
A ideia é futuramente usar uma impressora 3D para criar comprimidos com a forma, a cor e as doses indicadas de seus ingredientes ativos. Isto será muito importante para certos tipos de medicamentos como, por exemplo, os anticoagulantes e os imunossupressores cujas doses devem ser precisamente ajustadas para cada paciente.
No que se refere à forma, inclui tornar os comprimidos mais atraentes para as crianças. Que poderão escolher os "bichinhos" que vão tomar: unicórnios, dinossauros, polvos etc.
Microsiervos
Ver também:
294 - um microscópio de baixo custo
681 - Lambendo o perigo
735 - Médicos usam impressoras 3D para salvar a vida de crianças
751 - Cena tocante

quinta-feira, 30 de julho de 2015

763 - O papel da microbiota na prevenção de alergias

O corpo humano é habitado por bilhões de bactérias simbióticas, criando uma diversidade que é única para cada indivíduo. A microbiota está envolvida em muitos mecanismos importantes, incluindo a digestão, a síntese de vitaminas e a defesa do hospedeiro. Está bem estabelecido que uma perda de bactérias simbiontes promove o desenvolvimento de alergias. Os cientistas do Instituto Pasteur conseguiram explicar esse fenômeno e demonstrar como a microbiota age sobre o equilíbrio do sistema imunológico: a presença de microrganismos bloqueia especificamente as células do sistema imunológico responsáveis por desencadear alergias. Estes resultados são publicados na revista Science.
A hipótese da higiene sugere uma associação entre o declínio das doenças infecciosas e o aumento de doenças alérgicas em países industrializados. Melhorias nos níveis de higiene conduzem necessariamente a um reduzido contato com microrganismos o qual é acompanhado por um aumento da incidência de doenças alérgicas e autoimunes.
Estudos epidemiológicos comprovaram esta hipótese, mostrando que as crianças que vivem em contato com animais da fazenda – e, portanto, com mais agentes microbianos – desenvolvem menos alergias durante a sua vida. Por outro lado, estudos experimentais demonstram que administrar antibióticos aos ratos nos primeiros dias de vida resulta em perda de microbiota e, posteriormente, em um aumento da prevalência de alergia.
Referência
C. Ohnmacht, J.-H. Park, S. Cording, J. B. Wing, K. Atarashi, Y. Obata, V. Gaboriau-Routhiau, R. Marques, S. Dulauroy, M. Fedoseeva, M. Busslinger, N. Cerf-Bensussan, I. G. Boneca, D. Voehringer, K. Hase, K. Honda, S. Sakaguchi, G. Eberl. The microbiota regulates type 2 immunity through ROR t T cells. Science, 2015; DOI: 10.1126/science.aac4263

segunda-feira, 27 de julho de 2015

762 - Mensagem em uma garrafa






É muito difícil a gente se deparar com uma mensagem de não suicídio.
Como esta:
"Se você me encontrar morto isto NÃO foi um suicídio. Eu apenas estava tentando aliviar a maldita da tosse para poder dormir. Amo você, mamãe!"



sexta-feira, 24 de julho de 2015

761 - Instruções sujeitas a equívocos

Blog EM
A importância do manual de instrução: 1 e 2

terça-feira, 21 de julho de 2015

760 - Um novo papel para o Twitter

Ferramenta de pesquisa no Twitter permite descobrir interações farmacológicas potencialmente perigosas
Uma equipe de cientistas inventou uma nova técnica para descobrir as interações medicamentosas potencialmente perigosas e os efeitos colaterais desconhecidos – antes que eles apareçam nos bancos de dados médicos, como PubMed, ou até mesmo antes de que médicos e pesquisadores tenham ouvido falar deles.
Uma ferramenta perspicaz? Um programa de computador que pode eficientemente procurar milhões de tweets no Twitter para os nomes de muitas drogas e medicamentos – e construir um mapa de como eles estão conectados, usando o #hashtags que os liga.
"Nosso novo algoritmo é uma ótima maneira de fazer descobertas que podem ser acompanhadas e testadas por especialistas como investigadores clínicos e farmacêuticos, disse Ahmed Abdeen Hamed, um cientista informático na Universidade de Vermont, que liderou a criação da nova ferramenta. Um relatório sobre como funciona o algoritmo e suas descobertas preliminares, foi publicado no Journal of Biomedical Informatics.
"Podemos não saber o que é a interação, mas com essa abordagem podemos rapidamente encontrar evidências claras de drogas que estão associadas entre si através de hashtags", disse Hamed.
Referências
Ahmed Abdeen Hamed, Xindong Wu, Robert Erickson, Tamer Fandy. Twitter K-H networks in action: Advancing biomedical literature for drug search. Journal of Biomedical Informatics, 2015; 56: 157 DOI: 10.1016/j.jbi.2015.05.015
Fonte Science Daily

sábado, 18 de julho de 2015

759 - O homem que soluçava

No início da década de 1980, havia um personagem obscuro dos desenhos animados chamado de Mr. Hiccup (Sr. Soluço). Um homem pequeno e verde, que usava uma gravata e um chapéu de feltro, o Sr. Soluço, que tinha uma "vida normal, um emprego normal, e uma casa normal," mas sofria de um problema "não tão normal": apesar de seus esforços sinceros, ao longo de 39 episódios, ele não conseguia parar de soluçar.
Não obstante o Sr. Soluço ser bem-humorado e alegre, a difícil situação desse personagem fictício é um problema muito real: os médicos estimam que, em um dado momento, cerca de 1.000 pessoas nos Estados Unidos estão a sofrer do intolerável inferno dos soluços crônicos.
Conhecido cientificamente como "flutter diafragmático sincrônico", os soluços são contrações espasmódicas involuntárias que ocorrem no diafragma, resultando em um rápido e sucessivo fechamento das cordas vocais. Normalmente desencadeados pelo aumento da pressão abdominal, os soluços são uma aflição que todos nós já enfrentamos em nossas vidas - mas, na grande maioria das vezes, eles vão embora, naturalmente, depois de uma ou duas horas. Quando soluços duram mais do que alguns dias, eles são considerados "persistentes" e quando perduram além de um mês, crônicos. Não há cura medicamentosa para eles.
O mais longo caso registrado na história da medicina pode ser creditado a Charles Osborne, um agricultor que soluçou continuamente por 68 anos.
Nascido em uma fazenda de Iowa, em 1893, Osborne passou sua juventude e a maioria de seus anos de adulto, trabalhando como camponês na propriedade de seu pai. Em uma fatídica tarde de primavera em 1922, a sua vida deu uma guinada para pior.
Quando pendurava um porco de 350 libras para matar, ele teve um desmaio. Ao recuperar-se do desmaio, uma grave crise de soluços iniciou-se nele, e nenhum remédio caseiro conseguia aliviá-lo. Como o Sr. Soluço, ele tentou todos os velhos truques - beber um copo de água mordendo um lápis, engasgar-se com uma colher de açúcar, respirar em um saco de papel etc. - mas suas contrações diafragmáticas persistiam a uma taxa constante. Os dias de soluços tornaram-se semanas e as semanas, meses; eventualmente, o agricultor voltava a trabalhar.
Nos 68 anos seguintes, Osborne soluçou continuamente a uma taxa de um soluço a cada três segundos durante as horas de vigília. Médicos que estudaram o caso estimam que ele soluçou 24.000 vezes por dia, ou cerca de 595.680.000 vezes durante a vida.
Nos primeiros anos, Osborne procurou orientação médica, chegando a viajar até o Alasca para se encontrar com médicos. Isso tornou-se muito dispendioso e, depois de centenas de "curas potenciais" fracassadas, ele aceitou os soluços como um complemento indesejado à sua vida cotidiana. Em sua busca pela cura, Osbourne conseguiu atingir um certo grau de fama: ele fez uma aparição no programa Ripley's Believe It or Not, foi entrevistado por Johnny Carson, no The Tonight Show, e garantiu um lugar no Guinness Book of World Records para o "maior ataque de soluços".
Ao longo dos anos, ele recebeu cerca de 4.000 cartas oferecendo simpatias e remédios que não funcionavam. E passou a rejeitar cada sugestão recebida com um curto "tentei isso".
O único e fugaz momento de consolo para Osborne veio no final de 1970, quando um especialista em Illinois diagnosticou que ele tinha "uma pequena área no tronco cerebral destruída, inibindo a resposta soluço." Ele foi então colocado sob uma droga experimental, um hormônio que o livrou dos soluços por 36 horas, mas que, depois de apresentar alguns efeitos colaterais igualmente intoleráveis, ele se recusou a continuar o tratamento.
Aos poucos, ele aprendeu a dominar o barulho de seus soluços, aplicando técnicas de respiração em sua rotina diária; embora os soluços diminuíssem quando ele estava dormindo, eles imediatamente retornavam quando ele acordava todas as manhãs. Era obrigado a liquidificar os alimentos sólidos para evitar a asfixia.
Apesar desses inconvenientes, Osbourne viveu o que ele considerava ser uma vida relativamente "normal". Ele continuou trabalhando com suínos por muitos anos, casou-se duas vezes e foi pai de oito filhos.
Misteriosamente, os soluços de Osborne cessaram em 1990. Mas, um ano mais tarde, com a idade de 97 anos, ele faleceu devido a causas naturais.
Depois que Osborne morreu, vários outros casos de soluços crônicos vieram à tona na mídia, nomeadamente o calvário de inglês Christopher Sands, em 2006. Por mais de três anos, Sands, um músico e vocalista, experimentou um ataque contínuo de soluços tão severos que ele, muitas vezes, desmaiava por falta de oxigênio para o cérebro. Ele só curou quando uma equipe de médicos encontrou e removeu o culpado: um tumor em seu tronco cerebral.
Osborne e Sands tiveram, na realidade, alguma sorte. Soluços crônicos têm, em alguns casos documentados, levado a uma perda de peso severa e à morte por exaustão de seus portadores.
Apesar dos avanços médicos, publica o Jornal de Ciência Dartmouth , "os soluços são um assunto minimamente estudados, e existem apenas especulações a respeito de porque nós soluçamos com tudo". A única solução documentada para os casos crônicos é a cirurgia para cortar os nervos que controlam o diafragma (frenicectomia), mas isso quase sempre resulta em uma respiração severamente prejudicada. Para aquelas almas infelizes que compartilham a experiência de Osborne, há pouca esperança de uma recuperação completa.
Enquanto todo mundo tem sua própria teoria sobre como acabar com os soluços, essas "curas" são, em última análise coincidência, diz Dr. Terence Anthoney, o homem que tratou Osborne mais de 40 anos atrás.
The Man Who Continuously Hiccuped for 68 Years, Priceonomicus

