sábado, 31 de maio de 2014

622 - O personagem Fagundes

Criação do cartunista Laerte, Fagundes é um puxa-saco de mão cheia. Todos os momentos de sua existência são dedicados a enaltecer o chefe – para o desespero deste! O "chefinho", para Fagundes, será sempre o primeiro e único!
Títulos de algumas das tiras com este personagem: Todo mês compro a "Playboss", a revista do puxa-saco de bom gosto. Alguém já lhe disse hoje que o senhor é simplesmente o máximo? Quem não vive para servir, não serve... In: Galeria do Fagundes
31 DE MAIO: DIA MUNDIAL SEM TABACO

terça-feira, 27 de maio de 2014

621 - As covinhas da garupa: o romboide de Michaelis



Vocês devem certamente ter notado que certas mulheres (e alguns homens) têm duas covinhas na parte traseira do corpo. E muitos de vocês consideram-nas pontos sensuais. Um forte apelo para usá-las como um descanso para seus polegares. No entanto, prestam-se também para identificar quem poderia ser uma boa mãe.
Pelo menos, no que diz respeito ao momento do parto.
Essas "covinhas de Vênus", como às vezes são chamadas, são dois dos vértices do losango de Michaelis (A e B no diagrama ao lado). Esse epônimo, por sua vez, deve-se ao obstetra que as descreveu no século XIX, o alemão Gustav Adolph Michaelis, e, anatomicamente, correspondem às articulações sacroilíacas. Curiosamente, a distância entre as covinhas (que seria a diagonal transversal do romboide sacral) é uma indicação indireta do tamanho da pelve e, portanto, do "canal do parto" e do grau de facilidade para o parto, como são a altura da mãe ou a largura de seus quadris (você entende agora por que os homens preferem as mulheres com uma silhueta de violão?).
Agora que vocês sabem isso, já têm uma desculpa para olhar para as ancas femininas que crescem (e como crescem) quando a temperatura aumenta.
A precisão do diagnóstico de pelvimetria externa e altura materna para prever distocia em mulheres nulíparas: um estudo nos Camarões.
Rozenholc AT , Ako SN , Leke RJ , Boulvain M .
Unité de Développement en obstétrique, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário, Genebra, Suíça. alexrozenholc@yahoo.com
RESUMO
OBJETIVO:
Em muitos países em desenvolvimento, a maioria das mulheres dão à luz em casa ou em instalações sem capacidade operacional. A identificação antes do trabalho de parto das mulheres com risco de distocia para o encaminhamento a um hospital distrital é uma estratégia que reduz as mortalidades e as morbidades materna e perinatal. Nosso objetivo foi avaliar a previsão de distocia pela combinação da altura materna com a pelvimetria externa, e com comprimento do pé e a altura sínfise-fundus.
DESENHO DO ESTUDO:
Um estudo de coorte prospectivo.
LOCAL:
Três maternidades em Yaoundé, nos Camarões.
POPULAÇÃO:
Um total de 807 nulíparas que completaram o trabalho de parto de um feto único em apresentação cefálica.
MÉTODOS:
Medidas antropométricas foram registradas na consulta pré-natal por uma pesquisadora e mantidas trabalho pessoal de gestão. Após o parto, foi analisada a precisão das medições individuais na predição das distocias.
PRINCIPAIS MEDIDAS DE DESFECHO:
Distocia, definida como a cesariana por distocia, vácuo ou fórceps, após um trabalho de parto prolongado (12 horas ou mais); ou parto espontâneo, após um trabalho de parto prolongado, associado com morte durante o parto.
RESULTADOS:
Noventa e oito mulheres (12,1%) tiveram distocia. A combinação de uma altura materna menor ou igual ao percentil 5 ou uma diagonal transversal do romboide sacral de Michaelis menor ou igual ao percentil 10 resultou em uma sensibilidade de 53,1% (95% CI 42,7-63,2), especificidade de 92,0% (95% CI 89,7-93,9), um valor preditivo positivo de 47,7% (IC 95% 38,0-57,5) e uma razão de verossimilhança positiva de 6,6 (95% CI 4,8-9,0), com 13,5% de todas as mulheres presumida estar em risco. Outras combinações resultaram em previsão inferior.
CONCLUSÃO:
A combinação da altura materna com a diagonal transversal do romboide sacral de Michaelis poderia identificar, antes do parto, mais da metade dos casos de distocia em mulheres nulíparas.
PMID: 17439570 [PubMed - indexado para o MEDLINE]

sábado, 24 de maio de 2014

620 - Sucedâneo

Diz-se do medicamento que pode substituir outro porque produz aproximadamente os mesmos efeitos. Ou, por extensão, da coisa que pode substituir outra de mesma qualidade.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

