A Lancêta: Jornal de Medicina, Physiologia, Cirurgia, Chimica, Pharmacia, Litteratura e Noticioso (CE) – 1863. 25/03/1863. n. 5. Custódia: Biblioteca Nacional (Brasil)
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
1438 - A Lancêta
A Lancêta: Jornal de Medicina, Physiologia, Cirurgia, Chimica, Pharmacia, Litteratura e Noticioso (CE) – 1863. 25/03/1863. n. 5. Custódia: Biblioteca Nacional (Brasil)
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
1437 - Colesterol nova diretriz brasileira
- Baixo risco: menor que 115 mg/dL (antes era menor que 130 mg/dL)
- Intermediário: menor que 100 mg/dL (antes era menor que 100 mg/dL)
- Alto: menor que 70 mg/dL (sem alteração)
- Muito alto: menor que 50 mg/dL (antes era menor que 70 mg/dL)
- Extremo: menor que 40 mg/dL (nao existia na diretriz anterior)
O colesterol é um tipo de lipídio ("gordura") que compõe a membrana das células do nosso corpo e que também é precursor da formação de hormônios e vitaminas. Ele é essencial para diversas funções, mas seu excesso está associado a diversos problemas de saúde, especialmente doenças cardiovasculares como AVC e infarto.
Como definir o risco do paciente
Cardiologista e coordenador da Unidade Coronária do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), Italo Menezes Ferreira lembra que não existe um valor ideal único de colesterol para todos.
"Primeiro é preciso estratificar o risco cardiovascular do paciente. Só a partir daí se define a meta de LDL adequada", diz Ferreira.Para definir as metas para cada paciente, a diretriz passa a recomendar o uso de cálculos mais completos de risco cardiovascular em 10 anos, como o escore Prevent, da American Heart Association. Esse modelo considera, além de idade, sexo e histórico clínico, fatores como função dos rins e índice de massa corporal (IMC), oferecendo uma estimativa mais precisa da chance de infarto ou AVC.
Na prática, um escore funciona como uma nota que resume o risco. O médico insere dados como idade, sexo, pressão arterial e função renal, e o sistema calcula a probabilidade de infarto ou AVC em 10 anos.
Meta: evitar infartos
Cirurgião cardiovascular do Hospital Beneficência Portuguesa, Ricardo Kazunori Katayose detalha que a mudança parte do entendimento de que reduzir ainda mais o LDL pode evitar novos infartos em pacientes já comprometidos.
"Ao criar a categoria de risco extremo, a diretriz reconhece que pacientes que já tiveram múltiplos eventos precisam de metas mais agressivas", explica.Cardiologista e coordenador da Unidade Coronária do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), Italo Menezes Ferreira lembra que não existe um valor ideal único de colesterol para todos.
"Primeiro é preciso estratificar o risco cardiovascular do paciente. Só a partir daí se define a meta de LDL adequada", diz Ferreira.Para definir as metas para cada paciente, a diretriz passa a recomendar o uso de cálculos mais completos de risco cardiovascular em 10 anos, como o escore Prevent, da American Heart Association. Esse modelo considera, além de idade, sexo e histórico clínico, fatores como função dos rins e índice de massa corporal (IMC), oferecendo uma estimativa mais precisa da chance de infarto ou AVC.
Na prática, um escore funciona como uma nota que resume o risco. O médico insere dados como idade, sexo, pressão arterial e função renal, e o sistema calcula a probabilidade de infarto ou AVC em 10 anos.
Meta: evitar infartos
Cirurgião cardiovascular do Hospital Beneficência Portuguesa, Ricardo Kazunori Katayose detalha que a mudança parte do entendimento de que reduzir ainda mais o LDL pode evitar novos infartos em pacientes já comprometidos.
"Ao criar a categoria de risco extremo, a diretriz reconhece que pacientes que já tiveram múltiplos eventos precisam de metas mais agressivas", explica.Katayose relembra que parte das dislipidemias é de origem genética. O termo se refere a alterações nos níveis de gorduras no sangue — como colesterol e triglicerídeos — que aumentam o risco de entupimento das artérias.
"Muitas vezes o histórico familiar de infarto se explica por dificuldade de metabolizar o colesterol. Nesses casos, a detecção precoce é crucial para adotar mudanças de estilo de vida ou iniciar medicação", afirma.Terapia combinada como primeira escolha
Para pacientes de alto, muito alto e extremo risco, a diretriz recomenda iniciar já com terapia combinada. Entre as principais opções estão:
- Estatina + ezetimiba.
- Estatina + terapia anti-PCSK9.
- Estatina + ácido bempedoico.
- Estratégias triplas, como estatina + ezetimiba + anti-PCSK9, que podem reduzir o LDL em até 85%.
Katayose ressalta que o aumento da expectativa de vida e os hábitos atuais — sedentarismo, alimentação rica em ultraprocessados, sono ruim e estresse — têm impacto direto nos níveis de colesterol da população.
Impacto esperado
A expectativa da SBC é que a atualização contribua para reduzir a mortalidade cardiovascular no país, orientando tanto a prática clínica quanto políticas públicas. Para especialistas, a diretriz chega em um momento crucial diante do crescimento da obesidade, do sedentarismo e do estresse crônico na população brasileira.
Ver também:
Homem 'vaza' colesterol pelas mãos após aderir a dieta carnívora (G1)
sábado, 18 de outubro de 2025
1436 - A história de Alves Ribeiro (1830 - 1875), o 1.º médico brasileiro formado em Harvard
Cearense do Icó, JOAQUIM ANTONIO ALVES RIBEIRO estudou medicina nos EUA e depois construiu sua carreira como "médico da pobreza" no Estado do Ceará — onde também fundou uma revista científica, publicou um livro de saúde com linguagem popular e abriu um museu pioneiro de História Natural.
18 de outubro, Dia do Médico
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
1435 - A ciência do placebo
Na época, um conflito violento estava em curso entre católicos e protestantes na França. Brossier vinha de uma comunidade católica e seu demônio afirmava, entre outras coisas, que todos os protestantes pertenciam a Satanás. Temendo consequências políticas, o Rei Henrique IV enviou uma comissão médica para estudar a menina em particular.
O médico real Michel Marescot decidiu que a maneira de adivinhar a verdade seria trazer objetos religiosos reais e fictícios — água não consagrada ou hóstias guardadas em uma garrafa ou caixa normalmente reservada para os santos — e comparar as reações de Brossier a eles. Ao longo de um período de 40 dias, ele e sua equipe realizaram os testes e não encontraram nenhuma diferença perceptível na maneira como a menina respondia aos diferentes objetos: quando uma relíquia falsa era segurada contra sua pele, ela gritava como se fosse feita de fogo. Assim, Marescot e os outros médicos concluíram que Brossier não estava possuída. Outras investigações especiais organizadas pelo clero católico, consideradas politicamente motivadas, descobriram o oposto, e relatórios das diferentes equipes se espalharam pela Europa.
Da nossa perspectiva do século XXI, é claro, não é surpresa que a pobre Marthe Brossier não estivesse possuída. Ainda assim, o truque de Marescot constitui um dos primeiros ensaios controlados por placebo — séculos antes de termos um nome para eles, diz a neurocientista Karin Jensen, do Instituto Karolinska, na Suécia.
Os estudiosos há muito sustentam que o controle placebo, como tal, foi inventado durante o Iluminismo, ou mesmo em tempos mais modernos, após a Reforma Protestante, diz Jensen. Mas ela e uma estudiosa medieval chamada Racha Kirakosian, da Universidade de Freiburg, estavam convencidas de que deveria haver precursores. "Durante a Idade Média, havia pessoas com pensamento científico bastante avançado", diz Jensen. Kirakosian sugeriu que eles procurassem entre os escolásticos, uma escola medieval de filosofia que se baseava em uma forma aristotélica de análise. Esses eram os primeiros céticos, como o teólogo francês Jean Gerson, o frade e padre dominicano italiano Tomás de Aquino e o bispo italiano São Boaventura. Naquela época, não havia separação real entre teologia e ciência. "A teologia era a linguagem da ciência, por assim dizer", diz Jensen.
