segunda-feira, 30 de março de 2015

723 - O teste rápido da tuberculose

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), unidade da Secretaria da Saúde, foi habilitado pelo Ministério da Saúde para ser o coordenador da realização do teste rápido de tuberculose. Com a habilitação, o Lacen fica responsável pelo treinamento e supervisão do serviço no Estado.
O teste é feito através do equipamento Gene Xpert (foto), apto a emitir o diagnóstico laboratorial da doença em apenas duas horas, agilizando assim o início do tratamento dos pacientes bacilíferos.
O diagnóstico de tuberculose é normalmente realizado pelo exame da baciloscopia do escarro pela coloração de Ziehl-Neelsen, um exame simples que pode ser realizado em todos os laboratórios. O processo todo, desde a chegada do material a ser examinado ao laboratório até a emissão do resultado, demora entre 24 e 48 horas.
O novo equipamento tem alta sensibilidade e especificidade que diminuem as chances de um laudo falso negativo e ainda indica se o paciente tem resistência a um dos medicamentos utilizados no tratamento.
O equipamento, fornecido pelo Ministério da Saúde, está funcionando em vários hospitais e unidades: Hospital de Messejana Dr Carlos Alberto Studart Gomes; Unidade Prisional Otávio Lobo; Centro de Saúde de Sobral; Centro de Especialidades Médicas José de Alencar; Hospital Abelardo Gadelha Rocha, em Caucaia: e, em breve no Hospital São José de Doenças Infecciosas, que está em fase de recebimento e implantação da metodologia.
Na realização do exame por meio do Gene Xpert coloca-se a amostra de escarro a ser examinada em um cartucho, semelhante ao de uma impressora, o qual, em seguida, é colocada no equipamento Gene Xpert e, em 50 minutos, sai o resultado como positivo ou negativo. O teste é muito mais sensível que a baciloscopia comum, ou seja, ele detecta mais resultados positivos e ainda indica se existe resistência à rifampicina, um medicamento utilizado no tratamento da tuberculose.

sexta-feira, 27 de março de 2015

722 - Uma corrida contra uma epidemia

Crédito da imagem: FC
Em 1925, uma epidemia de difteria varreu Nome, no Alasca. O soro salva-vidas estava a milhares de quilômetros de distância, e uma nevasca estava se formando. Aviões não podiam voar nessas condições: apenas os cães poderiam chegar lá.
The Cruelest Miles
Este livro (2003), de Gay Salisbury e Laney Salisbury, relata a heróica história de homens e cães em uma corrida através do deserto do Alasca para levar o soro antidiftérico a uma população atacada pela epidemia.
No Central Park, há uma estátua de Balto, que liderou os dogsleds para Nome. Sob a qual se lê:
"Dedicado ao espírito indomável dos cães de trenó, que transportaram a antitoxina por 600 milhas, sobre o gelo áspero, através das águas traiçoeiras e das tempestades de neve do Ártico, de Nenona para o alívio de Nome."

terça-feira, 24 de março de 2015

721 - O iogurte da Ceci

Janet Jay, em Motherboard
Uma experiência ousada com um probiótico de origem humana
Cecilia Westbrook é uma estudante de MD/PhD na Universidade de Wisconsin, Madison.
Sabendo das propriedades probióticas da vagina, um dia ela brincou dizendo que iria fazer iogurte com secreções vaginais.
Mas Cecília não estava brincando. Com a curiosidade aguçada, ela começou a pesquisar a sério. Uma busca no Google foi realizada sobre o assunto: nada encontrado. Nem mesmo na literatura médica.
Então, que melhor escolha existiria do que experimentar a partir de si mesma?
Cada vagina é o lar de centenas de diferentes tipos de microrganismos. Estes organismos – coletivamente conhecidos como flora vaginal – produzem ácido láctico, peróxido de hidrogénio e outras substâncias que mantêm a vagina saudável. As bactérias predominantes na flora são os lactobacillus, que são também os que estão na cultura do leite, queijo e iogurte.
Mas Cecília não fez o iogurte apenas para ouvir algumas piadas previsíveis (sobre os benefícios da dieta eating pussy). E ela certamente não o fez porque estava com fome. Ela sabia o suficiente sobre a biologia da vagina para pensar que comer um lote de iogurte de seus sucos vaginais seria bom para ela. Sério.
Acredita-se que os probióticos, com suas bactérias amigas, quando ingeridos ajudem a manter nossos intestinos saudáveis. Certamente você já viu os anúncios de iogurtes probióticos para os seus intestinos. Mas há probióticos específicos para manter a vagina saudável, como a confirmar que lá em baixo há mais bactérias "boas" do que "más".
"Você pode tomar um probiótico por via oral e essas bactérias também irão para a vagina", diz Larry Forney, um microbiologista da Universidade de Idaho. "Assim, a idéia de comer iogurte para tratar a vagina de alguma forma funciona ".
Em teoria, de alguma maneira. E o que poderia ser mais saudável do que tomar bactérias saudáveis ​​da própria vagina?
O "método de coleta" consistiu de uma colher de pau. Ela criou um controle positivo (feito com iogurte real como cultura-mãe) e um controle negativo (leite puro sem nada adicionado), e usou seu próprio ingrediente caseiro para o terceiro lote de iogurte. Durante a noite, a magia da biologia criou uma tigela de respeitável porte.
O primeiro lote desse iogurte tinha um sabor amargo, picante e produziu um pequeno formigamento na língua. Ela comparou-o com um iogurte indiano, e comeu-o com alguns blueberries.
Mas esta não foi, ao que parece, uma idéia muito boa em tudo.
De acordo com Forney, "Quando você toma secreções vaginais, você não está apenas tomando os lactobacilos. Você está levando de tudo." E é possível que, de um dia para outro, ou de uma mulher para outra, "o que você está tomando em seu iogurte já não seja dominado por lactobacilos, mas por outras bactérias, algumas das quais patogênicas ", explica. Às vezes, esse desequilíbrio pode causar infecções fúngicas e outras infecções também desagradáveis. "É uma má idéia em geral", diz Forney. "Mas há um elemento da mesma que tem algum apelo: ela está usando bactérias de sua própria vagina".
"Uma vez que cada mulher tem um equilíbrio diferente de lactobacilos, os probióticos vaginais podem ser de utilidade questionável. Mas se uma empresa ou universidade desenvolve probióticos personalizados para a flora microbiana vaginal de uma mulher, estes seriam mais eficazes", explica Forney.
Os benefícios para a saúde de comer probióticos pessoais poderiam não ter sido tão diretos como Cecília esperava, mas, pelo menos, o seu plano teve algum mérito. "Eu gosto do que ela está fazendo, em princípio, mas é arriscado. Porque ela pode acabar com um lote ruim", diz Forney.
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA também concorda. De acordo com Theresa Eisenman, assessora de imprensa no Centro da Agência para a Nutrição e Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada", as secreções vaginais não são consideradas "alimentos" e podem transmitir doenças.
Em outras palavras, como o leite cru e certos tipos de queijo fedorento, você não vai encontrar o "Iogurte da Ceci" à venda em uma prateleira de supermercado muito em breve.
Cecilia já tinha feito um segundo lote (antes de aprender que fazer iogurte com sua flora vaginal não era uma coisa que deveria continuar fazendo). Mas, apesar do desânimo de todos, de Forney ao FDA, ela está se sentindo bem. Apenas não vai mais cultivar seus bacilos para ingeri-los.
"De certa forma, é tão óbvio. Pensar que você pode fazer iogurte com sua flora natural. Mas quem pensaria em fazê-lo? ", diz Cecília. "A feminista que há em mim, claro. Que tem algo a dizer sobre a beleza que existe em ligar o corpo à comida e explorar o poder da vagina. Parte disso é uma coisa do tipo hippie místico, mas parte também é querer ficar confortável com o próprio corpo, especialmente em uma sociedade que é tão incômoda com relação aos corpos das mulheres."
No blog EM
Um tratamento ortodoxo - 1 e 2

sábado, 21 de março de 2015

720 - À prosaica aspirina

O poeta João Cabral de Melo Neto, falecido em 1999, transcorreu parte de sua vida sob a tortura de uma terrível enxaqueca. Não foi para menos, portanto, que o pernambucano dedicou uma verdadeira ode àquilo a que ele sempre recorria para aliviar sua cefaléia e, com a cabeça mais leve, então arquitetar intrincados poemas. O seu poema "Num monumento à aspirina" produz, já pelo título, um certo estranhamento no leitor, dada a combinação, meio estrondosa, dos substantivos "monumento" e "aspirina". Pois, em geral, fazemos monumentos às coisas grandes, aos acontecimentos e personagens históricos de relevo. Mas, a um prosaico comprimido de aspirina...