619 - Um ácaro que espirra

Ácaro é a designação comum referente a animais pertencentes à subclasse Acari, que se localiza dentro da ordem dos aracnídeos. A palavra Acari se originou do grego akares, que significa pequeno. A maioria dos adultos mede entre 0,25 e 0,75 mm de comprimento, embora existam espécies ainda menores.
O grupo apresenta aproximadamente 55 mil espécies descritas, compondo aproximadamente 5.500 gêneros e 1.200 subgêneros, representados em 540 famílias. Entretanto, estimativas do real número de espécies de ácaros vão de 500 mil a 1 milhão, pois novas espécies são rotineiramente encontradas, até mesmo em substratos que já foram bem estudados.
Os ácaros abundam nos colchões, travesseiros, cobertores, tapetes, sofás, almofadas, cortinas e bonecos de pelúcia, desenvolvendo-se em condições ótimas de umidade superior a 70% e temperatura superior a 20 °C. Nas habitações, alimentam-se principalmente de fragmentos resultantes da descamação do epitélio humano e da pele dos animais domésticos.
Os excrementos dos ácaros e os ácaros mortos dispersam-se em poeira fina, e sendo inalados podem provocar alergias nasorrespiratórias. Seus antígenos mais conhecidos são: Der p1 (D. pteronyssinus), Der f1 (D. farinae) e Eur m1 (E. maynei).
Ácaro sofre de alergia?
Bem, neste curta de animação (MITE), Walter Volbers, o realizador do vídeo, mostra um ácaro espirrando...
07/04/2019 - Atualizando ...

domingo, 18 de maio de 2014

618 - Homeopatia - O relatório do NHMRC

A homeopatia é uma forma de medicina alternativa com cerca de 200 anos de existência. É sustentada pelo princípio da similitude ("o semelhante cura o semelhante"); ou seja, substâncias que causam sintomas em uma pessoa saudável têm a capacidade de tratar uma pessoa doente com os mesmos sintomas (quando administradas em potências homeopáticas). A homeopatia é também baseada na crença de que as moléculas de substâncias altamente diluídas retêm uma "memória" da substância original. Especificamente, os remédios homeopáticos são repetidamente diluídos e agitados em um processo conhecido como "potencialização" ou "dinamização".
A homeopatia é incluída em inúmeros sistemas de saúde pública ao redor do mundo. É, portanto, essencial que suas evidências clínicas sejam regularmente revistas e que seus resultados sejam fornecidos em um formato que facilite a tomada de decisões pelos formuladores das políticas de saúde e pelas próprias comunidades. Na Austrália, o National Health and Medical Research Council (NHMRC), que tem a responsabilidade legal de fornecer orientações sobre a saúde, após identificar relatos conflitantes sobre a eficácia da homeopatia, decidiu realizar uma revisão da literatura sobre a sua eficácia em muitas condições clínicas.
O relatório final do NHMRC, com 301 páginas, pode ser lido aqui. Adianto a conclusão:
There is a paucity of good-quality studies of sufficient size that examine the effectiveness of homeopathy as a treatment for any clinical condition in humans. The available evidence is not compelling and fails to demonstrate that homeopathy is an effective treatment for any of the reported clinical conditions in humans. 
Há uma escassez de estudos de boa qualidade de tamanho suficiente que examinam a eficácia da homeopatia como tratamento para qualquer condição clínica em seres humanos. A evidência disponível não é convincente e não consegue demonstrar que a homeopatia é um tratamento eficaz para nenhuma das condições clínicas relatadas em seres humanos.
190 - Sobre a homeopatia, 427 - Sucussão e 540 - O caso Benveniste

