quarta-feira, 28 de junho de 2017

995 - Órgãos da anatomia humana recortados em papel

O artista do papel com sede em Toronto, Ali Harrison, da Light + Paper, cria elegantes recortes de órgãos e partes da anatomia humana, Algumas de suas obras são cortadas à mão e as mais complexa e intrincadas são cortadas a laser, o caso dos órgãos humanos.
Eles podem ser vistos em seu site e em sua conta no Instagram e estão à venda no Etsy.
No Acta:
192 - Esculturas virais
247 - Pulmão ou floresta?
419 - Pneumotórax catamenial
465 - Secções anatômicas de papel dobrado
589 - Armaduras para órgãos
667 - O diatomista
791 - Anatomia pneumática
985 - Esqueleto de mão em origami

domingo, 25 de junho de 2017

994 - Eva mitocondrial

Em 1986, pesquisadores da Universidade da Califórnia concluíram que todos os humanos eram descendentes de uma única mulher que viveu na África há cerca de 200 mil anos, que denominaram de Eva mitocondrial. Eles se basearam na análise do DNA retirado das mitocôndrias, que difere do DNA do núcleo da célula e é transmitido apenas pela linhagem feminina. Ele sofre mutações em rápidas proporções.
Comparando o DNA mitocondrial de mulheres de vários grupos étnicos, eles puderam estimar quanto tempo se passou para que cada grupo assumisse características distintas a partir de um ancestral comum. De fato, eles construíram uma árvore genealógica para o gênero humano, na base da qual estava a Eva mitocondrial, a grande ancestral de todos os humanos. Isto não significa que ela foi a única mulher existente em sua época, mas que foi a única que produziu uma linhagem direta de descendentes por linha feminina que persiste até a presente data.
Imagem - Através de deriva genética aleatória a linhagem feminina pode ser traçada chegando-se a uma única ancestral comum.
Descobertas recentes, contudo, revelaram que o DNA mitocondrial pode estar a sofrer mutações muito mais rápido do que se pensava anteriormente. Outros estudos mostram mutações cerca de 20 vezes mais rápido do que se esperava.
As mitocôndrias são organelas presentes no citoplasma das células de organismos superiores, imprescindíveis ao processo de respiração celular. Possuem um tamanho que varia de 0,5 a 1,0 μm de comprimento e são consideradas fábricas de energia, pois processam o oxigênio e a glicose convertendo-os em ATP. Estas organelas, diferentemente das outras, possuem carga genética própria conhecida como DNA mitocondrial (mtDNA). Este não é como o DNA nuclear que possui longas fitas, formadas por dupla hélice e que codificam cerca de 100.000 genes. O mtDNA representa apenas 1 a 2% do DNA celular, em duplo filamento circular, codificando apenas 37 genes. Possui genoma haplóide, por ser apenas de origem materna, não havendo recombinação, pois as mitocôndrias dos espermatozoides são destruídas pelo gameta feminino (óvulo) logo após a fecundação.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