Cinquenta e sete anos atrás, Joe Farris publicou seu primeiro desenho em The New YorkerAo longo dos anos, ele publicaria 269 mais. Este, ao lado, foi um deles.
Joe faleceu neste mês, aos 90 anos.

258 - Plantas que se comunicam

quarta-feira, 18 de março de 2015

719 - Luigi Galvani

O italiano Luigi Galvani nasceu em 9 de setembro de 1737, em Bolonha, a cidade em que viveu a vida quase toda.
Foi médico, professor e pesquisador, destacando-se por seus estudos sobre a bioeletricidade. Usando pernas de rãs mortas, Galvani demonstrou que a aplicação de metais nos músculos ou nos respectivo nervos poderiam fazer as pernas contrairem-se.
Seus experimentos também serviram de inspiração para o romance gótico "Frankenstein", de Mary Shelley, publicado em 1818, em que o monstro criado por um cientista adquiria vida através da aplicação de energia elétrica
Muito da personalidade de Galvani foi condicionada pelo século em que viveu. Sendo profundamente religioso, ele nunca considerou que a religião atrasasse sua pesquisa. Ao contrário, considerava que ciência e fé se auto-interpretavam.
Seus contemporâneos o descreviam como gentil, generoso e um dedicado chefe de família.
Em 1778, perdeu o cargo de professor da Universidade de Bolonha porque, por razões religiosas e princípios, ele se recusou a jurar obediência à República Cisalpina.
Ele morreu pobre, em 4 de dezembro de 1798, antes que pudesse aproveitar a pensão de sua reintegração como professor emérito da Universidade pelas suas contribuições à ciência.
O nome Galvani sobrevive nas células galvânicas, no galvanômetro e no processo chamado de galvanização. A cratera Galvani, na superfície da Lua, também foi assim nomeada em sua homenagem.
Galvani x Volta 
Dois acadêmicos italianos que, no final do século 18, ajudaram a impulsionar o mundo para a era moderna: Luigi Galvani, em Bolonha (que fazia parte dos Estados Pontifícios, o que significa que a cidade era efetivamente governada pela Igreja Católica), e Alessandro Volta, em Pavia, a cerca de 150 quilômetros de Bolonha.
Contemporâneos, ambos fascinados pela eletricidade, mas discordando entre si frontalmente no plano teórico.
Galvani tornara-se atraído pelo uso da energia elétrica nos tratamentos médicos. Ela fora usada, por exemplo, para estimular eletricamente os músculos de um homem paralítico, em 1759. Um relatório da época relatou como o estímulo impactara o paciente. O corpo do homem respondera aos estímulos elétricos. Para Galvani, isso aconteceu porque o corpo humano funciona com uma eletricidade animal, na forma fluida, que flui a partir do cérebro através dos nervos para os músculos onde produz o movimento.
Suas experiências pareciam provar que ele estava certo. Em seus experimentos com rãs, Galvani utilizou o gerador eletrostático de Hauksbee. Ele aplicou a carga da máquina, por meio de um fio de cobre, a um nervo logo acima da perna de uma rã. Assim como Galvani esperava, a perna de rã se contraiu. Ele acreditou que o fenômeno se devera a um tipo de energia elétrica que é intrínseco aos seres vivos.
Para Volta, um racional, mas também um homem religioso, a mera idéia de animais com eletricidade parecia mágica. Ele achava que tal idéia não tinha lugar na pesquisa científica. A perna da rã havia se movido, afirmou Volta, não por causa de uma eletricidade animal, mas por causa da eletricidade (produzida artificialmente e aplicada) fora da rã. Galvani, por outro lado, não podia acreditar no que Volta estava dizendo. Para Galvani, as idéias de Volta parecia incrivelmente obtusas (e contra o peso da evidência objetiva).
O debate entre os dois cientistas foi dos mais importantes e, dado a estrutura de tempo, teve conotações religiosas. Poderia o tipo de eletricidade que o homem produziu (artificialmente) ser o mesmo que Deus produzia (naturalmente)? ​​Galvani respondeu a essa pergunta "sim". Volta respondeu a essa pergunta "não", acreditando, e até mesmo a afirmando, que a ideia do oponente beirava à blasfêmia.
Quem estava certo ?

domingo, 15 de março de 2015

718 - Das colheres de medição ao soro caseiro

Aqui estão as cinco razões pelas quais estas colheres de medição são as melhores que existem:
  • São mais facilmente armazenadas e separadas do que as colheres de medição convencionais.
  • Suas extremidades estreitas cabem nos frascos de especiarias, evitando que os grãnulos sejam derramados. As extremidades redondas são para os líquidos.
  • Você pode colocar uma colher sobre o balcão que o seu conteúdo permanece nivelado.
  • Elas são feitas de plástico ABS - o mesmo material de que é feito o Lego. Em outras palavras, elas são quase indestrutíveis.
  • As diferentes cores em que são apresentadas tornam fáceis de serem lembradas ("A azul claro é uma colher de sopa").
Soro caseiro
O soro caseiro é uma tecnologia social que consiste na preparação e administração de uma solução aquosa de açúcar e sal de cozinha, recomendada para prevenir a desidratação resultante de vômitos e diarreias. Com a diarreia ou vômito ocorre perda de água e sais minerais pelo organismo. A função do soro caseiro, por via oral, é a de reposição das perdas dessas substâncias.
Para evitar erros nas concentrações de açúcar e sal na solução, a UNICEF divulga a utilização de uma colher-padrão que apresenta as medidas exatas para a preparação do soro.
O soro caseiro é preparado dissolvendo-se duas medidas rasas de açúcar (medida maior da colher-padrão) e uma medida rasa de sal (medida menor da colher-padrão) em um copo de água limpa (filtrada ou fervida).
12/08/2018 - Atualização
Já existe a colher (c/ balança) medidora digital. Pesquise no Google.

quinta-feira, 12 de março de 2015

717 - No cruzamento da astronomia com a oncologia

Novas ferramentas na luta contra o câncer
"A astronomia e a oncologia não são parceiras óbvias, mas a busca de novas estrelas e galáxias tem semelhanças surpreendentes com a busca de células cancerosas. Isto tem conduzido a novas formas de acelerar a análise de imagens na pesquisa do câncer." 
Adaptando um software de análise de imagens de uso dos astrônomos, o  PathGrid, os pesquisadores estão sendo capazes, por exemplo, de analisar as imagens de tumores para reconhecer os três tipos de células presentes nas amostras de tecidos: células cancerosas, células do sistema imunológico e células do estroma.
Assim como a identificação de objetos em astronomia revela padrões ocultos e outras informações, as informações obtidas a partir das lâminas contam aos investigadores como os diferentes tipos de células se relacionam entre si.
E a coloração das amostras para seleccionar elementos, tais como proteínas potencialmente importantes, poderá também ajudar os investigadores a identificar novos biomarcadores de utilidade no diagnóstico e no prognóstico do câncer.
Leia mais em: http://phys.org/news/2015-02-astronomy-image-analysis-algorithms-cancer.html#jCp

domingo, 8 de março de 2015

716 - Dia Internacional da Mulher

Mensagem do Conselho Federal de Medicina:
Postagem do Acta, em 8 de março de 2013:
474 - Rita Lobato (e Maria Estrela, nos comentários da postagem)

sexta-feira, 6 de março de 2015

715 - Descoberta do fóssil mais antigo do gênero "Homo"

Uma equipe de cientistas confirmou nesta quarta-feira (4) a descoberta de um fóssil de um hominídeo de 2,8 milhões de anos, que se torna assim o mais antigo encontrado até agora do gênero "Homo", ao qual pertence o homem atual.
Trata-se de parte da mandíbula de um hominídeo (foto) achada em 2013 na Etiópia, cuja análise em dois estudos publicados na revista "Science" aponta que a divisão do gênero "Homo" ocorreu quase meio milhão de anos antes do que se tinha concluído anteriormente.
Os pesquisadores indicam que o fóssil combina os traços primitivos do "Australopithecus" com as características mais modernas do "Homo", que situariam este gênero antes no tempo, pelo menos de maneira incipiente.
"Apesar de muitas buscas, os fósseis da linhagem 'Homo' de mais de 2 milhões de anos são muito raros", afirmou Brian Villmoare, da Universidade de Nevada, um dos principais cientistas envolvidos na descoberta do fóssil.
Villmoare e sua equipe estudaram a fundo a mandíbula, que conta com cinco de seus dentes intactos, e descobriram que, embora a idade e localização do fóssil o coloquem perto do "Australopithecus afarensis", sua arcada dentária coincide mais com as primeiras espécies do "Homo".
O acadêmico explicou que o período que abrange entre 2 e 3 milhões de anos é um dos que tem mais lacunas a respeito do estudo das origens do homem. "Ter uma ideia da fase mais antiga da evolução de nossa linhagem é particularmente emocionante", afirmou.