quinta-feira, 15 de maio de 2014

617 - Doença intersticial pulmonar em esclerose sistêmica

Resumo
Apesar de muitas perguntas não respondidas sobre a patogênese da doença intersticial pulmonar na esclerose sistêmica (ES-ILD) e da falta de fatores de risco epidemiológicos precisos, tem havido grandes avanços na identificação e avaliação prognóstica da ES-ILD.
A avaliação da gravidade da doença é um exercício multidisciplinar, que requer a integração dos testes de função pulmonar com os dados da tomografia computadorizada de alta-resolução e com a gravidade sintomática – e todos estes fatores têm de ser considerados na detecção da progressão da doença.
Exceto em uma minoria de pacientes com doença inflamatória reversível, o objetivo principal do tratamento é a prevenção da progressão da doença.
Regimes de tratamento atuais são centrados em terapia imunossupressora, com os resultados de tratamento controlados em grande parte limitados ao uso de ciclofosfamida. Os resultados de dois ensaios clínicos indicam que a terapia com ciclofosfamida mostra-se apropriada em pacientes com ES-ILD com amplo envolvimento pulmonar fibrótico.
Há necessidade de ampliar as abordagens terapêuticas com a utilização do rituximab e de agentes antifibróticos cujos efeitos já tenham sido demonstrados no tratamento de outras doenças intersticiais pulmonares fibróticas.
No entanto, é também importante evitar o tratamento excessivo de pacientes com ES-ILD limitada (com envolvimento não-progressivo do pulmão). Nesse cenário, uma política de não-intervenção inicial, mas observação meticulosa ("masterful inactivity with cat-like observation") é muitas vezes justificada.
Wells AU, Margaritopoulos GA, Antoniou KM, Denton C.Interstitial lung disease in systemic sclerosis. Semin Respir Crit Care Med. 2014 Apr;35(2):213-21
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24668536

segunda-feira, 12 de maio de 2014

616 - A roda de urina

Esta é a roda de urina. Era usada na Idade Média para diagnosticar as doenças com base na cor, cheiro e sabor da urina de uma pessoa.
Sim, eu disse sabor. Voltarei a esse ponto em um minuto.
Antes dos estetoscópios, exames de sangue e raios-x, um frasco de urina era uma importante ferramenta de diagnóstico. Devido à influência duradoura de Galeno (131-201 d.C.), os médicos acreditavam que a urina era fundamental para avaliar a saúde do fígado (onde achavam que o sangue era produzido) de uma pessoa.
Analisar a urina era a melhor maneira de determinar se os quatro humores (sangue, fleuma, biles amarela e preta) de um paciente estavam em equilíbrio. A imagem do médico segurando um frasco cheio de urina contra a luz ainda é um dos símbolos do período medieval.
A roda era composta por 20 cores, indo da urina branca, passando pelas tonalidades douradas, até as cores escuras. George III (1738-1820), o "Rei Louco", teria tido urina roxa. Esta cor poderia ter sido um sinal de uma condição rara conhecida como porfiria, que pode se manifestar com distúrbios neurológicos e mentais.
O cheiro e o gosto da urina de um paciente eram igualmente importantes para acompanhar um tratamento e, muitas vezes, correspondia a cores específicas. Em 1674, o médico Inglês Thomas Willis descreveu a urina de um diabético como sendo "maravilhosamente doce, como se estivesse com mel ou açúcar". Ele também observou que a urina diabética, muitas vezes, tinha a cor de mel, algo anteriormente observado por outros médicos que usavam a roda da urina.
Nos séculos 16 e 17, as rodas de urina tornaram-se tão populares que muitas pessoas as possuíam, inclusive os médicos não licenciados e os charlatães.
A prática de usar a urina para analisar a saúde de um paciente mais adiante daria origem à uromancia, algo completamente diferente.
Piss Prophets and The Wheel of Urine, Chirurgeon's Apprentice
Medieval Urine Wheels, YouTube

