quinta-feira, 28 de março de 2019

1090 - Primeiro aniversário da Faculdade Rodolfo Teófilo

A Faculdade Rodolfo Teófilo (FRT) é a única escola superior particular no Ceará que começou suas atividades já com um hospital próprio, o Hospital Haroldo Juaçaba, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC). São quatro cursos de graduação na área da saúde ofertados: Enfermagem, Fisioterapia, Gestão Hospitalar e Serviço Social. Os alunos desde o início do curso podem realizar estágios dentro do próprio ICC.
A comemoração do primeiro ano de funcionamento da faculdade aconteceu na noite de 12 de março de 2019, em sua sede da Avenida do Imperador. Essa programação foi aberta com a apresentação do Coral do ICC, sendo seguida pelas palestras do Prof. Dr. Marcus Vale, que discorreu sobre a vida e obra do farmacêutico e escritor Rodolfo Teófilo, e do Prof. Dr. Milton Sousa, abordando o tema: Inovação, oportunidades e horizontes.
Transcrito do Blog do Marcelo Gurgel

quinta-feira, 21 de março de 2019

1089 - Eritrócito ao capilar

Microscopia eletrônica de varredura (MEV) colorida de um eritrócito (glóbulo vermelho) espremendo-se em um capilar. É aqui que acontece a liberação de oxigênio para os tecidos circundantes.
Ampliação: 9000 X
https://t.co/wSYVebsVZr
Crédito THOMAS DEERINCK, NCMIR / SCIENCE PHOTO LIBRARY

quinta-feira, 14 de março de 2019

1088 - Atenção às mulheres com gestação de anencéfalos

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o primado dos direitos e garantias fundamentais e reconheceu a universalidade do direito à saúde e o dever do Estado de garantir e oferecer meios e acesso para o exercício desse direito.
 A anencefalia é uma malformação incompatível com a vida. Dados de literatura relatam que entre 75% a 80% dos fetos com anencefalia são natimortos, ou seja, morrem ainda no útero. O restante morre dentro de horas ou poucos dias após o parto. O prolongamento dessa gestação pode afetar o bem-estar físico e mental da mulher e até mesmo colocar a sua vida em risco.
Nos dias 11 e 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 54, proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, e decidiu, definitivamente, que a mulher com gestação de anencéfalo poderá manter ou interromper a gestação, se assim o desejar, na rede pública ou no serviço privado de saúde. Portanto, não é mais necessária qualquer autorização judicial para a realização do procedimento.
De acordo com essa decisão definitiva do STF, a proibição do aborto prevista no atual Código Penal brasileiro não se aplica ao caso de fetos anencéfalos, em síntese: (i) porque a causa da morte fetal decorre, unicamente, de sua própria malformação incurável, sendo incabível alegar-se violação à vida do feto, não sendo possível, sequer, falar-se em aborto em termos jurídicos; (ii) porque não se pode interpretar a lei penal descriminalizadora de modo restritivo, desconsiderando-se a realidade e o fato de que, em 1940, quando redigido o Código Penal, era impossível prever as anomalias fetais, ao passo que, atualmente, a anencefalia é diagnosticável com 100% de certeza por ultrassonografia; (iii) porque obrigar a mulher a manter a gestação de anencéfalo, contra sua vontade, é submetê-la à tortura psicológica, violando sua saúde física e mental e afrontando seus direitos fundamentais, protegidos pela Constituição Federal, como: dignidade da pessoa humana, saúde, privacidade, liberdade e autonomia da vontade.
Essa decisão do STF tem efeito em todo território nacional: a mulher que desejar interromper a gestação de anencéfalo e o/a(s) médico/a(s) que realizar(em) o procedimento não estarão praticando aborto, portanto, não estarão praticando nenhum crime. E, se as mulheres optarem pela interrupção da gestação ou antecipação terapêutica do parto nesses casos, os hospitais têm o dever de realizar o procedimento, dando toda a assistência à mulher.
Introdução de Atenção às mulheres com gestação de anencéfalos - Norma Técnica do Ministério da Saúde (2014)

quinta-feira, 7 de março de 2019

1087 - Um experimento em microbiologia para 500 anos

Em algum lugar da Universidade de Edimburgo, há uma caixa de carvalho contendo 400 frascos selados de vidro - bem, agora são alguns menos - que contêm esporos secos de B. subtilis e Chroococcidiopsis sp.
(A) Bacillus subtilis, uma bactéria Gram-positiva. (B) A estrutura de um esporo bacteriano típico. As múltiplas camadas do esporo servem para proteger o genoma, que está alojado no núcleo parcialmente desidratado. (C) Chroococcidiopsis sp., uma cianobactéria extrema tolerante à dessecação.
A 500-year experiment, por Charles Cockell
No Museu de História Natural de Londres há réplicas dessa caixa e do seu conteúdo. Eles são o material de um experimento sobre a sobrevivência a longo prazo das bactérias. Tão longo é esse prazo que o experimento, que começou em 2014, não terminará até 30 de junho de 2514. Sim, é uma experiência que durará 500 anos . Então, não digam agora que os cientistas não são pacientes. A ideia é que a cada dois anos, durante os primeiros 24 anos do experimento, seis frascos sejam retirados de cada uma das caixas, eles sejam abertos, os esporos sejam reidratados e sua capacidade de germinar seja observada. Três dos frascos estão em uma caixa de papelão simples, os outros três em uma caixa de chumbo para protegê-los da radiação ambiente. A partir daí, o processo é repetido a cada 25 anos até atingir 2514. Nas observações realizadas em 2014 e 2016 não foi encontrado que a capacidade de germinação dos esporos tenha sido reduzida; Os resultados de 2018 ainda não foram publicados, mas presume-se que não haja muita diferença. O maior problema desta experiência é arranjar alguém que, dentro de vários séculos,, seja capaz de saber o que fazer com as amostras que estão nas caixas, assumindo-se que a civilização e a ciência continuem a existir, e que as caixas não estejam perdidas em um porão qualquer, é claro.
As experiências mais longas da história até agora:
A Campainha Oxford, que funciona com duas pilhas secas desde 1840. Desconhece-se a exata composição dessas pilhas que fornecem eletricidade para que a campainha funcione há 176 anos.
O Relógio Beverly, situado no Departamento de Física da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia. Acionado por variações de temperatura e pressão atmosférica, o relógio funciona desde que foi construído em 1864.
A Gota de Piche, na Universidade de Queensland, na Austrália, um experimento que teve início em 1927. Desde que o piche começou a fluir através de um funil já gotejou em nove ocasiões: a primeira, em 1938 (onze anos depois), e a última, em julho de 2013.