terça-feira, 3 de março de 2015

714 - Leonard Nimoy (1931-2015)


Na última sexta-feira (27/02), faleceu em sua casa em Bel Air, Los Angeles, aos 83 anos, Leonard Nimoy, o Sr. Spock, o personagem meio humano, meio vulcano de "Star Trecks" (Jornada nas Estrelas).
Nimoy sofria de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e seu estado clínico era grave há algum tempo.
Esta doença está relacionada ao tabagismo. Ele foi fumante durante décadas, mas havia abandonado o vício há mais de 30 anos. Era crítico severo do cigarro e usava a si mesmo ("Don't smoke. I did. Wish I never had."), como exemplo, para tentar conscientizar outras pessoas a largarem o vício.
Seu último tweet, de 23/02:
"Uma vida é como um jardim. Podem ser vividos momentos perfeitos, mas não conservá-los eternamente, exceto na memória."
Descanse em paz, Leonard Nimoy. Spock vive. E nele o senhor viverá para sempre.
Leitura 
Leonard Nimoy, Spock of ‘Star Trek’, dies at 83, The NYT

sábado, 28 de fevereiro de 2015

713 - Duas razões para estudar as enfermidades raras

"Un ser humano está construido en base a la información contenida en aproximadamente 20.000 genes. Cada uno de esos genes es una pieza que desde el mismo momento de la unión entre óvulo y espermatozoide comienza a funcionar para conformar lo que poco a poco irá creciendo y completándose hasta ser un ser adulto e independiente. Durante toda la vida de dicho ser, esas 20.000 instrucciones seguirán presentes: algunas estarán constantemente siendo utilizadas, otras permanecen latentes, otras se silenciarán en determinado momento; pero el ser adulto no necesitará nueva información para seguir viviendo hasta el fin de sus días. En un caso ideal, las 20.000 dosis de información contendrán un número de errores o imperfecciones lo bastante pequeño como para que el individuo lleve una vida relativamente cómoda, consiga reproducirse (si lo desea) y viva tantos años como físicamente sea posible (obviando muerte por causas accidentales). No hace falta ser matemático para imaginar que este caso ideal es altamente improbable: todos, absolutamente todos y cada uno de nosotros portamos tal cantidad de errores en nuestros genes que es más probable que ninguno encajásemos en lo que se pudiese definir como un “ser humano estándar”; como se suele decir, todos tenemos “nuestras teclas” y en cierto modo es reconfortante pensar que en realidad no existe una norma a la que nos acercamos en mayor o menor medida, sino que la especie humana conformamos un conglomerado de variedades genéticas en cuya diversidad reside un gran potencial, así como una gran belleza. Pero hay algunas de estas variedades genéticas que traen acarreados graves problemas para la salud, y su proporción en un grupo humano de gran tamaño es tan baja, que constituyen una rareza. Esto es, a grandes rasgos, lo que define a las enfermedades raras. Es fácil entender que esta “rareza” se debe, pues, a una mínima presencia comparada con otras enfermedades debidas a causas más comunes, y por eso se llaman también enfermedades minoritarias."
jindtres.blogspot.com.br

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

712 - Como assoar o nariz

Se estiver resfriado ou com alergia, assoar o nariz pode lhe ajudar a desbloquear suas vias nasais. Assoar o nariz pode parecer uma tarefa simples, mas, na verdade, existe uma maneira certa e outra errada de fazer isto. Se assoar com muita força, as coisas podem acabar piorando e você pode ficar com dor de ouvido ou contrair uma infecção dos seios da face (sinusite). Ao invés disto, assoe uma narina por vez e certifique-se de estar fazendo isto com suavidade.
Arquivo
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sábado, 21 de fevereiro de 2015

711 - Minha própria vida

por Oliver Sacks
Este artigo foi publicado originalmente no The New York Times, em 19 de fevereiro de 2015. A tradução é de Karin Hueck.
Há um mês, eu sentia que estava em boas condições de saúde, robusto até. Aos 81 anos, ainda nado uma milha por dia. Mas a minha sorte acabou – há algumas semanas, descobri que tenho diversas metástases no fígado. Nove anos atrás, encontraram um tumor raro no meu olho, um melanoma ocular. Embora a radioterapia e o laser para remover o tumor tenham me deixado cego desse olho, apenas em casos raros esse tipo de câncer dá metástases. Faço parte dos 2 por cento azarados.
Sinto-me grato por ter recebido nove anos de boa saúde e de produtividade desde o diagnóstico original, mas agora estou cara a cara com a morte. O câncer ocupa um terço do meu fígado e, apesar de ser possível desacelerar seu avanço, esse tipo de câncer não pode ser destruído.
Depende de mim escolher como levar os meses que me restam. Tenho de viver da maneira mais rica, profunda e produtiva que conseguir. Nisso, sou encorajado pelas palavras de um dos meus filósofos favoritos, David Hume, que, ao saber que estava terminalmente doente aos 65 anos, escreveu uma curta autobiografia em um único dia de abril de 1776. Ele chamou-a de "Minha Própria Vida".
"Estou agora com uma rápida deterioração. Sofro pouca dor com a minha doença e, o que é mais estranho, nunca sofri um abatimento do ânimo. Possuo o mesmo ardor de sempre para o estudo e a mesma alegria com as companhias."
Tive sorte de passar dos oitenta anos. E os 15 anos que me foram dados além da idade de Hume foram igualmente ricos em trabalho e amor. Nesse tempo, publiquei cinco livros e completei uma autobiografia (um pouco mais longa do que as poucas páginas de Hume) que será publicada nesta primavera; tenho diversos outros livros quase terminados.[...]
Siga lendo este artigo do neurologista e escritor Oliver Sacks em Glück Project.
Adeus à vida
Oliver Sacks e outras 6 despedidas belas e inspiradoras, Época
484 - A declaração pessoal de Iain Banks, Acta

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

710 - A visão super-humana em mulheres

Quando Concetta Antico levava seus alunos ao parque para uma lição de arte, ela muitas vezes apontava para uma cena, dizendo-lhes:
"Olhem para a luz sobre a água. Vocês pode ver o rosa cintilante naquela pedra? Vocês podem ver também o vermelho na borda daquela folha?"
Os alunos acenavam positivamente.
Somente anos depois, foi que ela percebeu que eles eram muito educados para dizer a verdade. As cores que ela via de forma tão vívida eram invisíveis para eles. Hoje, ela sabe que isso é o resultado de uma condição conhecida como tetracromacia. Graças à variação em um gene do cromossoma X que influencia o desenvolvimento da retina, pessoas como Concetta (12 por cento das mulheres) podem ver cores invisíveis para a maioria de nós.
www.bbc.com

Que é tetracromacia?
É a condição de possuir quatro canais independentes para receber informações de cores, ou possuir quatro tipos diferentes de células cones no olho. Em organismos tetracromatas, o espaço sensorial de cores é quadridimensional, significando que para repetir o efeito sensorial de um espectro luminoso arbitrariamente escolhido dentro de seu espectro visível é necessária a mistura de pelo menos quatro diferentes cores primárias. Sobre o tricromatismo normal em humanos, a gama de cores que podem ser feitas com estas cores primárias não cobre todas as cores possíveis.
Wikipédia

domingo, 15 de fevereiro de 2015

709 - Como espirrar em diversos idiomas

A inserção de palavras em espirros – e as nossas respostas, tais como "saúde" (Espirros. Maneiras de responder) – são hábitos culturais que desenvolvemos.
Não há nenhum imperativo biológico para expressar o espirro de uma maneira padrão em cada idioma.
Achoo (em inglês), atchoum (em francês), hakushon (em japonês), eishi (em coreano), hatschi (em alemão), atchim (em português), e assim por diante.
Para as pessoas surdas, segundo um artigo publicado no BBC News, um espirro é só um espirro. Não tem um grito associado.
Um espirro visto de frente ►
Teve sorte.
Já houve o caso de uma mulher que, depois de um espirro desses, precisou de uma neurocirurgia.
Diagnóstico: deslocamento de duas vértebras cervicais.
No Acta
175 - Uma luz sobre um reflexo
379 - Reunião com a rainha Charlotte

