quarta-feira, 29 de abril de 2015

733 - As vacinas funcionam!

Mortes por não vacinar
Segundo a Unicef estes são os números anuais de mortes por enfermidades que seriam evitadas por vacinas em todo o mundo:
Não obstante os comprovados benefícios das vacinas, muitas pessoas desconhecem como elas funcionam e inclusive desconfiam de sua ação. As vacinas sempre são mais seguras do que as enfermidades infecciosas que elas protegem. Contra algumas dessas enfermidades não há sequer tratamento efetivo, e as vacinas são a única opção para lutar contra elas.
As vacinas salvam milhões de vidas.
Cartoon
Vídeo
675 - As vacinas funcionam!

domingo, 26 de abril de 2015

732 - A mudança no uso do tabaco por escolares nos EUA

O uso do cigarro eletrônico (e-cigarette) entre os jovens já ultrapassou o uso do cigarro tradicional, pela primeira vez, de acordo com dados recém-divulgados pelos Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos.
Embora o uso do cigarro esteja em baixa entre os jovens, isso não significa que menos adolescentes estejam consumindo tabaco. O aumento do uso do narguilé e dos cigarros eletrônicos - que produzem vapor em vez de fumaça, mas que ainda contêm nicotina - vem anulando o declínio no consumo dos cigarros tradicionais pelos jovens.
O estudo, publicado no Morbidity and Mortality Weekly Report, identificou uma grande mudança no uso do tabaco por eles. Nos últimos anos, os cigarros tradicionais, que  sempre foram a forma mais popular de tabaco, caíram para o terceiro lugar. Entre os estudantes do ensino médio, 9,2 por cento disseram que tinham fumado um cigarro no mês que antecedeu o estudo, em comparação com 13,4 por cento que disseram que tinha fumado um e-cigarette e 9,4 por cento que tinham fumado o narguilé.
"E-cigarettes são baratos e altamente disponíveis, vêm em sabores apelativos para a juventude, e são novidade. Então, não é surpresa que os jovens procurem experimentá-los. A experimentação é da natureza de uma pessoa jovem" disse Robin Koval, CEO e presidente da organização Legay for Health, ao site The Huffington Post.
A Food and Drug Administration (FDA), que regula a venda e comercialização de cigarros tradicionais, bem como de muitos outros produtos, atualmente não tem autoridade sobre os cigarros eletrônicos e o narguilé. Em abril de 2014, propôs estender a sua autoridade de regulamentação a esses produtos, mas a regra ainda precisa entrar em vigor.
Tom Frieden, diretor do CDC, disse que os jovens acreditam amplamente - e de forma imprecisa - que estes produtos são de alguma forma mais seguros do que os cigarros tradicionais. "A nicotina é perigosa para crianças e adolescentes de qualquer idade", disse ele. "O cérebro humano ainda está em desenvolvimento durante esses anos, e o uso de nicotina está associado com o retardo do processo cognitivo".
Os defensores da saúde pública estão agora dirigindo o foco para as regras propostas pela FDA a serem implantadas em breve. Para Villanti, diretor associado do Schroeder Institute for Tobacco Research and Policy Studies,"somos sempre os azarões na luta contra o Big Tobacco. Eles vão montar desafios legais a qualquer coisa que o FDA coloque em sua frente, mas isso não é uma razão pela qual não sigamos essas regras."
Fonte
E-Cigarettes Are Now More Popular With Young People Than Regular Cigarettes, por Jesse Rifkin. In: HUFFPOST
Leitura complementar
Comparação dos anos escolares Brasil-EUA. VIVER NOS EUA
267 - O uso do narguilé, Acta Pulmonale
352 - A moda do cigarro eletrônico, Acta Pulmonale
632 - As conclusões da AHA sobre os cigarros eletrônicos, Acta Pulmonale

quinta-feira, 23 de abril de 2015

731 - Dez sinais de câncer frequentemente ignorados

Ao longo da vida, o nosso risco de desenvolver câncer é influenciado pela nossa exposição a diversos fatores. Produtos químicos, radiação e estilo de vida podem aumentar as probabilidades contra nós.
Uma pesquisa da organização Cancer Research UK listou dez sintomas de câncer que muitas vezes são ignorados pelos cidadãos britânicos. A ONG diz que isso pode atrasar possíveis diagnósticos da doença.
Veja abaixo os sintomas e a que tipo de câncer eles podem estar relacionados:
  • Tosse e rouquidão (câncer de pulmão)
  • Aparecimento de caroços pelo corpo (dependendo da região do corpo, pode indicar câncer)
  • Mudança nos hábitos intestinais (câncer de intestino)
  • Alteração nos hábitos urinários (câncer de bexiga) 
  • Perda de peso inexplicável (pode estar ligada a diversos tipos da doença)
  • Dor inexplicável (pode indicar vários tipos de câncer)
  • Sangramento inexplicável (pode estar ligado a cânceres de intestino, de medula ou de vulva)
  • Ferida que não cicatriza (pode estar ligada a diversas tipos da doença)
  • Dificuldade de engolir (câncer de esôfago)
  • Mudança na aparência de uma verruga (câncer de pele)
De acordo com a Cancer Research UK, muitas pessoas tendem a achar que sintomas como esses são triviais e, por isso, não procuram seus médicos.
Outro fator que motivaria os britânicos a não procurar ajuda seria o receio de "desperdiçar" o tempo dos médicos com esse tipo de suspeitas.
Os pesquisadores da entidade entrevistaram 1.700 pessoas com mais de 50 anos de idade. Mais da metade (52%) afirmou ter sentido ao menos um dos sintomas nos três meses anteriores à pesquisa.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

730 - O método mais fácil para estimar o volume intranasal

Uma forma de medir o volume intranasal de uma pessoa é realizar uma ressonância magnética do crânio e, em seguida, analisar os dados resultantes em um software de imagem volumétrica computadorizada .
Mas será que existe uma maneira mais fácil?
Sim, existe. Leia este trabalho:
Size of nostril opening as a measure of intranasal volume. In: Physiology and Behavior. Volumes 110–111, fevereiro de 2013, páginas 3–5
Conclusão
"No presente estudo, exploramos a relação entre o volume intranasal e o tamanho das aberturas das narinas com o objetivo de usar a medição delas como um potencial preditor do volume intranasal. Os nossos resultados sugerem que o volume intranasal está correlacionado positivamente com as aberturas das narinas. Em conclusão, é possível obter uma boa estimativa do volume intranasal utilizando as medições das aberturas das narinas."
Os tamanhos das várias partes do corpo tendem a se correlacionar em um mesmo indivíduo. Por exemplo, um indivíduo alto com pernas longas tende também a ter braços longos.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

729 - Os resultados das pesquisas nos meios de comunicação

Em 2003, em um artigo na revista JAMA (Journal of American Medicine) pesquisadores escreveram algo que deveria mudar a forma como você recebe as notícias médicas. Eles revisaram 101 estudos, publicados nas principais revistas científicas entre 1979 e 1983, que anunciavam como muito promissora uma nova terapia ou uma nova tecnologia médica . Apenas cinco, descobriram eles, haviam chegado ao mercado dentro de uma década. E apenas um, formado pelo grupo dos inibidores da ECA (enzima conversora da angiotensina), ainda era amplamente utilizado no momento da revisão.
"Há uma grande, grande diferença entre a forma como a mídia pensa sobre as notícias e como os cientistas pensam sobre notícias," Naomi Oreskes , um professor de Harvard da história da ciência, me disse recentemente em uma entrevista:
"Para você, o que faz ser notícia é o que há de novo – o que cria um viés nos meios de comunicação em sua busca pelos resultados novíssimos. Em meu ponto de vista, os resultados novíssimos com maior probabilidade vão estar errados."
This is why you shouldn’t believe that exciting new medical study, por Julia Belluz. In; Vox, 23/03/2015
Tudo o que comemos pode causar ou prevenir câncer

Atualização
Esta nota foi republicada, em 22/05/2015, no Jornal GGN. Foi comentada por 3 leitores do portal.