quarta-feira, 15 de julho de 2015

758 - Mina de carvão

Trabalhadores de uma mina de carvão retornando para a superfície depois de uma dia de trabalho.
Tempo e local: indeterminados
Old Pics Archive
https://twitter.com/oldpicsarchive/status/599692091866886145

domingo, 12 de julho de 2015

757 - Assim se produz a fecundação

Vídeo em que se observa, em tempo real, a fecundação de óvulos do ouriço do mar.
Nos primeiro momentos do vídeo, podemos ver os óvulos como células de grande tamanho. Ao redor, os espermatozóides se movimentam como pequenos pontos brilhantes, procurando ganhar a corrida da fecundação.
Uma vez que um dos espermatozoides entre no óvulo, começa a etapa da fecundação chamada de bloqueio da polispermia. O objetivo do bloqueio é simplesmente o de evitar que um segundo espermatozoide possa penetrar no óvulo. E, para isso, o óvulo se cerca de uma camada protetora (também conhecida como membrana de fertilização), como vemos nos momentos seguintes do vídeo.
Para os demais espermatozoides o jogo terminou.
Ler + no Hipertextual.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

756 - No consultório (2)


"Minha conclusão é que ele não é humano."
Que são captchas?
Ver também
143 - No consultório (1)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

755 - A história viral de uma pessoa

Que vírus invadiram seu corpo ao longo de sua vida? 
Agora você pode saber. Pesquisadores desenvolveram um teste baseado no DNA do sangue que pode determinar a história viral de uma pessoa. Com essa técnica, esperam também fazer a detecção precoce de condições clínicas, tais como a hepatite C, e eventualmente encontrar a explicação do que desencadeia certas doenças auto-imunes e cânceres.
O novo teste, conhecido como VirScan, de acordo com um estudo recém-publicado na revista Science, realiza a triagem no sangue para a detecção de anticorpos contra 206 espécies de vírus conhecidos que infectam os seres humanos. O sistema imunológico, que produz anticorpos específicos quando encontra um determinado vírus, pode continuar a produzir esses anticorpos décadas após a infecção desaparecer. VirScan detecta os anticorpos e utiliza-os como uma janela no tempo para criar um relatório de quase todos os vírus que um indivíduo encontrou. É uma alternativa dramática para as ferramentas de diagnóstico atualmente existentes, que testam apenas para um único vírus suspeito de cada vez.
"A abordagem é inteligente e corresponde a um tour de force tecnológico", diz Ian Lipkin, professor de epidemiologia e diretor do Centro de Infecção e Imunidade da Universidade de Columbia, que não esteve envolvido na criação do VirScan. "Ele tem o potencial de revelar os vírus que as pessoas encontraram recentemente ou muitos anos antes. Portanto, esta é uma ferramenta de pesquisa poderosa."
Ler mais...
N. do E.
Na busca deste assunto na internet não confundir VirScan om VirSCAN. O segundo é um serviço de rastreamento online para a verificação de arquivos infectados.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

754 - O primeiro país a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho

Cerca de 1,4 milhão de mulheres portadoras de HIV engravidam anualmente no mundo. Elas geram 230 mil crianças contaminadas pelo vírus.
A chance de uma mulher transmitir o vírus para seus filhos durante a gravidez, o parto ou a amamentação varia de 15 a 45 por cento, dependendo do caso. Mas, com assistência e os remédios adequados, o risco diminui para 1 por cento.
Agora, nenhuma delas transmite mais o vírus da imunodeficiência humana em Cuba.
Cuba se tornou a primeira nação do mundo, validada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a eliminar por completo a transmissão de mãe para filho do vírus da AIDS (HIV) e da bactéria da sífilis. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde Pública de Cuba, Roberto Morales Ojeda, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) em Washington.
Por trás dos resultados estão anos de esforços para garantir o acesso ágil a cuidados pré-natais, testes e medicamentos às mulheres grávidas, capazes de impedir que estas doenças sejam transmitidas de mãe para filho. A OMS reconheceu o fato como um marco histórico.
"Eliminar a transmissão de um vírus é uma das maiores conquistas possíveis de saúde pública", disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan. "Esta é uma grande vitória em nossa longa luta contra o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, e um passo importante no sentido de ter uma geração livre da AIDS".
O diretor executivo da Unaids, Michel Sidibé, acrescentou que "esta notícia merece ser comemorada em todo o mundo".
Fonte: O GLOBO

terça-feira, 30 de junho de 2015

753 - Ganhou a vida cantando

Paciente canta e toca violão durante cirurgia no cérebro
"Yesterday", dos Beatles, "Bem Maior", da banda Roupa Nova, e a música sertaneja "Telefone Mudo", do Trio Parada Dura, foram algumas das canções tocadas por um paciente de 33 anos enquanto passava por cirurgia de retirada de um tumor em seu cérebro (vídeo). O objetivo era avaliar se as partes normais do cérebro não seriam afetadas durante o procedimento.
Anthony Kulkamp Dias cantou e tocou violão na cirurgia que foi realizada em 28 de maio, num hospital de Tubarão, no Sul de Santa Catarina. O paciente recebeu alta em 3 de junho.
O anestesiologsta Jean Abreu Machado explica que, geralmente, neurocirurgias são realizadas com o paciente sob anestesia geral e ausência de dor, mas quando o tumor está próximo a áreas como a da fala e a da movimentação, há risco de perda das funções, caso elas sejam lesionadas durante o procedimento. Por isso, é importante manter o paciente acordado.
"As áreas com funções especiais podem ser monitoradas em tempo real. Assim, são menores as chances de lesão e é possível uma otimização do tratamento", explica o anestesologista.
Para evitar a dor, foram aplicadas medicações na veia combinadas a anestésicos locais. Além disso, de acordo com o anestesiologista, o tecido cerebral não possui sensores para dor.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o paciente alertava os médicos quando sentia dormência em alguma parte do corpo. A cirurgia contou com equipe de seis profissionais, entre neurocirurgiões, anestesiologsta, instrumentadora cirúrgica e fonoaudióloga.
Deitado e com um lençol azul na parte superior na cabeça, ele apoiou o violão sobre o tórax e manteve a equipe médica alerta sobre o limites da cirurgia feita por uma equipe do Hospital Nossa Senhora da Conceição, durante nove horas.
Durante todo o procedimento, o paciente alternava as músicas com descanso orientado pela equipe médica. Em alguns momentos, o médico anestesiologista ajudava o paciente com o peso do violão (a comparação do anestesiologista com Cirineu é inevitável).
Esta é a 19ª cirurgia com monitorização cerebral realizada pelo hospital e a primeira a que um paciente se submeteu enquanto tocava um violão. O hospital é o único no estado a fazer este tipo de cirurgia. O procedimento mostrado no vídeo acima foi feito por convênio, mas, conforme a assessoria de imprensa do hospital, geralmente elas são realizadas através do Sistema Único de Saúde (SUS).
O grifo é nosso.