Jensen e Kirakosian finalmente encontraram o que procuravam em textos medievais sobre caça às bruxas . Juntamente com Ted Kaptchuk, pesquisador de placebo da Universidade de Harvard, eles publicaram suas descobertas no início deste ano no Journal of the Royal Society of Medicine.
No artigo, eles mostram que o médico real Marescot estava tomando emprestado dos escritos de Gerson, um intelectual público medieval e chanceler da Universidade de Paris. No final do século XIV, as revelações divinas estavam em voga. As mulheres eram frequentemente aquelas que afirmavam que Deus estava falando através delas, e seus pronunciamentos frequentemente continham ideias ousadas que tinham poderosa influência social e política. As mulheres eram amplamente mencionadas durante as reuniões no Vaticano, diz Jensen, e Gerson tornou-se obcecado em encontrar maneiras de dizer quando uma revelação era real e quando era uma farsa. Como outros teólogos e filósofos escolásticos, Gerson escreveu muito sobre relíquias divinas e falsas — como a transformação dos objetos acontecia e como era difícil distinguir. Mas ele foi o primeiro a exigir um olhar rigoroso sobre as revelações divinas em seus escritos, e esses escritos acabaram encontrando um amplo público.
As ideias pré-científicas do início da Idade Média eram disseminadas principalmente em manuscritos manuscritos em mosteiros, mas quando a imprensa foi inventada, entre os primeiros livros impressos estavam os textos de Gerson, que explicavam como discernir o verdadeiro do falso. Os livros de Gerson, juntamente com manuais que discutiam como diferenciar uma bruxa de uma mulher comum, estavam nas mesas de todos os juízes e inquisidores da Europa. Sua influência foi enorme. "Foi quando os exorcismos começaram a acontecer", diz Jensen. "As mulheres supostamente possuídas eram, no final, avaliadas por médicos. E foi a primeira vez que passamos do âmbito religioso para o âmbito médico."
As ideias de Gerson sobre controles de placebo foram usadas mais tarde para identificar charlatães como o médico alemão Franz Anton Mesmer, por exemplo — que falsamente alegou que algo chamado magnetismo animal poderia curar tecidos e distúrbios — e para desmascarar curas milagrosas.
Hoje, controles placebo são usados em quase todas as formas rigorosas de ensaios clínicos, para identificar medicamentos que têm um efeito biológico mensurável daqueles que funcionam principalmente por sugestão, e para discernir o papel da psique na cura. Eles continuam sendo uma das maneiras mais inteligentes que temos na ciência para dizer quando o verdadeiro poder de um medicamento reside principalmente na mente.
http://nautil.us/placebo-science-is-rooted-in-witch-hunts-787338/
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
1434 - Que é o RQE?
Como o RQE funciona:
Comprovação legal:
O RQE é o documento que confere ao médico o direito de se apresentar como especialista perante a sociedade e em seus carimbos, receituários e publicidade.
Obrigatoriedade:
A divulgação como especialista sem o RQE é proibida pelo Código de Ética Médica e pode gerar problemas éticos para o profissional.
Segurança para o paciente:
A existência do RQE no CRM oferece mais segurança e transparência, pois a informação sobre a especialidade do médico é acessível a toda a população através do site do conselho.
Como um médico pode obter o RQE:
Concluir uma Residência Médica:
Realizar uma formação prática e teórica supervisionada reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Obter um Título de Especialista:
Ser aprovado num processo de avaliação da AMB, que confere o Título de Especialista.
Como verificar o RQE de um médico:
- Acesse o site do Conselho Federal de Medicina (CFM) ou do CRM do Estado onde o médico atua.
- Utilize a ferramenta pública de busca por médicos.
- Insira o nome completo do profissional ou o número do seu CRM.
- Verifique a existência do registro de especialidade do médico.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
1433 - Uma história de logística
"Minha escola fazia fila com todos os alunos e nos levava ao auditório duas ou três vezes por ano para sermos vacinados contra alguma coisa. Sempre esperávamos que fosse o cubo de açúcar, é claro. Três cubos de açúcar misturados com a vacina contra a poliomielite, ao longo do tempo, dariam imunidade vitalícia, e isso significava muito para todos nós, já que conhecíamos alunos mais velhos que mancavam ou tinham uma perna mais curta por causa da poliomielite. Não conhecíamos aqueles que não sobreviveram."
P.S. Há um anúncio de 110 segundos no vídeo, que pode ser pulado nos 3:55.
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
1432 - Lei de Brandolini
"A quantidade de energia necessária para refutar um absurdo é de uma ordem de magnitude maior do que a necessária para produzi-lo."
Em 2005, o físico russo Sergey Lopatnikov publicou anonimamente um ensaio no qual introduziu a seguinte definição:
"Se o texto de cada frase requer um parágrafo [para refutá-lo], cada parágrafo uma seção, cada seção um capítulo e cada capítulo um livro, todo o texto torna-se efetivamente irrefutável e, assim, adquire traços de veracidade. Defino tal veracidade como transcendental."
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
1431 - A vacinação como uma nova forma de prevenção cardiovascular
Com a contribuição da Associação Europeia de Cardiologia Preventiva (EAPC), da Associação de Cuidados Cardiovasculares Agudos (ACVC) e da Associação de Insuficiência Cardíaca (HFA) da Sociedade Europeia de Cardiologia
Esta declaração de consenso clínico examina a literatura existente e as evidências acumuladas e oferece aconselhamento clínico prático sobre o momento da vacinação e a demografia-alvo, abordando especificamente cenários clínicos complexos com foco em condições cardiovasculares. Inclui diretrizes para a vacinação de populações vulneráveis, como indivíduos imunossuprimidos, pacientes com cardiopatia congênita e gestantes, bem como sobre a segurança e as potenciais complicações do procedimento.
http://doi.org/10.1093/eurheartj/ehaf384
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
1430 - Como o ouvido funciona
Essas ondas fazem o nosso tímpano vibrar. O tímpano transmite as vibrações para os ossículos: primeiro, para o martelo; o martelo atinge a bigorna, que atinge o estribo.
Isso amplifica a vibração em 20 vezes.
O estribo, por sua vez, atinge a janela oval para o ouvido interno.
Isso provoca a vibração do fluido que preenche a cóclea. E o fluido movimenta as células sensoriais auditivas.
Então, a pessoa ouve!
Este equipamento por mim fotografado se encontra no Laboratório dos Sentidos do Museu da Imagem e do Som, MIS. (Paulo Gurgel)
Endereço: Avenida Barão de Studart, 410, Meireles, Fortaleza - CE
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
quinta-feira, 28 de agosto de 2025
1428 - As células HeLa
Elas são capazes de se dividir e proliferar indefinidamente em cultura de células, o que as tornou uma ferramenta valiosa para a pesquisa científica.
Uso em Pesquisa:
As células HeLa foram usadas em diversas áreas, incluindo:
- Desenvolvimento da vacina contra a poliomielite.
- Estudos sobre o vírus HPV e sua relação com o câncer de colo de útero.
- Investigações sobre a telomerase e o envelhecimento celular.
- Estudos sobre o câncer, doenças infecciosas e a AIDS.
- Desenvolvimento de medicamentos e terapias.
As células HeLa permitiram avanços significativos em diversas áreas da medicina, contribuindo para o desenvolvimento de vacinas, terapias e o entendimento de diversas doenças.
Controvérsia:
A história de Henrietta Lacks e as células HeLa também levantam questões éticas sobre o uso de amostras biológicas de pacientes, especialmente em contextos de desigualdade e falta de consentimento informado.
Comentário. A família de Henrietta nunca foi avisada. Nunca recebeu nada. Enquanto isso, laboratórios ganharam bilhões usando suas células. Ela virou uma peça de laboratório. Uma mulher com um corpo imortal nos tubos de ensaio.
quinta-feira, 21 de agosto de 2025
1427 - Mais Médicos
O programa leva médicos para regiões prioritárias, remotas e de difícil acesso, onde há escassez de profissionais, além de promover a formação e qualificação de médicos por meio de parcerias com instituições de ensino.
A estratégia visa a garantir maior equidade no acesso aos serviços de saúde em todo o território nacional, melhorar a qualidade do atendimento e fortalecer vínculos entre médicos e comunidades.
O Mais Médicos integra ações do governo federal, com apoio de estados e municípios, para fortalecer a Estratégia Saúde da Família (ESF), porta de entrada preferencial do SUS, responsável por resolver cerca de 80% dos problemas de saúde da população.