terça-feira, 14 de abril de 2015

728 - Pneumocistose

A pneumocistose é uma infecção oportunista causada pelo fungo unicelular Pneumocystis jirovecii (antes referido como Pneumocystis carinii). Acomete, em geral, pessoas imunodeprimidas por AIDS, por alguns cânceres ou pessoas que estão sob algumas medicações que afetam o sistema imune.
Os sintomas da pneumocistose são febre, tosse seca (não produtiva, porque o escarro é muito viscoso para a tosse se tornar produtiva), dispneia, perda ponderal e suores noturnos. Além do pulmão, o fungo pode eventualmente invadir outros orgãos como o figado, o baço e os rins.
Suspeita-se da enfermidade na presença de febre e tosse seca em pacientes imunocomprometidos. Alterações pulmonares na radiografia de tórax, como infiltrados intersticiais difusos, uma desidrogenase lática aumentada no soro e uma hipoxemia mostrada pela gasometria arterial também reforçam a suspeita.
O diagnóstico é confirmado pela identificação do parasita (imagem) no escarro, em lavado brônquico ou em biopsia do parênquima pulmonar.
Pneumocystis jirovecii, formerly known as Pneumocystis carinii, is present in this lung impression smear, using Giemsa stain.Pneumocystis jirovecii, is found in the environment, as well as in the lungs of healthy humans and animals, causing disease in immunosuppressed individuals, and is arguably the most important cause of pneumonia in the immunocompromised host.
O tratamento é realizado com medicamentos específicos que atuam contra o microorganismo, classicamente o co-trimoxazol (trimetoprim-sulfametoxazo). É comum a administração concomitante de corticoterapia para atenuar a reação inflamatória. Outras medicações usadas, quer isoladamente quer combinadas, são a pentamida, a dapsona, a primaquina, a clindamicina, entre outras. O tratamento tem geralmente a duração de 21 dias.
Mesmo com o tratamento a doença tem uma letalidade entre 10 e 30 por cento. Para prevenir a sua recorrência, os doentes com AIDS em que a pneumonia por Pneumocystis foi tratada com êxito usam profilaticamente o co-trimexazol ou a pentadimina em aerossol.
Carta do pneumologista Carlos Alberto de Castro Pereira ao editor do Jornal Brasileiro de Pneumologia
Senhor Editor:
A surpresa está na página 1475 da edição 2004 do Current Medical Diagnosis and Teatment: Pneumocystosis (Pneumocystis jiroveci Pneumonia). Nas considerações gerais o autor do capitulo diz que o Pneumocystis carinii é um fungo que foi encontrado nos pulmões de uma variedade de animais selvagens e domesticados e que o Pneumocystis jiroveci, a espécie que afeta os humanos, é distribuída mundialmente. A fonte citada destas afirmações é um artigo de Stringer Jr e col, publicado em 2002.
Senhor Editor: P. carinii foi primeiramente descrito em 1909 por Carlos Chagas, que o confundiu com uma forma cística de Trypanosoma cruzi em um cobaio experimentalmente infectado com T. cruzi. Em 1910, o ítalo-brasileiro, Antonio Carini observou cistos semelhantes em ratos com tripanossomíase experimental, mas ele suspeitou que os cistos eram de um agente desconhecido. Ele enviou amostras a seu colega Laveran, do Instituto Pasteur, para exames. Em 1912, os estudantes de Laveran e Delanoe, encontram cistos semelhantes em ratos livres de Trypanossoma e chamaram o novo agente de P.carinii, em homenagem ao pesquisador brasileiro.
Senhor Editor: P. carinii foi inicialmente associado com pneumonia clínica em humanos logo após a Segunda Guerra Mundial em órfãos europeus desnutridos e submetidos a aglomerações. Daquela época até os anos 80, a pneumonia por P. carinii era incomum, ocorrendo primeiramente em pacientes imunocomprometidos por terapia para o câncer ou deficiências imunológicas congênitas. Sua incidência então subiu acentuadamente, coincidindo com o surgimento da AIDS.
Senhor Editor: Técnicas elaboradas de biologia molecular na última década, por análise de DNA, demonstraram que o Pneumocystis é um fungo, embora impar, não tendo ergosterol e sendo de difícil crescimento em cultura. Logo após a classificação apropriada do Pneumocystis, estudos adicionais de DNA mostraram que os Pneumocystis de diversas espécies são bastante diferentes, o que levou Frenkel em 1999 a propor o nome P.jiroveci, em homenagem ao parasitologista tcheco Otto Jirovec, a quem o autor credita a descrição do agente em humanos. O artigo de Stringer fortalece a sugestão de Frenkel, e o nome foi adotado por este popular livro de medicina.
Senhor Editor: Em uma carta à revista onde Stringer e cols sugeriram a mudança de nome, Walter T. Hughes, do Tennesee, questiona esta sugestão, com base em duas afirmações: 1) O arrazoado para a escolha de jiroveci não é convincente. O código Internacional de Nomenclatura Botânica afirma que a nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade de publicação e; 2) a publicação de Jirovec em 1952 não foi a primeira a relatar a infecção por P.carinii em pulmões humanos, o que foi feito em 1942 por dois investigadores alemães.
Continuemos com Antonio Carini. Lembram da recente discussão Santos Dumont vs irmãos Whight?
CAC Pereira
Jornal Brasileiro de Pneumologia
Print version ISSN 1806-3713
J. bras. pneumol. vol.30 no.1 São Paulo Jan./Feb. 2004
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132004000100017

sábado, 11 de abril de 2015

727 - Alimentos Regionais Brasileiros

Ministério da Saúde lança livro que estimula o consumo de alimentos saudáveis
Somente um quarto dos brasileiros consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendadas pela OMS. O livro "Alimentos Regionais Brasileiros" traz dicas saudáveis da culinária brasileira.
 Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, que este ano tem como tema a alimentação, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta terça-feira (7/4) o livro "Alimentos Regionais Brasileiros", com informações sobre comidas típicas de cada região e dicas de como cozinhar para obter mais saúde.
O principal objetivo desse livro, portanto, é estimular a população para o consumo de alimentos saudáveis que, reduzindo a obesidade, o diabetes, a hipertensão e outras doenças, promovam a saúde e melhorem a qualidade de vida dos brasileiros.
Confira aqui a apresentação do livro pelo ministro da Saúde.
Em arquivos PDF: 1) O livro Alimentos Regionais Brasileiros e 2) O material da  campanha Dia Mundial da Saúde 2015.
(assunto lembrado pelo colaborador Fernando Gurgel Filho)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

726 - A fala dos gêmeos

As gêmeas Grace e Virginia Kennedy cresceram em San Diego, California, nos anos 70. Com a idade de seis anos não sabiam falar inglês, porém, conversavam entre si em uma língua aparentemente complexa e que era incompreensível para as demais pessoas. A esse tempo, seus pais buscaram a ajuda profissional. O que descobriram causou uma grande sensação na mídia, provocando manchetes do tipo:
GÊMEAS INVENTAM UM IDIOMA PRÓPRIO
Os linguistas ficaram fascinados com estas duas pequenas sábias e, assim como os antropólogos quando estudam uma cultura indígena, passaram a investigar as regras de acesso ao idioma de Grace e Virginia, uma sociedade de duas pessoas.
Mas, depois de estudar minuciosamente as gêmeas, uma história diferente foi dada a conhecer: eram duas crianças muito isoladas que sofriam da falta de estímulos mentais e de contato social. Como, na infância, se lhes haviam diagnosticado – erroneamente – insuficiência mental (posteriormente se descobriu que tinham o QI normal), elas nunca foram matriculadas em escolas e raramente saíam de casa. Na maior parte do tempo, eram criadas por uma avó que raramente falava com elas – e só o fazia em alemão! Desprovidas da atenção dos adultos e da companhia de outras crianças, e inclusive de informações sobre o mundo exterior, o idioma inventado por Grace e Virginia preenchia-lhes um grande vazio.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que essa língua, que aparentava ter uma construção engenhosa, não era mais do que uma mistura de palavras em ingês a que faltavam uma gramática e uma sintaxe consistentes. Com a ajuda de terapeutas da fala, as meninas finalmente aprenderam a falar inglês, mas nunca com a fluência das crianças de sua idade e de uma maneira que pudessem integrar-se plenamente na sociedade.
Felizmente, a maioria dos gêmeos se salva desse destino trágico, já que eles estão suficientemente expostos a sua língua materna, a qual vai predominar sobre a fala dos gêmeos. A fala dos gêmeos não tem a complexidade necessária para funcionar no mundo exterior e, por isso, a maioria dos gêmeos criptofásicos tende a abandonar a sua "língua secreta" com cerca de três anos de idade.
Criptofasia
A linguagem secreta das irmãs Kennedy, provavelmente, não teria evoluído se elas não fossem gêmeas. Acontece que a fala dos gêmeos não é incomum. Este fenômeno, também chamado de criptofasia, é uma linguagem desenvolvida pelos gêmeos na primeira infância e falada por eles sozinhos.
A maioria dos jovens cria alguns códigos e gírias para se comunicarem secretamente sob os narizes dos adultos. Como os gêmeos passam muito tempo juntos desde o nascimento e apresentam o desenvolvimento da linguagem afinado, são particularmente suscetíveis de inventar uma linguagem própria que exclui as demais pessoas. Acredita-se que a criptofasia ocorra em quase 50% dos gêmeos (idênticos e fraternais).
Uma análise mais aprofundada revela que, em quase todos os casos, a criptofasia consiste numa pronúncia errônea da língua materna em crianças de 1-2 anos. Embora seja na fase em que isso também acontece a outras crianças, como os gêmeos podem entender um ao outro, eles tenderão a fortalecer esses erros se a língua materna não for praticada ao redor deles. Em casos excepcionais, como o das irmãs Kennedy na década de 1970, a fala dos gêmeos pode desenvolver-se ainda mais em detrimento da língua materna.
Extraído de: Gemelos e idiomas secretos, por John-Erik Jordan. In: Babbel

domingo, 5 de abril de 2015

725 - Como os pulmões funcionam?