sábado, 27 de junho de 2015

752 - Os problemas de saúde de Tintin

RESUMO
Introdução
Apesar do estilo de vida altamente perigoso dos personagens de histórias em quadrinhos, como Tintin, não temos conhecimento de qualquer descrição sistemática anterior dos desafios e dos problemas de saúde enfrentados por Tintin no curso de suas aventuras.
Métodos
Avaliamos o espectro dos problemas de saúde que Tintin sofreu em suas 23 aventuras, bem como as suas causas, consequências e relações com o ato de de viajar. Seus eventos foram classificados como traumáticos e não-traumáticas, e como intencionais (aqueles perpetrados por outros) e não intencionais.
Resultados
Encontramos 236 eventos que levaram a 244 problemas de saúde, 13 sequestros, seis hospitalizações e dois procedimentos cirúrgicos. Nos 244 problemas de saúde, houve 191 casos de trauma (78,3%) e 53 de casos não traumáticos (21,7%). A forma mais comum de trauma foi a concussão (62%), enquanto as formas mais comuns de não traumáticos foram problemas do sono (15,1%), depressão / ansiedade (13%) e o envenenamento por gás clorofórmio(13%). No geral, encontramos 46 perdas de consciência, incluindo 29 traumáticas e 17 não traumáticas. Dos 236 eventos, 69 (29%) foram perpetrados por outros contra Tintin (incluindo 55 tentativas de homicídio) e 167 (71%) foram por ações do próprio Tintin.
Conclusão
As qualidades quase sobre-humanas do personagem, um privilégio que o seu status ficcional lhe garante, tornam Tintin altamente resistente ao trauma. Ele também não é suscetível às doenças relacionadas com as viagens habituais, mas é facilmente influenciado por seus amigos e Snowy, seu fiel cão.
Les problèmes de santé de Tintin: plus de traumatismes que de pathologies du voyageur, La Presse Médicale
Autores: Eric Caumes, Loïc Epelboin, France Leturcq, Phyllis Kozarsky e Peter Clarke
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628 - O homem do fígado de ouro

quarta-feira, 24 de junho de 2015

751 - Cena tocante

Uma mãe cega toca a ecografia de sua filha, feita com uma impressora 3D.
Ver também:
735 - Médicos usam impressoras 3D para salvar a vida de crianças

domingo, 21 de junho de 2015

750 - HeroRATS contra a tuberculose


A organização não-governamental belga APOPO dedica-se a treinar o olfato de ratos africanos gigantes na detecção de bombas em países pós-conflito e de casos de tuberculose nos países em desenvolvimento.
Esses HeroRATS, portanto, salvam a vida de muitas pessoas.
Eles são treinados, desde a tenra idade, através da motivação positiva (odor-alvo → clique → comida) e, ao final do treinamento, necessitam da aprovação em testes cegos para serem acreditados.
Lista de publicações

quinta-feira, 18 de junho de 2015

749 - O Vigitel 2014

Com o objetivo de subsidiar ações de promoção à saúde e prevenção de doenças por meio de informações de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis, a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) vem sendo realizada anualmente desde 2006, pelo Ministério da Saúde. O Vigitel 2014 entrevistou quase 41 mil pessoas com mais de 18 anos, residentes de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal, entre fevereiro e dezembro de 2014.
Segundo Deborah Malta, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, "o Brasil tem feito algo inédito no mundo, que é manter esse sistema de monitoramento durante tantos anos. Nós sabemos que a obesidade e o excesso de peso são problemas generalizados no mundo e por essa razão o Vigitel é importante para subsidiar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças".
Dentre os resultados do Vigitel 2014, estão a estabilização da obesidade, o aumento da atividade física e do consumo de frutas e hortaliças entre os brasileiros.
Como forma de enfrentamento do excesso de peso e das doenças crônicas a ele associadas, o Ministério da Saúde vem lançando mão de ações como as Academias da Saúde, o Programa Saúde na Escola, o lançamento do Guia Alimentar e do Guia de Alimentos Regionais, entre tantas outras já discutidas neste Portal. Destaca-se a recém-lançada Campanha de Promoção da Saúde que incentiva a adoção de hábitos saudáveis por meio de 8 eixos: incentivo à alimentação saudável, enfrentamento ao uso abusivo do álcool, incentivo à atividade física, controle do tabagismo, incentivo à segurança no trânsito, incentivo à cultura da paz, incentivo ao ambiente saudável, e incentivo ao parto normal. Esperamos por mais resultados positivos em 2015!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

748 - O sexo do bebê

Quando dá para descobrir o sexo do bebê?
Dependendo do método que se usa pode ser a partir de oito semanas de gravidez, através do exame da sexagem fetal no sangue materno e, a partir de dez semanas, por métodos genéticos, que são invasivos e recomendados apenas em situações especiais, embora o mais comum seja descobrir o sexo do bebê através da ultrassonografia.
Pelo ultrassom, a partir de 13 semanas de gravidez, dependendo da perícia do ultrassonografista, da qualidade do aparelho e da posição do feto, é possível saber o sexo do bebê, e mesmo assim com uma chance de erro de 10 por cento. E, a partir de 16 semanas, pelo ultrassom, com mais certeza, mas ainda dependendo da posição do bebê e da experiência do profissional.
BabyCenter Brasil, por Carolina Schwartz
Bem, erros acontecem...
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sexta-feira, 12 de junho de 2015

747 - O xarope para a tosse

Medindo o xarope para a tosse quando você está doente:
515 - Adeus, tosse?
FIMATOSAN (no Linha do Tempo)

terça-feira, 9 de junho de 2015

746 - Um avanço promissor contra o câncer do pulmão

Um grupo de pesquisadores do CNIO, o Centro Nacional de Pesquisa do Câncer, deu um passo promissor na luta contra o câncer do pulmão, o que causa mais mortes no mundo. Como foi anunciado, os cientistas do CNIO conseguiram remover a "imortalidade" do câncer.
Mas, atenção: esses resultados foram obtidos em animais e em condições de laboratório, e podem não ser aplicáveis ​​no caso de seres humanos.
Cada vez que uma célula se divide as extremidades dos seus cromossomas, conhecidas pelo nome de telômeros, ficam ligeiramente encurtadas. Até o ponto em que, após um certo número de divisões, os telômeros tornam-se tão curtos que a célula não é mais viável, para de dividir-se e morre.
Simplificando as coisas: os telômeros são uma espécie de contador de vidas das células.
Nas células cancerosas, no entanto, os telômeros estão protegidos por uma espécie de capa ou bainha, constituída por seis proteínas chamadas "shelterinas" (do inglês shelter = proteção), e assim não sofrem esse encurtamento a cada reprodução celular. Por isso, é como se fossem imortais e reproduzem incontrolavelmente.
Mediante o bloqueio da "shelterina" TRF1 pelo ETP-47037 (nome de pesquisa da molécula), os pesquisadores do CNIO conseguiram quebrar essa capa protetora, deixando desprotegidos os telômeros das células cancerosas, Essa estratégia deteve o crescimento do câncer em ratos, sem causar, ao contrário do que se pensava, toxicidade grave nos tecidos normais.
Referências
http://www.cnio.es/es/news/docs/maria_blasco_13may15_es.pdf
http://es.wikipedia.org/wiki/Tel%C3%B3mero
http://www.fundacionbotin.org/noticia/cientificos-del-cnio-logran-evitar-la-inmortalidad-del-cancer-mediante-el-bloqueo-de-la-shelterina-trf1.html
http://www.microsiervos.com/index-2.html

sábado, 6 de junho de 2015

745 - Fibrose cística

A doença tem origem genética, por herança autossômica recessiva, e é caracterizada pelo mal funcionamento do transporte dos íons cloro e sódio por meio das membranas das células das glândulas exócrinas de todo organismo. Além de comprometer os aparelhos respiratório e digestório, a fibrose cística também pode afetar o sistema reprodutor e glândulas sudoríparas.
Como se diagnostica
São critérios para o diagnóstico: a existência de pelo menos um sintoma característico (Quadro), história familiar de fibrose cística (FC), triagem neo-natal positiva (teste do pezinho) associado a duas mutações da CFTR ou evidência da disfunção da CFTR pela prova de suor ou pela diferença de potencial nasal (DPN).
Quadro
Doença sino-pulmonar
Colonização/infecção com agentes típicos da FC (Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Bulkholderia cepacia)
Tosse persistente, produtiva
Alterações radiológicas persistentes (bronquiectasias, infiltrados e hiperinsuflação)
Obstrução das vias aéreas
Pólipos nasais e alterações radiológicas dos seios perinasais-
Hipocratismo digital
Alterações digestivas
Prolapso retal e síndrome da obstrução do intestino distal
Insuficiência pancreática e pancreatite recorrente
Doença hepática crônica com evidência clínica ou histológica de cirrose biliar ou multibular
Sindrome de perdas salinas
Alcalose metabólica
Deficiência aguda de sal
Alterações urogenitais
Azoospermia obstrutiva
Exames complementares
Nos recém-nascidos com FC, a concentração da enzima tripsina no sangue é superior ao normal.
A prova de suor pela pilocarpina, o principal teste diagnóstico da FC, avalia a quantidade de cloreto de sódio no suor. A pilocarpina é administrada para estimular a sudorese em um pequeno local da pele, com a consecutiva aplicação de um papel de filtro na zona para absorver o suor, avaliando-se assim a quantidade de cloreto no suor. Uma concentração de cloreto de sódio superior a 60mmol/L confirma o diagnóstico nas pessoas que possuem sintomas de FC ou que têm familiares que sofrem desta doença, excepto nos lactentes com menos de 3 meses (40 mmol/L – resultado positivo). A prova de suor deverá efetuar-se com pelo menos 2-3 semanas de vida, com o doente estável, bem hidratado, sem sinais de afecção aguda e sem tratamento com corticóides.
O estudo genético é muito específico, mas com uma sensibilidade de 70-90%, pois o exame inclui apenas as mutações mais comuns. No entanto, os indivíduos com prova de suor normal, havendo suspeita de FC, devem realizar o estudo genético.
A diferença de potencial nasal (DPN) possibilita analisar a diferença de potencial estabelecida por dois eléctrodos, sendo um aplicado no antebraço (subcutâneo) e outro, na mucosa nasal (próximo do corneto inferior). O transporte iônico na membrana apical das células gera uma DPN maior nos doentes com FC (-53±1,8 valores anormais e -24,7±0,9 mV como valores normais). Devido à complexidade da execução deste exame é restrito apenas a doentes com dificuldades de confirmação diagnóstico. Atualmente, esse método está em fase de validação para o Brasil.
Vídeo sobre a fibrose cística (mucoviscidose)
534 - A doença do beijo salgado

