De tema de música a uma espécie de mascote da torcida do Vitória. Já faz um tempo que o medicamento tadalafila, um inibidor da fosfodiesterase-5 (PDE5) utilizado para disfunção erétil, adentrou a cultura popular.
A promessa de uma ereção certa e prolongada, com a impressão de aumento peniano, além do preço acessível, o “tadala”, como é carinhosamente chamado, caiu no gosto de jovens saudáveis e, em 2024, foi o quinto medicamento genérico mais vendido no Brasil, com mais de 60 milhões de unidades comercializadas.
Principalmente diante de grandes festas populares e a tendência de alto consumo de álcool, cresce a preocupação diante do uso impróprio e abusivo de medicamentos para fins não-medicinais.
"A tadalafila tem uma ação que reduz a pressão arterial. Se usada com bebida alcoólica, pode causar uma hipotensão severa. Ou seja, vai baixar muito a pressão arterial e o usuário pode apresentar tonturas, desmaios, dores de cabeças mais agudas ou até mesmo palpitações cardíacas", explica a Dra. Amouni Mourad, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
"A ação desse fármaco para disfunção erétil é promover uma vasodilatação, especialmente nos corpos cavernosos penianos. No entanto, podem acontecer reações como cefaleia, dor nas costas, tontura, dispepsia, rubor facial, mialgia, congestão nasal, além de hiperemia conjuntival, sensação de dor nos olhos, inchaço nas pálpebras e edema periférico", complementa o Dr. Carlos Hossri, cardiologista no Hcor e professor da disciplina de Medicina do Exercício e Provas Funcionais do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, vinculado à Universidade de São Paulo.
O priapismo é outro possível efeito indesejado. "Em casos raros, pode acontecer uma ereção prolongada e dolorosa que dura mais de quatro horas. O priapismo é uma condição médica que requer tratamento imediato para evitar danos permanentes ao tecido erétil do pênis", alerta o cardiologista.
Ele ainda explica que casos raros de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica foram relatados em usuários de tadalafila. "Pacientes com diabetes, hipertensão, colesterol alto, doença cardíaca ou fumantes têm risco aumentado", explica. "Também não deve ser usada por pacientes que utilizam nitratos", relembra o Dr. Carlos.
Eli Paes, Medscape
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