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

708 - Placebo x placebo

Como converter uma simples solução salina em um tratamento útil para as pessoas com a doença de Parkinson? Diga-lhes que é um medicamento que custa 100 dólares por dose. E, se quiser torná-lo ainda mais eficaz, diga-lhes que custa 1.500 dólares.
Isso foi o que uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cincinnati, nos EUA, confirmou em um estudo clínico incomum. Em vez de testar um placebo contra uma droga real, a pesquisa colocou em oposição dois placebos. A única diferença entre eles era o suposto preço.
A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico que causa tremores, rigidez e problemas de equilíbrio nos portadores da enfermidade. Em 2008, uma metanálise constatou que placebos utilizados em ensaios clínicos de tratamento de Parkinson tinham seus sintomas melhorados em 16 por cento, em média.
A equipe da Universidade de Cincinnati tinha, portanto, o palpite de que os pacientes seriam mais sensíveis a uma droga falsa (que pensassem que fosse real), se ela viesse com uma etiqueta de preço mais alto. O preço mais elevado seria visto como um sinal de que o tratamento seria melhor, imaginaram eles.
Ambos os placebos melhoraram a função motora dos pacientes com relação à do teste basal. Mas, quando os pacientes receberam o placebo de 1.500 dólares, a sua melhora foi 9 pontos percentuais acima da melhora obtida com o placebo de US $ 100 por dose, relatam os pesquisadores.
Os resultados desses estudos, que foram também acompanhados por exames de ressonância magnética funcional, acabam de ser divulgados na revista "Neurology".
"As expectativas dos pacientes têm um papel importante na eficácia de terapias médicas", escrevem os pesquisadores. "Outra manifestação disso é a preferência que muitos pacientes têm pelos medicamentos de marca com relação aos genéricos".
N. do E.
O Prêmio Ig Nobel de Medicina de 2008 foi atribuído a Dan Ariely e colaboradores por terem demonstrado que medicamentos falsos caros são mais eficazes que medicamentos falsos baratos.
Referência: "Commercial Features of Placebo and Therapeutic Efficacy" Rebecca L. Waber; Baba Shiv; Ziv Carmon; Dan Ariely, Journal of the American Medical Association, March 5, 2008; 299: 1016-1017.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

707 - Com a mulher por cima

Esta é uma das conclusões de um artigo de pesquisa (n= 44) que foi publicado em uma revista de urologia:
Nosso estudo confirma que o intercurso sexual com a mulher por cima (woman on top) é a posição sexual mais arriscada para uma fratura de pênis.
Advances in Urology
Volume 2014 (2014), Article ID 768158, 4 pages
http://dx.doi.org/10.1155/2014/768158
Autores: Leonardo O. Reis et al. UNICAMP e PUC-Campinas

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

706 - A tatuagem paramédica

Basma Hameed é especialista em tatuagem paramédica. Seu trabalho é aplicar tintas que imitam a cor natural da pele em cicatrizes de vítimas de queimaduras. Por tornar essas lesões menos perceptíveis, essa tatuagem resulta em um impacto positivo para suas vidas.
Sofrer de queimaduras é terrível, e o processo de recuperação, com múltiplas operações de enxerto de pele, doloroso. Além do trauma, os pacientes são frequentemente estigmatizados devido ao aspecto final da pele lesionada.
O trabalho de Hameed faz uma grande diferença.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

705 - Danos causados pelo campo magnético no ser humano

Há alguma intensidade de campo magnético que cause danos nas pessoas?
Vejamos: o campo magnético da Terra apresenta entre 30 e 60 µT (microteslas) e uma pessoa pode receber 10.000 vezes mais em um exame de ressonância magnética nuclear (RMN) sem que isso lhe traga problemas.
Mas a física impõe seus limites. Entre 10.000 y 100.000 teslas, os átomos se deformam e uma pessoa submetida a esse campo magnético se desintegra – provavelmente, em algum tipo de "derretimento" visível e pouco agradável.
Por sorte, ainda somos incapazes de gerar além de 10 ou 100 teslas, mesmo no LHC (Large Hadron Collider) ou em outros grandes equipamentos científicos. Então, aqui na Terra, estamos seguros a esse respeito. Contanto que não nos aproximemos da estrela magnética SGR 1806-20 que, com seu poderio magnético de 100.000.000.000 teslas (10 GT), é uma autêntica máquina de destroçar átomos.
230 - Acidentes com RMN

sábado, 31 de janeiro de 2015

704 - A síndrome da vibração fantasma

Você está sentado à mesa, de pé na cozinha, assistindo a TV etc. De repente, o telefone celular vibra, informando que você tem uma nova mensagem de texto, chamada ou e-mail. Você leva a mão ao bolso em que costuma deixar o aparelho, apenas para descobrir que essa mensagem não existe ou que, talvez, o telefone móvel nem mesmo esteja naquele momento em seu bolso.
A vibração parecia tão real, mas talvez não o fosse. Independentemente disso, não foi causada pelo seu telefone celular.
Aquela  sensação de ter a bunda agarrada por um fantasma. E praticamente todo mundo já se sentiu acariciado por ele.
Se isso já aconteceu com você, tenha a certeza de que você não está sozinho.
Em 2010, uma equipe de pesquisadores do Baystate Medical Center, em Springfield, Massachusetts, pediu a 232 de seus colegas que respondessem um questionário sobre vibrações fantasmas de telefones celulares. Dos 176 que responderam o questionário, 115 (68%) afirmaram que já haviam experimentado os desconcertantes alertas falsos, como o que foi descrito acima. Conclusão: "A síndrome da vibração fantasma é comum entre aqueles que usam dispositivos eletrônicos." (1)
O que provoca isso?
Há um monte de teorias. Poderia ser porque os telefones celulares produzem sinais elétricos que transmitem a sensação de vibração diretamente para os nervos do portador da síndrome ou, simplesmente, por causa de alguma antecipação mental de alertas (vibranxiety). (2)
Este aspecto de antecipação não é muito diferente de qualquer outro tipo de condicionamento psicológico. "Estamos tão acostumados com a vibração de nossos telefones que o cérebro nos faz sentir que está a acontecer – quando ele "quer", e não quando ela realmente acontece. (3)
Há uma evidência mais recente que sugere que tudo se passa em nossas cabeças. Em julho de 2012, pesquisadores publicaram outro estudo sobre o fenômeno das vibrações fantasmas em estudantes de graduação. A grande maioria experimentava as tais vibrações. (4)
Mas é nos extrovertidas e nos neuróticos que isso acontece com mais freqüência. Os extrovertidos, como explica Slate, verificam muito seus telefones porque manter contato com os amigos é uma parte importante de suas vidas. Já os neuróticos, por sua vez, como se preocupam muito com o estado de suas relações, procuram obter o maior número possível de mensagens de texto para saber o que outras pessoas dizem deles. (5)
Em qualquer caso, acreditam os pesquisadores que essas vibrações falsas (apesar de chatas) são inofensivas e que poucas pesquisas (argh!) já foram feitas sobre elas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

703 - Deu à luz um bebê uma hora após saber que estava grávida

Katherine Kropas, 23 anos, trabalha num serviço de buffet em Weymouth, Massachussets. Ela não se sentia bem. Seus tornozelos estavam inchados. Alguns dias depois, ela sentiu fortes dores no abdome. Então, Kropas foi levada por sua avó ao hospital. Os médicos descobriram a causa da dor: Kropas estava prestes a ter um bebê – e dos grandes!
O bebê, que é uma menina saudável, pesou 4,5 quilos ao nascer.
Katie com a filha Ellie
Ben Hamar, o médico do South Shore Hospital que fez o parto, disse que há uma série de situações que podem esconder a gravidez das mulheres. dentre as quais o tamanho do seu corpo e a menstruação irregular. De cada 3.500 nascimentos, que ele vê anualmente no South Shore Hospital, há pelo menos um caso em que a mãe descobre a gravidez semanas ou dias antes do nascimento da criança, acrescenta o médico.
No Acta
278 - Gravidez de alta duração |  651 - A gravidez em 6 segundos, segundo Vine
No EntreMentes
Mãe e filho poderiam nascer do mesmo útero |  O primeiro bebê nascido de um útero transplantado

domingo, 25 de janeiro de 2015

702 - Homeopatia: natural ou sobrenatural?