quarta-feira, 3 de junho de 2015

744 - Um mundo mais acessível para todos

Google compartilhou originalmente:
E se nós trabalharmos juntos para criar um mundo mais acessível para todos?
Hoje estamos anunciando U$ 20 milhões em financiamento através do Desafio Impacto Google: Deficiência.
Estamos desafiando os pensadores, os planejadores e os construtores a criar tecnologias que podem fazer a diferença para um bilhão de pessoas em todo o mundo que vivem com uma deficiência.
Juntos, vamos fazer as perguntas certas, encontrar novas respostas e construir um mundo melhor, mais rápido. Junte-se a nós:
http://get.google.com/disabilitiesimpactchallenge/

domingo, 31 de maio de 2015

743 - ARTE para sensibilizar

Diz respeito a engajar as pessoas, especialmente os jovens.
Número de fumantes cai 30,7% nos últimos nove anos
O ato de fumar está cada vez menos popular no Brasil. Segundo dados do Vigitel 2014, atualmente, 10,8% dos brasileiros ainda mantêm o hábito de fumar – o índice é maior entre os homens (12,8%) do que entre as mulheres (9%). Os números representam uma queda de 30,7% no percentual de fumantes nos últimos nove anos. Em 2006, 15,6% dos brasileiros declaravam consumir o produto. A redução no consumo é resultado de uma série de ações desenvolvidas pelo governo federal para combater o uso do tabaco.
"Outras ações importantes são a proibição da propaganda do cigarro e ao fumo em ambientes coletivos, além da oferta crescente de tratamento para quem quer deixar de fumar. Em 2013, mais de 70% dos brasileiros que tentaram parar foram atendidos pelo SUS", destacou o ministro da saúde, Arthur Chioro.
O tabagismo é um fator importante para o desenvolvimento de doenças como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares e continua sendo a principal causa de mortes evitáveis. Ainda segundo o Vigitel 2014, o uso de cigarros é maior na faixa etária de 45 a 54 anos (13,2%) e menor entre os jovens de 18 a 24 anos (7,8%).
Os homens fumam mais em Porto Alegre (17,9%), Belo Horizonte (16,2%) e Cuiabá (15,6%) e as mulheres em Porto Alegre (15,1%), São Paulo (13%) e Curitiba (15,6%). O tabagismo é menos frequente em Fortaleza (8,6%), Salvador (9%) e São Luís (9,3%) entre os homens, e no público feminino em São Luís (2,5%), Palmas (3%) e Teresina (3,1%).
Em março deste ano, o Brasil recebeu reconhecimento da Fundação Bloomberg pelo monitoramento e controle do tabaco no País.
31/05 - Dia Mundial sem Tabaco
Em 2015, a Campanha do Dia Mundial Sem Tabaco integra as ações de Promoção da Saúde –SUS, Controle do Tabagismo. O conceito "Da saúde se cuida todos os dias" é tema das campanhas de promoção da saúde. No eixo controle do tabagismo o slogan usado é "Das escolhas certas se cuida todos os dias". A campanha fala do consumo dos produtos derivados do tabaco por jovens, facilitado pelos baixos preços que são oferecidos os cigarros através do comércio ilícito. Além de alertar sobre os malefícios do hábito de fumar, a campanha entrega a mensagem de que é necessário fazer escolhas certas para uma vida mais saudável. A campanha será veiculada na rádio, internet e redes sociais.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

742 - Conheça Alice Ball

Esta é Alice Ball (foto), a química farmacêutica que, em 1919, desenvolveu um tratamento médico para a hanseníase e deu esperança a milhões de enfermos. Sua droga foi o principal tratamento para a hanseníase até a década de 1940 quando os antibióticos foram desenvolvidos. Antes de Alice, a lepra era considerada uma doença sem esperança. Portadores de hanseníase eram retirados à força de suas casas e detidos indefinidamente em colônias afastadas. O tratamento de Alice permitiu que centenas deles fossem colocados em liberdade condicional dos centros de detenção e retornassem para o convívio com suas famílias.
Nascida em 1892, Alice era neta do artista icônico JP Ball. Ela se formou em farmácia  pela Universidade de Washington e especializou-se em química farmacêutica pela Universidade do Havaí. Sua tese de mestrado foi intitulada "Os componentes químicos da Piper methysticum" e envolvia a extração de ingredientes ativos da raiz kava. Seu trabalho foi considerado tão impressionante que ela foi convocada pelo Diretor de Saúde Pública dos EUA, Dr Harry Hollmann, para trabalhar com o óleo de chaulmoogra (Taraktogenos kurzii).
Durante séculos, os profissionais de saúde indianos e chineses vinham utilizando o óleo de chaulmoogra (foto da árvore, ao lado) para o tratamento da hanseníase, porém com sucesso limitado. O óleo era aplicado topicamente, o que, na melhor das hipóteses, fornecia apenas algum alívio aos pacientes. Como o óleo não é solúvel em água, injetá-lo era extremamente difícil, quase impossível. E os pacientes descreviam as injeções do óleo como uma "queima com o fogo através da pele".
Este é o ponto em que Alice entra. Ela foi convocada para usar suas habilidades técnicas para extrair os ingredientes ativos de óleo de chaulmoogra. Ela isolou o ácido contido no óleo e criou o primeiro tratamento injetável, solúvel em água, para a hanseníase. Aos 24 anos de idade, ela conseguiu fazer algo que havia frustrado os pesquisadores durante anos.
Contudo, ela não viveu para vê-lo em uso. Durante o seu trabalho de laboratório, ela inalou o gás cloro e ficou gravemente doente. Após sua morte, o Dr. Arthur L Dean concluiu e publicou o trabalho de Alice Ball (sem lhe dar crédito), intitulando-o de "Método Dean". Felizmente, Dr. Harry Hollmann restabeleceu o crédito a ela:
"Depois de uma grande quantidade de trabalho experimental, a senhorita Ball resolveu o problema para mim .... [Esta preparação é conhecida como] ...... o Método Ball"
Alice foi a primeira pessoa negra a fazer um mestrado na Universidade do Havaí. Embora não fosse uma cura, o seu tratamento foi um grande feito na luta contra a hanseníase. Ela deu ânimo aos investigadores e esperança aos hansenianos para que cura fosse buscada. E a cura para a doença foi encontrada em 1940 a partir das sulfonas.
Este artigo traz agradecimentos a Stanley Ali e Kathryn Takara. Duas pessoas que vasculharam os arquivos para descobrir a verdade sobre essa mulher. Sem seu trabalho, ninguém saberia sobre Alice Ball (até mesmo na Universidade do Havaí não o sabiam). Em 2000, ela foi homenageada (in memoriam) com uma chaulmoogra plantada no campus, e o governador do Havaí declarou 29 de fevereiro como sendo o  Alice Ball Day.
Referências
http://womenrockscience.tumblr.com/post/68918185810/meet-alice-ball-the-pharmaceutical-chemist-who
http://io9.com/we-had-a-cure-for-leprosy-for-centuries-but-we-couldnt-1703005163
http://www.agencia.fiocruz.br/artigo-apresenta-enfoque-hist%C3%B3rico-sobre-o-tratamento-da-hansen%C3%ADase-e-o-uso-de-planta