Muitos de nós temos centenas de coisas em mente a cada momento. É um grande esforço lembrarmo-nos de tudo que temos de fazer. Mas, felizmente, há uma coisa importante que não temos de nos preocupar em lembrar: respirar.
Quando respiramos, transportamos oxigênio para as células do corpo para mantê-las ativas e precisamos limpar do nosso corpo o dióxido de carbono que essa atividade gera. Respirar, em outras palavras, mantém o corpo vivo.
Como é que cumprimos esta crucial e complexa tarefa sem ao menos pensarmos nisso?
A resposta está em nosso sistema respiratório. Como qualquer máquina, este sistema consiste de componentes especializados e requer um gatilho para funcionar. Aqui, os componentes são as estruturas e tecidos que compõem os pulmões, assim como o são os outros órgãos ligados a eles. E para pôr esta máquina em movimento, precisamos do sistema nervoso autônomo, o centro cerebral de controle inconsciente para as nossas funções vitais.
Comandando os pulmões para inspirar o ar rico em oxigênio, este sistema envia um sinal aos músculos em volta dos pulmões, abaixando o diafragma e contraindo os músculos intercostais (entre as costelas) de modo a criar mais espaço para os pulmões se expandirem. O ar então entra pelo nariz e pela boca, através da traqueia, para os brônquios que partem da base da traqueia entram em cada pulmão. Como ramos, estes tubinhos dividem-se em milhares de passagens menores chamadas bronquíolos. É tentador pensar nos pulmões como enormes balões, mas em vez de serem ocos, são na verdade esponjosos no interior, com os bronquíolos a correr ao longo do parênquima. No fim de cada bronquíolo está um pequeno saco de ar chamado alvéolo, cercado por capilares cheios de glóbulos vermelhos que contêm uma proteína especial chamada hemoglobina.
O ar que inspiramos preenche esses sacos, causando o enchimento dos pulmões. É aqui que ocorrem as trocas gasosas. Neste ponto, os capilares estão cheios de dióxido de carbono, e os sacos de ar estão cheios de oxigênio. Mas, devido a um processo básico de difusão, as moléculas de cada gás movem-se para os locais onde estão em menor concentração. Então, quando o oxigênio atravessa para os capilares, a hemoglobina capta-o, enquanto o dióxido de carbono é descarregado para os alvéolos. A hemoglobina rica em oxigênio é em seguida transportada por todo o corpo através da corrente sanguínea.
Mas, o que fazem os nossos pulmões com todo aquele dióxido de carbono? Expiram-no, claro. O sistema nervoso autônomo atua novamente, ocasionando a subida do diafragma e o relaxamento dos músculos intercostais, tornando menor a cavidade torácica e forçando a compressão dos pulmões. O ar rico em dióxido de carbono é expelido, e o ciclo começa novamente.
É assim que estes órgãos esponjosos mantêm o nosso corpo eficientemente abastecido de ar. Os pulmões inspiram e expiram entre 15 e 25 vezes por minuto, o que acumula uns incríveis 10 000 litros de ar por dia. É muito trabalho, mas não se preocupe. Os seus pulmões e sistema nervoso autônomo tomam conta do assunto.
(transcrito e revisado por Paulo Gurgel)

quinta-feira, 2 de abril de 2015

724 - A gripe em adultos e em crianças

Um novo estudo sugere que adultos só têm uma gripe a cada cinco anos.
Apesar de muitos ficarem doentes com uma frequência maior do que essa, infecções parecidas à gripe geralmente são as responsáveis por esses episódios, segundo uma equipe internacional de cientistas.
Em um estudo feito na China, os cientistas examinaram amostras de sangue de 151 voluntários com idades entre 7 e 81 anos para analisar a frequência da ocorrência de gripe.
A pesquisa, publicada na revista especializada PLoS Biology, analisou as nove principais variedades de gripe conhecidas e em circulação no mundo entre os anos de 1968 e 2009.
Todas estas variedades eram do vírus da influenza A (H3N2).
Os pesquisadores, do Imperial College de Londres e de institutos nos Estados Unidos e China, procuraram anticorpos no sangue dos voluntários para tentar descobrir se eles realmente tinham sido infectados com os vírus da gripe e com qual frequência.
Eles descobriram que, enquanto as crianças pegaram gripe a cada dois anos aproximadamente, as infecções ficavam menos frequentes com o passar dos anos.
Steven Riley, um dos autores do estudo, do Centro de Pesquisa Médica para Análise de Epidemias, do Imperial College, a frequência exata dessas infecções está sujeita a variantes como os níveis de vacinação contra a doença.
Para Ron Eccles, do Centro de Resfriado Comum da Universidade de Cardiff, na Grã-Bretanha, "existe muita confusão entre resfriados e gripe".
Resfriado ou gripe?
Resfriados e gripes são causados por vírus, mas pode ser difícil diferenciar as duas doenças levando em conta apenas os sintomas. As duas doenças podem causar febre e dor de garganta, além de tosse e espirros. Aliás, ambas são transmitidas de pessoa para pessoa através de espirros e tosse.
O que uma pessoa considera gripe, outra pode chamar de um resfriado forte, por exemplo.
No caso do resfriado comum, os sintomas chegam de forma gradual e, geralmente, são mais suaves e afetam principalmente o nariz e a garganta.
A gripe é mais grave e normalmente faz com que a pessoa queira ficar na cama. Os sintomas incluem dores, nariz entupido ou escorrendo.
A gripe é desagradável, mas não é uma ameaça para a maioria dos adultos saudáveis. No entanto, pode trazer consequências graves para idosos e pessoas com outros problemas crônicos de saúde, como asma.
Por isso, os médicos recomendam que os grupos da população que correm mais riscos se vacinem contra a gripe todos os anos.
O problema é que o vírus da gripe está em constante mutação, o que torna mais difícil a previsão de qual variedade deva ser usada na vacina.
Fonte: Michelle Roberts, Editora de Saúde do site BBC

segunda-feira, 30 de março de 2015

723 - O teste rápido da tuberculose

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), unidade da Secretaria da Saúde, foi habilitado pelo Ministério da Saúde para ser o coordenador da realização do teste rápido de tuberculose. Com a habilitação, o Lacen fica responsável pelo treinamento e supervisão do serviço no Estado.
O teste é feito através do equipamento Gene Xpert (foto), apto a emitir o diagnóstico laboratorial da doença em apenas duas horas, agilizando assim o início do tratamento dos pacientes bacilíferos.
O diagnóstico de tuberculose é normalmente realizado pelo exame da baciloscopia do escarro pela coloração de Ziehl-Neelsen, um exame simples que pode ser realizado em todos os laboratórios. O processo todo, desde a chegada do material a ser examinado ao laboratório até a emissão do resultado, demora entre 24 e 48 horas.
O novo equipamento tem alta sensibilidade e especificidade que diminuem as chances de um laudo falso negativo e ainda indica se o paciente tem resistência a um dos medicamentos utilizados no tratamento.
O equipamento, fornecido pelo Ministério da Saúde, está funcionando em vários hospitais e unidades: Hospital de Messejana Dr Carlos Alberto Studart Gomes; Unidade Prisional Otávio Lobo; Centro de Saúde de Sobral; Centro de Especialidades Médicas José de Alencar; Hospital Abelardo Gadelha Rocha, em Caucaia: e, em breve no Hospital São José de Doenças Infecciosas, que está em fase de recebimento e implantação da metodologia.
Na realização do exame por meio do Gene Xpert coloca-se a amostra de escarro a ser examinada em um cartucho, semelhante ao de uma impressora, o qual, em seguida, é colocada no equipamento Gene Xpert e, em 50 minutos, sai o resultado como positivo ou negativo. O teste é muito mais sensível que a baciloscopia comum, ou seja, ele detecta mais resultados positivos e ainda indica se existe resistência à rifampicina, um medicamento utilizado no tratamento da tuberculose.

sexta-feira, 27 de março de 2015

722 - Uma corrida contra uma epidemia

Crédito da imagem: FC
Em 1925, uma epidemia de difteria varreu Nome, no Alasca. O soro salva-vidas estava a milhares de quilômetros de distância, e uma nevasca estava se formando. Aviões não podiam voar nessas condições: apenas os cães poderiam chegar lá.
The Cruelest Miles
Este livro (2003), de Gay Salisbury e Laney Salisbury, relata a heróica história de homens e cães em uma corrida através do deserto do Alasca para levar o soro antidiftérico a uma população atacada pela epidemia.
No Central Park, há uma estátua de Balto, que liderou os dogsleds para Nome. Sob a qual se lê:
"Dedicado ao espírito indomável dos cães de trenó, que transportaram a antitoxina por 600 milhas, sobre o gelo áspero, através das águas traiçoeiras e das tempestades de neve do Ártico, de Nenona para o alívio de Nome."