Um dos remédios mais utilizados em homeopatia é o Oscillococcinum, que é prescrito para o tratamento da gripe. Feito a partir de fígado de pato e diluído em 10 ou 100 partes de água, repetidamente, até atingir o número de 200 diluições (200C).
Só que, por volta da décima segunda diluição (12C), já não existe uma única molécula do produto dissolvido na água. A Constante de Avogadro prova isso, o que Hannemann ao fundar a homeopatia não sabia.
Praticantes de homeopatia não negam esse desacordo com a química. A homeopatia foi desenvolvida antes dos conceitos de átomos e moléculas surgirem.
Mesmo assim, as diluições prosseguem por mais 188 vezes. Em 200C a proporção é de uma parte do extrato de fígado de pato para 100 seguido de 400 zeros partes de água.
Como não há mais o extrato que foi diluído, os homeopatas tentam justificar a ação do remédio pela "memória da água". A existência dessa suposta memória é algo que dura fetossegundos.
Se isso fosse o caso, toda a água do planeta seria um tratamento homeopático para todo mal, porque alguma vez ela tocou em toda erva, mineral ou fígado de animal da prateleira homeopática.
Ler também
Guía completa para desmontar las mentiras sobre la homeopatia, Per Ardua ad Astra
Una bacteria inexistente, un pato inocente y unas amenazas insensatas, Naukas
Como agarrar um milionário
O milionário não é o pobre do pato cujo fígado vai já virar extrato. É o dono dele que, após preparar um remédio homeopático, o  Oscillococcinum 200C, terá produto suficiente para tratar as pessoas gripadas em todo o mundo nos próximos milhões de anos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

701 - SICKO SOS Saúde

Rick cortava um pedaço de madeira numa serra circular de mesa. Quando um nó na madeira que ele segurava o fez perder a ponta de dois dedos. Seu primeiro pensamento? Não tenho plano de saúde. Quanto vai custar? Terei de pagar em dinheiro por isso. Serão, talvez, três mil dólares... ou mais. Foi quando o hospital lhe deu a decisão de escolher: repor o dedo médio por 60 mil dólares ou o dedo anular por 12 mil. Sendo um romântico inveterado, Rick escolheu repor o dedo anular. Pela bagatela de 12 mil. E a ponta do dedo médio de Rick agora desfruta de um novo lar: um aterro sanitário em Oregon.

SICKO SOS Saúde é um documentário de Michael Moore, o consagrado autor de "Fahrenheit 9/11" e "Tiros em Columbine". Neste vídeo, o cineasta destaca o sistema de saúde e as empresas de planos de saúde nos EUA que, em nome do lucro, negam assistência e tratamentos aos pacientes.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

700 - Dormindo com plantas

É perigoso dormir com plantas no quarto porque elas respiram oxigênio à noite?
A resposta a esta curiosa pergunta é muito simples:
Não é nada perigoso. É uma lenda urbana.
Durante o dia as plantas captam dióxido de carbono e liberam oxigênio. Mas esta é a fotossíntese, não é a forma como elas respiram, algo que as plantas fazem, tanto de dia quanto de noite, recolhendo o oxigênio do ar e produzindo o dióxido de carbono.
Se fosse perigoso ter uma planta no quarto porque, ao respirar, ela poderia nos roubar oxigênio, o problema se verificaria de dia e de noite. E, se isso fosse verdade, nós teríamos frequentes notícias nos jornais de pessoas  que teriam sido mortas (por não saberem do fato e arriscarem a vida convivendo com plantas).
Só para nos dar uma ideia: uma pequena planta (de cultivo doméstico) pode consumir cerca de 0,1 litro de oxigênio por hora, enquanto um ser humano precisa de 50 litros de oxigênio por hora. Significa que precisamos de 500 vezes mais de oxigênio.
De fato, se fosse perigoso dormir com uma planta, dormir com a esposa (ou com o esposo) e com outros membros da família no quarto seria simplesmente mortal.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

699 - Pulmão lesionado. A regeneração do órgão por células-tronco de pulmão

Pesquisadores descobrem um mecanismo de regeneração pulmonar
Uma equipe de pesquisa dirigida pelos professores do Laboratório Jackson Frank McKeon, Ph.D., e Wa Xian, Ph.D., informa sobre a função de determinadas células-tronco de pulmão na regeneração de pulmões danificados por doença.
O estudo, publicado na revista Nature, esclarece o funcionamento interno do conceito ainda emergente da regeneração pulmonar e assinala possíveis estratégias terapêuticas que aproveitam estas células-tronco de pulmão.
«A ideia de que o pulmão pode se regenerar demorou em se consolidar entre os investigadores biomédicos", diz McKeon, «em parte devido à diminuição constante que se observa em pacientes com doenças pulmonares graves como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a fibrose pulmonar».
Não obstante, assinala, existem exemplos em seres humanos que apontam para a existência de um sistema robusto para a regeneração pulmonar. «Alguns sobreviventes da síndrome de sofrimento respiratório agudo, ou ARDS, por exemplo, podem recuperar uma função pulmonar quase normal depois de uma destruição importante do tecido pulmonar».[..]
A equipe de pesquisa demonstrou que, quando são isoladas células-tronco de pulmão e depois transplantadas em um pulmão lesionado, elas contribuem para a formação de novos alvéolos, o que ressalta sua capacidade para a regeneração.
Nos Estados Unidos, cerca de 200.000 pessoas sofrem ARDS, uma doença com uma taxa de mortalidade de 40%, e existem 12 milhões de pacientes com DPOC. «Estes pacientes têm poucas opções terapêuticas hoje em dia», diz Xian. «Esperamos que nossa pesquisa possa levar a novas formas de ajudá-los».
Referências:
McKeon F. et al, p63+Krt5+ distal airway stem cells are essential for lung regeneration. Nature, 11/12/14, DOI: 10.1038/nature13903.
Fonte: 
Medical News Today [http://www.medicalnewstoday.com/releases/285381.php]

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

698 - Implicações dos transplantes de cérebro

Entre as complexidades formidáveis ​​que estariam envolvidos nos transplantes de cérebro, se esconde uma pergunta enigmática: se fosse o seu, "você" iria com o seu cérebro? Tais questões foram examinadas pelo professor Fredrik Svenaeus, da Universidade Södertörn, em Huddinge, Suécia.
 "Se eu ganhar um novo cérebro, eu (pelo menos possivelmente) torna-me-ia em outra pessoa. Neste sentido, o cérebro é o único órgão que não pode ser doado. Se você oferece o seu cérebro para ser transplantado em outro corpo, você se torna um receptor e não um doador de órgãos."
Finalmente, o professor lembra que, só por volta de 2070 (quando ele prevê que o primeiro transplante de cérebro poderá ter lugar), é que poderemos ter respostas firmes:
"Nós simplesmente temos de esperar por esse evento, para vermos se o que vai acontecer será capaz de responder à questão da mudança de identidade."
"Eu não tenho estado comigo desde o transplante."

sábado, 10 de janeiro de 2015

697 - Teixobactina, o novo antibiótico sem resistência detectável

Elephtheria terrae
Um grupo de cientistas anunciou nesta semana a descoberta de uma molécula que representa a primeira de uma nova classe de antibióticos. Em testes com camundongos, a droga conseguiu debelar formas resistentes de tuberculose, sem que o micróbio causador da doença adquirisse resistência. Batizada de "teixobactina", a nova substância é produzida por uma bactéria (Elephtheria terrae) encontrada no solo.
A empresa start-up de biotecnologia NovoBiotic, de Cambridge, nos Estados Unidos, que descobriu a molécula, estima que deve conseguir levá-la a um teste em seres humanos dentro de dois anos.
Se tudo correr bem, a droga estaria disponível no mercado por volta do fim da década.
O fármaco foi encontrado após os cientistas analisarem mais de 10 mil amostras de micróbios usando um novo método, que permite o cultivo desses organismos em seu hábitat natural.
A descoberta, que foi publicada na revista científica "Nature" (v. resumo), surge como um alento em um momento difícil para a infectologia. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o problema das bactérias resistentes a antibióticos ao status de crise global.
Segundo Kim Lewis, um dos cientistas que participaram do trabalho, a teixobactina ainda requer algumas alterações químicas antes de seguir para testes clínicos. Esse aprimoramento, que leva certo tempo, torna a administração da molécula mais fácil quando a intenção é produzir uma pílula ou uma solução para injeção.
Resumo 
A resistência aos antibióticos está se espalhando mais rápido do que a introdução de novos compostos na prática clínica, causando uma grave crise de saúde pública. A maioria dos antibióticos foi produzida pela triagem dos microrganismos do solo, mas este recurso limitado a bactérias cultiváveis esgotou-se na década de 1960. As abordagens sintéticas para a produção de antibióticos têm sido incapazes de substituir esta plataforma. Bactérias incultiváveis compõem cerca de 99% de todas as espécies em ambientes externos, e são uma fonte inesgotável de novos antibióticos. Desenvolvemos, porém, vários métodos para fazer crescer esses microrganismos pelo cultivo in situ ou usando fatores de crescimento específicos. Aqui, nós relatamos um novo antibiótico, a teixobactina, descoberto em bactérias não cultiváveis. A teixobactina atua destruindo a parede celular das bactérias e dos fungos, ao ligar-se a duas substâncias precursoras de dois lipídios da parede celular, cujo fabrico não é comandado pelos genes desses microrganismos. Não obtivemos quaisquer mutantes de Staphylococcus aureus ou de Mycobacterium tuberculosis que fossem resistentes a teixobactina. As propriedades deste composto sugerem um caminho para o desenvolvimento de antibióticos que evitam o desenvolvimento de resistência.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