domingo, 24 de maio de 2015

741 - A "amnésia imunológica" do sarampo

Já se sabia que o vírus do sarampo abala o sistema imunológico das crianças temporariamente, deixando-as expostas ao contágio de outras doenças oportunistas. Até agora, os cientistas acreditavam que essa vulnerabilidade se estendia por um ou dois meses após a infecção. Mas um novo estudo mostra que o sarampo pode enfraquecer as defesas do organismo das crianças por até três anos — deixando-as altamente suscetíveis a outras doenças mortais ao longo desse tempo. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Princeton (Estados Unidos), foi publicado neste mês (dia 8) na revista Science.
Com base nas conclusões do artigo, os autores afirmam que a vacinação contra o sarampo não oferece proteção apenas contra o vírus dessa doença, mas também impede que diversas outras doenças infecciosas tirem proveito do enfraquecimento do sistema imunológico causado por ela. De acordo com eles, a descoberta ajuda a explicar porque as campanhas de vacinação contra o sarampo têm impedido muito mais mortes do que se previa.
Para o autor principal do artigo, Michael Mina, da Universidade Emory, que participou do estudo como pesquisador pós-doutorando em Princeton, "o sarampo acaba aumentando a predisposição das pessoas às doenças mais prevalentes na população".
— Na maior parte, são infecções respiratórias bacterianas, como a pneumonia, a sepse, a bronquite e a bronquiolite. Mas o sarampo também abre caminho, em menor número, para doenças como diarreia e disenteria.
Segundo Mina, o estudo apresenta provas epidemiológicas de que o sarampo leva o organismo, por longo tempo, a um estado de "amnésia imunológica". As células de memória do sistema imunológico — capazes de identificar as partículas infecciosas que já tiveram contato com o organismo — são parcialmente exterminadas.
Outra dos autores do estudo, Jessica Metcalf, professora de Ecologia e Biologia Evolutiva de Princeton, disse que "já sabíamos que o sarampo ataca a memória imunológica — e que a doença enfraquece o sistema imunológico por algum tempo".
— Mas esse artigo sugere que a supressão imunológica dura muito mais do que se suspeitava. Em outras palavras, se você pegar sarampo, ao longo de três anos você poderia morrer de algo que não seria capaz de matá-lo sem a infecção por sarampo.
De acordo com Mina, a descoberta sugere que a vacinação contra o sarampo traz benefícios bem maiores que a proteção contra a própria doença. "É uma das intervenções com melhor custo benefício para a saúde global", disse ele sobre as campanhas de vacinação.
Extra dividends from measles vaccine
Science 8 May 2015: Vol. 348 no. 6235 pp. 694-699 DOI: 10.1126/science.aaa3662

quinta-feira, 21 de maio de 2015

740 - A iniciativa Wi-Fi à Sombra

O que você vê na foto acima foi instalado na praia de Agua Dulce, no Peru, para aumentar a conscientização do público sobre os riscos dos banhos de sol em excesso, especialmente entre 12 e 16 horas.
É uma estrutura que oferece internet sem fio unicamente para o lado em que faz sombra. Para que isso seja possível, um sensor detecta a posição do sol e ajusta a direção da antena para atualizar durante o dia a área de cobertura, tal como é explicado neste vídeo.
O sistema permite que mais de 250 usuários se conectem ao mesmo tempo.
A instalação também fornece informações sobre como prevenir o desenvolvimento de câncer de pele.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

739 - A prevenção de acidentes nas crianças

A prevenção é a principal solução para o problema dos acidentes, porém fazer dela uma medida efetiva, no Brasil, ainda permanece um desafio.
Hoje, no país, a cultura de prevenção ainda não é encarada como prioridade, sendo necessário, muitas vezes, que os problemas ocorram para só depois se rever os prejuízos.
Com a conscientização da sociedade, até 90 por cento dos acidentes podem ser evitados com atitudes como:
  • Ações Educativas
  • Modificações no meio ambiente 
  • Modificações de engenharia
  • Criação e cumprimento de legislação e regulamentação específicas
Dicas também podem ser seguidas para diminuir os riscos dos acidentes. A ONG Criança Segura traz muitas delas, voltadas para a prevenção de acidentes nas crianças.
No Acta
660 - O colar de âmbar

sexta-feira, 15 de maio de 2015

738 - De Semmelweis aos dias atuais

Há 168 anos...
"A partir de hoje, 15 de maio de 1847, todo estudante ou médico, é obrigado, antes de entrar nas salas da clínica obstétrica, a lavar as mãos, com uma solução de ácido clórico, na bacia colocada na entrada. Esta disposição vigorará para todos, sem exceção". ~ Semmelweis
Semmelweis e a queda na mortalidade materna após a lavagem das mãos
Leitura recomendada: Semmelweis: uma história para reflexão, por Dr. Antonio Tadeu Fernandes
Segurança do paciente e prevenção de infecção hospitalar
Foi provado – e continua valendo até os dias atuais – que a higienização das mãos dos profissionais que lidam com os pacientes é a medida mais eficaz (e também a mais econômica) para a prevenção dos eventos adversos (que comprometem a segurança dos pacientes internados), sem desprezar, obviamente, o conjunto das demais (técnica adequada nos procedimentos invasivos, pressupostos de esterilização e desinfecção, precauções de isolamento, uso racional de antibióticos etc.). [...] É dentro deste contexto que se apela a todos os colegas médicos para que, ao lado das suas boas práticas, não deixem, também, de aderir sempre a todas as medidas que visem à prevenção das infecções nosocomiais, a partir daquela que é a mais simples, econômica e eficaz: a higienização das mãos, com água e sabão ou com álcool a 70%, mesmo que vá usar luva. Os seus pacientes lhe serão agradecidos. ~ Eduilton Girão (Informativo do CREMEC, nº. 107)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

737 - Como tratar laringites

Perder a voz para a laringite é uma coisa que ninguém quer experimentar. Embora as laringites sejam quase todas causadas por vírus, portanto muito comuns, algumas medidas podem ajudar a reduzir os sintomas da doença.
1 Tratando a doença em casa
1. 1 Faça gargarejos para matar as bactérias. Além dos vírus, algumas bactérias podem causar laringites, então você poderá combater esses agentes usando água para eliminá-los. O gargarejo também ajuda a umidificar a faringe. Coloque meia colher de sopa de sal em uma xícara de água morna e faça gargarejos duas ou três vezes ao dia. Misture partes iguais de vinagre e água e faça o gargarejo de três a quatro vezes ao dia. O sabor pode ser bastante forte, mas o ácido do vinagre ajuda a desestabilizar o ambiente em que as bactérias crescem. O suco de limão também é indicado, mas tomá-lo puro pode ser forte demais. Tente misturar o suco com água morna e fazer gargarejos duas vezes ao dia.
1. 2 Mantenha-se hidratado. Possivelmente, o melhor remédio para a laringite é a água, ajudando a manter o seu corpo bem hidratado. Então beba! A água em temperatura ambiente é melhor para quando se está doente, pois causa menos impacto aos receptores de temperatura e ao sistema nervoso.
1. 3 Descanse sua voz. Uma das causas da laringite é a sobrecarga nas cordas vocais, então utilize-as pouco. Ao contrário da crença popular, sussurrar não é a solução. É melhor simplesmente evitar falar e, quando necessário, fale em tons mais suaves, menos irritantes para sua garganta.
1. 4 Umidifique sua garganta. O alho é um remédio antigo para as laringites. Coloque um dente de alho na boca, e tente chupá-lo até que você não consiga mais tolerar o gosto. Isso ajuda a produzir muita saliva e libera alguns antimicrobianos naturais da planta que ajudam na resolução. Gengibre também é um ótimo recurso. Você pode comer alguns blocos de gengibre cortados, que são produtores de saliva e ricos em anti-inflamatórios naturais para a laringe. As tradicionais pastilhas para dor de garganta também são boas opções. Algumas são formuladas com mel, limão, própolis, gengibre, menta e auxiliam no alívio da dor e na produção de saliva.
2 Evitando os irritantes
2. 1 Fique longe de drogas e álcool. Fumaça de cigarro ou drogas inaladas podem causar irritação intensa na garganta, piorando muito a laringite. O álcool funciona causando desidratação, deixando a laringe seca e piorando o quadro.
2. 2 Evite poeira e ambientes sujos. A inalação de partículas de pó podem, literalmente, "arranhar" a garganta. Tente ficar em ambientes limpos.
2. 3 Evite "pigarrear". Embora seja algo extremamente tentador para dar a sensação de limpeza na garganta e de retomada da voz, os pigarros forçam a laringe.
2. 4 Evite lugares secos. Sua garganta precisa de lugares úmidos, então evite ligar aquecedores e criar ambientes que removam a umidade natural do ar. Em casos de climas muito secos, você poderá comprar um umidificador para a sua casa.
2. 5 Fique longe da cafeína. Isso significa evitar beber café, refrigerantes, energéticos e chás. A cafeína desidrata a garganta, e não queremos que isso aconteça. As versões dessas bebidas sem cafeína são toleráveis.
3 Procure um Médico
3. 1 Caso os sintomas não se resolvam em poucos dias ou estejam causando falta de ar, procure um médico. Fique atento especialmente às laringites nas crianças, porque suas vias aéreas são muito pequenas e pequenos edemas na laringe já podem ser motivo de grandes repercussões na respiração, podendo até mesmo causar asfixia. Sempre procure um médico nesses casos.
3. 2 Uso de corticóides. Se você estiver precisando retomar a voz urgentemente, em caso de uma apresentação, palestra ou trabalho, o médico poderá prescrever corticóides que auxiliam na redução da inflamação da laringe.
3.3 Associação com Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Esta doença faz com que haja refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago. A condição pode ser tão intensa a ponto de atingir as vias aéreas superiores, causando dano na laringe. A DRGE, portanto, causa laringites recorrentes e precisa ser identificada e tratada individualmente. Se você tem DRGE, consulte um médico para obter o tratamento adequado.
3. 4 Em caso de sintomas persistentes, procure ajuda. Se a laringite não se resolver em alguns dias (5 a 7 dias), busque atendimento. Você pode ter uma doença associada ou outra doença, que podem exigir tratamentos diferentes da laringite.
Dicas
Como em muitas outras doenças, o repouso é também remédio. Durma e descanse bastante, e se possível, tire folga do trabalho ou da escola.
Tome cuidado com a sua voz depois que se recuperar da laringite. Se a causa tiver sido abuso da voz, você poderá ter novos episódios.
Não faça uso de auto-medicação, e evite principalmente o uso de antibióticos por conta própria.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