Países que investem na Atenção Primária à Saúde (APS) apresentam melhores indicadores de saúde, mais equidade e menor número de internações desnecessárias, além de custos mais controlados.
O programa já passou por diferentes fases: lançado em 2013, chegou a contar com 18.240 médicos em 4.058 municípios em 2014. Entre 2016 e 2022 houve redução de profissionais ativos, chegando a 12.843.
A partir de 2023, no atual governo, o Mais Médicos foi retomado e expandido, com 28.000 vagas em 4.547 municípios, incluindo saúde indígena e prisional, beneficiando 73 milhões de brasileiros. Dos médicos ativos no programa, 92% são nacionais.
Além do atendimento, o programa prioriza a formação de médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade, com cursos de aperfeiçoamento, mestrado ou doutorado profissional.
A continuidade do atendimento humanizado e com fortes vínculos entre médicos e comunidades também é uma marca do programa, reconhecida pela aprovação da população usuária do SUS.
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
1426 - A tuberculose na História
DeepSeek:
A saúde de Gavrilo Princip e a disposição para morrer
Gavrilo Princip sofria de tuberculose, uma doença grave, sem tratamento eficaz e muitas vezes fatal na época. No entanto, não há evidências claras de que ele e seus companheiros estivessem ativamente morrendo no momento do atentado. A tuberculose era uma doença crônica que podia levar anos para se tornar fatal, e muitos dos conspiradores estavam doentes, mas não necessariamente à beira da morte.
Ainda assim, sua condição de saúde pode ter contribuído para sua disposição de arriscar a vida. Eles eram nacionalistas fanáticos, acreditando na libertação dos eslavos do sul do domínio austro-húngaro, e muitos estavam dispostos a se sacrificar pela causa. Quando presos, alguns tentaram suicídio, mas Princip não conseguiu porque sua cápsula de cianeto estava velha e só lhe causou vômitos.
O destino dos assassinos
Gavrilo Princip foi condenado a 20 anos de prisão (a pena de morte não podia ser aplicada a menores de 20 anos na Áustria-Hungria). Ele morreu de tuberculose na prisão em 1918, antes do fim da guerra.
Nedeljko Čabrinović também morreu na prisão, em 1916, de tuberculose.
Outros conspiradores foram executados ou morreram na prisão.
Conclusão
Embora a tuberculose tenha afetado sua saúde, não está claro que isso fosse o principal motivador de suas ações. Eles já eram extremamente comprometidos com a causa nacionalista sérvia e estavam dispostos a morrer por ela, independentemente de sua condição física. O atentado foi um ato de terrorismo político, não um "suicídio por doença", mas sua saúde debilitada pode ter reforçado sua disposição para o sacrifício.
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
1425 - Adoção de embriões
Criado e congelado em maio de 1994, ele permaneceu em criopreservação por 30 anos e meio, até ser adotado por Lindsey e Tim Pierce, um casal de Ohio que tentava ter filhos há sete anos.
No caso dos Pierce, eles haviam sido congelados por meio de uma técnica antiga, chamada “congelamento lento”, que caiu em desuso a partir dos anos 2000. O método envolve a redução gradual de temperatura, o que pode formar cristais de gelo prejudiciais. Hoje, a técnica padrão é a vitrificação, que congela rapidamente em nitrogênio líquido.
O nascimento de Thaddeus bate o recorde anterior, registrado em 2022, quando Rachel e Philip Ridgeway tiveram gêmeos a partir de embriões criados mais de 30 anos antes. Coincidentemente, os dois partos aconteceram na mesma clínica de fertilidade, em Knoxville, Tennessee.
Adoção de embriões
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quinta-feira, 31 de julho de 2025
1424 - O uso profilático do Lenacapavir
A aprovação representa um marco. Até agora, a PrEP se baseava em comprimidos diários ou injeções a cada dois meses. Essa nova formulação, de aplicação a cada 26 semanas, oferece uma opção mais simples, discreta e possivelmente mais aderente para milhões de pessoas.
🧬 Como funciona?
A molécula tem uma longa meia-vida e altíssima potência. O desenvolvimento não foi simples: mais de 4 mil compostos foram sintetizados até se chegar à estrutura atual. O resultado? Um antiviral de liberação lenta, capaz de manter níveis terapêuticos estáveis por meses.
📊 O que mostraram os estudos?
Dois grandes ensaios clínicos multicêntricos (realizados na África, América Latina, EUA e Sudeste Asiático) compararam o lenacapavir com o uso diário de comprimidos orais.
Os números impressionam:
Em mulheres cisgênero: nenhuma infecção por HIV entre as participantes que receberam a injeção.
Em homens que fazem sexo com homens e pessoas trans: eficácia próxima de 100%.
Os efeitos adversos foram, em sua maioria, reações no local da aplicação — dor, inchaço ou nódulos — mas raramente motivaram a interrupção da terapia (menos de 1%).
💰 Preço e acesso
A boa notícia vem com um aviso: o preço do Yeztugo nos EUA é de US$ 28 mil por ano. A Gilead, fabricante do medicamento, já anunciou programas de assistência para pacientes sem cobertura e negociações com planos de saúde privados.
Mas a grande questão é global: como garantir o acesso nos países de baixa e média renda? Organizações como o Global Fund, PEPFAR e Gates Foundation já se movimentam para incluir o lenacapavir em seus programas de saúde pública, mas ainda faltam aprovações regulatórias fora dos EUA.
http://academiamedica.com.br/blog/lenacapavir-yeztugor-a-injecao-semestral-que-muda-o-jogo-na-prevencao-do-hiv
Lenacapavir, um medicamento injetável que oferece praticamente 100% de proteção contra a infecção pelo HIV com uma dose a cada seis meses, foi escolhido como o "Avanço Científico do Ano" pela revista Nature.
quinta-feira, 24 de julho de 2025
1423 - Hidrocefalia de Pressão Normal
O que é hidrocefalia de pressão normal?
O cérebro e a coluna vertebral são banhados pelo líquido cefalorraquidiano (LCR), que flui através das cavidades. A HPN é uma condição neurológica que acontece quando há acúmulo anormal desse líquido nas cavidades do cérebro, aumentando o tamanho dessas estruturas e fazendo pressão sobre esse órgão, a chamada hipertensão intracraniana.
Entre os sintomas que esse quadro pode causar e que se agravam se não forem logo tratados, estão: dores de cabeça, sonolência e alterações no estado mental, como confusão, visão turva ou dupla, náusea, dificuldade de andar e incontinência urinária.
"Um dos desafios do diagnósticos de HPN é que esses sintomas em idosos são, muitas vezes, considerados problemas inerentes à idade. Mais grave ainda quando o declínio da memória é confundido e tratado como demência", informa o diretor científico e fundador da brain4care, Gustavo Frigieri.
Segundo o neurocirurgião Raphael Bertani, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pesquisador com estudos nessa área, a HPN afeta predominantemente idosos, sendo mais comum após os 60 anos. No caso de pessoas com mais de 80 anos, por exemplo, a literatura médica aponta que aproximadamente 6% a 10% podem ter HPN. "Ou seja, das milhões de pessoas que envelhecem e começam a ter declínio cognitivo, um contingente significativo apresenta HPN. São pessoas que se diagnosticadas e tratadas podem recuperar sua qualidade de vida", afirma Bertani.
O tratamento cirúrgico da doença para inserção de uma válvula de derivação, por exemplo, pode restaurar e manter os níveis normais de líquido cefalorraquidiano no cérebro. Em geral, esse sistema é composto por dois cateteres e uma válvula que redireciona o excesso de líquido do ventrículo do cérebro para outra parte do corpo, proporcionando a regressão dos sintomas e o resgate da qualidade de vida do paciente.
Evolução tecnológica no diagnóstico
No contexto mundial do diagnóstico de HPN, a contribuição do Brasil é relevante. A ciência brasileira é pioneira no desenvolvimento da tecnologia não invasiva de monitorização do risco de hipertensão intracraniana, que tem como uma de suas aplicações importantes, auxiliar no diagnóstico assertivo de HPN, além de fornecer dados essenciais no acompanhamento e regulagem da válvula de derivação em pacientes tratados com esse recurso.