993 - O teste de Marsh

Arsênico é talvez o veneno mais prolífico da história, e por várias razões: tem sido historicamente fácil de obter, é inodoro e insípido, pode ser introduzido calmamente, ao longo do tempo, em pequenas doses despretensiosas e, no final, os sintomas do envenenamento por ele imitam aqueles de algumas doenças comuns. Durante a maior parte da história, não havia maneira confiável de detectá-lo, e assim o arsênico era uma ameaça à espreita, com mortes comuns e sub-relatadas.
Sabia-se, a partir de processos químicos documentados do século XVIII, que o ácido arsênico reagia com o zinco para produzir o gás arsino e, em 1836, descobriu-se que o gás, quando aquecido a uma determinada faixa de temperatura, deixava uma película estável de arsênico metálico em um pedaço vidro ou porcelana - um indicador que veio a ser chamado de "espelho de arsênico". Era este o princípio do teste de James Marsh (1794 - 1846), que podia detectar com precisão pequenas quantidades de veneno no corpo humano e, para deleite dos promotores, era aplicável em cadáveres antigos.
Além disso, o "espelho revelador" fazia uma apresentação convenientemente clara e dramática na sala do tribunal.
Talvez o uso mais famoso do teste de Marsh tenha sido no julgamento de Marie Lafarge, em 1840, no qual esta foi acusada de envenenar seu marido. A jovem Marie tinha entrado em um casamento arranjado com Charles Lafarge acreditando que ele era um rico e culto empresário, mas, quando ela descobriu que ele, na verdade, era um "lascado", com hábitos sexuais ásperos e dívida substancial, passou a colocar arsênico na comida dele.
Os amigos mencionaram que a ouviram perguntar, casualmente, sobre as obrigações com o luto (Quanto tempo você teve que se vestir de preto?). Daí, quando Charles percebeu que a devoção de sua esposa para cozinhar em casa não era um gesto de amor, já era tarde demais.
A análise preliminar do estômago de Charles, com o procedimento de Marsh, não encontrou qualquer sinal de arsênico, mas agora era a vez da promotoria chamar Mateu Orfila, reitor da Faculdade de Medicina de Paris e principal toxicólogo da época, para o seu lado. Citando uma pesquisa do cientista que afirmava que o estômago podia ser capaz de expelir o veneno, eles disseram que os testes teriam de ser feitos em outros órgãos e tecidos de Lafarge para somente então se obter um resultado verdadeiramente definitivo.
A acusação levantou também o espectro de erro do usuário: era a primeira vez que os cientistas locais haviam realizado o notoriamente difícil teste de Marsh, em que precisavam de muita habilidade e familiaridade para acertar.
Neste ponto, nada mais restava do pobre Charles Lafarge, cujo corpo quando exumado se dizia semelhante a uma "espécie de pasta, em vez de carne". E, para superar o ônus da prova, foi o próprio Orfila que fez a análise final. Ele detectou com facilidade arsênico naquela pasta de órgãos, e Marie Lafarge foi condenada a trabalhos forçados.
Extraído de The Dramatic Courtroom Demo Designed to Expose Arsenic Murders, in Atlas Obscura.
Ilustração: Dois cientistas fazendo o teste de Marsh, 1856.SCIENCE HISTORY IMAGES/ALAMY
Ver também: 495 - O trono do conhecimento

segunda-feira, 19 de junho de 2017

992 - Medicamentos sujeitos a controle especial

A Vigilância Sanitária de Fortaleza publicou um manual com informações claras e diretas para a resolução das dúvidas mais comuns relacionadas à prescrição de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.
Nele o prescritor encontra informações sobre:
  • os modelos de Receituários e Notificações de Receita;
  • a forma de aquisição dos talonários de Notificação de Receita;
  • o preenchimento correto das receitas e Notificações de Receita;
  • a lista de substâncias sujeitas a controle especial.
Esta é uma contribuição para a disseminação do conhecimento técnico e o fortalecimento de estratégias para a efetivação do controle e fiscalização de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.
Link para o MANUAL.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

991 - Luz, mais luz


"Licht, mehr Licht." ~ atribuída a Goethe
Em 1993, uma manchete no National Enquirer zombou da National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência) por financiar o professor Jonathon Copeland, da Geórgia do Sul, em seus estudos com os vagalumes (*) em Bornéu.
 - Não é uma ideia brilhante.
O tabloide atribuía a frase acima a um representante republicano de Wisconsin.
Ironicamente, na mesma semana em que este artigo foi publicado, apareceu outro artigo na revista Time relatando que os médicos estavam usando a luciferase, a enzima responsável pela bioluminescência dos insetos lampirídeos, em testes de resistência a drogas por cepas do bacilo da tuberculose.
Vagalume ou vaga-lume?
Ler: https://dicionarioegramatica.com.br/tag/vagalume-ou-vaga-lume/
Os vagalumes, pela beleza e pelos fachos de luz que carregam e proporcionam deslumbramento em locais mais escuros onde a natureza ainda impera, não deveriam ter hífen. Os vagalumes vagam acima da nova ortografia luso-brasileira. Comentário de um leitor do blog Nova Ortografia, de Gabriel Perissé.
(*) Numa edição revista e ampliada desta nota talvez eu escolha a opção "pirilampos". N. do E.

terça-feira, 13 de junho de 2017

990 - Os métodos gráficos de Florence Nightingale

Florence Nightingale (12 de maio de 1820 - 13 de agosto de 1910) é lembrada como a mãe da moderna enfermagem. Mas poucos se recordam de que seu lugar na história (de acordo com a BBC, era provavelmente a pessoa mais famosa da Era Vitoriana, além da própria rainha Vitória) está relacionado, pelo menos em parte, ao uso que ela fazia da Estatística. Utilizando-se de métodos gráficos de representação visual para transmitir dramaticamente informações estatísticas complexas a um público amplo. Como, por exemplo, os gráficos setoriais (habitualmente conhecido como gráficos do tipo "pizza"), criados por William Playfair, e o Diagrama de Área Polar (gravura), de André-Michel Guerry.
Crédito da imagem: http://pballew.blogspot.com.br/2017/05/on-this-day-in-math-may-12.html#links
Estatística e religião
Pearson escreveu que as estatísticas foram mais do que um estudo para Florence, elas eram de fato sua religião.
"A dama da lâmpada" sustentava que o universo - inclusive a humanidade - evoluía de acordo com um plano divino. E que os homens deveriam esforçar-se para compreender este plano e orientar suas ações em consonância com ele. Mas, para entender os pensamentos de Deus, deveríamos estudar as estatísticas, pois estas são a medida de Seu propósito. Assim, o estudo da Estatística era para ela como um dever religioso.
K Pearson, A Vida, Cartas e Trabalhos por Francis Galton (1924)