terça-feira, 24 de março de 2015

721 - O iogurte da Ceci

Janet Jay, em Motherboard
Uma experiência ousada com um probiótico de origem humana
Cecilia Westbrook é uma estudante de MD/PhD na Universidade de Wisconsin, Madison.
Sabendo das propriedades probióticas da vagina, um dia ela brincou dizendo que iria fazer iogurte com secreções vaginais.
Mas Cecília não estava brincando. Com a curiosidade aguçada, ela começou a pesquisar a sério. Uma busca no Google foi realizada sobre o assunto: nada encontrado. Nem mesmo na literatura médica.
Então, que melhor escolha existiria do que experimentar a partir de si mesma?
Cada vagina é o lar de centenas de diferentes tipos de microrganismos. Estes organismos – coletivamente conhecidos como flora vaginal – produzem ácido láctico, peróxido de hidrogénio e outras substâncias que mantêm a vagina saudável. As bactérias predominantes na flora são os lactobacillus, que são também os que estão na cultura do leite, queijo e iogurte.
Mas Cecília não fez o iogurte apenas para ouvir algumas piadas previsíveis (sobre os benefícios da dieta eating pussy). E ela certamente não o fez porque estava com fome. Ela sabia o suficiente sobre a biologia da vagina para pensar que comer um lote de iogurte de seus sucos vaginais seria bom para ela. Sério.
Acredita-se que os probióticos, com suas bactérias amigas, quando ingeridos ajudem a manter nossos intestinos saudáveis. Certamente você já viu os anúncios de iogurtes probióticos para os seus intestinos. Mas há probióticos específicos para manter a vagina saudável, como a confirmar que lá em baixo há mais bactérias "boas" do que "más".
"Você pode tomar um probiótico por via oral e essas bactérias também irão para a vagina", diz Larry Forney, um microbiologista da Universidade de Idaho. "Assim, a idéia de comer iogurte para tratar a vagina de alguma forma funciona ".
Em teoria, de alguma maneira. E o que poderia ser mais saudável do que tomar bactérias saudáveis ​​da própria vagina?
O "método de coleta" consistiu de uma colher de pau. Ela criou um controle positivo (feito com iogurte real como cultura-mãe) e um controle negativo (leite puro sem nada adicionado), e usou seu próprio ingrediente caseiro para o terceiro lote de iogurte. Durante a noite, a magia da biologia criou uma tigela de respeitável porte.
O primeiro lote desse iogurte tinha um sabor amargo, picante e produziu um pequeno formigamento na língua. Ela comparou-o com um iogurte indiano, e comeu-o com alguns blueberries.
Mas esta não foi, ao que parece, uma idéia muito boa em tudo.
De acordo com Forney, "Quando você toma secreções vaginais, você não está apenas tomando os lactobacilos. Você está levando de tudo." E é possível que, de um dia para outro, ou de uma mulher para outra, "o que você está tomando em seu iogurte já não seja dominado por lactobacilos, mas por outras bactérias, algumas das quais patogênicas ", explica. Às vezes, esse desequilíbrio pode causar infecções fúngicas e outras infecções também desagradáveis. "É uma má idéia em geral", diz Forney. "Mas há um elemento da mesma que tem algum apelo: ela está usando bactérias de sua própria vagina".
"Uma vez que cada mulher tem um equilíbrio diferente de lactobacilos, os probióticos vaginais podem ser de utilidade questionável. Mas se uma empresa ou universidade desenvolve probióticos personalizados para a flora microbiana vaginal de uma mulher, estes seriam mais eficazes", explica Forney.
Os benefícios para a saúde de comer probióticos pessoais poderiam não ter sido tão diretos como Cecília esperava, mas, pelo menos, o seu plano teve algum mérito. "Eu gosto do que ela está fazendo, em princípio, mas é arriscado. Porque ela pode acabar com um lote ruim", diz Forney.
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA também concorda. De acordo com Theresa Eisenman, assessora de imprensa no Centro da Agência para a Nutrição e Segurança Alimentar e Nutrição Aplicada", as secreções vaginais não são consideradas "alimentos" e podem transmitir doenças.
Em outras palavras, como o leite cru e certos tipos de queijo fedorento, você não vai encontrar o "Iogurte da Ceci" à venda em uma prateleira de supermercado muito em breve.
Cecilia já tinha feito um segundo lote (antes de aprender que fazer iogurte com sua flora vaginal não era uma coisa que deveria continuar fazendo). Mas, apesar do desânimo de todos, de Forney ao FDA, ela está se sentindo bem. Apenas não vai mais cultivar seus bacilos para ingeri-los.
"De certa forma, é tão óbvio. Pensar que você pode fazer iogurte com sua flora natural. Mas quem pensaria em fazê-lo? ", diz Cecília. "A feminista que há em mim, claro. Que tem algo a dizer sobre a beleza que existe em ligar o corpo à comida e explorar o poder da vagina. Parte disso é uma coisa do tipo hippie místico, mas parte também é querer ficar confortável com o próprio corpo, especialmente em uma sociedade que é tão incômoda com relação aos corpos das mulheres."
No blog EM
Um tratamento ortodoxo - 1 e 2

sábado, 21 de março de 2015

720 - À prosaica aspirina

O poeta João Cabral de Melo Neto, falecido em 1999, transcorreu parte de sua vida sob a tortura de uma terrível enxaqueca. Não foi para menos, portanto, que o pernambucano dedicou uma verdadeira ode àquilo a que ele sempre recorria para aliviar sua cefaléia e, com a cabeça mais leve, então arquitetar intrincados poemas. O seu poema "Num monumento à aspirina" produz, já pelo título, um certo estranhamento no leitor, dada a combinação, meio estrondosa, dos substantivos "monumento" e "aspirina". Pois, em geral, fazemos monumentos às coisas grandes, aos acontecimentos e personagens históricos de relevo. Mas, a um prosaico comprimido de aspirina...

Cinquenta e sete anos atrás, Joe Farris publicou seu primeiro desenho em The New YorkerAo longo dos anos, ele publicaria 269 mais. Este, ao lado, foi um deles.
Joe faleceu neste mês, aos 90 anos.

258 - Plantas que se comunicam

quarta-feira, 18 de março de 2015

719 - Luigi Galvani

O italiano Luigi Galvani nasceu em 9 de setembro de 1737, em Bolonha, a cidade em que viveu a vida quase toda.
Foi médico, professor e pesquisador, destacando-se por seus estudos sobre a bioeletricidade. Usando pernas de rãs mortas, Galvani demonstrou que a aplicação de metais nos músculos ou nos respectivo nervos poderiam fazer as pernas contrairem-se.
Seus experimentos também serviram de inspiração para o romance gótico "Frankenstein", de Mary Shelley, publicado em 1818, em que o monstro criado por um cientista adquiria vida através da aplicação de energia elétrica
Muito da personalidade de Galvani foi condicionada pelo século em que viveu. Sendo profundamente religioso, ele nunca considerou que a religião atrasasse sua pesquisa. Ao contrário, considerava que ciência e fé se auto-interpretavam.
Seus contemporâneos o descreviam como gentil, generoso e um dedicado chefe de família.
Em 1778, perdeu o cargo de professor da Universidade de Bolonha porque, por razões religiosas e princípios, ele se recusou a jurar obediência à República Cisalpina.
Ele morreu pobre, em 4 de dezembro de 1798, antes que pudesse aproveitar a pensão de sua reintegração como professor emérito da Universidade pelas suas contribuições à ciência.
O nome Galvani sobrevive nas células galvânicas, no galvanômetro e no processo chamado de galvanização. A cratera Galvani, na superfície da Lua, também foi assim nomeada em sua homenagem.
Galvani x Volta 
Dois acadêmicos italianos que, no final do século 18, ajudaram a impulsionar o mundo para a era moderna: Luigi Galvani, em Bolonha (que fazia parte dos Estados Pontifícios, o que significa que a cidade era efetivamente governada pela Igreja Católica), e Alessandro Volta, em Pavia, a cerca de 150 quilômetros de Bolonha.
Contemporâneos, ambos fascinados pela eletricidade, mas discordando entre si frontalmente no plano teórico.
Galvani tornara-se atraído pelo uso da energia elétrica nos tratamentos médicos. Ela fora usada, por exemplo, para estimular eletricamente os músculos de um homem paralítico, em 1759. Um relatório da época relatou como o estímulo impactara o paciente. O corpo do homem respondera aos estímulos elétricos. Para Galvani, isso aconteceu porque o corpo humano funciona com uma eletricidade animal, na forma fluida, que flui a partir do cérebro através dos nervos para os músculos onde produz o movimento.
Suas experiências pareciam provar que ele estava certo. Em seus experimentos com rãs, Galvani utilizou o gerador eletrostático de Hauksbee. Ele aplicou a carga da máquina, por meio de um fio de cobre, a um nervo logo acima da perna de uma rã. Assim como Galvani esperava, a perna de rã se contraiu. Ele acreditou que o fenômeno se devera a um tipo de energia elétrica que é intrínseco aos seres vivos.
Para Volta, um racional, mas também um homem religioso, a mera idéia de animais com eletricidade parecia mágica. Ele achava que tal idéia não tinha lugar na pesquisa científica. A perna da rã havia se movido, afirmou Volta, não por causa de uma eletricidade animal, mas por causa da eletricidade (produzida artificialmente e aplicada) fora da rã. Galvani, por outro lado, não podia acreditar no que Volta estava dizendo. Para Galvani, as idéias de Volta parecia incrivelmente obtusas (e contra o peso da evidência objetiva).
O debate entre os dois cientistas foi dos mais importantes e, dado a estrutura de tempo, teve conotações religiosas. Poderia o tipo de eletricidade que o homem produziu (artificialmente) ser o mesmo que Deus produzia (naturalmente)? ​​Galvani respondeu a essa pergunta "sim". Volta respondeu a essa pergunta "não", acreditando, e até mesmo a afirmando, que a ideia do oponente beirava à blasfêmia.
Quem estava certo ?