736 - Paracetamol inibe a dor, mas também as emoções

Um estudo recente demonstrou que o paracetamol (acetaminofen), popular remédio contra a dor,
também pode tornar as pessoas insensíveis a emoções positivas e negativas.
Em uma experiência randomizada e controlada, 85 pessoas tomaram 1.000 miligramas de paracetamol ou um placebo. Uma hora depois, os investigadores apresentaram-lhes 40 imagens em sequência aleatória. As imagens eram muito agradáveis (por exemplo, crianças a rir com gatinhos num parque), neutras (espaguete em cima de uma mesa) ou muito desagradáveis (uma vaso sanitário cheio de excrementos). O estudo foi publicado online na revista Psychological Science.
Os participantes que tomaram paracetamol estavam 20% menos propensos a classificar as imagens como sendo muito desagradáveis e 10% menos propensos a classificá-las como bastante agradáveis, em comparação com os que tomaram placebo.
Embora os mecanismos permaneçam incertos, pesquisas anteriores sugeriram que o paracetamol reduz a dor agindo no lobo da  ínsula (imagem), parte do cérebro que influencia as emoções sociais, entre outras funções.
«Não queremos dar conselhos sobre o uso do paracetamol. Essas diferenças são modestas e foram obtidas num ambiente muito controlado. Recomendamos seguir o conselho do seu médico para o controle da dor com o paracetamol», afirmou Geoffrey R.O. Durso, doutor em Psicologia Social da Universidade Estadual de Ohio.
Durso também planeja realizar estudos para investigar se outros analgésicos, como o ibuprofeno e a aspirina, têm o mesmo efeito.

terça-feira, 5 de maio de 2015

735 - Médicos usam impressoras 3D para salvar a vida de crianças

Em um novo marco na impressão em 3D, médicos estadunidenses foram capazes de salvar a vida de três crianças que sofrem de uma doença respiratória fatal.
Três bebês que estavam à beira da morte por uma traqueobroncomalácia, um transtorno incurável que provoca o colapso da traqueia, tiveram talas aplicadas que lhes permitiram recuperar e respirar normalmente - segundo o estudo publicado nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.
Os pesquisadores usaram tomografias computadorizadas das vias respiratórias das crianças para criar talas de policaprolactona, um material concebido para expandir à medida que suas vias respiratórias fossem crescendo. Suturadas por fora da traquéia, passaram a dar sustentação ao tubo traqueal (como stents externos).
Embora a técnica ainda não tenha sido oficialmente aprovada nos Estados Unidos, esses dispositivos personalizados, criados por uma impressora 3D, receberam uma exceção médica de emergência para estes casos particulares e ainda são considerados de alto risco.
Kaiba Gionfriddo, o primeiro que recebeu o tratamento, tinha três meses de idade quando passou pela cirurgia. Agora, ele é uma criança saudável de três anos que vai à pré-escola, disseram os pesquisadores.
As outras duas crianças tinham cinco e 16 meses quando foram submetidas à operação. Eles passam bem e não sofreram complicações.
"Esta é a primeira cura para a doença", afirmou o principal autor do estudo, Glenn Green, professor de otorrinolaringologia pediátrica do Hospital Infantil C.S. Mott da Universidade de Michigan.
Cerca de uma em cada 2.000 crianças nasce com traqueobroncomalácia em todo o mundo, explicou Green.
Referências
Doctors use 3-D printing to help a baby breathe
Vídeo: 3D Technology for Surgery

sábado, 2 de maio de 2015

734 - A mais antiga múmia budista

Esta estátua de Buda contém restos humanos de um monge que provavelmente viveu por volta de 1100.
Na figura da direita – com R-X  – um esqueleto em posição de lótus é claramente visível,
Há órgãos internos que foram retirados e muitas camadas de papel com caracteres chineses foram colocadas ao redor do corpo para estabilizá-lo.
De acordo com pesquisadores, pode ser a mais antiga múmia desse tipo. Acredita-se que o monge tenha auto-aplicado uma prática extremamente dolorosa chamada Sokushinbutsu.
Este procedimento, que remonta ao sacerdote Kuukai falecido em 835, associa-se a uma dieta radical para negar a si mesmo e alcançar a fase final da Iluminação.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

733 - As vacinas funcionam!

Mortes por não vacinar
Segundo a Unicef estes são os números anuais de mortes por enfermidades que seriam evitadas por vacinas em todo o mundo:
Não obstante os comprovados benefícios das vacinas, muitas pessoas desconhecem como elas funcionam e inclusive desconfiam de sua ação. As vacinas sempre são mais seguras do que as enfermidades infecciosas que elas protegem. Contra algumas dessas enfermidades não há sequer tratamento efetivo, e as vacinas são a única opção para lutar contra elas.
As vacinas salvam milhões de vidas.
Cartoon
Vídeo
675 - As vacinas funcionam!

domingo, 26 de abril de 2015

732 - A mudança no uso do tabaco por escolares nos EUA

O uso do cigarro eletrônico (e-cigarette) entre os jovens já ultrapassou o uso do cigarro tradicional, pela primeira vez, de acordo com dados recém-divulgados pelos Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos.
Embora o uso do cigarro esteja em baixa entre os jovens, isso não significa que menos adolescentes estejam consumindo tabaco. O aumento do uso do narguilé e dos cigarros eletrônicos - que produzem vapor em vez de fumaça, mas que ainda contêm nicotina - vem anulando o declínio no consumo dos cigarros tradicionais pelos jovens.
O estudo, publicado no Morbidity and Mortality Weekly Report, identificou uma grande mudança no uso do tabaco por eles. Nos últimos anos, os cigarros tradicionais, que  sempre foram a forma mais popular de tabaco, caíram para o terceiro lugar. Entre os estudantes do ensino médio, 9,2 por cento disseram que tinham fumado um cigarro no mês que antecedeu o estudo, em comparação com 13,4 por cento que disseram que tinha fumado um e-cigarette e 9,4 por cento que tinham fumado o narguilé.
"E-cigarettes são baratos e altamente disponíveis, vêm em sabores apelativos para a juventude, e são novidade. Então, não é surpresa que os jovens procurem experimentá-los. A experimentação é da natureza de uma pessoa jovem" disse Robin Koval, CEO e presidente da organização Legay for Health, ao site The Huffington Post.
A Food and Drug Administration (FDA), que regula a venda e comercialização de cigarros tradicionais, bem como de muitos outros produtos, atualmente não tem autoridade sobre os cigarros eletrônicos e o narguilé. Em abril de 2014, propôs estender a sua autoridade de regulamentação a esses produtos, mas a regra ainda precisa entrar em vigor.
Tom Frieden, diretor do CDC, disse que os jovens acreditam amplamente - e de forma imprecisa - que estes produtos são de alguma forma mais seguros do que os cigarros tradicionais. "A nicotina é perigosa para crianças e adolescentes de qualquer idade", disse ele. "O cérebro humano ainda está em desenvolvimento durante esses anos, e o uso de nicotina está associado com o retardo do processo cognitivo".
Os defensores da saúde pública estão agora dirigindo o foco para as regras propostas pela FDA a serem implantadas em breve. Para Villanti, diretor associado do Schroeder Institute for Tobacco Research and Policy Studies,"somos sempre os azarões na luta contra o Big Tobacco. Eles vão montar desafios legais a qualquer coisa que o FDA coloque em sua frente, mas isso não é uma razão pela qual não sigamos essas regras."
Fonte
E-Cigarettes Are Now More Popular With Young People Than Regular Cigarettes, por Jesse Rifkin. In: HUFFPOST
Leitura complementar
Comparação dos anos escolares Brasil-EUA. VIVER NOS EUA
267 - O uso do narguilé, Acta Pulmonale
352 - A moda do cigarro eletrônico, Acta Pulmonale
632 - As conclusões da AHA sobre os cigarros eletrônicos, Acta Pulmonale