A história é curiosa e está relacionada aos estudos do físico e químico Sérgio Mascarenhas (1928-2021), que após suspeita de doença de Parkinson, percorreu uma jornada diagnóstica que o levou à confirmação de um caso de HPN. Restabelecido e inconformado com as limitações e complexidades do método invasivo a que foi submetido, voltou à bancada de pesquisa e realizou estudos iniciais com apoio da Fapesp e provou que era possível a monitorização da pressão intracraniana de modo não invasivo. Anos mais tarde, em 2014, para transformar sua descoberta em uma oferta de saúde, Mascarenhas se uniu a ex-alunos e empresários para desenvolver a tecnologia e fundar a brain4care.
Para mais informações, visite: https://brain4.care/
quinta-feira, 17 de julho de 2025
1422 - Medicamentos durante a gestação
Informações regulatórias sobre a segurança de medicamentos durante a gestação
Até a década de 2010, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA classificava os medicamentos vendidos sem receita (OTC) e prescritos em 5 categorias de segurança para uso durante a gravidez (A, B, C, D, X). Contudo, poucos estudos bem controlados dos fármacos terapêuticos foram realizados em gestantes. A maioria das informações sobre a segurança dos fármacos na gestação deriva de estudos com animais, estudos não controlados em seres humanos e vigilância pós-marketing. Consequentemente, o sistema de classificação da FDA levou a confusões e dificuldades para aplicar as informações disponíveis às decisões clínicas. Em Dezembro de 2014, a FDA respondeu exigindo que as categorias de gestação A, B, C, D, e X fossem removidas dos rótulos de todos os fármacos.
Em vez de categorias, a FDA agora exige que o rótulo forneça informações sobre o fármaco específico em um formato consistente [chamado the final rule (a regra final) ou Pregnancy and Lactation Labeling (Drugs) Final Rule.
As informações exigidas pela FDA têm 3 subseções:
- Gestação: informações relevantes para o uso do fármaco em gestantes (p. ex., dosagem, riscos fetais) e informações sobre se a presença de um registro que coleta e mantém os dados sobre a maneira como as gestantes são afetadas pelo fármaco
- Lactação: informações sobre como utilizar o fármaco durante a amamentação (p. ex., a quantidade de fármaco no leite materno, os efeitos potenciais sobre a criança amamentada)
- Mulheres e homens com potencial reprodutivo: informações sobre testes de gravidez, contracepção e infertilidade no que se refere ao fármaco
Fonte: Manual MSD. Ver tabela
Quando a FDA abandonou a lista de segurança para gestantes?
Deep Seek: A FDA (Food and Drug Administration) abandonou o sistema de classificação de risco de gravidez por letras (A, B, C, D e X) em 2015, substituindo-o por um novo formato chamado "Drug Pregnancy Labeling Rule" (Rótulo de Medicamentos na Gravidez). Essa mudança entrou em vigor a partir de 30 de junho de 2015, com um período de transição para as farmacêuticas se adaptarem. Principais mudanças:
1. Eliminação das categorias A, B, C, D e X – Essas classificações eram consideradas muito simplistas e podiam levar a interpretações equivocadas. 2. Informações mais detalhadas – Os novos rótulos passaram a incluir:
- Riscos conhecidos durante a gravidez e amamentação.
- Dados clínicos relevantes (estudos em humanos e animais).
- Informações sobre o trabalho de parto e pós-parto, quando aplicável.
Por que a mudança?
As categorias antigas não refletiam adequadamente os riscos e benefícios reais.
Muitos medicamentos na categoria C (risco não descartado) eram interpretados como "potencialmente perigosos", mesmo quando os dados eram limitados, mas não necessariamente negativos.
A nova regra busca maior transparência e informações baseadas em evidências.
quinta-feira, 10 de julho de 2025
1421 - Entidades médicas do Ceará
Conselho Regional de Medicina do Ceará (CREMEC)
https://cremec.org.br/
Sindicato dos Médicos do Ceará (SIMEC)
http://sindicatodosmedicosdoceara.org.br/
Academia Cearense de Medicina (ACM)
http://acm.med.br/
Associação Médica Cearense (antigo Centro Médico Cearense)
http://amc.med.br/
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Regional do Ceará (SOBRAMES CEARÁ)
http://blogdasobramesceara.blogspot.com/
Academia Cearense de Médicos Escritores (ACEMES)
https://cnpj.biz/31593556000162
Centro Acadêmico XII de Maio
Rua Alexandre Baraúna, 949 – R. 60430-160 Fortaleza – CE . (85) 3366-8001 / (85) 3366-8003
http://www.medicina.ufc.br/centro-academico-xii-de-maio/
quinta-feira, 3 de julho de 2025
1420 - Herpes-zóster
"O vírus fica alojado em gânglios nas regiões do tórax ou do abdômen e um dia, por causa da queda da imunidade ou por que a pessoa está mais velha, ele aparece como herpes-zoster", explica Maisa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Embora tenham o mesmo nome, herpes e herpes-zóster são doenças totalmente distintas. A primeira é provocada pelo germe HSV-1, enquanto a segunda é resultado da ação do vírus da varicela/catapora.
A doença é mais comum após os 50 anos. O estresse, diz a médica, é um dos fatores que vem mudando o perfil daqueles afetados pela infecção, fazendo a doença aparecer mais cedo.
Tudo o que diminui a imunidade pode levar ao herpes-zoster. O estresse acorda o vírus."
Tratamento
O tratamento envolve medicamentos antivirais e analgésicos e, quanto mais cedo o paciente buscar o hospital, maiores as chances de sucesso. O princípio ativo utilizado para conter a herpes-zoster, o aciclovir, evita a expansão das lesões, mas só tem efeito se tomado até 72 horas após o aparecimento dos sintomas. Por isso, rapidez na busca de ajuda é essencial.
Prevenção
A única forma de prevenir o herpes-zóster é por meio da vacina em adultos (em geral administrada após os 50 anos). No Brasil, a mais usada é a Shingrix, produzida pela GlaxoSmithKline (GSK). Promete uma eficácia de 90% contra a doença, além de evitar a ocorrência da neuralgia pós-herpética. A vacina está disponível apenas na rede privada e custa, em média, 1 mil reais por dose. São administradas duas doses com o intervalo de 60 dias.
Vacina contra herpes zoster pode reduzir risco de Alzheimer e demência, apontam estudos com mais de 500 mil participantes. Marcelo Valadares, neurocirurgião da Unicamp comenta achados promissores para a prevenção das condições e reforça a importância da cautela diante de dados ainda preliminares. Via Press Manager (releases@releases.pressmanager.com.br)
quinta-feira, 26 de junho de 2025
1419 - Efeitos da maconha fumada sobre a fertilidade masculina
Os especialistas sabem há muito tempo que o uso de tabaco e álcool pode afetar a fertilidade masculina. E desde pelo menos a década de 1970, pesquisadores suspeitam que o uso de cannabis tenha um efeito semelhante. Mas só recentemente eles conseguiram descrever como isso afeta os espermatozoides, mudando sua forma, tornando-os mais lentos e alterando seu material genético.
Isso não é surpreendente, já que muitos canabinoides são tóxicos para células vivas, disse Gerald Berkowitz, especialista em cannabis da Universidade de Connecticut. "Se você pegar células vegetais ou animais e colocá-las em uma placa de cultura celular e adicionar THC nessa placa, verá que as células morrem ao redor do THC."
Em estudos conduzidos ao longo da década de 1990, cientistas da Universidade de Buffalo descobriram que um canabinoide no corpo chamado anandamida desempenha um papel fundamental na reprodução, impedindo que mais de um espermatozoide fertilize um óvulo ao mesmo tempo. E que os mesmos receptores usados pela anandamida podem ser sequestrados pelo THC da maconha, possivelmente sobrecarregando o sistema de sinalização do esperma.
Mais recentemente, especialistas investigaram como isso funciona no mundo real. Por exemplo, em sua revisão de 2019 , Pastuszak e vários colegas relataram que o uso de cannabis estava fortemente associado a uma menor contagem e concentração de espermatozoides, bem como a uma maior incidência de espermatozoides com formato anormal.