domingo, 15 de março de 2015

718 - Das colheres de medição ao soro caseiro

Aqui estão as cinco razões pelas quais estas colheres de medição são as melhores que existem:
  • São mais facilmente armazenadas e separadas do que as colheres de medição convencionais.
  • Suas extremidades estreitas cabem nos frascos de especiarias, evitando que os grãnulos sejam derramados. As extremidades redondas são para os líquidos.
  • Você pode colocar uma colher sobre o balcão que o seu conteúdo permanece nivelado.
  • Elas são feitas de plástico ABS - o mesmo material de que é feito o Lego. Em outras palavras, elas são quase indestrutíveis.
  • As diferentes cores em que são apresentadas tornam fáceis de serem lembradas ("A azul claro é uma colher de sopa").
Soro caseiro
O soro caseiro é uma tecnologia social que consiste na preparação e administração de uma solução aquosa de açúcar e sal de cozinha, recomendada para prevenir a desidratação resultante de vômitos e diarreias. Com a diarreia ou vômito ocorre perda de água e sais minerais pelo organismo. A função do soro caseiro, por via oral, é a de reposição das perdas dessas substâncias.
Para evitar erros nas concentrações de açúcar e sal na solução, a UNICEF divulga a utilização de uma colher-padrão que apresenta as medidas exatas para a preparação do soro.
O soro caseiro é preparado dissolvendo-se duas medidas rasas de açúcar (medida maior da colher-padrão) e uma medida rasa de sal (medida menor da colher-padrão) em um copo de água limpa (filtrada ou fervida).
12/08/2018 - Atualização
Já existe a colher (c/ balança) medidora digital. Pesquise no Google.

quinta-feira, 12 de março de 2015

717 - No cruzamento da astronomia com a oncologia

Novas ferramentas na luta contra o câncer
"A astronomia e a oncologia não são parceiras óbvias, mas a busca de novas estrelas e galáxias tem semelhanças surpreendentes com a busca de células cancerosas. Isto tem conduzido a novas formas de acelerar a análise de imagens na pesquisa do câncer." 
Adaptando um software de análise de imagens de uso dos astrônomos, o  PathGrid, os pesquisadores estão sendo capazes, por exemplo, de analisar as imagens de tumores para reconhecer os três tipos de células presentes nas amostras de tecidos: células cancerosas, células do sistema imunológico e células do estroma.
Assim como a identificação de objetos em astronomia revela padrões ocultos e outras informações, as informações obtidas a partir das lâminas contam aos investigadores como os diferentes tipos de células se relacionam entre si.
E a coloração das amostras para seleccionar elementos, tais como proteínas potencialmente importantes, poderá também ajudar os investigadores a identificar novos biomarcadores de utilidade no diagnóstico e no prognóstico do câncer.
Leia mais em: http://phys.org/news/2015-02-astronomy-image-analysis-algorithms-cancer.html#jCp

domingo, 8 de março de 2015

716 - Dia Internacional da Mulher

Mensagem do Conselho Federal de Medicina:
Postagem do Acta, em 8 de março de 2013:
474 - Rita Lobato (e Maria Estrela, nos comentários da postagem)

sexta-feira, 6 de março de 2015

715 - Descoberta do fóssil mais antigo do gênero "Homo"

Uma equipe de cientistas confirmou nesta quarta-feira (4) a descoberta de um fóssil de um hominídeo de 2,8 milhões de anos, que se torna assim o mais antigo encontrado até agora do gênero "Homo", ao qual pertence o homem atual.
Trata-se de parte da mandíbula de um hominídeo (foto) achada em 2013 na Etiópia, cuja análise em dois estudos publicados na revista "Science" aponta que a divisão do gênero "Homo" ocorreu quase meio milhão de anos antes do que se tinha concluído anteriormente.
Os pesquisadores indicam que o fóssil combina os traços primitivos do "Australopithecus" com as características mais modernas do "Homo", que situariam este gênero antes no tempo, pelo menos de maneira incipiente.
"Apesar de muitas buscas, os fósseis da linhagem 'Homo' de mais de 2 milhões de anos são muito raros", afirmou Brian Villmoare, da Universidade de Nevada, um dos principais cientistas envolvidos na descoberta do fóssil.
Villmoare e sua equipe estudaram a fundo a mandíbula, que conta com cinco de seus dentes intactos, e descobriram que, embora a idade e localização do fóssil o coloquem perto do "Australopithecus afarensis", sua arcada dentária coincide mais com as primeiras espécies do "Homo".
O acadêmico explicou que o período que abrange entre 2 e 3 milhões de anos é um dos que tem mais lacunas a respeito do estudo das origens do homem. "Ter uma ideia da fase mais antiga da evolução de nossa linhagem é particularmente emocionante", afirmou.

terça-feira, 3 de março de 2015

714 - Leonard Nimoy (1931-2015)


Na última sexta-feira (27/02), faleceu em sua casa em Bel Air, Los Angeles, aos 83 anos, Leonard Nimoy, o Sr. Spock, o personagem meio humano, meio vulcano de "Star Trecks" (Jornada nas Estrelas).
Nimoy sofria de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e seu estado clínico era grave há algum tempo.
Esta doença está relacionada ao tabagismo. Ele foi fumante durante décadas, mas havia abandonado o vício há mais de 30 anos. Era crítico severo do cigarro e usava a si mesmo ("Don't smoke. I did. Wish I never had."), como exemplo, para tentar conscientizar outras pessoas a largarem o vício.
Seu último tweet, de 23/02:
"Uma vida é como um jardim. Podem ser vividos momentos perfeitos, mas não conservá-los eternamente, exceto na memória."
Descanse em paz, Leonard Nimoy. Spock vive. E nele o senhor viverá para sempre.
Leitura 
Leonard Nimoy, Spock of ‘Star Trek’, dies at 83, The NYT

sábado, 28 de fevereiro de 2015

713 - Duas razões para estudar as enfermidades raras

"Un ser humano está construido en base a la información contenida en aproximadamente 20.000 genes. Cada uno de esos genes es una pieza que desde el mismo momento de la unión entre óvulo y espermatozoide comienza a funcionar para conformar lo que poco a poco irá creciendo y completándose hasta ser un ser adulto e independiente. Durante toda la vida de dicho ser, esas 20.000 instrucciones seguirán presentes: algunas estarán constantemente siendo utilizadas, otras permanecen latentes, otras se silenciarán en determinado momento; pero el ser adulto no necesitará nueva información para seguir viviendo hasta el fin de sus días. En un caso ideal, las 20.000 dosis de información contendrán un número de errores o imperfecciones lo bastante pequeño como para que el individuo lleve una vida relativamente cómoda, consiga reproducirse (si lo desea) y viva tantos años como físicamente sea posible (obviando muerte por causas accidentales). No hace falta ser matemático para imaginar que este caso ideal es altamente improbable: todos, absolutamente todos y cada uno de nosotros portamos tal cantidad de errores en nuestros genes que es más probable que ninguno encajásemos en lo que se pudiese definir como un “ser humano estándar”; como se suele decir, todos tenemos “nuestras teclas” y en cierto modo es reconfortante pensar que en realidad no existe una norma a la que nos acercamos en mayor o menor medida, sino que la especie humana conformamos un conglomerado de variedades genéticas en cuya diversidad reside un gran potencial, así como una gran belleza. Pero hay algunas de estas variedades genéticas que traen acarreados graves problemas para la salud, y su proporción en un grupo humano de gran tamaño es tan baja, que constituyen una rareza. Esto es, a grandes rasgos, lo que define a las enfermedades raras. Es fácil entender que esta “rareza” se debe, pues, a una mínima presencia comparada con otras enfermedades debidas a causas más comunes, y por eso se llaman también enfermedades minoritarias."
jindtres.blogspot.com.br