sexta-feira, 9 de maio de 2014

615 - O efeito nocebo


Por favor, coloque os fones de ouvido. * Eu prometo que não ouvirá sons altos, porém este vídeo vai incomodá-lo. * Há um estudo sobre os "hipersons" como causa de dor de cabeça. * Estes sons, como os que estão neste vídeo, são muito agudos para serem percebidos, mas causam dor de cabeça. * Através dos fones de ouvido, os "hipersons" vão pressionando seu ouvido interno, estimulando os nervos que conduzem impulsos ao cérebro, onde a dor de cabeça, se ainda não tiver começado, logo o fará. * Depois de uma exposição de apenas dez segundos. * Você pode sentir isso? * Essa pressão em seus ouvidos, espalhando-se para o cérebro, que agora lateja... * Mas você não o deveria. * Não há o estudo nem os "hipersons" no áudio. * Mas, ainda assim, você já começou a sentir uma dor de cabeça. * Por quê? Devido ao efeito nocebo. * O nocebo é algo inofensivo - como este vídeo com "hipersons" inexistentes - mas que pode causar danos, como uma dor de cabeça, porque você acredita que eles existem e que são prejudiciais. [...]
O termo nocebo
(De origem latina: "fazer mal".)
É utilizado para designar reações (ou respostas) danosas, prejudiciais, desagradáveis ou indesejadas em um indivíduo como resultado da aplicação de uma droga inerte, onde estas reações não foram geradas por ação química ou física da mesma, mas pela crença e expectativa pessimistas do indivíduo de que a droga poderia causar efeitos indesejados. Nestes casos, não há nenhuma droga "real" envolvida, mas os efeitos adversos psíquicos (incluindo alterações comportamentais, afetivas e emocionais) e físicos são reais. Um exemplo "clássico" do efeito nocebo seria o da pessoa morrendo de medo após ser picada por uma cobra não venenosa. WIKIPÉDIA

terça-feira, 6 de maio de 2014

614 - Hamilton Naki

Hamilton Naki
Hamilton Naki (26 de junho de 1926 – 29 de maio de 2005) foi um "cirurgião" sul-africano sem nenhuma formação acadêmica ou diploma. Citado em diversas publicações como assistente cirúrgico do doutor Christiaan Barnard, nas experiências que resultaram no primeiro transplante de coração realizado com êxito no mundo, no Groote Schuur Hospital, na África dos Sul, em 1967. Naki, em entrevista, disse que participou da intervenção que resultou no transplante histórico, embora não haja nenhum registro no hospital sobre a sua colaboração no feito.
"Olha, nós estamos permitindo que você faça isso, mas você deve saber que você é negro e isso é o sangue do branco. Ninguém deve saber o que você está fazendo."
Ele nasceu de uma família pobre em uma pequena aldeia do estado de Cabo do Leste, na África do Sul, de nome Ngcingane. Lá ele completou seu curso primário. Com 14 anos de idade, de carona, foi à procura de trabalho na Cidade do Cabo, arranjando emprego de jardineiro na Universidade da Cidade do Cabo. Selecionado por Robert Goetz, da Faculdade de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, para trabalhar nos laboratórios da clínica, ajudou inicialmente cuidando dos animais cobaias do laboratório. Em uma determinada ocasião, Goetz lhe pediu para segurar uma girafa enquanto ele a operava. Para surpresa de Goetz, além dessa simples tarefa, Naki foi se envolvendo com maestria em outros procedimentos cirúrgicos mais complexos, incluindo suturas, analgésias e cuidados pós-operatórios. Apesar da sua carência de estudos formais, sua técnica e capacidade foram reconhecidas, recebendo, assim, permissão especial para continuar suas pesquisas no laboratório, com animais, incluindo transplantes, embora nunca pudesse trabalhar como médico de humanos pelas leis do apartheid. Naki se converteu em um dos quatro técnicos de laboratório de pesquisa da Faculdade de Medicina. Dava assistência aos jovens cirurgiões em suas atividades com animais no laboratório, inclusive em pesquisas em transplantes de rins, coração e fígado. Mesmo registrado nos documentos do hospital como faxineiro e jardineiro, Naki recebia salário de técnico de laboratório, o mais alto do hospital para alguém sem diploma. Com o fim do apartheid, recebeu, em 2002, como reconhecimento pelo seu trabalho, a Ordem Nacional de Mapungubwe. Em 2003, recebeu um diploma honorário em medicina pela Universidade da Cidade do Cabo. Aposentado, Naki continuou trabalhando como cirurgião em um ônibus adaptado como clínica móvel. WIKIPÉDIA
Importante
Não tire conclusões do perfil acima traçado de Hamilton Naki sem ler a matéria que foi publicada no seguinte endereço eletrônico:
http://www.economist.com/node/4174683