No ano seguinte, um estudo com 229 homens jamaicanos mostrou que mesmo o uso moderado de cannabis estava associado a uma probabilidade quase três vezes e meia maior de desenvolver espermatozoides deformados, o que reduz as chances de fertilização bem-sucedida.
Além disso, um novo estudo com 113 homens jordanianos descobriu que o movimento dos espermatozoides, chamado motilidade, era muito menor em usuários de cannabis do que em fumantes e não fumantes de tabaco, disse Mohamed Eid Hammadeh, cujo laboratório na Universidade de Saarland, na Alemanha, conduziu o estudo. Eles descobriram que, após se ligar aos receptores canabinoides no esperma, o THC danificou as mitocôndrias dentro da célula.
Conhecidas como o motor da célula, as mitocôndrias impulsionam o esperma em direção ao óvulo, explicou Houda Amor, coautora do estudo com Hammadeh. Se as mitocôndrias não funcionam, o espermatozoide tem dificuldade para nadar.
Por fim, pesquisas com animais sugerem que a cannabis pode afetar o DNA dentro de um espermatozoide que contribui para um novo embrião. Um estudo de 2020 com ratos, realizado por cientistas da Duke, descobriu que o uso de cannabis pelos pais prejudicou o desenvolvimento cerebral dos filhos.
Como mitigar os riscos
É claro que a cannabis também pode afetar a saúde sexual masculina de maneiras que não têm nada a ver com o esperma.
"O uso crônico em altas doses pode contribuir para a disfunção erétil, ejaculação retardada e diminuição do desejo sexual ao longo do tempo", disse Ryan S. Sultan, psiquiatra clínico da Universidade de Columbia. Ele alertou que mesmo fumar apenas uma vez por semana pode desencadear alguns desses efeitos.
Extraído de: Fumar marihuana podría afectar tu esperma y tu capacidad de tener hijos, The New York Times
quinta-feira, 19 de junho de 2025
1418 - Minha carteira de vacinação (período: 2021 a 2025)
15/03/2021 Coronavac (1.ª dose)
06/04/2021 Coronavac (2.ª dose)
20/04/2021 Vacina anual da gripe
07/10/2021 mRNA Pfizer (reforço)
17/03/2022 Vacina dT (dupla adulto)
05/04/2022 Vacina anual da gripe
17/05/2022 mRNA Pfizer (2.º reforço)
27/02/2023 mRNA bivalente Pfizer
14/04/2023 Vacina anual da gripe
07/12/2023 mRNA bivalente Pfizer
12/03/2024 Vacina anual da gripe
24/07/2024 mRNA bivalente Moderna (Spykevax)
10/04/2025 Vacina anual da gripe
10/04/2025 mRNA bivalente Moderna (Spykevax)
21/04/2025 Vacina herpes zóster Shingrix - 1.ª dose
21/06/2025 Vacina herpes zóster Shingrix - 2.ª dose
Efeitos colaterais pós-vacinais: nenhum.
Covid-19, forma leve em 2022
"Não estou vacinado e estou bem" é como dizer: "Voltei para casa bêbado e cheguei bem".
Ambas as coisas podem ser verdadeiras.
Nenhuma das duas é uma boa ideia.
(Dr. Neil Stone)
quinta-feira, 12 de junho de 2025
1417 - Conceitos-chave da tuberculose
Natalia Martinez Medina, Medscape
A tuberculose é um problema de saúde pública devido à sua alta morbidade e mortalidade. De acordo com o Relatório Mundial da Tuberculose de 2024 publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023 foram relatados 8,2 milhões de novos casos, com 1,25 milhão de mortes pela doença.
A OMS salienta que, sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose pode atingir 50%. No entanto, com o uso de terapias atualmente aprovadas e recomendadas pela entidade (um ciclo de medicamentos antituberculose por 4 a 6 meses), cerca de 85% dos doentes alcançam a cura.
Existem cinco fatores de risco principais associados ao desenvolvimento da tuberculose: subnutrição, infecção por vírus da imunodeficiência humana, distúrbios relacionados ao consumo de álcool, doenças decorrentes do tabagismo e diabetes. Além disso, fatores como mudanças climáticas, migração, deslocamento forçado, escassez de financiamento e resistência antimicrobiana também afetam a disseminação e o controle da doença.
Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos têm diretrizes de diagnóstico e tratamento da doença, das quais quatro definições principais devem ser consideradas:
- Tuberculose latente: o paciente tem Mycobacterium tuberculosis no corpo, mas não apresenta sinais ou sintomas de doença ativa.
- Tuberculose ativa: a infecção progride e o paciente desenvolve sintomas da doença, representando risco de transmissão.
- Tuberculose multirresistente: o bacilo não responde à isoniazida nem à rifampicina, os dois fármacos antituberculose de primeira linha mais eficazes. Atenção: existem tratamentos de segunda linha.
- Tuberculose extremamente multirresistente: os bacilos responsáveis pela doença não são suscetíveis aos medicamentos mais eficazes contra a tuberculose multirresistente.
Existem várias opções disponíveis para o tratamento da tuberculose:
- Tuberculose latente: isoniazida mais rifampicina. Alternativa: isoniazida mais rifapentina (uma vez por semana por 12 semanas, seja autoadministrada ou sob terapia diretamente observada-duração da resposta). Esses tratamentos não são recomendados para crianças com menos de 2 anos de idade, grávidas ou pacientes com uma cepa resistente a esses medicamentos.
- Tuberculose ativa: isoniazida, rifampina, pirazinamida, etambutol ou estreptomicina (não utilizada na gravidez). Atenção a casos especiais: gestantes, crianças e portadores do vírus da imunodeficiência humana que necessitem de tratamento especial.
- Tuberculose extrapulmonar: aplica-se o mesmo regime de tratamento de seis meses que para tuberculose pulmonar, exceto na meníngea e na osteoarticular, onde o tratamento pode se estender para 9 a 12 meses. Casos com complicações graves podem exigir terapia cirúrgica.
quinta-feira, 5 de junho de 2025
1416 - Gripe aviária. Consumo de frango e ovos
Vídeo da entrevista ao GZH do Dr. Fernando Spilki, médico infectologista, a respeito dos cuidados ao consumir frango e ovos durante o atual surto de gripe aviária no Brasil.
sábado, 31 de maio de 2025
1415 - Dia Mundial sem Tabaco (31/05/2025)
O consumo de tabaco potencializa, em diferentes proporções, o desenvolvimento de câncer de pulmão (90%), cavidade oral (80%), laringe (96%), esôfago (90%), bexiga (70%), pâncreas (30%), fígado (25%), colo uterino (20%), rim (20%), colorretal (20%), estômago (20%) e leucemia mieloide aguda (20%), alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica neste 31 de maio - Dia Mundial sem Tabaco.
O tabagismo segue como um dos principais fatores de risco para o aumento de casos de câncer no mundo. No Brasil, quando considerados todos os tipos de câncer, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 20% dos casos no Brasil estão relacionados ao tabagismo, o que equivale a cerca de 140 mil novos casos anuais. A SBCO, a partir de informações de base de dados do INCA e da FioCruz, projetou que haverá 91.285 novos casos em 2025 no Brasil, diretamente associados com o tabagismo, para doze tipos de câncer. O levantamento é um alerta alusivo ao 31 de maio – Dia Mundial sem Tabaco.
Embora o câncer de pulmão seja o mais associado ao fumo - 90% dos casos têm o tabagismo como etiologia (causa) - os estudos epidemiológicos evidenciam que o tabagismo também é causa determinante para outros cânceres. "Vale a ressalva de que o tabagismo, assim como outros fatores de risco, não são uma causa isolada. Em câncer de cavidade oral e de esôfago, por exemplo, o risco é potencializado quando o fumo é acompanhado do consumo de bebidas alcoólicas", alerta o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
O Dia Mundial sem Tabaco é uma iniciativa para conscientizar a população mundial sobre os riscos inerentes ao hábito de consumir cigarro e seus derivados. De acordo com dados da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), o tabagismo é causador da morte de 1,8 milhão de pessoas por ano.
O presidente da SBCO observa que os números são preocupantes e reforça a importância de se intensificar as medidas antitabagistas no país. "Esses números evidenciam o impacto direto do tabagismo na incidência de câncer no Brasil. Só considerando esses doze tipos de tumor, mais de 90 mil casos por ano estão diretamente ligados ao uso do tabaco — o que significa milhares de diagnósticos que poderiam ser evitados se o cigarro e outros dispositivos de fumo não existissem. O tabagismo não apenas aumenta o risco de diversos tipos de câncer, mas também agrava o prognóstico em quem já está doente", destaca Pinheiro.
