quinta-feira, 25 de abril de 2019

1094 - Tatuagens de cicatrizes e marcas de nascença

"Quero ficar no teu corpo / Feito tatuagem / Que é pra te dar coragem / Pra seguir viagem / Quando a noite vem." ~ Chico Buarque
Algumas pessoas fazem tatuagens para encobrir cicatrizes de queimaduras e cortes, marcas de nascença, amputações e outros ferimentos. Outras usam tatuagens para incorporar a essas lesões uma forma de arte. É uma maneira de celebrar a história da pele e, muitas vezes, o senso de humor da própria pessoa.
O tatuador Eric Catalano fez este excelente trabalho em que deu "unhas" a um homem que perdeu partes de dois dedos.
Bored Panda tem uma galeria de 68 dessas tatuagens inteligentes incorporadas a anomalias corporais.
Pesquisa🔍
Resultados da busca da palavra tatuagem no blog Nova Acta.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

1093 - O cruzamento de espécies

Pergunta. Deixando de lado todas as miríades de objeções éticas, os chimpanzés e os humanos poderiam se cruzar com sucesso? – J. Goodall
Resposta. Ninguém sabe - ou se o fizerem, eles estão guardando para si mesmos, diz o Dr. Ian York, do Centro Médico da Universidade de Massachusetts. Vamos começar com uma questão relativamente simples: os humanos e os chimpanzés podem cruzar-se para produzir descendentes férteis? A resposta é um claro "não"; chimpanzés e humanos têm diferentes números de cromossomos (humanos 23 pares, chimpanzés 24), que quase (não completamente) significa que qualquer descendente hipotético seria estéril.
Membros de diferentes espécies podem, de fato, às vezes se cruzar. Os exemplos mais óbvios são cavalos e burros, que são espécies diferentes, têm números cromossômicos diferentes, mas podem se cruzar produzindo mulas.
Além disso, porém, diz o Dr. York, não há uma regra simples para determinar quais espécies podem se cruzar. Os seres humanos e os chimpanzés divergiram (na evolução) aproximadamente ao mesmo tempo que cavalos e burros (entre 5 e 10 milhões de anos atrás) e, muito grosseiramente, são tão semelhantes, geneticamente, quanto cavalos e burros. Mas isso não garante nada; é um assunto caso a caso. Algumas espécies que são mais semelhantes que humanos a chimpanzés não podem se cruzar.
"Em princípio, é perfeitamente possível que os chimpanzés e os humanos possam se cruzar. Em princípio, é inteiramente possível que eles não consigam. A menos que a experiência seja feita, não saberemos." – The Hook
Ler também: Humanzee (um hipotético híbrido humano/chimpanzé). Uma tentativa fracassada de criar tal híbrido foi feita por Ilya Ivanovich Ivanov, na década de 1920.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

1092 - Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado

Uma nova técnica desenvolvida por Talissa Altes, MD, usa imagens de ressonância magnética com gás hiperpolarizado (hélio-3) para avaliar os resultados de um tratamento da fibrose cística.
Uma doença letal
A fibrose cística [1] [2] [3] [4] é uma doença respiratória que causa densos acúmulos de muco nos espaços aéreos dos pulmões. Isso dificulta a respiração e leva a uma infecção potencialmente fatal, matando muitos pacientes antes que eles atinjam os 50 anos de idade.
Não há cura, mas há tratamento.
O problema com o tratamento é não haver uma maneira consistente de determinar se o medicamento está efetivamente funcionando de pessoa para pessoa.
Até agora.
A descoberta da imagem com hélio
Altes, do Departamento de Radiologia da Universidade de Virgínia, EUA, foi o principal autor do novo estudo que desenvolveu a ideia de usar imagens com hélio para testar a eficácia de uma droga na fibrose cística.
A técnica foi cunhada de Ressonância Magnética com Gás Hiperpolarizado e é essencialmente isto: hélio (especificamente hélio-3) sendo usado como um agente de contraste dentro dos pulmões na ressonância magnética. Um pulmão saudável aparecerá completamente branco quando o hélio estiver presente e livre para vaguear, de acordo com Altes.
Em um pulmão doentio, onde a ventilação sofre bloqueios, o hélio não poderá circular livremente. Essas áreas bloqueadas aparecerão escuras na imagem.
Basicamente, é um teste com corante. Ao comparar as áreas brancas com as escuras das imagens por hélio, o radiologista poderá dizer se e quão bem a droga para a fibrose cística está funcionando de paciente para paciente.
Mais branco = tratamento mais eficaz. Menos branco = tratamento menos eficaz.
Helium imaging used to measure cystic fibrosis treatment, Zephyr

quinta-feira, 4 de abril de 2019

1091 - A tributação progressiva sobre o cigarro: um dos fatores que levaram à redução de fumantes no Brasil

Questionado sobre a criação, por parte do ministério da Justiça, de um grupo de trabalho para avaliar a redução da impostos de cigarros fabricados no Brasil, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que precisava estudar a portaria, mas afirmou que estava preocupado com possíveis impactos como um aumento no consumo.
A instituição deste grupo de trabalho foi publicada no Diário Oficial da União de 26 de agosto. Segundo o documento, a ideia é realizar estudos sobre a tributação atual e analisar propostas de mudanças com o objetivo de "diminuir o consumo de cigarros estrangeiros de baixa qualidade, o contrabando e os riscos à saúde dele decorrentes".
Em audiência pública na CCJ (comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o ministro da Justiça disse que não há nenhuma posição tomada. Segundo ele, quase metade do mercado brasileiro é dominado pelo cigarro paraguaio, de baixa qualidade. "O controle de qualidade é inferior ao do cigarro brasileiro. Existe um problema de saúde pública, então é preferível, sem elevação de consumo, que este mercado fosse preenchido pelo cigarro brasileiro submetido a maiores controles".
O aumento progressivo de impostos sobre o cigarro foi adotado no Brasil entre 2011 e 2016. Desde então, especialistas na área da saúde apontam a política como um dos fatores que levaram à redução de fumantes no país. Em 2011, a taxa de fumantes no Brasil era de 14,8%. Em 2017, passou a para 10,1%.
Representantes da indústria do tabaco, no entanto, têm pressionado para rever os valores, sob o argumento de que a medida tem estimulado o contrabando de cigarros ilegais no Brasil. O anúncio da criação de um grupo de trabalho para analisar uma possível redução nos impostos sobre esses produtos, assim, indica um aceno do governo à demanda dos fabricantes.
"Meu governo é isso aí, taoquei?!"
A ACT Promoção da Saúde, ONG que atua na área de controle do tabaco e prevenção de doenças crônicas, diz "discordar firmemente" da proposta. A organização cita dados do estudo Atlas do Tabaco, que mostram que o preço mínimo de cigarros hoje no Brasil ainda é baixo - equivalente a praticamente a metade do que é praticado em outros países. A entidade lembra ainda que o aumento de impostos sobre o cigarro é uma das ações recomendadas na Convenção para o Controle do Tabaco, tratado assinado por 181 países e do qual o Brasil é signatário.