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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

1380 - Pesquisa no campo da imunologia para a cura do câncer

Uma descoberta no campo da oncologia tem trazido otimismo para a cura do câncer. Uma vacina contra a doença está em desenvolvimento clínico em diferentes centros de pesquisa do mundo. Alguns voluntários já estão participando de testes clínicos em vários países, inclusive aqui no Brasil.
No Ceará, a pesquisa está sendo coordenada pelo médico Eduardo Cronemberger e conduzida pela equipe de pesquisa clínica do Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio), em uma parceria internacional com os laboratórios MSD e Moderna.
O estudo, que se encontra em fase de recrutamento, é destinado para pacientes com câncer de pulmão, e todos os participantes irão receber doses de medicamento usado no tratamento imunoterápico da doença.
O médico Eduardo Cronemberger, explica que a vacina (que é personalizada) funciona como um "treinamento" para o sistema imunológico, semelhante à tecnologia das vacinas de RNA mensageiro (mRNA) para a prevenção da Covid-19.
Fonte: Rafael Santana, Jornal O POVO, Notícia. Acessado em 19/09/2024
 
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

1132 - A rede imunossensorial-imunológica

  • Células que "provam" o perigo desencadeiam respostas imunológicas.
  • Receptores de paladar e olfato em órgãos inesperados monitoram o estado da saúde microbiana natural do corpo e disparam um alarme contra parasitas invasores.
  • Células com receptores gustativos se desenvolvem em pulmões de animais infectados com influenza. Ao "provar" a presença de certos patógenos, essas células podem atuar como sentinelas do sistema imunológico.
Quando o imunologista De'Broski Herbert, da Universidade da Pensilvânia, examinou profundamente os pulmões de ratos infectados com influenza, ele pensou que estava vendo coisas. Ele encontrou uma célula de aparência estranha que estava repleta de receptores para o sabor. Ele lembrou que parecia uma célula de tufo - um tipo de célula mais frequentemente associado ao revestimento do intestino. Mas o que uma célula coberta com receptores gustativos estaria fazendo nos pulmões? E por que ela aparecia apenas em resposta a um ataque severo de influenza?
Herbert não estava sozinho em sua perplexidade com esse misterioso e pouco estudado grupo de células que apareciam em lugares inesperados, desde o timo (uma pequena glândula no peito onde as células T que combatem patógenos amadurecem) até o pâncreas. Os cientistas estão apenas começando a entendê-las, mas está gradualmente se tornando claro que as células de tufos são um importante centro para as defesas do corpo, precisamente porque elas podem se comunicar com o sistema imunológico e outros conjuntos de tecidos e porque seus receptores gustativos permitem identificar ameaças que ainda são invisíveis para outras células imunológicas.
Pesquisadores de todo o mundo estão traçando as raízes evolutivas antigas que os receptores olfativos e palatáveis ​​(coletivamente chamados receptores quimiossensoriais) compartilham com o sistema imunológico. Uma enxurrada de trabalho nos últimos anos mostra que seus caminhos se cruzam com muito mais frequência do que se previa e que essa rede imunossensorial-imunológica desempenha um papel não apenas na infecção, mas também no câncer e em outras doenças.
Esse sistema, diz Richard Locksley, imunologista da Universidade da Califórnia, em San Francisco, ajuda a direcionar uma resposta sistemática a possíveis perigos em todo o corpo. Uma pesquisa focada nas interações da célula de tufo poderia oferecer um vislumbre de como os sistemas orgânicos funcionam juntos. Ele descreve as perspectivas do que poderia vir dos estudos desses receptores e células como "empolgantes", mas alerta que "ainda estamos nos primeiros dias" para descobrir isso.
Ler o texto completo em: Cells That "Taste" Danger Set Off Immune Responses, em Quanta Magazine

domingo, 24 de maio de 2015

741 - A "amnésia imunológica" do sarampo

Já se sabia que o vírus do sarampo abala o sistema imunológico das crianças temporariamente, deixando-as expostas ao contágio de outras doenças oportunistas. Até agora, os cientistas acreditavam que essa vulnerabilidade se estendia por um ou dois meses após a infecção. Mas um novo estudo mostra que o sarampo pode enfraquecer as defesas do organismo das crianças por até três anos — deixando-as altamente suscetíveis a outras doenças mortais ao longo desse tempo. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Princeton (Estados Unidos), foi publicado neste mês (dia 8) na revista Science.
Com base nas conclusões do artigo, os autores afirmam que a vacinação contra o sarampo não oferece proteção apenas contra o vírus dessa doença, mas também impede que diversas outras doenças infecciosas tirem proveito do enfraquecimento do sistema imunológico causado por ela. De acordo com eles, a descoberta ajuda a explicar porque as campanhas de vacinação contra o sarampo têm impedido muito mais mortes do que se previa.
Para o autor principal do artigo, Michael Mina, da Universidade Emory, que participou do estudo como pesquisador pós-doutorando em Princeton, "o sarampo acaba aumentando a predisposição das pessoas às doenças mais prevalentes na população".
— Na maior parte, são infecções respiratórias bacterianas, como a pneumonia, a sepse, a bronquite e a bronquiolite. Mas o sarampo também abre caminho, em menor número, para doenças como diarreia e disenteria.
Segundo Mina, o estudo apresenta provas epidemiológicas de que o sarampo leva o organismo, por longo tempo, a um estado de "amnésia imunológica". As células de memória do sistema imunológico — capazes de identificar as partículas infecciosas que já tiveram contato com o organismo — são parcialmente exterminadas.
Outra dos autores do estudo, Jessica Metcalf, professora de Ecologia e Biologia Evolutiva de Princeton, disse que "já sabíamos que o sarampo ataca a memória imunológica — e que a doença enfraquece o sistema imunológico por algum tempo".
— Mas esse artigo sugere que a supressão imunológica dura muito mais do que se suspeitava. Em outras palavras, se você pegar sarampo, ao longo de três anos você poderia morrer de algo que não seria capaz de matá-lo sem a infecção por sarampo.
De acordo com Mina, a descoberta sugere que a vacinação contra o sarampo traz benefícios bem maiores que a proteção contra a própria doença. "É uma das intervenções com melhor custo benefício para a saúde global", disse ele sobre as campanhas de vacinação.
Extra dividends from measles vaccine
Science 8 May 2015: Vol. 348 no. 6235 pp. 694-699 DOI: 10.1126/science.aaa3662