Rodrigo Pinheiro alerta sobre o perigo não só do cigarro, como também de outros dispositivos de fumo, que estão cada vez mais populares. "O tabaco pode influenciar desde o surgimento até a progressão de um tumor, mas é igualmente urgente alertar, especialmente aos jovens, sobre os perigos de outros meios de consumo, como o vape (cigarro eletrônico) e o narguilé. Esses produtos também são altamente viciantes e carregam grandes concentrações de nicotina e outras substâncias tóxicas, com potencial de causar sérios danos à saúde a médio e longo prazo. A falsa ideia de que são alternativas 'menos nocivas' é equivocada e preocupante", alerta o presidente da SBCO.
Via Press Manager (copidescado)
quinta-feira, 22 de maio de 2025
1414 - Notas e entrevistas como contribuição à história da medicina no Ceará
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. O CENTRO DE ESTUDOS DO HOSPITAL DE MESSEJANA. Histórias da Saúde: Fortaleza, 2004. p.31-32.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. BREVE HISTÓRIA DO HOSPITAL DE MESSEJANA. Revista Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (edição especial): Fortaleza, 2006. p.12-13.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. A UTI RESPIRATÓRIA DO HOSPITAL DE MESSEJANA: Do início aos dias atuais. Histórias da Saúde: Fortaleza, 2006. p.18-19.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. HOSPITAL SÃO JOSÉ: Uma história a ser contada. Anais da Academia Cearense de Medicina. Volume n.º 17. Fortaleza: Expressão, 2017. p.443-444.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. HOSPITAL DE MARACANAÚ (e sua "estação de rádio"). Anais da Academia Cearense de Medicina. Volume n.º 21. Fortaleza: Expressão, 2025. p.539-542.
Entrevistas
Médicos formados pela UFC: a turma de 1971. p.98-102.
Hospital São José: o início de uma história a ser contada. p.103-109.
A Casa de Saúde Santa Mônica (em Petrópolis-GB). p. 110-113.
Exercendo a clínica privada. p. 114-118.
Face to face: a criação da UTI Respiratória do Hospital de Messejana. p. 119-123.
Enfrentando a silicose no Ceará. p.124-127.
quinta-feira, 15 de maio de 2025
1413 - Vem aí a XXI Bienal da Academia Cearense de Medicina!
O evento é gratuito com certificação de participação e de apresentação de trabalhos.
Os trabalhos científicos sobre ética, história da medicina do Ceará e científica médica serão premiados e publicados nos anais da Revista da Unifor e da Interagir (Unichristus).
Serão três dias de muita troca, prática e aprendizado com grandes nomes da medicina.
Aguardamos vocês!
O PROGRAMA CIENTÍFICO DA XXI BIENAL DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA
Blog do Marcelo Gurgel
quinta-feira, 8 de maio de 2025
1412 - O comércio de sanguessugas entre a Espanha e a França no século 19 e suas consequências
doi.org/10.1017/mdh.2024.5
Relacionadas:
quinta-feira, 1 de maio de 2025
1411 - "Olhar à direita"
Um dos casos que ele relatou é o de uma mulher brilhante, na casa dos sessenta anos, chamada Sra. S., cujo hemisfério direito foi devastado por um derrame maciço. Embora isso a tenha deixado com "inteligência perfeitamente preservada — e humor", também a deixou vivendo em apenas metade do mundo.
Negligência unilateral
Pacientes com negligência unilateral se comportam não apenas como se nada estivesse realmente acontecendo em um de seus hemiespaços, mas também como se nada de importante pudesse ocorrer ali.
quinta-feira, 24 de abril de 2025
1410 - Mentiras e verdades sobre a vacina contra a gripe
Veja abaixo as explicações da presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, que desmentem algumas das informações falsas que mais circulam contra a vacina da gripe e colocam em risco a vida das pessoas:
MENTIRA: "A vacina pode fazer algumas pessoas pegarem a gripe"
VERDADE: De acordo com a especialista, esta é a época do ano em que mais circulam o rinovírus, o metapneumovírus, o vírus sincicial respiratório, entre outros vírus, mas as pessoas chamam qualquer quadro respiratório de gripe. Mesmo que a pessoa tenha febre, dor de garganta e tosse, pode ser outro vírus respiratório, como o da covid, por exemplo. Além disso, se a pessoa já tiver sido infectada, e estiver incubando o vírus, os sintomas podem aparecer depois que ela tomou a vacina. E é preciso duas semanas, no mínimo, para desenvolver a proteção. Nesse período, a pessoa continua vulnerável, inclusive à gripe, como quem não foi vacinado.
MENTIRA: "A vacina contra a gripe não é segura e pode provocar a morte de pessoas mais velhas"
VERDADE: Essa é uma vacina extremamente segura, tanto que os grupos prioritários escolhidos para tomar a vacina são os que têm maior comprometimento da imunidade. Uma pessoa que faz um transplante de medula óssea, a primeira vacina que ele tem que tomar, três meses pós-transplante, é a vacina contra a gripe. Por que ela é segura? Porque é uma vacina inativada, ou seja, o vírus é morto, fracionado e você só usa uma fração dele na produção de anticorpos. Então, em qualquer pessoa, seja imunocompetente ou imunocomprometida, seja uma pessoa que tenha alguma comorbidade, ela vai ser extremamente segura.
MENTIRA: "A vacina não evita totalmente o contágio, logo, não tem eficácia"
VERDADE: A vacina contra a gripe é eficaz principalmente para proteger contra a doença grave e suas complicações e contra o óbito. Dependendo da faixa etária e do grau de resposta imunológica da pessoa vacinada, ela pode ter uma menor eficácia contra o contágio pelo vírus, mas ela continua sendo muito importante para prevenir a forma grave da doença. Por isso, a recomendação é que as pessoas que são mais vulneráveis se vacinem todos os anos para não correr esse risco.
MENTIRA: "A gripe é uma doença comum, sem gravidade. Por isso, não é importante se vacinar"
VERDADE: A gripe é uma doença potencialmente grave. Nem todos casos vão ser assim, tem gente que vai ter sintomas, por mais ou menos uma semana, sem consequências. Mas algumas pessoas vão desenvolver pneumonia, vão desenvolver uma descompensação de outras doenças, como, por exemplo, diabetes, cardiopatia ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Por isso, esta é uma vacina muito importante na faixa etária dos idosos, porque eles apresentam mais quadros graves, com mais internações e mais óbitos. Depois, as pessoas com comorbidades e as crianças pequenas são as mais atingidas pelas formas graves.
MENTIRA: "Os profissionais de saúde estão misturando a vacina da gripe com a vacina da covid"
VERDADE: Não se faz alquimia com nenhuma vacina. Cada uma tem os seus ingredientes, o seu volume, o seu conteúdo e jamais, nunca houve essa história de vacinas serem misturadas. O que existe são vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças, mas elas já são fabricadas assim pelo próprio laboratório, com todas as quantidades e excipientes de cada um dos componentes, calculados, testados, com estudos clínicos e a aprovação de órgãos regulatórios.
quinta-feira, 17 de abril de 2025
quinta-feira, 10 de abril de 2025
1408 - "Tadala", o uso recreativo de um medicamento
A promessa de uma ereção certa e prolongada, com a impressão de aumento peniano, além do preço acessível, o “tadala”, como é carinhosamente chamado, caiu no gosto de jovens saudáveis e, em 2024, foi o quinto medicamento genérico mais vendido no Brasil, com mais de 60 milhões de unidades comercializadas.
Principalmente diante de grandes festas populares e a tendência de alto consumo de álcool, cresce a preocupação diante do uso impróprio e abusivo de medicamentos para fins não-medicinais.