sábado, 10 de junho de 2017

989 - Google já é o médico mais popular

As autoridades sanitárias não precisam esperar por relatórios médicos para detectar a ocorrência de epidemias ou surtos de doenças periódicas como a gripe: basta consultar os algoritmos do Google e identificar as palavras que estão sendo mais pesquisadas.
 O "Doutor Google" é a nova estrela na paisagem da saúde: 49% dos usuários espanhóis da Internet, com idades entre 16 e 74 anos, têm procurado informações sobre medicamentos ou doenças nos últimos três meses, segundo um estudo realizado pelo Eurostat. Uma década atrás, esta taxa apenas alcançava 19%.
Os temas mais consultados estão relacionados com lesões, doenças, nutrição e dicas para melhorar a saúde. Mas a Espanha não é o país que mais rastreia na Europa informações sobre questões médicas. Está em sétimo lugar, a uma distância considerável de Luxemburgo (71%), Dinamarca (65%) e Alemanha (63%).
Entre as razões para este aumento do uso do Google como um oráculo médico estão: a maior facilidade de acessar a Internet, a maior sensibilidade social para manter a boa saúde e as pessoas afetadas pelas doenças que não mais querem ser pacientes passivos.
Siga lendo em Economía Digital.
No Acta:
535 - Sugestões do Google para "pulmão"
604 - Google Flu Trends
744 - Um mundo mais acessível para todos

quarta-feira, 7 de junho de 2017

988 - O microscópio

Acredita-se que o microscópio tenha sido inventado em 1590, por Hans Janssen e seu filho Zacharias, dois holandeses fabricantes de óculos. Tudo indica, porém, que o primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos foi o o também holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632 - 1723), em seu passatempo de ficar examinando a água de diversas fontes através de gotículas de vidro fundido. No entanto, vários predecessores e contemporâneos de Leeuwenhoek, notadamente Robert Hooke na Inglaterra e Jan Swammerdam na Holanda, já haviam construído microscópios compostos (com mais de uma lente) e estavam fazendo importantes descobertas com eles. Estes eram muito mais semelhantes aos microscópios em uso hoje. Assim, embora Leeuwenhoek seja às vezes chamado de "o inventor do microscópio", ele não o foi de fato.


A palavra microscópio
Do grego mikros, pequeno e skopein, ver.
Esta palavra foi cunhada por Johannes Faber, da cidade de Bamberg, na Alemanha, em 1625. Tendo se utilizado dela em uma carta que ele enviou a Frederico Cesi, fundador da Accademia Nazionale dei Lincei.
Com sede em Roma, esta academia é uma das sociedades científicas mais antigas do mundo e tomou seu nome de um animal reputado pela agudeza visual.
Tudo a ver, portanto.
Pensamento
Evitai de vos observar ao microscópio. Bons olhos, sem vidros, voltados para o que vos cerca é quanto basta. - Joaquim Nabuco

domingo, 4 de junho de 2017

987 - Um mistério nas revistas médicas

Por que há tão poucos artigos em revistas médicas sobre ferimentos causados por cancelas de estacionamento?
Tais ferimentos - que acontecem quando uma cancela de estacionamento encontra um corpo humano - são considerados bastante frequentes. No entanto, o PubMed, um banco de dados preeminente de estudos médicos, quase não inclui trabalhos científicos relacionados com estes acidentes. Por quê? Temos sido negligentes com eles? Ou, então, suas lesões são tão simples de serem tratadas que nenhum profissional médico julga que valha a pena escrever?
Este vídeo mostra um destes (ao que se presume muitos) acidentes:
O mistério de por que há tão poucos artigos nas revistas médicas se estende, também, à questão das lesões sofridas quando um motorista de automóvel tem uma relação fisicamente infeliz com uma máquina de coleta automática de bilhetes de estacionamento.
http://www.improbable.com/2017/05/03/medical-journals-mystery-what-about-those-parking-gate-injuries/
Ver também: Na batuta