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

712 - Como assoar o nariz

Se estiver resfriado ou com alergia, assoar o nariz pode lhe ajudar a desbloquear suas vias nasais. Assoar o nariz pode parecer uma tarefa simples, mas, na verdade, existe uma maneira certa e outra errada de fazer isto. Se assoar com muita força, as coisas podem acabar piorando e você pode ficar com dor de ouvido ou contrair uma infecção dos seios da face (sinusite). Ao invés disto, assoe uma narina por vez e certifique-se de estar fazendo isto com suavidade.
Arquivo
256 - Vacinas intranasais |  337 - Doenças causadas pelo uso do ar-condicionado |  603 - O ciclo nasal

sábado, 21 de fevereiro de 2015

711 - Minha própria vida

por Oliver Sacks
Este artigo foi publicado originalmente no The New York Times, em 19 de fevereiro de 2015. A tradução é de Karin Hueck.
Há um mês, eu sentia que estava em boas condições de saúde, robusto até. Aos 81 anos, ainda nado uma milha por dia. Mas a minha sorte acabou – há algumas semanas, descobri que tenho diversas metástases no fígado. Nove anos atrás, encontraram um tumor raro no meu olho, um melanoma ocular. Embora a radioterapia e o laser para remover o tumor tenham me deixado cego desse olho, apenas em casos raros esse tipo de câncer dá metástases. Faço parte dos 2 por cento azarados.
Sinto-me grato por ter recebido nove anos de boa saúde e de produtividade desde o diagnóstico original, mas agora estou cara a cara com a morte. O câncer ocupa um terço do meu fígado e, apesar de ser possível desacelerar seu avanço, esse tipo de câncer não pode ser destruído.
Depende de mim escolher como levar os meses que me restam. Tenho de viver da maneira mais rica, profunda e produtiva que conseguir. Nisso, sou encorajado pelas palavras de um dos meus filósofos favoritos, David Hume, que, ao saber que estava terminalmente doente aos 65 anos, escreveu uma curta autobiografia em um único dia de abril de 1776. Ele chamou-a de "Minha Própria Vida".
"Estou agora com uma rápida deterioração. Sofro pouca dor com a minha doença e, o que é mais estranho, nunca sofri um abatimento do ânimo. Possuo o mesmo ardor de sempre para o estudo e a mesma alegria com as companhias."
Tive sorte de passar dos oitenta anos. E os 15 anos que me foram dados além da idade de Hume foram igualmente ricos em trabalho e amor. Nesse tempo, publiquei cinco livros e completei uma autobiografia (um pouco mais longa do que as poucas páginas de Hume) que será publicada nesta primavera; tenho diversos outros livros quase terminados.[...]
Siga lendo este artigo do neurologista e escritor Oliver Sacks em Glück Project.
Adeus à vida
Oliver Sacks e outras 6 despedidas belas e inspiradoras, Época
484 - A declaração pessoal de Iain Banks, Acta

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

710 - A visão super-humana em mulheres

Quando Concetta Antico levava seus alunos ao parque para uma lição de arte, ela muitas vezes apontava para uma cena, dizendo-lhes:
"Olhem para a luz sobre a água. Vocês pode ver o rosa cintilante naquela pedra? Vocês podem ver também o vermelho na borda daquela folha?"
Os alunos acenavam positivamente.
Somente anos depois, foi que ela percebeu que eles eram muito educados para dizer a verdade. As cores que ela via de forma tão vívida eram invisíveis para eles. Hoje, ela sabe que isso é o resultado de uma condição conhecida como tetracromacia. Graças à variação em um gene do cromossoma X que influencia o desenvolvimento da retina, pessoas como Concetta (12 por cento das mulheres) podem ver cores invisíveis para a maioria de nós.
www.bbc.com

Que é tetracromacia?
É a condição de possuir quatro canais independentes para receber informações de cores, ou possuir quatro tipos diferentes de células cones no olho. Em organismos tetracromatas, o espaço sensorial de cores é quadridimensional, significando que para repetir o efeito sensorial de um espectro luminoso arbitrariamente escolhido dentro de seu espectro visível é necessária a mistura de pelo menos quatro diferentes cores primárias. Sobre o tricromatismo normal em humanos, a gama de cores que podem ser feitas com estas cores primárias não cobre todas as cores possíveis.
Wikipédia

domingo, 15 de fevereiro de 2015

709 - Como espirrar em diversos idiomas

A inserção de palavras em espirros – e as nossas respostas, tais como "saúde" (Espirros. Maneiras de responder) – são hábitos culturais que desenvolvemos.
Não há nenhum imperativo biológico para expressar o espirro de uma maneira padrão em cada idioma.
Achoo (em inglês), atchoum (em francês), hakushon (em japonês), eishi (em coreano), hatschi (em alemão), atchim (em português), e assim por diante.
Para as pessoas surdas, segundo um artigo publicado no BBC News, um espirro é só um espirro. Não tem um grito associado.
Um espirro visto de frente ►
Teve sorte.
Já houve o caso de uma mulher que, depois de um espirro desses, precisou de uma neurocirurgia.
Diagnóstico: deslocamento de duas vértebras cervicais.
No Acta
175 - Uma luz sobre um reflexo
379 - Reunião com a rainha Charlotte

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

708 - Placebo x placebo

Como converter uma simples solução salina em um tratamento útil para as pessoas com a doença de Parkinson? Diga-lhes que é um medicamento que custa 100 dólares por dose. E, se quiser torná-lo ainda mais eficaz, diga-lhes que custa 1.500 dólares.
Isso foi o que uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cincinnati, nos EUA, confirmou em um estudo clínico incomum. Em vez de testar um placebo contra uma droga real, a pesquisa colocou em oposição dois placebos. A única diferença entre eles era o suposto preço.
A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico que causa tremores, rigidez e problemas de equilíbrio nos portadores da enfermidade. Em 2008, uma metanálise constatou que placebos utilizados em ensaios clínicos de tratamento de Parkinson tinham seus sintomas melhorados em 16 por cento, em média.
A equipe da Universidade de Cincinnati tinha, portanto, o palpite de que os pacientes seriam mais sensíveis a uma droga falsa (que pensassem que fosse real), se ela viesse com uma etiqueta de preço mais alto. O preço mais elevado seria visto como um sinal de que o tratamento seria melhor, imaginaram eles.
Ambos os placebos melhoraram a função motora dos pacientes com relação à do teste basal. Mas, quando os pacientes receberam o placebo de 1.500 dólares, a sua melhora foi 9 pontos percentuais acima da melhora obtida com o placebo de US $ 100 por dose, relatam os pesquisadores.
Os resultados desses estudos, que foram também acompanhados por exames de ressonância magnética funcional, acabam de ser divulgados na revista "Neurology".
"As expectativas dos pacientes têm um papel importante na eficácia de terapias médicas", escrevem os pesquisadores. "Outra manifestação disso é a preferência que muitos pacientes têm pelos medicamentos de marca com relação aos genéricos".
N. do E.
O Prêmio Ig Nobel de Medicina de 2008 foi atribuído a Dan Ariely e colaboradores por terem demonstrado que medicamentos falsos caros são mais eficazes que medicamentos falsos baratos.
Referência: "Commercial Features of Placebo and Therapeutic Efficacy" Rebecca L. Waber; Baba Shiv; Ziv Carmon; Dan Ariely, Journal of the American Medical Association, March 5, 2008; 299: 1016-1017.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

707 - Com a mulher por cima

Esta é uma das conclusões de um artigo de pesquisa (n= 44) que foi publicado em uma revista de urologia:
Nosso estudo confirma que o intercurso sexual com a mulher por cima (woman on top) é a posição sexual mais arriscada para uma fratura de pênis.
Advances in Urology
Volume 2014 (2014), Article ID 768158, 4 pages
http://dx.doi.org/10.1155/2014/768158
Autores: Leonardo O. Reis et al. UNICAMP e PUC-Campinas

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

706 - A tatuagem paramédica

Basma Hameed é especialista em tatuagem paramédica. Seu trabalho é aplicar tintas que imitam a cor natural da pele em cicatrizes de vítimas de queimaduras. Por tornar essas lesões menos perceptíveis, essa tatuagem resulta em um impacto positivo para suas vidas.
Sofrer de queimaduras é terrível, e o processo de recuperação, com múltiplas operações de enxerto de pele, doloroso. Além do trauma, os pacientes são frequentemente estigmatizados devido ao aspecto final da pele lesionada.
O trabalho de Hameed faz uma grande diferença.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

705 - Danos causados pelo campo magnético no ser humano

Há alguma intensidade de campo magnético que cause danos nas pessoas?
Vejamos: o campo magnético da Terra apresenta entre 30 e 60 µT (microteslas) e uma pessoa pode receber 10.000 vezes mais em um exame de ressonância magnética nuclear (RMN) sem que isso lhe traga problemas.
Mas a física impõe seus limites. Entre 10.000 y 100.000 teslas, os átomos se deformam e uma pessoa submetida a esse campo magnético se desintegra – provavelmente, em algum tipo de "derretimento" visível e pouco agradável.
Por sorte, ainda somos incapazes de gerar além de 10 ou 100 teslas, mesmo no LHC (Large Hadron Collider) ou em outros grandes equipamentos científicos. Então, aqui na Terra, estamos seguros a esse respeito. Contanto que não nos aproximemos da estrela magnética SGR 1806-20 que, com seu poderio magnético de 100.000.000.000 teslas (10 GT), é uma autêntica máquina de destroçar átomos.
230 - Acidentes com RMN

