O toque real era uma prática de cura que consistia na imposição de mãos, utilizada pelos reis da França e da Inglaterra.
A imagem retrata Luís IX da França (São Luís) durante o século XIII curando pessoas de escrófula simplesmente tocando-as. Acreditava-se que a coroação lhes conferia o direito divino de governar e, portanto, possuíam o poder milagroso de curar seus súditos de certas doenças específicas, principalmente a escrófula ou "doença do rei", uma forma de tuberculose linfática e cutânea.
Como parte da aprovação divina, o rei adquiria esse poder milagroso em sua coroação, e era considerado um dever dos reis da França realizar cerimônias quatro vezes ao ano (Páscoa, Pentecostes, Dia de Todos os Santos e Natal) nas quais usavam o toque real para curar seus súditos da escrófula.
Esse costume atingiu seu auge na Idade Média e na Idade Moderna, destacando-se especialmente durante os reinados de Henrique IV da Inglaterra e Luís XIV da França.
Henrique VII da Inglaterra (r. 1485-1509), o primeiro rei da Casa de Tudor, preocupado em legitimar sua ascensão ao trono, estabeleceu firmemente o procedimento com base no precedente de monarcas anteriores, que consistia em quatro elementos:
Há evidências de que o toque real não era o único poder de cura atribuído à realeza europeia. Por exemplo, acreditava-se que os Habsburgos curavam a gagueira com um beijo na boca. Os reis de Castela, durante a Idade Média, realizavam exorcismos fazendo o sinal da cruz e invocando a Deus para libertar os possuídos (um termo muito genérico que incluía doenças hoje diagnosticadas como mentais ou somáticas). Dizia-se também que os reis da Hungria curavam a icterícia.
Fonte: Dermatol Rev Mex. 2024; 68 (4): 554-558.
http://doi.org/10.24245/drm/bmu.v68i4.9945
Como parte da aprovação divina, o rei adquiria esse poder milagroso em sua coroação, e era considerado um dever dos reis da França realizar cerimônias quatro vezes ao ano (Páscoa, Pentecostes, Dia de Todos os Santos e Natal) nas quais usavam o toque real para curar seus súditos da escrófula.
Esse costume atingiu seu auge na Idade Média e na Idade Moderna, destacando-se especialmente durante os reinados de Henrique IV da Inglaterra e Luís XIV da França.
Henrique VII da Inglaterra (r. 1485-1509), o primeiro rei da Casa de Tudor, preocupado em legitimar sua ascensão ao trono, estabeleceu firmemente o procedimento com base no precedente de monarcas anteriores, que consistia em quatro elementos:
1. O rei tocava (ou roçava) o rosto ou o pescoço da pessoa doente.A cerimônia do toque real, pública e com elementos teatrais, possuía um importante componente simbólico. Acreditava-se firmemente que o poder do monarca tinha o potencial de influenciar diretamente a saúde das pessoas. A cura percebida através do toque real é hoje considerada como resultado de fatores psicológicos, como a fé e a esperança daqueles afetados ao serem tocados pelo monarca, uma figura de autoridade com um possível dom divino para desencadear a cura.
2. O rei usava uma medalha no pescoço. 3. Eram lidas certas passagens dos evangelhos (Marcos 16:14-20 e João 1:1-14) que faziam alusão à imunidade dos reis a doenças infecciosas.
4. Eram feitas orações a Deus, à Virgem Maria e aos santos.
Há evidências de que o toque real não era o único poder de cura atribuído à realeza europeia. Por exemplo, acreditava-se que os Habsburgos curavam a gagueira com um beijo na boca. Os reis de Castela, durante a Idade Média, realizavam exorcismos fazendo o sinal da cruz e invocando a Deus para libertar os possuídos (um termo muito genérico que incluía doenças hoje diagnosticadas como mentais ou somáticas). Dizia-se também que os reis da Hungria curavam a icterícia.
Fonte: Dermatol Rev Mex. 2024; 68 (4): 554-558.
http://doi.org/10.24245/drm/bmu.v68i4.9945

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