"A tadalafila tem uma ação que reduz a pressão arterial. Se usada com bebida alcoólica, pode causar uma hipotensão severa. Ou seja, vai baixar muito a pressão arterial e o usuário pode apresentar tonturas, desmaios, dores de cabeças mais agudas ou até mesmo palpitações cardíacas", explica a Dra. Amouni Mourad, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
"A ação desse fármaco para disfunção erétil é promover uma vasodilatação, especialmente nos corpos cavernosos penianos. No entanto, podem acontecer reações como cefaleia, dor nas costas, tontura, dispepsia, rubor facial, mialgia, congestão nasal, além de hiperemia conjuntival, sensação de dor nos olhos, inchaço nas pálpebras e edema periférico", complementa o Dr. Carlos Hossri, cardiologista no Hcor e professor da disciplina de Medicina do Exercício e Provas Funcionais do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, vinculado à Universidade de São Paulo.
O priapismo é outro possível efeito indesejado. "Em casos raros, pode acontecer uma ereção prolongada e dolorosa que dura mais de quatro horas. O priapismo é uma condição médica que requer tratamento imediato para evitar danos permanentes ao tecido erétil do pênis", alerta o cardiologista.
Ele ainda explica que casos raros de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica foram relatados em usuários de tadalafila. "Pacientes com diabetes, hipertensão, colesterol alto, doença cardíaca ou fumantes têm risco aumentado", explica. "Também não deve ser usada por pacientes que utilizam nitratos", relembra o Dr. Carlos.
Eli Paes, Medscape
quinta-feira, 3 de abril de 2025
1407 - A 1.ª edição do livro "Epidemiologia & Saúde" da Prof.ª M. Zélia Rouquayrol

Colaboradores:
Atenção Primária em Saúde FÁTIMA MARIA FERNANDES VERAS
Saúde Mental JOSÉ JACKSON COELHO SAMPAIO
Saneamento Básico SUETÔNIO MOTA
Políticas de Saúde HERVAL PINA RIBEIRO
Saúde Ocupacional PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA
Editado com o auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Impresso na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Fundação Educacional Edson Queiroz
Fortaleza, 1983. 327p.
Capa e ilustrações: Mário Kaúla
Adotado como livro-texto em Epidemiologia e Medicina Preventiva por diversas universidades do Brasil, "Epidemiologia & Saúde" encontra-se na 8.ª edição.
quinta-feira, 27 de março de 2025
1406 - Epidemias bizarras: danças e risos
Danças. Entre julho e setembro de 1518, a cidade de Estrasburgo, Alsácia (hoje parte da França) testemunhou um dos fenômenos de massa mais bizarros da história. Tudo começou com uma mulher chamada Frau Troffea dançando incontrolavelmente na rua por vários dias. Em uma semana, outras 34 se juntaram a ela e, em um mês, o número havia crescido para 400 pessoas.
Muitos dançarinos continuaram seus movimentos frenéticos por dias sem descanso, alguns supostamente dançando até desmaiar de exaustão ou até morrer. Médicos locais diagnosticaram como "sangue quente" e recomendaram mais dança como tratamento, até mesmo construindo um palco de madeira e contratando músicos para encorajar os aflitos. Teorias modernas sobre a causa variam de doença psicogênica em massa a envenenamento por fungo ergot de grãos contaminados. O evento continua sendo um dos casos mais bem documentados de histeria em massa da história e continua a confundir especialistas médicos e historiadores.
Risos. Em 1962, um fenômeno realmente bizarro atingiu a vila de Kashasha, perto do Lago Vitória, no que hoje é a Tanzânia. Começando em uma escola para meninas, um surto de riso incontrolável se espalhou como um incêndio pela comunidade. O riso não era breve ou comum — as vítimas tinham crises de riso que duravam horas ou até dias, geralmente acompanhadas de choro, desmaios e dor.
A epidemia forçou a escola a fechar quando aproximadamente 95 dos 159 alunos foram afetados. Conforme os alunos afetados voltavam para suas casas, a condição se espalhava para as vilas vizinhas. Nos 18 meses seguintes, a "doença do riso" afetou entre 1.000 e 4.000 pessoas em várias comunidades. Nenhuma causa física foi identificada, levando os especialistas a classificá-la como doença psicogênica em massa — uma resposta coletiva ao estresse que se manifesta como sintomas físicos. A epidemia finalmente diminuiu em 1964, deixando para trás um dos estudos de caso mais intrigantes da medicina.
quinta-feira, 20 de março de 2025
1405 - A amnésia imunológica do sarampo
Essencialmente, quando você é infectado com sarampo e seu sistema imunológico esquece abruptamente todos os patógenos que já encontrou antes — cada resfriado, cada surto de gripe, cada exposição a bactérias ou vírus no ambiente, cada vacinação etc. A perda é quase total e permanente. Uma vez que a infecção por sarampo acaba, as evidências sugerem que seu corpo tem que reaprender o que é bom e o que é ruim, quase do zero.
Cientistas sabem há décadas que, mesmo depois de se recuperarem, crianças que foram infectadas com sarampo têm significativamente mais probabilidade de adoecer e morrer de outras causas. Na verdade, um estudo de 1995 descobriu que a vacinação contra o vírus reduz a probabilidade geral de morte entre 30% e 86% nos anos seguintes.
Então, em 2002, um grupo de cientistas japoneses descobriu que o receptor ao qual o vírus do sarampo se liga – um tipo de trava molecular que permite que ele entre no corpo – não está nos pulmões, como seria de se esperar de um vírus respiratório. Em vez disso, está em células do sistema imunológico:
o sarampo é uma infecção do sistema imunológico.
Mas esse não foi o fim da história. A equipe descobriu principalmente que o receptor ao qual o sarampo se liga em um tipo específico de célula imune, o linfócito T. O trabalho deles é permanecer no corpo por décadas após uma infecção, procurando silenciosamente pelo patógeno específico que cada um foi treinado para atingir. Então, o sarampo infecta ativamente as únicas células que conseguem lembrar o que o corpo encontrou antes.
O que acontece depois ainda intriga os cientistas até hoje — tanto que foi chamado de "paradoxo do sarampo".
É que o sarampo suprime o sistema imunológico e o ativa ao mesmo tempo. Embora o sarampo exclua memórias imunológicas, há uma exceção a essas perdas. Estranhamente, o único vírus que você definitivamente será capaz de reconhecer depois de ficar doente com sarampo é o próprio sarampo.
quinta-feira, 13 de março de 2025
1404 - Alquil SP2, um passo esperançoso na luta contra a poluição plástica
Este material inovador, alquil SP2, é o resultado de uma química inteligente. Pesquisadores do RIKEN Center for Emergent Matter Science o fizeram unindo dois monômeros com pontes salinas reversíveis.
Ao contrário de muitos outros plásticos “biodegradáveis” que não se decompõem em ambientes salgados, o alquil SP2 se decompõe completamente em poucas horas na água do mar. No solo, ele se biodegrada em apenas dez dias, deixando para trás nutrientes valiosos como nitrogênio e fósforo. Além disso, por ser um plástico biodegradável sem microplásticos, ele não deixa para trás nenhum componente tóxico.
O que realmente diferencia o alquil SP2 é sua versatilidade e segurança ambiental. Como os termoplásticos tradicionais, ele pode ser remodelado em temperaturas acima de 120°C para atender a diferentes necessidades. Seus componentes não são tóxicos e são derivados de outras fontes além do petróleo bruto, tornando-o uma alternativa mais ecológica aos plásticos convencionais. A dureza do material pode até ser personalizada ajustando a estrutura química, tornando suas opções de aplicação ainda mais versáteis.
Além disso, ele não gera microplásticos, abordando uma desvantagem significativa dos plásticos atuais. Até agora, os primeiros testes de plástico biodegradável sem microplásticos mostraram que ele pode ser reciclado de forma eficiente, com mais de 80% de seus ingredientes recuperados usando processos simples envolvendo álcool e água salgada.
Apesar de sua promessa, os desafios permanecem. O custo desempenhará um papel fundamental na determinação se o alquil SP2 pode competir com os plásticos tradicionais. Além disso, sua adequação para equipamentos de pesca — uma grande fonte de plástico oceânico — ainda é incerta, pois um material projetado para se decompor na água do mar pode não ser atraente para essa indústria.
É muito cedo para declarar vitória na luta contra a poluição plástica. No entanto, o alquil SP2 representa um passo esperançoso à frente. Ao combinar resistência, reciclabilidade e respeito ao meio ambiente, esse material pode abrir caminho para um futuro mais sustentável.