sábado, 31 de janeiro de 2015

704 - A síndrome da vibração fantasma

Você está sentado à mesa, de pé na cozinha, assistindo a TV etc. De repente, o telefone celular vibra, informando que você tem uma nova mensagem de texto, chamada ou e-mail. Você leva a mão ao bolso em que costuma deixar o aparelho, apenas para descobrir que essa mensagem não existe ou que, talvez, o telefone móvel nem mesmo esteja naquele momento em seu bolso.
A vibração parecia tão real, mas talvez não o fosse. Independentemente disso, não foi causada pelo seu telefone celular.
Aquela  sensação de ter a bunda agarrada por um fantasma. E praticamente todo mundo já se sentiu acariciado por ele.
Se isso já aconteceu com você, tenha a certeza de que você não está sozinho.
Em 2010, uma equipe de pesquisadores do Baystate Medical Center, em Springfield, Massachusetts, pediu a 232 de seus colegas que respondessem um questionário sobre vibrações fantasmas de telefones celulares. Dos 176 que responderam o questionário, 115 (68%) afirmaram que já haviam experimentado os desconcertantes alertas falsos, como o que foi descrito acima. Conclusão: "A síndrome da vibração fantasma é comum entre aqueles que usam dispositivos eletrônicos." (1)
O que provoca isso?
Há um monte de teorias. Poderia ser porque os telefones celulares produzem sinais elétricos que transmitem a sensação de vibração diretamente para os nervos do portador da síndrome ou, simplesmente, por causa de alguma antecipação mental de alertas (vibranxiety). (2)
Este aspecto de antecipação não é muito diferente de qualquer outro tipo de condicionamento psicológico. "Estamos tão acostumados com a vibração de nossos telefones que o cérebro nos faz sentir que está a acontecer – quando ele "quer", e não quando ela realmente acontece. (3)
Há uma evidência mais recente que sugere que tudo se passa em nossas cabeças. Em julho de 2012, pesquisadores publicaram outro estudo sobre o fenômeno das vibrações fantasmas em estudantes de graduação. A grande maioria experimentava as tais vibrações. (4)
Mas é nos extrovertidas e nos neuróticos que isso acontece com mais freqüência. Os extrovertidos, como explica Slate, verificam muito seus telefones porque manter contato com os amigos é uma parte importante de suas vidas. Já os neuróticos, por sua vez, como se preocupam muito com o estado de suas relações, procuram obter o maior número possível de mensagens de texto para saber o que outras pessoas dizem deles. (5)
Em qualquer caso, acreditam os pesquisadores que essas vibrações falsas (apesar de chatas) são inofensivas e que poucas pesquisas (argh!) já foram feitas sobre elas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

703 - Deu à luz um bebê uma hora após saber que estava grávida

Katherine Kropas, 23 anos, trabalha num serviço de buffet em Weymouth, Massachussets. Ela não se sentia bem. Seus tornozelos estavam inchados. Alguns dias depois, ela sentiu fortes dores no abdome. Então, Kropas foi levada por sua avó ao hospital. Os médicos descobriram a causa da dor: Kropas estava prestes a ter um bebê – e dos grandes!
O bebê, que é uma menina saudável, pesou 4,5 quilos ao nascer.
Katie com a filha Ellie
Ben Hamar, o médico do South Shore Hospital que fez o parto, disse que há uma série de situações que podem esconder a gravidez das mulheres. dentre as quais o tamanho do seu corpo e a menstruação irregular. De cada 3.500 nascimentos, que ele vê anualmente no South Shore Hospital, há pelo menos um caso em que a mãe descobre a gravidez semanas ou dias antes do nascimento da criança, acrescenta o médico.
No Acta
278 - Gravidez de alta duração |  651 - A gravidez em 6 segundos, segundo Vine
No EntreMentes
Mãe e filho poderiam nascer do mesmo útero |  O primeiro bebê nascido de um útero transplantado

domingo, 25 de janeiro de 2015

702 - Homeopatia: natural ou sobrenatural?

Um dos remédios mais utilizados em homeopatia é o Oscillococcinum, que é prescrito para o tratamento da gripe. Feito a partir de fígado de pato e diluído em 10 ou 100 partes de água, repetidamente, até atingir o número de 200 diluições (200C).
Só que, por volta da décima segunda diluição (12C), já não existe uma única molécula do produto dissolvido na água. A Constante de Avogadro prova isso, o que Hannemann ao fundar a homeopatia não sabia.
Praticantes de homeopatia não negam esse desacordo com a química. A homeopatia foi desenvolvida antes dos conceitos de átomos e moléculas surgirem.
Mesmo assim, as diluições prosseguem por mais 188 vezes. Em 200C a proporção é de uma parte do extrato de fígado de pato para 100 seguido de 400 zeros partes de água.
Como não há mais o extrato que foi diluído, os homeopatas tentam justificar a ação do remédio pela "memória da água". A existência dessa suposta memória é algo que dura fetossegundos.
Se isso fosse o caso, toda a água do planeta seria um tratamento homeopático para todo mal, porque alguma vez ela tocou em toda erva, mineral ou fígado de animal da prateleira homeopática.
Ler também
Guía completa para desmontar las mentiras sobre la homeopatia, Per Ardua ad Astra
Una bacteria inexistente, un pato inocente y unas amenazas insensatas, Naukas
Como agarrar um milionário
O milionário não é o pobre do pato cujo fígado vai já virar extrato. É o dono dele que, após preparar um remédio homeopático, o  Oscillococcinum 200C, terá produto suficiente para tratar as pessoas gripadas em todo o mundo nos próximos milhões de anos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

701 - SICKO SOS Saúde

Rick cortava um pedaço de madeira numa serra circular de mesa. Quando um nó na madeira que ele segurava o fez perder a ponta de dois dedos. Seu primeiro pensamento? Não tenho plano de saúde. Quanto vai custar? Terei de pagar em dinheiro por isso. Serão, talvez, três mil dólares... ou mais. Foi quando o hospital lhe deu a decisão de escolher: repor o dedo médio por 60 mil dólares ou o dedo anular por 12 mil. Sendo um romântico inveterado, Rick escolheu repor o dedo anular. Pela bagatela de 12 mil. E a ponta do dedo médio de Rick agora desfruta de um novo lar: um aterro sanitário em Oregon.

SICKO SOS Saúde é um documentário de Michael Moore, o consagrado autor de "Fahrenheit 9/11" e "Tiros em Columbine". Neste vídeo, o cineasta destaca o sistema de saúde e as empresas de planos de saúde nos EUA que, em nome do lucro, negam assistência e tratamentos aos pacientes.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

700 - Dormindo com plantas

É perigoso dormir com plantas no quarto porque elas respiram oxigênio à noite?
A resposta a esta curiosa pergunta é muito simples:
Não é nada perigoso. É uma lenda urbana.
Durante o dia as plantas captam dióxido de carbono e liberam oxigênio. Mas esta é a fotossíntese, não é a forma como elas respiram, algo que as plantas fazem, tanto de dia quanto de noite, recolhendo o oxigênio do ar e produzindo o dióxido de carbono.
Se fosse perigoso ter uma planta no quarto porque, ao respirar, ela poderia nos roubar oxigênio, o problema se verificaria de dia e de noite. E, se isso fosse verdade, nós teríamos frequentes notícias nos jornais de pessoas  que teriam sido mortas (por não saberem do fato e arriscarem a vida convivendo com plantas).
Só para nos dar uma ideia: uma pequena planta (de cultivo doméstico) pode consumir cerca de 0,1 litro de oxigênio por hora, enquanto um ser humano precisa de 50 litros de oxigênio por hora. Significa que precisamos de 500 vezes mais de oxigênio.
De fato, se fosse perigoso dormir com uma planta, dormir com a esposa (ou com o esposo) e com outros membros da família no quarto seria simplesmente mortal.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

699 - Pulmão lesionado. A regeneração do órgão por células-tronco de pulmão

Pesquisadores descobrem um mecanismo de regeneração pulmonar
Uma equipe de pesquisa dirigida pelos professores do Laboratório Jackson Frank McKeon, Ph.D., e Wa Xian, Ph.D., informa sobre a função de determinadas células-tronco de pulmão na regeneração de pulmões danificados por doença.
O estudo, publicado na revista Nature, esclarece o funcionamento interno do conceito ainda emergente da regeneração pulmonar e assinala possíveis estratégias terapêuticas que aproveitam estas células-tronco de pulmão.
«A ideia de que o pulmão pode se regenerar demorou em se consolidar entre os investigadores biomédicos", diz McKeon, «em parte devido à diminuição constante que se observa em pacientes com doenças pulmonares graves como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a fibrose pulmonar».
Não obstante, assinala, existem exemplos em seres humanos que apontam para a existência de um sistema robusto para a regeneração pulmonar. «Alguns sobreviventes da síndrome de sofrimento respiratório agudo, ou ARDS, por exemplo, podem recuperar uma função pulmonar quase normal depois de uma destruição importante do tecido pulmonar».[..]
A equipe de pesquisa demonstrou que, quando são isoladas células-tronco de pulmão e depois transplantadas em um pulmão lesionado, elas contribuem para a formação de novos alvéolos, o que ressalta sua capacidade para a regeneração.
Nos Estados Unidos, cerca de 200.000 pessoas sofrem ARDS, uma doença com uma taxa de mortalidade de 40%, e existem 12 milhões de pacientes com DPOC. «Estes pacientes têm poucas opções terapêuticas hoje em dia», diz Xian. «Esperamos que nossa pesquisa possa levar a novas formas de ajudá-los».
Referências:
McKeon F. et al, p63+Krt5+ distal airway stem cells are essential for lung regeneration. Nature, 11/12/14, DOI: 10.1038/nature13903.
Fonte: 
Medical News Today [http://www.medicalnewstoday.com/releases/285381.php]