sábado, 3 de maio de 2014

613 - SUS incorpora exame PET–CT para pacientes com câncer

Vera Stumm, SEGS
O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o exame PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons) para pacientes com câncer de pulmão, câncer colorretal e de linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (23) e o procedimento deve ser disponibilizado em até 180 dias, como prevê a legislação. A incorporação do exame ao SUS permite avaliar o grau de avanço do tumor e a extensão da doença no corpo do paciente. Para garantir o acesso da população a esse serviço, considerado de alto custo, o Ministério da Saúde irá investir mais R$ 31 milhões por ano, beneficiando diretamente 20 mil pessoas portadoras dessas doenças e que se enquadram nas condições indicadas.
“A incorporação desse exame ao SUS significa mais acesso da população a uma tecnologia avançada que vem contribuir para o diagnóstico e tratamento do câncer. A assistência em câncer, desde a prevenção ao tratamento e acompanhamento dos pacientes, é prioridade do governo federal”, destaca o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. “Os três tipos de câncer para os quais o exame está sendo indicado são aqueles em que o PET-CT agrega mais benefícios para a qualidade do tratamento, avaliando com mais precisão a extensão da doença e a necessidade de se fazer cirurgia”, explica o secretário.
O SUS oferece outras tecnologias de imagem que são utilizadas para diagnóstico e estadiamento de diversos cânceres. São elas: radiografia simples, mamografia, cintilografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada (CT) e ressonância magnética (MRI). A adição do exame da PET-CT representa um avanço no diagnóstico e tratamento desses tipos de câncer, e poderá diminuir os exames e as cirurgias desnecessárias, bem como reduzir a morbidade, a mortalidade e os custos associados ao tratamento dessas doenças.
Nos casos de câncer de pulmão e para câncer colorretal em pessoas com metástase hepática, o PET-CT será usado para avaliar se é viável realizar cirurgias, pois se o estágio estiver muito avançado, a operação não é recomendável. No caso de linfomas, o exame será feito antes e depois da quimioterapia para avaliar a extensão da doença e a resposta ao tratamento.
Nos últimos três anos, o Ministério da Saúde ampliou em 47,3% o investimento na assistência oncológica, passando de R$ 1,9 bilhão em 2010 para R$ 2,8 bilhões em 2013. Esses recursos são destinados à realização de cirurgias, radioterapia, quimioterapia e oferta gratuita de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, 280 hospitais realizam diagnóstico e tratamento de câncer em todo o Brasil.
Este avanço também foi acompanhado da inclusão, a partir de 2011, de novos medicamentos no SUS para o tratamento de câncer, como o mesilato de imatinibe (contra leucemia), o rituximabe (linfomas) e trastuzumabe (mama), L-Asparaginase (leucemia infantil). No ano passado, o investimento anual na oferta dos medicamentos foi de R$ 318,8 milhões.
INCIDÊNCIA – O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. No Brasil, foi responsável por 22,4 mil mortes em 2011. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para 2014 é de 27,3 mil novos casos. O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) ou reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável quando detectado precocemente. O Inca estima 32,6 mil novos casos desta doença este ano no país.
O linfoma de Hodgkin, conhecida também como doença de Hodgkin, é uma forma de câncer que se origina nos gânglios do sistema linfático, que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que as conduzem pelo corpo. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas a maior incidência deste linfoma é em adultos jovens, entre 25 e 30 anos, com um segundo pico de incidência em pessoas idosas. Já os linfomas não-Hodgkin são neoplasias malignas, originárias dos gânglios (ou linfonodos), estruturas muito importantes no combate a infecções. Há mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Entre os linfomas, o linfoblástico e o de Burckitt são os tipos mais incidentes na infância.
TECNOLOGIA - Desenvolvida pela medicina nuclear, a tomografia por emissão de pósitrons (PET, do inglês Positron Emission Tomography, popularmente conhecido por PET Scan) é uma técnica de diagnóstico por imagens que usa marcadores radioativos para detectar processos bioquímicos nos tecidos do corpo humano. O PET-CT é um equipamento híbrido, em que a tomografia computadorizada e a PET registram simultaneamente as imagens anatômicas e de atividade metabólica das células em um único exame.
Diferentemente de outras tecnologias de imagem como a radiografia, a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética (voltadas predominantemente para definições anatômicas de doença), a PET pode avaliar o suprimento sanguíneo e a atividade metabólica dos tecidos, podendo ser utilizada de forma complementar ou mesmo substituindo essas técnicas de diagnóstico por imagem. A PET fornece imagens da função e do metabolismo corporais e, dessa forma, é capaz de demonstrar as alterações bioquímicas mesmo onde antes não existia uma anormalidade estrutural evidente. Isso permite um diagnóstico precoce, o que pode fazer diferença, por exemplo, para os resultados terapêuticos de neoplasias curáveis.