696 - Os raios de Vênus

Durante o verão e o outono de 1896, o astrônomo Percival Lowell passou o seu tempo dedicado a estudar o planeta Vênus. Um dia, no final do outono, descobriu uma estranha mancha com raios finos na superfície do planeta, uma descoberta surpreendente que, curiosamente, só ele via.
Aglomeração de relâmpagos em Vênus?...
Como era de esperar, foi criticado pelos resultados. Em 1902, ainda que parcialmente, ele recuou, falando de um problema óptico, mas logo voltou a escrever com intolerante confiança a respeito de sua observação de Vênus.
Ele começou a especular sobre a ascensão de um funil de ar estagnado quente, criando um vazio parcial em que correntes de ar frio dariam lugar a um sistema de raios... Esse era o espírito de Percy.
Absolutamente ninguém podia ver o sistema de raios em atividade na superfície do planeta Vênus.
Tudo isso produziu uma notável falta de credibilidade que, supostamente, repercutiu em seus novos estudos, dessa vez sobre o planeta Marte. Anteriormente, fora ele que descrevera os canais marcianos, logo convertidos em uma suposição da existência de vida inteligente em Marte.
Mas... Por que só Percival Lowell podia ver raios em Vênus?... Seriam eles o produto da imaginação de um astrônomo?
O problema foi solucionado mais de cem anos depois, em 2003, em um artigo de William Sheehan e Thomas Dobbins, THE SPOKES OF VENUS: AN ILLUSION EXPLAINED (Os raios de Vênus: uma ilusão explicada). O artigo sustenta que Lowell tivesse deixado de forma intempestiva o telescópio e que, ao fazê-lo, o telescópio tivesse acidentalmente virado em uma espécie de oftalmoscópio, um instrumento utilizado para o exame dos olhos.
Em outras palavras, o que Percival Lowell observara na superfície de Vênus tinha sido a própria retina, sendo os raios os vasos sanguíneos da dita-cuja.
Percival Lowell y los rayos de Venus, El Baúl de Josete

domingo, 4 de janeiro de 2015

695 - O uso dos calçados na prevenção das doenças tropicais negligenciadas


REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE 
Resumo
O uso consistente de calçados pode ajudar a prevenir ou retardar a progressão de muitas doenças tropicais negligenciadas (DTN).
Foi realizada uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a associação entre o uso de calçados e o risco de adoecimento para aquelas DTN em que a via de transmissão ou de ocorrência se dão através dos pés.
Nós descobrimos que o uso de calçados reduz o risco de úlcera de Buruli, tungíase, ancilostomíase, estrongiloidíase, e leptospirose. Nenhuma associação significativa entre o uso de calçados e podoconiose foi encontrada e não havia dados disponíveis para micetoma, miíase ou picada de cobra.
Recomendamos que, ao lado das intervenções já existentes (água adequada, saneamento e higiene pessoal), o acesso aos calçados deve ser priorizado para acelerar o controle e a eliminação de várias DTN, e assim garantir uma redução das mesmas.
Referência
Association between Footwear Use and Neglected Tropical Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis
Autores: Sara Tomczyk, Kebede Deribel, Simon J. Brooker, Hannah Clark, Khizar Rafique, Stefanie Knopp, Jürg Utzinger, Gail Davey  | Publicação: 13/11/2014 | DOI: 10.1371/journal.pntd.0003285
Ilustração: Jeca Tatuzinho, por Belmonte
folheto do Biotônico Fontoura
Site recomendado
http://www.literaturaeshow.com.br/2010/08/jeca-tatuzinho-e-o-biotonico-fontoura.html

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

694 - Letra de médico

"A vida é muito curta para ficar caprichando na letra."

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

693 - A vitamina C e o zinco na prevenção do resfriado comum

"A primeira coisa que muitas pessoas vão tentar na prevenção do resfriado comum é complementar a dieta com vitaminas C e D", diz Michael Allan, da Universidade de Alberta, no Canadá, que recentemente analisou os dados disponíveis na literatura médica para os remédios mais populares. "Mas a evidência é terrível para elas." Dosagens altas de vitamina C mostram-se capazes de proteger levemente de adoecer as pessoas que se submetem a grande esforço físico, como corredores de maratona, mas para uma pessoa comum reduzem o risco em apenas 3 por cento.
"Se um adulto apresenta dois resfriados por ano, ele só vai evitar um resfriado a cada 15 anos", diz Allan. Pastilhas de zinco pode ter uma sustentação mais firme. Baseado em três ensaios clínicos, Allan diz que crianças que tomam suplementos regulares de zinco sofrem aproximadamente 1 a 1,5 menos resfriados por ano, em média – em comparação com o de seis a oito, que é normal para as crianças em idade escolar. Há também alguma evidência de que o zinco pode reduzir a duração de um resfriado por um dia ou mais. Dado que ele tem um gosto adstringente desagradável, e precisa ser tomado durante todo o ano para o benefício integral, Allan não tem certeza se o recomendaria para uso geral.
166 - Alhos e bugalhos | 220 - Doenças respiratórias no Brasil. Pesquisa por entrevistas | 604 - Google Flu Trends

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

692 - Um asilo lunático

figura 1 - TALA
O Trans-Allegheny Lunatic Asylum (figura 1), em West Virginia, construído entre 1858 e 1881, é o maior edifício de alvenaria de pedra cortada a mão da América do Norte e é, supostamente, o segundo maior do mundo (depois do Kremlin).
Ele foi projetado pelo renomado arquiteto Richard Andrews, seguindo o plano de Kirkbride, que pedia alas para longas caminhadas dispostas em uma formação escalonada, garantindo que cada uma das estruturas de ligação recebesse em abundância luz solar e ar fresco com fins terapêuticos.
O hospital original, projetado para abrigar 250 pacientes, foi aberto para internações em 1864 e atingiu o seu auge na década de 1950, com 2.400 pacientes em condições de superlotação e geralmente pobres.
Mudanças no tratamento da doença mental e a deterioração física das instalações forçaram seu fechamento em 1994, causando um efeito devastador sobre a economia local, a partir do qual ainda não se recuperou.
Passeios diários (ghost tours) neste antigo sanatório mental são oferecidos durante todo o ano. Reservas aqui.

Lista dos motivos para a admissão no TALA (figura 2).
É uma fonte em potencial de nomes para bandas de Heavy Metal Rock.
figura 2
483 - Lunático