Joshua Hawkins, in: http://bgr.com/science/this-new-biodegradable-plastic-leaves-no-microplastics-behind/
quinta-feira, 6 de março de 2025
1403 - Jaqueline Goes, uma pesquisadora brasileira
Também fez parte da equipe liderada por pesquisadores ingleses que sequenciou o genoma do vírus Zika.
Foto:Jaqueline na cerimônia de entrega do Prêmio "Mulheres na Ciência" de 2022.
Lembrete:
8 de março, Dia Internacional da Mulher
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
1402 - "O novo pesadelo dos médicos"
Embora o aplicativo facilite a comunicação, seu uso excessivo tem causado transtornos na relação médico-paciente. Este foi o tema de uma discussão envolvendo 80 pediatras em um encontro no Rio de Janeiro.
Principais problemas relacionados ao uso abusivo do aplicativo
- Exaustão, estresse e até "burnout" para os médicos devido à demanda exagerada, aumento da carga de trabalho e invasão da privacidade.
- Exigência de respostas imediatas tanto para situações banais como para problemas complexos que exigem consulta detalhada.
- Erros de avaliação causados pela pressa ou por ruídos de comunicação.
- Pedidos de atestados, receitas, encaminhamentos e avaliação de exames de rotina, inclusive de fotos de fezes, urina e de secreções, em horários impróprios ou nos finais de semana, com expectativa de respostas rápidas.
- Uma mensagem, respondida ou não, que pode exigir a atenção do médico por muito tempo e causar ansiedade.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
1401 - Problemas associados às emissões de gás carbônico
Vítor M. - PPLWARE
Hoje sabe-se, e está documentado, que as emissões de dióxido de carbono (CO₂) representam um dos principais desafios ambientais da atualidade devido a seus efeitos adversos no clima, na saúde humana e nos ecossistemas.
E existem vários problemas associados. Entre eles:
1. Alterações Climáticas
– Efeito estufa: O CO₂ é um gás com capacidade de reter calor na atmosfera. O aumento das emissões intensifica o efeito estufa, aquecendo o planeta.
– Aquecimento global: O aumento das temperaturas médias globais resulta em fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e secas.
– Derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar: O aquecimento provoca o degelo dos polos e glaciares, levando à subida do nível do mar e ameaçando comunidades costeiras.
2. Impactos nos Ecossistemas
– Acidificação dos oceanos: Parte do CO₂ emitido é absorvido pelos oceanos, onde forma ácido carbônico. Isso reduz o pH da água, prejudicando organismos marinhos como corais e moluscos.
– Perda de biodiversidade: As mudanças climáticas alteram habitats, forçando espécies a migrarem ou enfrentarem extinção.
3. Impactos na Saúde Humana
– Aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares: Embora o CO₂ não seja diretamente tóxico, a sua relação com a queima de combustíveis fósseis aumenta a poluição do ar, contribuindo para problemas de saúde.
– Agravação de fenômenos extremos: Tempestades, ondas de calor e outros eventos climáticos intensificados pelo aquecimento global podem causar danos à saúde humana, falta de alimentos e deslocamentos populacionais.
4. Impactos na Economia e Segurança Alimentar
– Redução da produtividade agrícola: O aumento das temperaturas e as alterações nos padrões de precipitação afetam negativamente a agricultura, levando a crises alimentares.
– Custos econômicos elevados: Os danos causados por desastres climáticos, a necessidade de adaptar infraestruturas e a perda de produtividade têm impactos financeiros significativos.
Isto não é inventado, é real, e a cada ano vemos que o problema está se agravando.
Os plástico são outro enorme problema. Mas não viremos as costas a um para acolher outro. É um erro. E a intervenção humana tem mostrado que consegue alterar o que é chamado de "capacidade de se autorregularção do planeta".
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
1400 - Uma espécie de "compromisso"
Este desenho de 1822, de autoria de Jacques-Pierre Maygrier, ilustra uma espécie de “compromisso”, durante o qual o ginecologista , sem olhar para a vulva da paciente, tratava o que conseguia apalpar.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
1399 - Redução dos alimentos processados e ultraprocessados na merenda escolar
O Brasil tem 40 milhões de crianças e adolescentes na educação básica em 150 mil escolas públicas. Segundo a resolução do governo, em 2025, prefeituras e estados poderão gastar no máximo 15% da verba para merenda com a compra de alimentos processados ou ultraprocessados. Antes, o percentual era de 20%. Em 2026, a participação desses itens será de, no máximo, 10% da alimentação servida nas escolas públicas.
A comida processada é fabricada a partir de comida in natura com adição de sal, açúcar ou alguma outra substância de uso culinário - como os legumes na salmoura, o extrato de tomate, a carne seca e os peixes enlatados.
Já os ultraprocessados precisam de mais etapas e mais ingredientes - além de sal, açúcar e gorduras. São, por exemplo: achocolatado, biscoitos, barras de cereal, macarrão instantâneo, salgadinhos e refrigerantes.
Em 2024, o governo repassou R$ 5,5 bilhões a estados e municípios para a merenda escolar. Pelo menos 30% do total tinham que ser direcionado para a compra de alimentos da agricultura familiar.
A mudança na merenda servida em cantinas vai ajudar a melhorar o cardápio e enfrentar uma situação preocupante: de acordo com o Ministério da Saúde, a cada sete crianças brasileiras, uma está com excesso de peso ou obesidade.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
1398 - Símbolos para venenos e resíduos nucleares
Apropriadamente: ele foi projetado para ser o símbolo de substâncias perigosas, visando dissuadir as crianças de ingeri-las. A ideia era que se você visse um adesivo de Mr. Yuk em algo pela casa, significava que esse algo era veneno. Os pais pegavam folhas desses e os colavam em limpadores de ralos, caixas de alvejante e basicamente qualquer outra coisa que as crianças pudessem colocar as mãos.
O Sr. Yuk foi criado em 1971 por um médico chamado Doutor Richard Moriarty. Ele era pediatra e fundador do Centro de Envenenamentos de Pittsburgh. E como chefe do Centro de Envenenamentos, ele naturalmente queria evitar que as crianças ingerissem substâncias potencialmente perigosas... mas ele também queria ensinar aos pais que quando seus filhos ainda assim fossem em frente e ingerissem algo de qualquer maneira, eles deveriam ligar para o controle de envenenamentos primeiro. Essa ligação pode economizar tempo, dinheiro e muito estresse.
Onde ler mais:
http://99percentinvisible.org/episode/mr-yuk/
2 - O símbolo icônico Mr. Yuk (Sr. Yuk) criado por Richard Moriarty, que é usado para educar crianças e adultos, nos Estados Unidos da América e internacionalmente, quanto ao problema das intoxicações e envenenamentos. Infelizmente, este símbolo é protegido por direitos autorais. Mas até existe uma musiquinha-tema sobre ele (em vídeo, no YouTube).
Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green / When you see him /Stop and think / Do not smell / Do not drink / Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green. (trecho)
http://youtu.be/EqHxKVUG8cU?si=EPVipK4w_rYmPDLZ
3 - O símbolo perfeito que foi proposto por Carl Sagan:
https://blogdopg.blogspot.com/2014/06/simbologia-para-depositos-de-residuos.html
Um segmento do painel "Tratamento da Tuberculose". Poty, óleo sobre madeira, 1957. Acervo do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (Rio de Janeiro, Brasil).
Quem sou eu
- Paulo Gurgel
- 72 anos, natural de Fortaleza (onde resido), Ceará, Brasil. Casado com Elba, pai de Érico e Natália, avô de Matheus e Renan. Médico aposentado do Ministério da Saúde. Curriculum vitae na Plataforma Lattes. Blogs que publico: EntreMentes, Linha do Tempo, Nova Acta, Preblog e Slideshows do PG.
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“A vida é curta, a arte é difícil e longo tempo é necessário empregar-se na sua aprendizagem. A oportunidade é fugidia; a experiência, cheia de encruzilhadas, e o julgamento trabalhoso de formular. Ante problemas tão árduos e situações tão perigosas o médico deve ser modesto e ter a mínima convicção de que não são só seus cuidados que podem fazer voltar a saúde perdida, porque a experiência demonstra como, muitas vezes, as enfermidades se curam por si mesmas." HipócratesOutras Citações
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