quinta-feira, 23 de abril de 2015

731 - Dez sinais de câncer frequentemente ignorados

Ao longo da vida, o nosso risco de desenvolver câncer é influenciado pela nossa exposição a diversos fatores. Produtos químicos, radiação e estilo de vida podem aumentar as probabilidades contra nós.
Uma pesquisa da organização Cancer Research UK listou dez sintomas de câncer que muitas vezes são ignorados pelos cidadãos britânicos. A ONG diz que isso pode atrasar possíveis diagnósticos da doença.
Veja abaixo os sintomas e a que tipo de câncer eles podem estar relacionados:
  • Tosse e rouquidão (câncer de pulmão)
  • Aparecimento de caroços pelo corpo (dependendo da região do corpo, pode indicar câncer)
  • Mudança nos hábitos intestinais (câncer de intestino)
  • Alteração nos hábitos urinários (câncer de bexiga) 
  • Perda de peso inexplicável (pode estar ligada a diversos tipos da doença)
  • Dor inexplicável (pode indicar vários tipos de câncer)
  • Sangramento inexplicável (pode estar ligado a cânceres de intestino, de medula ou de vulva)
  • Ferida que não cicatriza (pode estar ligada a diversas tipos da doença)
  • Dificuldade de engolir (câncer de esôfago)
  • Mudança na aparência de uma verruga (câncer de pele)
De acordo com a Cancer Research UK, muitas pessoas tendem a achar que sintomas como esses são triviais e, por isso, não procuram seus médicos.
Outro fator que motivaria os britânicos a não procurar ajuda seria o receio de "desperdiçar" o tempo dos médicos com esse tipo de suspeitas.
Os pesquisadores da entidade entrevistaram 1.700 pessoas com mais de 50 anos de idade. Mais da metade (52%) afirmou ter sentido ao menos um dos sintomas nos três meses anteriores à pesquisa.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

730 - O método mais fácil para estimar o volume intranasal

Uma forma de medir o volume intranasal de uma pessoa é realizar uma ressonância magnética do crânio e, em seguida, analisar os dados resultantes em um software de imagem volumétrica computadorizada .
Mas será que existe uma maneira mais fácil?
Sim, existe. Leia este trabalho:
Size of nostril opening as a measure of intranasal volume. In: Physiology and Behavior. Volumes 110–111, fevereiro de 2013, páginas 3–5
Conclusão
"No presente estudo, exploramos a relação entre o volume intranasal e o tamanho das aberturas das narinas com o objetivo de usar a medição delas como um potencial preditor do volume intranasal. Os nossos resultados sugerem que o volume intranasal está correlacionado positivamente com as aberturas das narinas. Em conclusão, é possível obter uma boa estimativa do volume intranasal utilizando as medições das aberturas das narinas."
Os tamanhos das várias partes do corpo tendem a se correlacionar em um mesmo indivíduo. Por exemplo, um indivíduo alto com pernas longas tende também a ter braços longos.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

729 - Os resultados das pesquisas nos meios de comunicação

Em 2003, em um artigo na revista JAMA (Journal of American Medicine) pesquisadores escreveram algo que deveria mudar a forma como você recebe as notícias médicas. Eles revisaram 101 estudos, publicados nas principais revistas científicas entre 1979 e 1983, que anunciavam como muito promissora uma nova terapia ou uma nova tecnologia médica . Apenas cinco, descobriram eles, haviam chegado ao mercado dentro de uma década. E apenas um, formado pelo grupo dos inibidores da ECA (enzima conversora da angiotensina), ainda era amplamente utilizado no momento da revisão.
"Há uma grande, grande diferença entre a forma como a mídia pensa sobre as notícias e como os cientistas pensam sobre notícias," Naomi Oreskes , um professor de Harvard da história da ciência, me disse recentemente em uma entrevista:
"Para você, o que faz ser notícia é o que há de novo – o que cria um viés nos meios de comunicação em sua busca pelos resultados novíssimos. Em meu ponto de vista, os resultados novíssimos com maior probabilidade vão estar errados."
This is why you shouldn’t believe that exciting new medical study, por Julia Belluz. In; Vox, 23/03/2015
Tudo o que comemos pode causar ou prevenir câncer

Atualização
Esta nota foi republicada, em 22/05/2015, no Jornal GGN. Foi comentada por 3 leitores do portal.

terça-feira, 14 de abril de 2015

728 - Pneumocistose

A pneumocistose é uma infecção oportunista causada pelo fungo unicelular Pneumocystis jirovecii (antes referido como Pneumocystis carinii). Acomete, em geral, pessoas imunodeprimidas por AIDS, por alguns cânceres ou pessoas que estão sob algumas medicações que afetam o sistema imune.
Os sintomas da pneumocistose são febre, tosse seca (não produtiva, porque o escarro é muito viscoso para a tosse se tornar produtiva), dispneia, perda ponderal e suores noturnos. Além do pulmão, o fungo pode eventualmente invadir outros orgãos como o figado, o baço e os rins.
Suspeita-se da enfermidade na presença de febre e tosse seca em pacientes imunocomprometidos. Alterações pulmonares na radiografia de tórax, como infiltrados intersticiais difusos, uma desidrogenase lática aumentada no soro e uma hipoxemia mostrada pela gasometria arterial também reforçam a suspeita.
O diagnóstico é confirmado pela identificação do parasita (imagem) no escarro, em lavado brônquico ou em biopsia do parênquima pulmonar.
Pneumocystis jirovecii, formerly known as Pneumocystis carinii, is present in this lung impression smear, using Giemsa stain.Pneumocystis jirovecii, is found in the environment, as well as in the lungs of healthy humans and animals, causing disease in immunosuppressed individuals, and is arguably the most important cause of pneumonia in the immunocompromised host.
O tratamento é realizado com medicamentos específicos que atuam contra o microorganismo, classicamente o co-trimoxazol (trimetoprim-sulfametoxazo). É comum a administração concomitante de corticoterapia para atenuar a reação inflamatória. Outras medicações usadas, quer isoladamente quer combinadas, são a pentamida, a dapsona, a primaquina, a clindamicina, entre outras. O tratamento tem geralmente a duração de 21 dias.
Mesmo com o tratamento a doença tem uma letalidade entre 10 e 30 por cento. Para prevenir a sua recorrência, os doentes com AIDS em que a pneumonia por Pneumocystis foi tratada com êxito usam profilaticamente o co-trimexazol ou a pentadimina em aerossol.
Carta do pneumologista Carlos Alberto de Castro Pereira ao editor do Jornal Brasileiro de Pneumologia
Senhor Editor:
A surpresa está na página 1475 da edição 2004 do Current Medical Diagnosis and Teatment: Pneumocystosis (Pneumocystis jiroveci Pneumonia). Nas considerações gerais o autor do capitulo diz que o Pneumocystis carinii é um fungo que foi encontrado nos pulmões de uma variedade de animais selvagens e domesticados e que o Pneumocystis jiroveci, a espécie que afeta os humanos, é distribuída mundialmente. A fonte citada destas afirmações é um artigo de Stringer Jr e col, publicado em 2002.
Senhor Editor: P. carinii foi primeiramente descrito em 1909 por Carlos Chagas, que o confundiu com uma forma cística de Trypanosoma cruzi em um cobaio experimentalmente infectado com T. cruzi. Em 1910, o ítalo-brasileiro, Antonio Carini observou cistos semelhantes em ratos com tripanossomíase experimental, mas ele suspeitou que os cistos eram de um agente desconhecido. Ele enviou amostras a seu colega Laveran, do Instituto Pasteur, para exames. Em 1912, os estudantes de Laveran e Delanoe, encontram cistos semelhantes em ratos livres de Trypanossoma e chamaram o novo agente de P.carinii, em homenagem ao pesquisador brasileiro.
Senhor Editor: P. carinii foi inicialmente associado com pneumonia clínica em humanos logo após a Segunda Guerra Mundial em órfãos europeus desnutridos e submetidos a aglomerações. Daquela época até os anos 80, a pneumonia por P. carinii era incomum, ocorrendo primeiramente em pacientes imunocomprometidos por terapia para o câncer ou deficiências imunológicas congênitas. Sua incidência então subiu acentuadamente, coincidindo com o surgimento da AIDS.
Senhor Editor: Técnicas elaboradas de biologia molecular na última década, por análise de DNA, demonstraram que o Pneumocystis é um fungo, embora impar, não tendo ergosterol e sendo de difícil crescimento em cultura. Logo após a classificação apropriada do Pneumocystis, estudos adicionais de DNA mostraram que os Pneumocystis de diversas espécies são bastante diferentes, o que levou Frenkel em 1999 a propor o nome P.jiroveci, em homenagem ao parasitologista tcheco Otto Jirovec, a quem o autor credita a descrição do agente em humanos. O artigo de Stringer fortalece a sugestão de Frenkel, e o nome foi adotado por este popular livro de medicina.
Senhor Editor: Em uma carta à revista onde Stringer e cols sugeriram a mudança de nome, Walter T. Hughes, do Tennesee, questiona esta sugestão, com base em duas afirmações: 1) O arrazoado para a escolha de jiroveci não é convincente. O código Internacional de Nomenclatura Botânica afirma que a nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade de publicação e; 2) a publicação de Jirovec em 1952 não foi a primeira a relatar a infecção por P.carinii em pulmões humanos, o que foi feito em 1942 por dois investigadores alemães.
Continuemos com Antonio Carini. Lembram da recente discussão Santos Dumont vs irmãos Whight?
CAC Pereira
Jornal Brasileiro de Pneumologia
Print version ISSN 1806-3713
J. bras. pneumol. vol.30 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2004
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132004000100017