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

691 - As principais causas de morte no Brasil

A doença isquêmica do coração, o derrame (AVC) e a pneumonia são as principais causas de morte no Brasil e respondem por 32 por cento dos óbitos registrados em 2013. Os dados fazem parte de um estudo sobre a mortalidade em 188 países, publicado (18/12/13) no periódico The Lancet.
Paulo Lotufo, professor da Universidade de São Paulo e um dos autores do estudo, avalia como positiva a queda da mortalidade geral no país, com declínio em praticamente todas as causas. Mas o que compromete o perfil brasileiro, segundo ele, é a presença de fatores externos como a violência e os acidentes de trânsito entre as principais causas de morte.
De acordo com o relatório, violência e ferimentos provocados por acidentes de trânsito estão no topo da lista de causas de morte entre brasileiros com idade entre 15 e 49 anos, resultando em 72.373 vítimas em 2013.
Confira abaixo as principais causas de morte no Brasil, acompanhadas do número de óbitos, em 1990 e em 2013:
Ano 1990
1. Doença isquêmica do coração (135.781)
2. Derrame (94.588)
3. Pneumonia (61.366)
4. Complicações neonatais decorrentes de parto prematuro (42.646)
5. Ferimentos em acidentes de trânsito (41.166)
6. Doenças diarreicas (36.947)
7. Violência (35.859)
8. Doença pulmonar obstrutiva crônica (34.007)
9. Diabetes (23.024)
10. Anomalias congênitas (17.076)
Ano 2013
1. Doença isquêmica do coração (182.560)
2. Derrame (143.771)
3. Pneumonia (70.074)
4. Doença pulmonar obstrutiva crônica (62.961)
5. Diabetes (56.018)
6. Violência (50.306)
7. Doença de Alzheimer (47.776)
8. Ferimentos em acidentes de trânsito (46.311)
9. Doença crônica dos rins (31.873)
10. Câncer de pulmão (29.043)
Expectativa de vida
O levantamento aponta que a expectativa de vida em 2013 para mulheres brasileiras foi 78,4 anos e, para os homens, 71,6 anos. Em 1990, a expectativa de vida para mulheres que viviam no país era 73 anos e, para os homens, 65,5 anos.
Fonte: EBC

sábado, 20 de dezembro de 2014

690 - O que acontece quando você come demais

Jantar de Ação de Graças: peru, recheio, purê de batatas, um pouco mais de peru, molho cranberry, ainda mais peru? Uhhh ... [Peru atravessa a tela.]  Ainda tem espaço para essa torta? Por enquanto, folgue a calça, estire-se no sofá e vamos saber por que você se sente tão cheio após uma grande refeição. [Reações à introdução] Parte da razão é física. Seu estômago pode esticar até o volume de cerca de um litro - que é o tamanho de um burrito. Quando você ingere uma grande refeição, você enche o seu estômago além dos limites, Apertando os outros órgãos vizinhos, dá uma sensação de abdome repleto. Seu estômago e seus intestinos também se enchem de gases quando você come, aumentando essa sensação de enchimento. Cada vez que você engole, um pouco de ar vai junto – ainda mais se você estiver bebendo refrigerante ou cerveja. Dentro de seu estômago, o gás faz a bebida efervescente ocupar mais espaço do que o líquido que entrou. Felizmente, seu corpo tem uma boa maneira (sic) para se livrar do excesso de gases no estômago: [Arroto]. Para algumas pessoas, outro resultado desconfortável de uma grande refeição é a azia. O estômago produz ácido clorídrico para quebrar a comida. Mais comida para quebrar significa mais ácido, que pode irritar a mucosa do estômago e refluir para o esôfago, dando uma sensação de queimação. Antiácidos usam bases (lembre-se: o oposto de um ácido é uma base) como o bicarbonato de cálcio para neutralizar o ácido. Essa reação produz mais dióxido de carbono, o que pode aumentar a sensação de enchimento, Pelo menos até o próximo arroto. A outra parte da sensação de plenitude é mental. Quando você comeu o suficiente moléculas mensageiras do corpo, hormônios, avisam o seu cérebro que é hora de parar. Bro! Bro! .... É hora de parar! Quando você come uma refeição de alto teor calórico, as células de seus intestinos secretam um hormônio chamado peptídio tirosina-tirosina ou PYY. PYT, não! Essa é uma canção de Michael Jackson! Quando o PYY atinge o cérebro, liga-se a receptores que lhe dão a sensação de que você está cheio, ou até mesmo um pouco enjoado. Alguns hormônios reagem mais intensamente a refeições ricas em gorduras, hidratos de carbono ou proteínas, mas todos eles têm a mesma finalidade: fazer você colocar o garfo ao lado do prato! Então, da próxima vez que a sua mãe perguntar se você quer outra porção, tire um minuto para ouvir o que seu corpo está tentando lhe dizer. Não se importa realmente? Então, não se surpreenda se você não estiver se sentindo bem depois. Agora, clique no botão de se inscrever e confira nossos outros vídeos sobre a alimentação, se você tem estômago para isso.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

689 - Vendas de maços de cigarros per capita nos Estados Unidos

Número anual de maços per capita por Estado
Período: 1970 – 2012

domingo, 14 de dezembro de 2014

688 - Henna com PPD

Esta notícia saiu em 2008 no NY Times, mas merece ser recontada.
As tatuagens de Henna são amplamente disponíveis e geralmente inofensivas. Mas certos tipos podem causar uma potente reação alérgica.
A Henna é uma tintura vegetal que pode ser marrom, vermelha ou verde, a qual, aplicada na pele, desaparece em questão de dias. Mas, para produzir uma cor mais escura, alguns tatuadores adicionam um produto químico chamado parafenilenodiamina ou PPD.
A Food and Drug Administration diz que o único uso legal para PPD em cosméticos é como tintura de cabelo.
Esta fotografia, publicada na edição de 6 de agosto do The New England Journal of Medicine, mostra as mãos cheias de bolhas de uma mulher do Kuwait, de 19 anos, que aplicara a tatuagem temporária para ir a um casamento, oito dias antes.
Ela foi tratada com corticosteroides tópicos.
"As bolhas duraram uma semana", disse Colby C. Evans, dermatologista do Texas e coautor do artigo. "Mas deixaram uma pigmentação escura que levará seis meses ou mais para desaparecer".
Henna sem PPD é mais seguro?
"Houve alguns casos de alergia a Henna em si, porém raros", disse Evans. "Já a alergia ao PPD é extremamente comum".
N. do E.
Não confundir o PPD - parafenilenodiamina (adicionado à henna) com o PPD - protein purified derivative que é usado em testes para a detecção da infecção tuberculosa.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

687 - Raios em domicílio

1 Na Austrália, cerca de 30 pessoas por ano sofrem lesões por descargas de raios quando falam ao telefone fixo.
Ray McDonnell sabia desses perigos. Mas deu pouca atenção a uma tempestade elétrica ao pegar o telefone que tocava na hora do jantar. Ele foi imediatamente eletrocutado. Quando recuperou os sentidos, sentiu um cheiro de queimado muito forte e constatou que apresentava queimaduras no pescoço, braço, peito e... no ouvido.
A corrente elétrica de um raio que é recebido diretamente é de 30 mil amperes, em média. Conduzida através de cabos de telefone é muito menor, mas pode chegar a centenas de amperes. O problema é que, neste último caso, a corrente elétrica penetra no corpo humano através de uma parte muito sensível, o ouvido.
Lightning Phone, por Damien Hansen
Leitura complementar
Ruídos acústicos e trovoadas. In: Orientação ao Consumidor, Telstra
2 Em 30 de junho de 1960, um temporal atingiu Columbia, Missouri, e fez o tempo não só ficar parado, mas ir para trás.
O Columbia Missourian informou que o Sr. C. W. Brenton olhou para o relógio elétrico às 19h55 e ficou surpreso ao ver que o relógio estava andando para trás.
Durante a tempestade, raios haviam entrado em sua casa pelos fios da eletricidade e fundido alguns da fiação do relógio. Isto aparentemente inverteu o campo magnético do motor, fazendo com que os ponteiros passassem a se mover no sentido contrário.
Peter Viemeister, The Lightning Book, 1961
Português no lar
"A domicílio" ou "em domicílio"? Tire sua dúvida aqui.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

684 - Para a alegria da vida

O mamilo do guitarrista
A fissura do mamilo, também conhecido como mamilo do corredor (foto), do ciclista, do surfista, do halterofilista, do guitarrista etc. é uma condição que pode ser causada pela fricção repetida de uma camisa (T-shirt) ou de outra roupa da parte superior do corpo (inclusive do interior de um emblema) contra os mamilos durante um período prolongado de exercício.
Resultam disso: dor, secura ou irritação, sangramento em um ou ambos os mamilos.
(A patologia também pode acontecer em mulheres que amamentam.)
Hoax
Em 1974, a médica britânica Elaine Murphy, leu uma carta no British Medical Journal (BMJ) sobre o "mamilo do guitarrista", e pensou que a correspondência fosse uma piada, Então, escreveu uma carta para o BMJ e enviou-a com a assinatura do marido.
Para sua surpresa, o jornal a publicou:
Sir,
Embora eu nunca tenha visto o mamilo do guitarrista, como relatado pelo Dr. P. Curtis (27 de abril, p 226), uma vez me deparei com um caso de cello scrotum (escroto de violoncelista) causado pela irritação do corpo do violoncelo. O paciente em questão era um músico profissional e tocava esse instrumento em práticas, ensaios e concertos durante várias horas por dia.
JM Murphy 
A condição foi referenciada em outras revistas médicas nos anos que se seguiram. Quando foi mencionada novamente no BMJ, em 2008, o casal Murphy admitiu a farsa.
"Qualquer pessoa que já assistiu a um violoncelo sendo tocado iria perceber a impossibilidade física de nosso comunicado", escreveu Murphy, à época um membro da Câmara dos Lordes.
"Podemos ter que solicitar agora uma retratação formal ou correção", disse um porta-voz da revista. "Uma vez que essas coisas entram na literatura científica, elas ficam lá para sempre. Mas tudo isto contribui para a alegria da vida".
Occupational hazards, Futility Closet