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

698 - Implicações dos transplantes de cérebro

Entre as complexidades formidáveis ​​que estariam envolvidos nos transplantes de cérebro, se esconde uma pergunta enigmática: se fosse o seu, "você" iria com o seu cérebro? Tais questões foram examinadas pelo professor Fredrik Svenaeus, da Universidade Södertörn, em Huddinge, Suécia.
 "Se eu ganhar um novo cérebro, eu (pelo menos possivelmente) torna-me-ia em outra pessoa. Neste sentido, o cérebro é o único órgão que não pode ser doado. Se você oferece o seu cérebro para ser transplantado em outro corpo, você se torna um receptor e não um doador de órgãos."
Finalmente, o professor lembra que, só por volta de 2070 (quando ele prevê que o primeiro transplante de cérebro poderá ter lugar), é que poderemos ter respostas firmes:
"Nós simplesmente temos de esperar por esse evento, para vermos se o que vai acontecer será capaz de responder à questão da mudança de identidade."
"Eu não tenho estado comigo desde o transplante."

sábado, 10 de janeiro de 2015

697 - Teixobactina, o novo antibiótico sem resistência detectável

Elephtheria terrae
Um grupo de cientistas anunciou nesta semana a descoberta de uma molécula que representa a primeira de uma nova classe de antibióticos. Em testes com camundongos, a droga conseguiu debelar formas resistentes de tuberculose, sem que o micróbio causador da doença adquirisse resistência. Batizada de "teixobactina", a nova substância é produzida por uma bactéria (Elephtheria terrae) encontrada no solo.
A empresa start-up de biotecnologia NovoBiotic, de Cambridge, nos Estados Unidos, que descobriu a molécula, estima que deve conseguir levá-la a um teste em seres humanos dentro de dois anos.
Se tudo correr bem, a droga estaria disponível no mercado por volta do fim da década.
O fármaco foi encontrado após os cientistas analisarem mais de 10 mil amostras de micróbios usando um novo método, que permite o cultivo desses organismos em seu hábitat natural.
A descoberta, que foi publicada na revista científica "Nature" (v. resumo), surge como um alento em um momento difícil para a infectologia. No ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o problema das bactérias resistentes a antibióticos ao status de crise global.
Segundo Kim Lewis, um dos cientistas que participaram do trabalho, a teixobactina ainda requer algumas alterações químicas antes de seguir para testes clínicos. Esse aprimoramento, que leva certo tempo, torna a administração da molécula mais fácil quando a intenção é produzir uma pílula ou uma solução para injeção.
Resumo 
A resistência aos antibióticos está se espalhando mais rápido do que a introdução de novos compostos na prática clínica, causando uma grave crise de saúde pública. A maioria dos antibióticos foi produzida pela triagem dos microrganismos do solo, mas este recurso limitado a bactérias cultiváveis esgotou-se na década de 1960. As abordagens sintéticas para a produção de antibióticos têm sido incapazes de substituir esta plataforma. Bactérias incultiváveis compõem cerca de 99% de todas as espécies em ambientes externos, e são uma fonte inesgotável de novos antibióticos. Desenvolvemos, porém, vários métodos para fazer crescer esses microrganismos pelo cultivo in situ ou usando fatores de crescimento específicos. Aqui, nós relatamos um novo antibiótico, a teixobactina, descoberto em bactérias não cultiváveis. A teixobactina atua destruindo a parede celular das bactérias e dos fungos, ao ligar-se a duas substâncias precursoras de dois lipídios da parede celular, cujo fabrico não é comandado pelos genes desses microrganismos. Não obtivemos quaisquer mutantes de Staphylococcus aureus ou de Mycobacterium tuberculosis que fossem resistentes a teixobactina. As propriedades deste composto sugerem um caminho para o desenvolvimento de antibióticos que evitam o desenvolvimento de resistência.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

696 - Os raios de Vênus

Durante o verão e o outono de 1896, o astrônomo Percival Lowell passou o seu tempo dedicado a estudar o planeta Vênus. Um dia, no final do outono, descobriu uma estranha mancha com raios finos na superfície do planeta, uma descoberta surpreendente que, curiosamente, só ele via.
Aglomeração de relâmpagos em Vênus?...
Como era de esperar, foi criticado pelos resultados. Em 1902, ainda que parcialmente, ele recuou, falando de um problema óptico, mas logo voltou a escrever com intolerante confiança a respeito de sua observação de Vênus.
Ele começou a especular sobre a ascensão de um funil de ar estagnado quente, criando um vazio parcial em que correntes de ar frio dariam lugar a um sistema de raios... Esse era o espírito de Percy.
Absolutamente ninguém podia ver o sistema de raios em atividade na superfície do planeta Vênus.
Tudo isso produziu uma notável falta de credibilidade que, supostamente, repercutiu em seus novos estudos, dessa vez sobre o planeta Marte. Anteriormente, fora ele que descrevera os canais marcianos, logo convertidos em uma suposição da existência de vida inteligente em Marte.
Mas... Por que só Percival Lowell podia ver raios em Vênus?... Seriam eles o produto da imaginação de um astrônomo?
O problema foi solucionado mais de cem anos depois, em 2003, em um artigo de William Sheehan e Thomas Dobbins, THE SPOKES OF VENUS: AN ILLUSION EXPLAINED (Os raios de Vênus: uma ilusão explicada). O artigo sustenta que Lowell tivesse deixado de forma intempestiva o telescópio e que, ao fazê-lo, o telescópio tivesse acidentalmente virado em uma espécie de oftalmoscópio, um instrumento utilizado para o exame dos olhos.
Em outras palavras, o que Percival Lowell observara na superfície de Vênus tinha sido a própria retina, sendo os raios os vasos sanguíneos da dita-cuja.
Percival Lowell y los rayos de Venus, El Baúl de Josete

domingo, 4 de janeiro de 2015

695 - O uso dos calçados na prevenção das doenças tropicais negligenciadas


REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE 
Resumo
O uso consistente de calçados pode ajudar a prevenir ou retardar a progressão de muitas doenças tropicais negligenciadas (DTN).
Foi realizada uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a associação entre o uso de calçados e o risco de adoecimento para aquelas DTN em que a via de transmissão ou de ocorrência se dão através dos pés.
Nós descobrimos que o uso de calçados reduz o risco de úlcera de Buruli, tungíase, ancilostomíase, estrongiloidíase, e leptospirose. Nenhuma associação significativa entre o uso de calçados e podoconiose foi encontrada e não havia dados disponíveis para micetoma, miíase ou picada de cobra.
Recomendamos que, ao lado das intervenções já existentes (água adequada, saneamento e higiene pessoal), o acesso aos calçados deve ser priorizado para acelerar o controle e a eliminação de várias DTN, e assim garantir uma redução das mesmas.
Referência
Association between Footwear Use and Neglected Tropical Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis
Autores: Sara Tomczyk, Kebede Deribel, Simon J. Brooker, Hannah Clark, Khizar Rafique, Stefanie Knopp, Jürg Utzinger, Gail Davey  | Publicação: 13/11/2014 | DOI: 10.1371/journal.pntd.0003285
Ilustração: Jeca Tatuzinho, por Belmonte
folheto do Biotônico Fontoura
Site recomendado
http://www.literaturaeshow.com.br/2010/08/jeca-tatuzinho-e-o-biotonico-fontoura.html

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

694 - Letra de médico

"A vida é muito curta para ficar caprichando na letra."

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

693 - A vitamina C e o zinco na prevenção do resfriado comum

"A primeira coisa que muitas pessoas vão tentar na prevenção do resfriado comum é complementar a dieta com vitaminas C e D", diz Michael Allan, da Universidade de Alberta, no Canadá, que recentemente analisou os dados disponíveis na literatura médica para os remédios mais populares. "Mas a evidência é terrível para elas." Dosagens altas de vitamina C mostram-se capazes de proteger levemente de adoecer as pessoas que se submetem a grande esforço físico, como corredores de maratona, mas para uma pessoa comum reduzem o risco em apenas 3 por cento.
"Se um adulto apresenta dois resfriados por ano, ele só vai evitar um resfriado a cada 15 anos", diz Allan. Pastilhas de zinco pode ter uma sustentação mais firme. Baseado em três ensaios clínicos, Allan diz que crianças que tomam suplementos regulares de zinco sofrem aproximadamente 1 a 1,5 menos resfriados por ano, em média – em comparação com o de seis a oito, que é normal para as crianças em idade escolar. Há também alguma evidência de que o zinco pode reduzir a duração de um resfriado por um dia ou mais. Dado que ele tem um gosto adstringente desagradável, e precisa ser tomado durante todo o ano para o benefício integral, Allan não tem certeza se o recomendaria para uso geral.
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