quinta-feira, 31 de agosto de 2017

1007 - A poluição do ar mata 40 mil pessoas por ano no Reino Unido?

Os riscos para a saúde pública decorrentes da má qualidade do ar são considerados semelhantes aos da obesidade no Reino Unido, mas aumentar a conscientização pública sobre esse problema invisível tem sido difícil. Ninguém tem "morte por poluição do ar" registrada na declaração de óbito, dificultando a previsão do número de mortes por ano atribuíveis ao NO2 (dióxido de nitrogênio). Um relatório do Royal College of Physicians sugere que poderia ser em torno de 40 mil óbitos, uma estimativa sujeita a grandes margens de erro (discutidas com mais detalhes pelo estatístico Sir David Spiegelhalter, do WinstonCentre). O cálculo de um número exato não é essencial, pois esses casos extremos provavelmente serão a ponta do iceberg em termos de impactos na saúde e grupos vulneráveis, como crianças ou asmáticos, estão em maior risco.
Os efeitos da exposição a longo prazo a uma má qualidade do ar são notoriamente difíceis de provar e os impactos da exposição cumulativa ou a co-exposição a poluentes múltiplos do ar são amplamente desconhecidos. Os danos de quantificação com base em medidas de exposição podem ser problemáticos, com complicações adicionais decorrentes de diferentes exposições entre regiões, e até mesmo entre indivíduos na mesma rua. No entanto, um workshop realizado na Royal Society reuniu especialistas no campo da qualidade do ar, onde o consenso apoiou que, apesar da incerteza, a evidência existente era suficiente para tomar medidas para reduzir os efeitos negativos da má qualidade do ar.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

1006 - Semelhanças bioestruturais

Humor
"Algumas vezes o Criador planeja no DNA umas combinações estranhas de estruturas semelhantes em criaturas diversas e até de reinos diferentes, como se Ele estivesse brincando de Lego ou até cansado de inventar outras formas, ninguém jamais saberá seus desígnios." ~ Winston Graça
Nagapushpam, uma flor rara do Himalaia



RX de tórax normal

Graça, W. Outro Saco de Gatos. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2016. p. 203
ISBN 978-85-420-0825-8

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

1005 - Meia-idade

Conceitos
O período de vida compreendido entre a maturidade e a velhice, geralmente, entre os 40 e os 55 anos.
Na classificação etária proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são consideradas na meia-idade as pessoas com 45 a 59 anos. (https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/viewFile/18926/14090)
É quando você começa a se repetir e seu queixo segue o mesmo exemplo.
No Preblog: UMA IDADE DIFÍCIL

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

1004 - O Museu da Menstruação

Se você está, ou já esteve, ou alguma vez poderá estar envolvido com a reprodução humana, provavelmente aprenderá coisas interessantes visitando o Museu da Menstruação.
O museu atualmente funciona pelo sistema online, mas está procurando instalar-se fisicamente em uma casa na cidade de Nova Iorque, uma metrópole em que a reprodução humana, segundo se acredita, ocorre com alguma frequência.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

1003 - Richard Doll: um estudo de 50 anos

Sir William Richard Shaboe Doll (Londres, 28 de outubro de 1912 — Oxford, 24 de julho de 2005), epidemiologista inglês.
Nunca saberemos com certeza que nomes serão lembrados no futuro como referências no campo das ideias e da produção de conhecimento nas esferas da Epidemiologia e da Saúde Pública, mas além de John Snow, seguramente Richard Doll estará entre eles. Seus trabalhos sobre a associação entre tabagismo e câncer de pulmão são presença obrigatória nos livros texto de Epidemiologia e uma constante nas atividades de formação de profissionais de saúde e pesquisadores nestas áreas.
Finalizada a 2ª Guerra, ganhava força o debate entre trabalhadores e os dirigentes conservadores na Inglaterra para a criação do Sistema Nacional de Saúde a primeira experiência desta natureza no mundo capitalista. É no meio deste debate, que Doll é convidado por Bradford Hill – um dos grandes nomes da Bioestatística naquele período –, para ajudá-lo na análise da crescente elevação de casos de câncer de pulmão em homens que estavam sendo diagnosticados no país.
O que Doll, tanto como Hill, então acreditavam piamente que a causa daquele fenômeno era a crescente poluição urbana decorrente da ampliação da frota de automóveis circulando por Londres e demais grandes cidades inglesas. Esta convicção era tão marcada que seus estudos iniciais foram realizados analisando a distribuição do câncer de pulmão em guardas de trânsito, em comparação com aquela verificada entre os demais trabalhadores.
Para sua surpresa, a similitude de resultados em ambos grupos, levou-os a ampliar o espectro dos possíveis fatores de risco, o que acabou conduzindo aos clássicos resultados dos estudos revelando a associação daquela neoplasia com o hábito de fumar, hipótese então considerada inusitada e surpreendente. Na Inglaterra dos anos 40, cerca de 80% dos homens adultos eram fumantes, hábito de vida então considerado como sofisticado e de bom gosto. As contra-capas de importantes revistas médicas daquele período apresentavam propagandas da indústria do tabaco com pretensos diálogos, nas quais os personagens centrais eram profissionais de saúde, como médicos e enfermeiras, destacando suas preferências pelas diferentes marcas de cigarro, assim associadas à imagem de credibilidade e aceitabilidade social daqueles profissionais.
Com os trabalhos de Doll e a contundência de seus resultados, o tabagismo sofre um de seus primeiros grandes golpes e, em poucos anos, diminui a prevalência de fumantes nas camadas socais de maior escolaridade e renda na Inglaterra. Seu impacto geral para a saúde pública e nas atividades de promoção da saúde foi tão marcado que Doll recebe da realeza inglesa o grau de "Sir", sendo seu nome várias vezes sugerido posteriormente na indicação para Premio Nobel de Medicina, o que acabou nunca se materializando.
Extraído de "We Lost Richard Doll", por Sergio Koifman
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2005000300002
Ver também: Sir Richard Doll: A life's research, BBC News
No final da década de 1970, Richard Doll esteve em Fortaleza onde proferiu uma palestra para o corpo clínico do Hospital de Messejana.