sábado, 29 de novembro de 2014

683 - O desfibrilador voador

Um estudante holandês de 23 anos apresentou um protótipo de um drone ambulância, um desfibrilador voador capaz de chegar a uma vítima de ataque cardíaco dentro daqueles preciosos minutos em que uma vida pode ser salva.
Desenvolvido pelo estudante de graduação de engenharia Alec Momont, ele pode voar em velocidades de até 100 quilômetros por hora. Pintado em amarelo (cor característica dos serviços de emergência na União Europeia - UE) e impulsionado por seis hélices, o drone ambulância pode transportar uma carga de quatro quilogramas - neste caso, um desfibrilador.
"Cerca de 800 mil pessoas sofrem uma parada cardíaca na UE a cada ano e apenas 8 por cento delas sobrevivem. E a principal razão para isso é o tempo de resposta relativamente longo dos serviços de emergência - de cerca de 10 minutos, enquanto a morte cerebral pode ocorrer entre quatro e seis minutos", diz Momont. "O drone ambulância pode fazer um desfibrilador chegar a um paciente situado em uma área de 12 quilômetros quadrados dentro de um minuto, aumentando a sua chance de sobrevivência de 8 para 80 por cento."
Nerdoholic

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

682 - De mal a pior



Um curativo que combina com a pele?
Não, não chega nem perto.
É de uma linha de curativos que fazem o corte parecer pior do que realmente é.
Macabro, não? Mas, por alguma estranha razão, as crianças estão gostando deles.

domingo, 23 de novembro de 2014

681 - Lambendo o perigo

Da esquerda para a direita: MRSA, gripe, catapora, E. coli, e HIV.
A artista Wei Li fez estes picolés com formas de conhecidos microrganismos patogênicos. Mas são perfeitamente seguros, pois são feitos de água com açúcar. Assim como os picolés comuns.
Li explica que quer criar uma experiência sensorial confusa (sic) nas pessoas.
"Antes de prová-los com a língua", diz ela, "você deve saboreá-los mentalmente". E só então "enfrentar o perigo" com suas lambidas.
Ela usou uma impressora 3D para criar os moldes para os picolés.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

680 - O que pode estar ampliando o alcance das doenças tropicais?

Você acha que as doenças tropicais só ocorrem nos países em desenvolvimento?
Mude de ideia.
Diante do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem divulgando sobre estas doenças:
Malária
Dengue
Encefalites
Peste bubônica
Cólera.
Segundo a OMS, devido ao aquecimento global, elas estão se espalhando para as regiões temperadas do planeta.
É que os concomitantes aumentos da temperatura e da umidade em nosso planeta, fenômenos associados ao aquecimento global, estão fazendo proliferar os insetos e os roedores que espalham estas doenças.
N. do E.
Há outros fatores que auxiliam na propagação global dessas doenças, tais como o crescimento populacional, a urbanização descontrolada, as limitações dos sistemas de saúde e os grandes fluxos migratórios.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

679 - Bebidas açucaradas e envelhecimento celular

O consumo de refrigerantes açucarados pode estar ligado ao envelhecimento acelerado do DNA
Bebidas gaseificadas ricas em açúcar (tipo "cola") têm estado sob o fogo de militantes da saúde por contribuírem para a obesidade e o diabetes tipo 2, mas surge agora o primeiro estudo a sugerir uma ligação dessas bebidas com o envelhecimento das pessoas.
O estudo, publicado no American Journal of Public Health, solicitou informações a 5.309 adultos saudáveis ​​com idade entre 20 e 65 anos sobre o seu consumo de refrigerantes e examinou o DNA de células brancas do sangue de todos eles.
A associação entre o consumo de bebidas açucaradas e o nível de envelhecimento celular mostrou-se alarmante.
A equipe da pesquisa descobriu que os telômeros (tampões de proteção do DNA nas extremidades dos cromossomos e que funcionam como relógios biológicos) eram menores em pessoas que consumiam habitualmente essas bebidas. As pessoas que relataram beber uma garrafa de 350 ml de refrigerante por dia tinham, em média, um DNA característico de células 4,6 anos mais velhas.
No entanto, é importante observar que esta pesquisa ainda está em estágio preliminar. Necessitam-se de mais estudos para demonstrar cabalmente se existe uma relação de causa-efeito entre o consumo de bebidas açucaradas e o envelhecimento celular.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

678 - A história de Íris

Nossa história é sobre uma garota chamada Íris.
Íris é muito sensível. Tão sensível, que sempre está em lágrimas. Ela chora quando está triste, quando está feliz e até quando algumas coisas chegam perto dela.
Ela possui glândulas lacrimais especiais para gerar novas lágrimas, e tubos especiais chamados punctas lacrimais, para drenar lágrimas antigas.
Ela chora tanto, que perde 296 ml de lágrimas por dia. Trinta e oito litros por ano! Na verdade, se analisarmos de perto, veremos que ela chora um pouquinho o tempo todo.
As lágrimas basais que Íris produz constantemente formam uma fina cobertura de três camadas, que a cobrem e a protegem da poeira e dos ciscos. Bem próximo à Íris, fica a camada de muco, que mantém tudo ligado a ela. Em cima dessa camada, fica a camada aquosa, que mantém Íris hidratada, expulsa bactérias invasoras e protege sua pele, ou a córnea, de lesões. Por fim, temos a camada de lipídeos, uma película externa oleosa, que mantém a superfície lisa para que a Íris enxergue através dela, e evita que as demais camadas evaporem.
Geralmente, Íris passa o dia sem realmente perceber as lágrimas basais, fazendo seu trabalho. Essa é meio que a função delas. Mas, um dia, ela encontra um garoto chamado Cebola. Íris fica imediatamente apaixonada.
Cebola estava lindo em sua jaqueta roxa e brilhante, e tinha um cheiro incrível!
Então, Íris convida Cebola para jantar em sua casa, mas quando Cebola entra e tira a jaqueta, algo terrível acontece. Quando Cebola tira a jaqueta, uma reação química acontece, convertendo os sulfóxidos, que o fazem ter um cheiro tão bom, em ácido sulfênico, que, então, torna-se uma substância desagradável com um nome extenso: sulfóxido de tiopropanal.
O gás atormenta Íris e, de repente, ela não consegue evitar e começa a chorar descontroladamente. Essas lágrimas de reflexo são diferentes das lágrimas basais, às quais Íris está acostumada. Por serem feitas para remover substâncias prejudiciais ou partículas, elas são liberadas em quantidades bem maiores, e sua camada aquosa também contém mais anticorpos para deter quaisquer microrganismos que possam tentar entrar.
Tanto Íris quanto Cebola ficam arrasados. Eles sabem que não podem levar adiante seu relacionamento, já que Íris vai se machucar e chorar toda vez que Cebola tirar sua jaqueta. Então, eles decidem se separar.
Quando Cebola sai pela porta, Íris para de chorar. E imediatamente recomeça. Só que, agora, ela não está chorando lágrimas de reflexo, mas lágrimas de emoção. Quando alguém fica triste ou feliz demais, parece uma perda de controle, o que pode ser perigoso. Então, as lágrimas de emoção são enviadas para estabilizar o humor o mais rápido possível, junto com outras reações físicas, tais como frequência cardíaca aumentada e respiração mais lenta. Mas os cientistas ainda não têm absoluta certeza sobre como ou por que as lágrimas em si são úteis. Talvez sejam um mecanismo social para conseguir empatia ou mostrar submissão. Mas alguns estudos também descobriram que lágrimas de emoção contêm níveis mais altos de hormônios do estresse, como ACTH e encefalina, uma endorfina e analgésico natural. Neste caso, as lágrimas de emoção também estão, diretamente, acalmando Íris, bem como sinalizando seu estado emocional aos outros.
Lamento que as coisas não tenham dado certo com o Cebola, Íris. Mas não se preocupe. Contanto que você tenha todos os três tipos de lágrima, trabalhando para manter você equilibrada e saudável, as coisas vão melhorar.
Você vai ver.
Traduzido por PGCS