sábado, 11 de abril de 2015

727 - Alimentos Regionais Brasileiros

Ministério da Saúde lança livro que estimula o consumo de alimentos saudáveis
Somente um quarto dos brasileiros consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendadas pela OMS. O livro "Alimentos Regionais Brasileiros" traz dicas saudáveis da culinária brasileira.
 Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, que este ano tem como tema a alimentação, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta terça-feira (7/4) o livro "Alimentos Regionais Brasileiros", com informações sobre comidas típicas de cada região e dicas de como cozinhar para obter mais saúde.
O principal objetivo desse livro, portanto, é estimular a população para o consumo de alimentos saudáveis que, reduzindo a obesidade, o diabetes, a hipertensão e outras doenças, promovam a saúde e melhorem a qualidade de vida dos brasileiros.
Confira aqui a apresentação do livro pelo ministro da Saúde.
Em arquivos PDF: 1) O livro Alimentos Regionais Brasileiros e 2) O material da  campanha Dia Mundial da Saúde 2015.
(assunto lembrado pelo colaborador Fernando Gurgel Filho)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

726 - A fala dos gêmeos

As gêmeas Grace e Virginia Kennedy cresceram em San Diego, California, nos anos 70. Com a idade de seis anos não sabiam falar inglês, porém, conversavam entre si em uma língua aparentemente complexa e que era incompreensível para as demais pessoas. A esse tempo, seus pais buscaram a ajuda profissional. O que descobriram causou uma grande sensação na mídia, provocando manchetes do tipo:
GÊMEAS INVENTAM UM IDIOMA PRÓPRIO
Os linguistas ficaram fascinados com estas duas pequenas sábias e, assim como os antropólogos quando estudam uma cultura indígena, passaram a investigar as regras de acesso ao idioma de Grace e Virginia, uma sociedade de duas pessoas.
Mas, depois de estudar minuciosamente as gêmeas, uma história diferente foi dada a conhecer: eram duas crianças muito isoladas que sofriam da falta de estímulos mentais e de contato social. Como, na infância, se lhes haviam diagnosticado – erroneamente – insuficiência mental (posteriormente se descobriu que tinham o QI normal), elas nunca foram matriculadas em escolas e raramente saíam de casa. Na maior parte do tempo, eram criadas por uma avó que raramente falava com elas – e só o fazia em alemão! Desprovidas da atenção dos adultos e da companhia de outras crianças, e inclusive de informações sobre o mundo exterior, o idioma inventado por Grace e Virginia preenchia-lhes um grande vazio.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que essa língua, que aparentava ter uma construção engenhosa, não era mais do que uma mistura de palavras em ingês a que faltavam uma gramática e uma sintaxe consistentes. Com a ajuda de terapeutas da fala, as meninas finalmente aprenderam a falar inglês, mas nunca com a fluência das crianças de sua idade e de uma maneira que pudessem integrar-se plenamente na sociedade.
Felizmente, a maioria dos gêmeos se salva desse destino trágico, já que eles estão suficientemente expostos a sua língua materna, a qual vai predominar sobre a fala dos gêmeos. A fala dos gêmeos não tem a complexidade necessária para funcionar no mundo exterior e, por isso, a maioria dos gêmeos criptofásicos tende a abandonar a sua "língua secreta" com cerca de três anos de idade.
Criptofasia
A linguagem secreta das irmãs Kennedy, provavelmente, não teria evoluído se elas não fossem gêmeas. Acontece que a fala dos gêmeos não é incomum. Este fenômeno, também chamado de criptofasia, é uma linguagem desenvolvida pelos gêmeos na primeira infância e falada por eles sozinhos.
A maioria dos jovens cria alguns códigos e gírias para se comunicarem secretamente sob os narizes dos adultos. Como os gêmeos passam muito tempo juntos desde o nascimento e apresentam o desenvolvimento da linguagem afinado, são particularmente suscetíveis de inventar uma linguagem própria que exclui as demais pessoas. Acredita-se que a criptofasia ocorra em quase 50% dos gêmeos (idênticos e fraternais).
Uma análise mais aprofundada revela que, em quase todos os casos, a criptofasia consiste numa pronúncia errônea da língua materna em crianças de 1-2 anos. Embora seja na fase em que isso também acontece a outras crianças, como os gêmeos podem entender um ao outro, eles tenderão a fortalecer esses erros se a língua materna não for praticada ao redor deles. Em casos excepcionais, como o das irmãs Kennedy na década de 1970, a fala dos gêmeos pode desenvolver-se ainda mais em detrimento da língua materna.
Extraído de: Gemelos e idiomas secretos, por John-Erik Jordan. In: Babbel

domingo, 5 de abril de 2015

725 - Como os pulmões funcionam?

Muitos de nós temos centenas de coisas em mente a cada momento. É um grande esforço lembrarmo-nos de tudo que temos de fazer. Mas, felizmente, há uma coisa importante que não temos de nos preocupar em lembrar: respirar.
Quando respiramos, transportamos oxigênio para as células do corpo para mantê-las ativas e precisamos limpar do nosso corpo o dióxido de carbono que essa atividade gera. Respirar, em outras palavras, mantém o corpo vivo.
Como é que cumprimos esta crucial e complexa tarefa sem ao menos pensarmos nisso?
A resposta está em nosso sistema respiratório. Como qualquer máquina, este sistema consiste de componentes especializados e requer um gatilho para funcionar. Aqui, os componentes são as estruturas e tecidos que compõem os pulmões, assim como o são os outros órgãos ligados a eles. E para pôr esta máquina em movimento, precisamos do sistema nervoso autônomo, o centro cerebral de controle inconsciente para as nossas funções vitais.
Comandando os pulmões para inspirar o ar rico em oxigênio, este sistema envia um sinal aos músculos em volta dos pulmões, abaixando o diafragma e contraindo os músculos intercostais (entre as costelas) de modo a criar mais espaço para os pulmões se expandirem. O ar então entra pelo nariz e pela boca, através da traqueia, para os brônquios que partem da base da traqueia entram em cada pulmão. Como ramos, estes tubinhos dividem-se em milhares de passagens menores chamadas bronquíolos. É tentador pensar nos pulmões como enormes balões, mas em vez de serem ocos, são na verdade esponjosos no interior, com os bronquíolos a correr ao longo do parênquima. No fim de cada bronquíolo está um pequeno saco de ar chamado alvéolo, cercado por capilares cheios de glóbulos vermelhos que contêm uma proteína especial chamada hemoglobina.
O ar que inspiramos preenche esses sacos, causando o enchimento dos pulmões. É aqui que ocorrem as trocas gasosas. Neste ponto, os capilares estão cheios de dióxido de carbono, e os sacos de ar estão cheios de oxigênio. Mas, devido a um processo básico de difusão, as moléculas de cada gás movem-se para os locais onde estão em menor concentração. Então, quando o oxigênio atravessa para os capilares, a hemoglobina capta-o, enquanto o dióxido de carbono é descarregado para os alvéolos. A hemoglobina rica em oxigênio é em seguida transportada por todo o corpo através da corrente sanguínea.
Mas, o que fazem os nossos pulmões com todo aquele dióxido de carbono? Expiram-no, claro. O sistema nervoso autônomo atua novamente, ocasionando a subida do diafragma e o relaxamento dos músculos intercostais, tornando menor a cavidade torácica e forçando a compressão dos pulmões. O ar rico em dióxido de carbono é expelido, e o ciclo começa novamente.
É assim que estes órgãos esponjosos mantêm o nosso corpo eficientemente abastecido de ar. Os pulmões inspiram e expiram entre 15 e 25 vezes por minuto, o que acumula uns incríveis 10 000 litros de ar por dia. É muito trabalho, mas não se preocupe. Os seus pulmões e sistema nervoso autônomo tomam conta do assunto.
(transcrito e revisado por Paulo Gurgel)